segunda-feira, 12 de maio de 2025

4ª Segunda-feira da Páscoa

12 de Maio de 2025 (CC) / 29 de Abril (CE)
Santos Nove Mártires de Cízico († Séc. III)
Tom 3




«Cristo ressuscitou dos mortos, 
Pisoteando a morte com Sua morte, 
E outorgando a vida 
Aos que jaziam nos sepulcros!»


Os santos nove mártires de Cízico foram um grupo de nove cristãos que, nas últimas décadas do século III foram martirizados na cidade de Cízico na Ásia Menor por defender sua fé em Jesus Cristo. Chamavam-se Taumásio, Teógnis, Rufo, Antípatro, Teóstico, Ártemas, Magno, Teódoto e Filemom.
Enquanto pela cidade de Cízico na costa de Dardanelos (Helesponto) na Ásia Menor viu-se a difusão do cristianismo a partir da pregação de São Paulo, no final do terceiro século Cízico ainda era basicamente uma cidade pagã. Durante as perseguições, alguns dos cristãos fugiram da cidade, enquanto outros silenciosamente em segredo mantinham sua fé em Cristo. A situação afligiu os cristãos na cidade que procuraram defender ativamente a fé cristã. Através destes anos enquanto o terceiro século terminava, lá estavam entre esses cristãos nove homens: Taumásio, Teógnis, Rufo, Antípatro, Teóstico, Ártemas, Magno, Teódoto e Filemom.

Os nove vieram de muitos lugares diferentes e eram de diferentes idades. Havia jovens como Antípatro e idosos como Rufo. Eles tinham muitas ocupações diferentes na sociedade, incluindo soldados, camponeses, pessoas da cidade, e do clero. Todos eles, no entanto, declaravam sua fé em Cristo, e oravam pela propagação do cristianismo em toda a região. Estes santos corajosamente confessaram Cristo e destemidamente denunciaram a impiedade pagã.

Por sua vez, eles foram presos e levados a julgamento. Depois que o governador da cidade, condenou-os, eles foram torturados durante vários dias, então na prisão, antes de voltarem a ser levados novamente ao juiz, prometeram-lhes a liberdade se renunciassem a Cristo. Mas, como soldados de Cristo, eles continuaram a glorificar o Senhor. Durante os anos de 286 a 299 todos os nove mártires foram decapitados pela espada, e seus corpos enterrados perto da cidade.

No ano de 324, após cessarem as perseguições contra os cristãos sob o governo de Constantino, o Grande, os cristãos de Cízico removeram os corpos incorruptos dos mártires de seus túmulos e os colocaram em uma igreja construída em sua honra. Na igreja muitos milagres ocorreram diante das relíquias dos mártires: os doentes eram curados, e os mentalmente perturbados tornavam-se sãos . Pela intercessão dos santos mártires de Cízico a fé em Cristo cresceu dentro da cidade e muitos pagãos se converteram ao cristianismo.

Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém! 

Atos 10: 1-16

§24 - Naqueles dias, havia em Cesária um homem por nome Cornélio, centurião da coorte chamada Italiana, piedoso e temente a Deus, com toda a sua casa, o qual fazia muitas esmolas ao povo, e de contínuo orava a Deus. Este, quase à hora nona do dia, viu claramente numa visão um anjo de Deus, que se dirigia para ele e dizia: “Cornélio”. O qual, fixando os olhos nele, e muito atemorizado, disse: “Que é, Senhor?” E disse-lhe: “As tuas orações e as tuas esmolas têm subido para memória diante de Deus; agora, pois, envia homens a Jope, e manda chamar a Simão, que tem por cognome Pedro. Este está hospedado com um certo Simão curtidor, que tem a sua casa junto do mar. Ele te dirá o que deves fazer”. E, retirando-se o anjo que lhe falava, chamou dois dos seus criados, e a um piedoso soldado dos que estavam ao seu serviço. E, havendo-lhes contado tudo, os enviou a Jope. E no dia seguinte, indo eles seu caminho, e estando já perto da cidade, subiu Pedro ao terraço para orar, quase à hora sexta. E tendo fome, quis comer; e, enquanto lhe preparavam, sobreveio-lhe um arrebatamento de sentidos, e viu o céu aberto, e que descia um vaso, como se fosse um grande lençol atado pelas quatro pontas e vindo para a terra, no qual havia de todos os animais quadrúpedes e feras e répteis da terra, e aves do céu. E foi-lhe dirigida uma voz: “Levanta-te, Pedro, mata e come”. Mas Pedro disse: “De modo nenhum, Senhor, porque nunca comi coisa alguma comum e imunda”. E segunda vez lhe disse a voz: “Não faças tu comum ao que Deus purificou”. E aconteceu isto por três vezes; e o vaso tornou a recolher-se ao céu.

