sábado, 8 de fevereiro de 2025

33° Sábado Depois Pentecostes

08 de Fevereiro de 2025 (CC) - 26 de Janeiro (CE)
Ss. Xenofontes de Constantinopla, Maria, sua esposa 
e seus filhos, Arcádio e João († séc. VI)
Tom 2


Deus dirigia a Sua palavra chamando em especial aos ricos: 
«Manda aos ricos deste mundo que não sejam altivos, nem ponham a esperança na incerteza das riquezas, mas em Deus, que abundantemente nos dá todas as coisas para delas usufruirmos; que façam bem, enriqueçam em boas obras, repartam de boa mente, e sejam comunicáveis» (1Tm 6, 17-18). 
Este preceito divino Xenofontes o cumpriu durante toda a sua vida, juntamente com Maria, sua esposa, e seus filhos Arcádio e João. A família vivia em Constantinopla, no tempo de Justino e desfrutava de boa posição econômica.  
O Santo sempre tinha a porta de sua casa aberta para socorrer aos pobres, e sua família também compartilhava deste grande espírito de filantropia. Acolhiam aos órfãos, despendendo grandes somas em dinheiro para libertar os escravos. Desejando que seus filhos fossem instruídos nas leis, Xenofontes os enviou às escolas em Beirute para estudar. No caminho, porém, suas vidas corriam perigo e, por este inconveniente, decidiram ir mudar de direção e ir para Jerusalém onde foram consagrados à vida monástica. Ao tomar conhecimento do que havia ocorrido com seus filhos, Xenofontes e sua esposa agradeceram e glorificaram a Deus e, repartindo os seus bens com os mais necessitados, partiram também para Jerusalém. São Xenofontes foi também consagrado à vida monástica e, retirou-se depois , com sua esposa Maria a um monastério no deserto, onde passaram a viver uma vida de verdadeira ascese. Maria também escolheu o mesmo caminho, tornando-se monja num monastério para mulheres. Os santos viveram ainda por muito tempo nos respectivos monastérios, entregando em paz suas almas a Deus.  

Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

2 Timóteo 2:11-19

Palavra fiel é esta: que, se morrermos com ele, também com ele viveremos; Se sofrermos, também com ele reinaremos; se o negarmos, também ele nos negará; Se formos infiéis, ele permanece fiel; não pode negar-se a si mesmo. Traze estas coisas à memória, ordenando-lhes diante do Senhor que não tenham contendas de palavras, que para nada aproveitam e são para perversão dos ouvintes. Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade. Mas evita os falatórios profanos, porque produzirão maior impiedade. E a palavra desses roerá como gangrena; entre os quais são Himeneu e Fileto; Os quais se desviaram da verdade, dizendo que a ressurreição era já feita, e perverteram a fé de alguns. Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus, e qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniqüidade.

Lucas 18:2-8

O Senhor falou esta parábola: Havia numa cidade um certo juiz, que nem a Deus temia, nem respeitava o homem. Havia também, naquela mesma cidade, uma certa viúva, que ia ter com ele, dizendo: Faze-me justiça contra o meu adversário. E por algum tempo não quis atendê-la; mas depois disse consigo: Ainda que não temo a Deus, nem respeito os homens, todavia, como esta viúva me molesta, hei de fazer-lhe justiça, para que enfim não volte, e me importune muito. E disse o Senhor: Ouvi o que diz o injusto juiz. E Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele de dia e de noite, ainda que lhes pareça tardio? Digo-vos que depressa lhes fará justiça. Quando, porém, vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra?

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ENSINO DOS SANTOS PADRES


“Imitemos a Paciência do Senhor e Pai”

Esta virtude (a paciência) nós a temos em comum com Deus. Dele teve princípio, dele procede a sua excelência e dignidade. A grandeza desta virtude procede de Deus como de seu autor, e o que Deus ama o homem também deve amá-lo. A divina majestade recomenda o bem que ama. Se tememos a Deus por Senhor e Pai, imitemos a paciência ao mesmo tempo do Senhor e Pai; porque é muito justo que os servos sejam obedientes e que os filhos não se desencaminhem de seus pais.

Qual e quão grande será a paciência de Deus que, suportando com infinita tolerância os templos profanos, os ídolos terrenos e os santuários sacrílegos erigidos por homens como um ultraje a sua majestade e a sua honra, e continua fazendo erguer-se o sol sobre bons e maus, e quando a chuva encharca a terra ninguém fica excluído de seus benefícios, mas envia indistintamente as chuvas igualmente sobre os justos e os injustos.

E mesmo quando é provocado por frequentes, ou melhor, contínuas ofensas, refreia a sua indignação e espera pacientemente o dia da retribuição estabelecido de uma vez para sempre; e podendo vingar-se, prefere proteger-se longo tempo na paciência, aguentando benignamente e protelando, na eventualidade de que a malícia, largamente prolongada, acabe finalmente mudando, e o homem, depois de ter sido joguete do erro e do crime, embora tarde, converta-se ao Senhor, escutando a exortação do Senhor que diz: não quer a morte do pecador, mas que se converta e viva, e clamando pela boca de outro profeta: Voltai ao Senhor vosso Deus, porque ele é misericordioso e piedoso, benigno e compassivo, e suspende a sentença dada contra as iniquidades.

São Paulo ao recordá-lo exorta: desprezas as riquezas da sua bondade, tolerância e longanimidade, desconhecendo que a bondade de Deus te convida ao arrependimento? Mas pela tua obstinação e coração impenitente vais acumulando ira contra ti, para o dia da cólera e da revelação do justo juízo de Deus, que retribuirá a cada um segundo as suas obras. Chama justo o juízo de Deus, porque vem tarde; porque retarda por muito tempo, porque a paciência de Deus dá oportunidade ao homem de entrar no caminho de sua salvação.

O Senhor nunca chega a castigar o pecador, até que a penitência já não possa ser de seu proveito. E para que melhor possamos compreender que a paciência é coisa de Deus e que todos os sofredores, pacientes e mansos imitam a Deus Pai, o Senhor, quando no seu Evangelho nos deu salutares preceitos e quando instruía aos seus discípulos com suas divinas exortações, disse: 

"Tende ouvido o que foi dito: Amarás o teu próximo e poderás odiar o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos maltratam e perseguem. Deste modo sereis os filhos de vosso Pai do céu, pois ele faz nascer o sol tanto sobre os maus como sobre os bons, e faz chover sobre os justos e sobre os injustos. Se amais somente os que vos amam, que recompensa tereis? Não fazem assim os próprios publicanos? Se saudais apenas vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Não fazem isto também os pagãos? Portanto, sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito."

São Cipriano, Bispo de Cartago (Séc. 3)

Fonte: Lecionário Patrístico Dominical

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