terça-feira, 11 de novembro de 2025

23ª Terça-feira Depois de Pentecostes

11 de Novembro de 2025 (CC) / 29 de Outubro (CE)S. 
Anastásia, a romana, monja e mártir († séc. IV?); 
Venerável Abramius (360 dC) e Sua Sobrinha, Monge Maria (365 dC)
Tom 5



Nasceu em Roma, de pais nobres, e ficando órfã aos três anos de idade foi levada a um mosteiro de mulheres, próximo a Roma, onde a abadessa era uma monja de nome Sofia, uma mulher de vida espiritual de elevado nível. 
Aos dezessete anos a jovem Anastásia, de beleza incomum, já era conhecida pelos cristãos de toda a vizinhança como uma grande asceta, causando admiração aos pagãos. Probo, administrador pagão da cidade, impressionado com sua beleza, enviou soldados com ordem de trazê-la à sua presença. A boa abadessa Sofia instruiu Anastásia sobre como perseverar na fé e resistir ao engano adulador e à tortura, ao que a jovem lhe disse: 
"Meu coração está preparado para sofrer por Cristo. Minha alma está pronta para o encontro com meu amado Senhor". 
Comparecendo diante do Governador, Anastásia proclamou abertamente sua fé em Cristo, e quando ele tentou dissuadi-la - antes com promessas, depois com ameaças - a santa virgem lhe disse: 
"Estou pronta a oferecer minha vida por meu Senhor, não apenas uma vez, mas mil vezes, se assim me fosse possível". 
Quando a despiram à força para humilhá-la, Anastásia disse ao juiz: 
«Açoitem-me, firam-me, e batam-me; só assim, meu corpo desnudo será coberto por feridas e minha vergonha será coberta de sangue." 
Assim foi e, por duas vezes, sentindo sede, Anastásia pediu água. Cirilo, um cristão que estava por perto, atendeu seu pedido e lhe trouxe água, pelo que foi abençoado com o martírio, decapitado pelos pagãos. 
O peito e a língua da santa foram cortados, e um anjo do Senhor apareceu-lhe e a mantinha de pé. Fora da cidade, Anastásia foi finalmente decapitada pela espada. A bem-aventurada Sofia, encontrando mais tarde o seu corpo, providenciou-lhe uma digna sepultura. Anastásia recebeu assim a coroa do martírio sob o Imperador Décio (249-251 d. C.). 
O Santo Monge Abramius, o Eremita e a Beata Maria, sua sobrinha

O monge Abramius, o Eremita, e a Beata Maria, sua sobrinha, viviam na aldeia de Chidan, perto da cidade de Edessa. Eles foram contemporâneos e conterrâneos do santo Monge Efrém, o sírio (Com. 28 de janeiro), o qual, posteriormente escreveu sobre suas vidas. 
O monge Abramius começou sua difícil exploração da vida solitária no auge da juventude. Ele deixou sua casa paterna e estabeleceu-se em um lugar deserto, desolado, longe das atrações do mundo, e passou seus dias em orações incessantes. Após a morte de seus pais, o santo recusou sua herança e pediu a seus parentes para entregá-las aos pobres. Por sua vida ascética estrita, jejum e amor pela humanidade, Abramius atraiu para si muitos que buscavam a luz espiritual, a oração e a bênção. 
Logo sua fé foi submetida a um teste sério: ele foi nomeado presbítero em uma das aldeias pagãs da Mesopotâmia. Por três anos, e sem poupar esforços, o monge trabalhou para alcançar a iluminação dos pagãos. Ele derrubou um templo pagão e construiu um templo de Deus. Sofrendo humildemente e mesmo abatendo os obstinados adoradores de ídolos, em oração ele implorou ao Senhor: 
"Olha, Ó Mestre, o Teu servo, escuta a minha oração, fortalece-me e liberta os Teus servos das armadilhas diabólicas, e dá-lhes a conhecer Ti, o Único Deus Verdadeiro ". 
O zeloso pastor recebeu a felicidade de ver a culminação de seus justos esforços: os pagãos passaram a acreditar em Jesus Cristo, o Filho de Deus, e o próprio monge os batizou. Tendo cumprido o seu dever sacerdotal, Abramius novamente retirou-se para o seu deserto, onde continuou a glorificar a Deus e a fazer a sua santa vontade. 
O diabo, envergonhado pelos atos do monge, tentou aprisioná-lo com pensamentos orgulhosos. Uma vez, à meia-noite, quando Santo Abramius estava em oração em sua cela, de repente, brilhou uma luz e uma voz foi ouvida: 
"Bendito és, ó abençoado, como nenhum outro na humanidade!" Confundindo as artimanhas do inimigo, o santo disse: 
"Eu sou um homem pecador, mas confio na ajuda e graça do meu Deus e não o temo". 
Outra vez o diabo apareceu diante do santo na forma de um jovem, acendeu uma vela e começou a cantar o salmo: 
"Bem-aventurado o imaculado no caminho que anda na lei do Senhor". 
Percebendo que isso também era uma tentação demoníaca, o ancião se benzeu e perguntou: 
"Se tu sabes, quem são os abençoados imaculados, então por que os perturba?" O tentador respondeu: 
"Eu os provoco para conquistá-los e afastá-los de toda boa ação". A isto, o santo respondeu: 
"Tu tens vitória sobre aqueles que por suas próprias vontades se afastaram de Deus; mas, para com aqueles que amam a Deus, tu desvaneces como a fumaça ao vento". 
Depois dessas palavras, o diabo desapareceu. E assim São Abramius derrotou o inimigo, fortalecido pela graça divina. Depois de cinquenta anos de vida ascética, ele expirou pacificamente no Senhor (†c. 360). 
Santa Monja Maria, Sobrinha de Santo Abramius