João 6:56-69

§24 – Disse o Senhor aos judeus que vieram ter com ele:
 “Quem come a Minha carne e bebe o Meu sangue permanece em Mim e Eu nele. Assim como o Pai, que vive, Me enviou, e Eu vivo pelo Pai, assim, quem de Mim se alimenta, também viverá por Mim. Este é o pão que desceu do céu; não é o caso de vossos pais, que comeram o maná e morreram; quem comer este pão viverá para sempre”. Ele disse estas coisas na sinagoga, ensinando em Cafarnaum. Muitos, pois, dos Seus discípulos, ouvindo isto, disseram: “Duro é este discurso; quem o pode ouvir?” Sabendo, pois, Jesus em Si mesmo que os Seus discípulos murmuravam disto, disse-lhes: “Isto escandaliza-vos? Que seria, pois, se vísseis subir o Filho do Homem para onde primeiro estava? O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que Eu vos digo são espírito e vida. Mas há alguns de vós que não creem”. Porque bem sabia Jesus, desde o princípio, quem eram os que não criam, e quem era o que o havia de entregar. E dizia: “Por isso Eu vos disse que ninguém pode vir a Mim, se por Meu Pai não lhe for concedido”. Desde então muitos dos Seus discípulos tornaram para trás, e já não andavam com Ele. Então disse Jesus aos doze: “Quereis vós também retirar-vos?” Respondeu-Lhe, pois, Simão Pedro: “Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna. E nós temos crido e conhecido que Tu És o Cristo, o Filho do Deus vivente”. 

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ENSINOS DOS SANTOS PADRES


“Pela Carne Estar Unida Ao Verbo Vivificador, Ela Se Tornou Toda Vivificante”

O espírito é que vivifica; a carne de nada serve. Não foi com absoluta falta de inteligência que atribuístes à carne a incapacidade de vivificar; porque, quando se considera somente a natureza da carne em si mesma, evidentemente que não é vivificadora, já que não vivificará de jeito nenhum a coisa alguma das que existem, antes ela tem necessidade de quem a possa vivificar. Mas examinando com empenho o mistério da encarnação e aprendendo, então, quem é que habita nesta carne, estareis inteiramente em disposição de aceitar, a não ser que queirais contradizer ao próprio Espírito Santo que pode vivificar, ainda que por si a carne de nada sirva.

Pois, por ela (a carne) estar unida ao Verbo vivificador, tornou-se toda vivificante, elevada à potência daquele que é superior; porque ela não forçou a vir ao seu próprio nível ao que não pode ser vencido (Verbo). E assim, por mais que a natureza da carne seja impotente – no que a ela diz respeito – para vivificar, porém, realizará isto tendo ao Verbo vivificador e levando em si toda a potência do Verbo. Portanto, é corpo daquele que é por natureza Vida, e não de qualquer um dos homens, a respeito do qual com razão valeria aquilo: A carne de nada serve. Porque isto não realizará em nós a carne de Paulo, por exemplo, nem a de Pedro, ou a de qualquer outro; a única exceção é a carne de Cristo, nosso Salvador, no qual habitou corporalmente toda a plenitude da divindade.

É certo que seria a coisa mais absurda que por um lado o mel colocasse sua própria qualidade no que por natureza não é doce e pudesse transformar em si aquilo com o qual se mistura, e pensar, por outro lado, que a natureza vivificante do Verbo não exalta a sua própria bondade ao corpo no qual habitou. Por conseguinte, de todos os outros é verdade o de que a carne de nada serve; falhará somente em Cristo, porque naquela carne habita a vida, a saber: o Unigênito.

E se chama a si mesmo espírito: Porque Deus é espírito; e segundo o bem-aventurado Paulo: Porque o Senhor é o Espírito. E não dizemos isto por negar que o Espírito Santo tenha subsistência própria, mas como se chama a si mesmo Filho do homem por ter-se feito homem, assim agora se nomeia por seu próprio espírito. Porque seu Espírito não lhe é indiferente.

As palavras que vos tenho dito são espírito e vida. Todo seu corpo está pleno com a potência vivificadora do Espírito. E assim já chama “espírito” a sua carne, não porque se desfaça do que é carne, mas porque ela está extremamente unida a ele, e por revestir toda sua força vivificante dele, devendo já ser chamada também espírito. E nada de estranho tem isto, nem há por que te escandalizes disso, pois se aquele que adere ao Senhor torna-se um só espírito com ele, como o próprio corpo dele não há de ser, com maior razão, declarado um com ele?

Portanto, com o que antecede quer significar isto: Por vossas reflexões percebo – ele diz; estais sem entender porque andais discutindo o que de mim tenha saído ou dito sobre o que é o corpo terreno por sua natureza vivificadora; contudo, não é esse o fim para onde se dirigem as minhas palavras, porque toda a explicação que eu vos fazia versava a respeito do Espírito divino e sobre a vida eterna. Pois não é a natureza da carne que torna vivificador ao espírito, mas a força do Espírito que torna ao corpo vivificador. Por isso as palavras que vos tenho dito são espírito, ou seja, espirituais e que tratam sobre o Espírito; e são vida, porque é vivificante e a respeito da vida por natureza.

E ele não diz isto por destruir a sua própria carne, mas ensinando-nos o que é a verdade. Assim, o que há pouco dissemos, o voltaremos a repetir pela utilidade que existe nisso: a natureza da carne, ela por si, não poderia vivificar; pois o que mais teria naquele que é por natureza Deus? Porém, não há de entender-se que em Cristo (a carne) está só e em si mesma; está unida ao Verbo, o qual é por natureza vida. Por isso, quando Cristo a chama vivificante, não atribui a ela o poder vivificar tanto como a si mesmo ou ao seu próprio Espírito. Porque por ele o seu próprio corpo é também vivificador, já que o transformou elevando-o a sua própria eficácia; porém a forma nem é compreensível para a mente nem pode expressá-lo a língua, mas somente deve ser honrado com silêncio e com fé, que excede à razão.

São Cirilo de Alexandria, Patriarca de Alexandria (séc. V)

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