terça-feira, 30 de junho de 2015

5ª Terça-feira Depois de Pentecostes

30 de Junho de 2015 (CC) / 17 de Junho (CE)
Ss, Hipácio, Abade; 
Aetius, o eunuco batizado por S.  Felipe, Diácono (Séc. I)).
Jejum dos Apóstolos (peixe, azeite e vinho permitidos)
Modo 3




No subúrbio de Calcedônia, conhecido como «La Encina», que deu seu nome ao infame pseudo-sínodo que condenou São João Crisóstomo, certo funcionário consular, de nome Rufino, construiu uma igreja dedicada a São Pedro e São Paulo e, junto dela, um monastério. A comunidade monástica que ali viveu e que da assistência à igreja, teve o seu período de prosperidade, mas a morte do fundador causou a dispersão dos monges ficando, tanto o monastério como a igreja, abandonados e, logo conhecidos popularmente como abrigo de fantasmas e almas penadas. Como ninguém se atrevesse a entrar lá, os edifícios permaneceram abandonados por muitos anos, até que um santo asceta chamado Hipácio e seus dois companheiros, Timóteo e Mosquion, decidissem ocupá-los, depois de uma viagem a Bithynia que fizeram em busca de um lugar onde pudessem viver retirados. Habitando aquelas ruínas, em pouco tempo começou a chegar os discípulos, reunindo muito rapidamente uma grande comunidade que empreendeu a recuperação da igreja e do monastério. Hipácio governou o monastério por muitos anos e, depois de sua morte, o local recebeu o seu nome. A vida de Santo Hipácio chegou até nossos dias sob a forma de uma biografia escrita por Callinicos. Segundo o biógrafo, São Hipácio nasceu em Frigia, tendo sido educado por seu pai que pretendia que seu filho seguisse os seus passos. No entanto, Hipácio sempre se mostrou inclinado para a vida religiosa. Com dezoito anos de idade, depois de uma impiedosa surra que recebeu de seu pai, fugiu de casa indo para a Trácia. Lá trabalhou como pastor de ovelhas por um longo tempo. Um sacerdote que o ouviu cantar ficou impressionado com ele e passou a ensiná-lo os Salmos e Cânticos. Aconselhado por aquele sacerdote, ao que parece, Hipácio juntou-se a um solitário ex-soldado chamado Jonas, com quem viveu entregue a oração e a penitência tão rigorosa que, segundo se conta, algumas vezes os dois se abstinham de comer ou beber durante quarenta dias consecutivos. 
Mais tarde, Jonas e Hipácio se transferiram para Constantinopla, onde Jonas passou a viver. Hipácio atravessou mais uma vez o Estreito, em direção a Ásia Menor e, instalado nas ruínas do monastério de Rufino, empreendeu uma missão para fazer reviver a prática da religião. Lá ele chegou a dirigir uma grande comunidade de monges, tendo sido um grande defensor da ortodoxia. Ainda antes que os erros de Nestório fossem condenados pela Igreja o abade ordenou que o nome daquele hierarca fosse apagado dos livros oficiais de sua igreja, sob os protestos do bispo Eulálio de Calcedônia. Quando Santo Alexandre Akimetes e seus monges fugiram de Constantinopla para Bithynia, foi Hipácio quem lhes deu generosa hospitalidade em seu monastério. Santo Hipácio, conhecido como «o estudioso de Cristo», ficou conhecido e famoso por seus milagres e profecias. Morreu, segundo consta, em meados do V século, com a idade de oitenta anos.



  

Tropário da Ressurreição
Alegrem-se os Céus/ e exulte a terra,/ pois o Senhor mostrou a força de Seu braço,/ vencendo a morte pela morte./ Ele Que é o Primogênito dentre os mortos/ arrancou-nos das profundezas do Inferno,/ e concedeu ao mundo// a Sua infinita misericórdia.

Kondákion da Ressurreição
Hoje, Tu, ó Compassivo, ressuscitaste do túmulo,/ e nos conduziste para fora dos portões da morte./ Hoje Adão dança de alegria e Eva rejubila,/ e com eles os Profetas e os Patriarcas louvam sem cessar// o divino poder de Tua autoridade.