A sobrinha de Santo Abramius, a Monja Maria, cresceu sendo edificada por seu tio. Mas, o inimigo da raça humana tentou desviá-la do verdadeiro caminho. 
Aos vinte e sete anos de idade, Maria deixou sua cela, foi para outra cidade, onde começou a viver dissolutamente. Sabendo disso, o monge Abramius vestiu-se com trajes de soldado, para não ser reconhecido, e partiu para a cidade. Ele procurou sua sobrinha e a levou ao arrependimento. A Monja Maria voltou para sua cela e passou o resto de seus dias em oração e lágrimas de arrependimento. O Senhor concedeu-lhe o dom de curar os enfermos. 
Ela morreu cinco anos depois do monge Abramius.
Os Santos Mártires Marciano e Marcílio, serviam na Catedral de Constantinopla como Leitor e Subdiácono, respectivamente. Ocupavam-se ainda das tarefas de notário e secretário de São Paulo, o Confessor, Patriarca de Constantinopla (Com. 6 de novembro), nos anos do Imperador ariano Constantino (337-349). Os Santos receberam uma excelente educação e eram exímios defensores da Fé Ortodoxa.

Quando o Patriarca Paulo de Constantinopla, não aceitou estar de acordo com os arianos, foi exilado pelo Imperador para a Armênia, onde foi afogado pelos arianos daquela região. Então, Marciano e Marcílio seguiram ainda com maior firmeza sua fé na doutrina Ortodoxa, tendo sempre em mente as palavras do Senhor:

"Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos" (Jo 8,31).

Marciano e Martírio provaram na própria carne o que fora dito pelo Senhor, quando foram presos e torturados por ordem do Imperador e, tendo perseverado com firmeza na fé, foram martirizados pela espada. Seus corpos foram reverentemente sepultados por cristãos da região. Mais tarde, por um decreto do santo Arcebispo de Constantinopla, João Crisóstomo, as relíquias dos santos mártires foram transferidas para uma igreja construída especialmente para isto.

Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

1 Tessalonicenses 1:6-10

Fragmento 263 - Irmãos, vós fostes feitos nossos imitadores, e do Senhor, recebendo a palavra em muita tribulação, com gozo do Espírito Santo. De maneira que fostes exemplo para todos os fiéis na macedônia e Acaia. Porque por vós soou a palavra do Senhor, não somente na Macedônia e Acaia, mas também em todos os lugares a vossa fé para com Deus se espalhou, de tal maneira que já dela não temos necessidade de falar coisa alguma; porque eles mesmos anunciam de nós qual a entrada que tivemos para convosco, e como dos ídolos vos convertestes a Deus, para servir o Deus vivo e verdadeiro, e esperar dos céus o Seu Filho, a Quem ressuscitou dentre os mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura.

Lucas 11:34-41

Fragmento 60 - O Senhor disse: “A lâmpada do corpo é o olho. Sendo, pois, o teu olho sadio, também todo o teu corpo será luminoso; mas, se for enfermo, também o teu corpo será tenebroso. Vê, pois, que a luz que em ti há não sejam trevas. Se, pois, todo o teu corpo é luminoso, não tendo em trevas parte alguma, todo será luminoso, como quando a lâmpada te ilumina com o seu resplendor”. E, estando Ele ainda falando, rogou-Lhe um fariseu que fosse jantar com ele; e, entrando, assentou-Se à mesa. Mas o fariseu admirou-se, vendo que Ele não Se lavara antes de jantar. E o Senhor lhe disse: “Agora vós, os fariseus, limpais o exterior do copo e do prato; mas o vosso interior está cheio de rapina e maldade. Loucos! Quem fez o exterior não fez também o interior? Antes dai esmola do que tiverdes, e eis que tudo vos será limpo”.

ENSINO DOS SANTOS PADRES


A luz do corpo é o olho, enquanto a luz da alma é a mente. Quando os olhos do corpo não estão danificados, vemos tudo ao nosso redor em nossa vida externa, e sabemos como e para onde ir e o que fazer. Assim também quando a mente está sã, vemos tudo em nossa vida interior, em nossa relação com Deus e nosso próximo, e em como devemos nos comportar.

A mente, o lado superior da alma, combina um sentimento da Divindade, as exigências da consciência e aspirações pelo que é melhor do que tudo que possuímos e conhecemos. Quando a mente está sã, o temor de Deus reina na alma, assim como a boa consciência e o desapego de qualquer coisa externa; mas quando é doentio – Deus é esquecido, a consciência manca em ambas as pernas, e a alma chafurda no que é visível e alcançável. Então é uma noite escura para essa pessoa - os conceitos estão confusos, as ações estão em desarmonia e o coração está apertado com a desesperança. As circunstâncias que ele encontra o empurram e ele é arrastado atrás delas como uma lasca de madeira na corrente de um rio. Ele não sabe o que foi feito até agora, o que ele é agora e como seu caminho terminará.

Por outro lado, aquele cuja mente é sã, temendo a Deus, conduz seus negócios com circunspecção, ouve apenas a lei de sua consciência, que dá uma harmonia uniforme a toda a sua vida, e ele não mergulha nas coisas dos sentidos, tomando asas através da esperança na felicidade futura. A partir disso, sua visão sobre todo o fluxo da vida com tudo o que ela toca é clara, e para ele tudo está cheio de luz, como quando o brilho de uma vela dá uma luz (cf. Lucas 11:36).

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