Prokímenon

Cantai louvores ao nosso Deus, cantai louvores!
Cantai louvores ao nosso Rei, cantai louvores! (Sl. 46:6)

Aplaudi com as mãos, todos os povos; 
cantai a Deus com voz de triunfo (Sl. 46:1)

Romanos 14:9-18

9 Porque foi para isto mesmo que Cristo morreu e tornou a viver, para ser Senhor tanto de mortos como de vivos. 10 Mas tu, por que julgas teu irmão? Ou tu, também, por que desprezas teu irmão? Pois todos havemos de comparecer ante o tribunal de Deus. 11 Porque está escrito: Por minha vida, diz o Senhor, diante de mim se dobrará todo joelho, e toda língua louvará a Deus. 12 Assim, pois, cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus. 13 Portanto não nos julguemos mais uns aos outros; antes o seja o vosso propósito não pôr tropeço ou escândalo ao vosso irmão. 14 Eu sei, e estou certo no Senhor Jesus, que nada é de si mesmo imundo a não ser para aquele que assim o considera; para esse é imundo. 15 Pois, se pela tua comida se entristece teu irmão, já não andas segundo o amor. Não faças perecer por causa da tua comida aquele por quem Cristo morreu. 16 Não seja pois censurado o vosso bem; 17 porque o reino de Deus não consiste no comer e no beber, mas na justiça, na paz, e na alegria no Espírito Santo. 18 Pois quem nisso serve a Cristo agradável é a Deus e aceito aos homens.

ALELUIA

Aleluia, aleluia, aleluia!
Junto de Ti, Senhor, me refugiei; 

não seja eu confundido para sempre, por tua justiça, livra-me!

Aleluia, aleluia, aleluia!
Sê para mim um Deus protetor 

e uma casa de refúgio que me abrigue. 


Aleluia, aleluia, aleluia!

Mateus 12:14-16, 22-30

14 Os fariseus, porém, saindo dali, tomaram conselho contra ele, para o matarem. 15 Jesus, percebendo isso, retirou-se dali. Acompanharam-no muitos; e ele curou a todos, 16 e advertiu-lhes que não o dessem a conhecer; 22 Trouxeram-lhe então um endemoninhado cego e mudo; e ele o curou, de modo que o mudo falava e via. 23 E toda a multidão, maravilhada, dizia: É este, porventura, o Filho de Davi? 24 Mas os fariseus, ouvindo isto, disseram: Este não expulsa os demônios senão por Belzebu, príncipe dos demônios. 25 Jesus, porém, conhecendo-lhes os pensamentos, disse-lhes: Todo reino dividido contra si mesmo é devastado; e toda cidade, ou casa, dividida contra si mesma não subsistirá. 26 Ora, se Satanás expulsa a Satanás, está dividido contra si mesmo; como subsistirá, pois, o seus reino? 27 E, se eu expulso os demônios por Belzebu, por quem os expulsam os vossos filhos? Por isso, eles mesmos serão os vossos juízes. 28 Mas, se é pelo Espírito de Deus que eu expulso os demônios, logo é chegado a vós o reino de Deus. 29 Ou, como pode alguém entrar na casa do valente, e roubar-lhe os bens, se primeiro não amarrar o valente? e então lhe saquear a casa. 30 Quem não é comigo é contra mim; e quem comigo não ajunta, espalha.


segunda-feira, 29 de junho de 2015

5ª Segunda-feira Depois de Pentecoste

29 de Junho de 2015 (CC) / 16 de Junho (CE)
São Tikón, Bispo de Amato
Jejum dos Apóstolos (peixe, azeite e vinho permitidos)
Modo 3




Tudo o que podemos dizer sobre São Tikón é que, numa época muito antiga, ocupou a sede episcopal de Amato, lugar onde está localizada agora a cidade de Limassol, em Chipre, e que durante séculos desfrutou de grande veneração pelos habitantes da ilha, a quem lhes chamam o “Milagroso”, e é considerado o padroeiro dos vinicultores. Dois são os pontos da sua vida que seus hagiógrafos destacam sempre: o primeiro, que era filho de um padeiro e, ainda menino, costumava distribuir entre os pobres o pão que seu pai mandava vender. Ao tomar conhecimento do fato, o padeiro ficou muito indignado, mas, ao abrir a porta de seu armazém onde mantinha sua farinha de trigo, ele encontrou, por um milagre, muito mais do que havia guardado, de modo a que as suas perdas foram amplamente recompensadas. O segundo ponto diz respeito ao tempo em que Tikón era bispo. Naquela época, possuía uma pequena vinha, mas não tinha as cepas para plantar. Certo dia apanhou um ramo que outro vinicultor havia jogado fora, considerando que já estivesse seco, e plantou em sua terra. Enquanto plantava, voltou-se para Deus pedindo-lhe que concedesse quatro dons: que a seiva voltasse a circular naquele ramo seco; que aquele ramo produzisse abundantes frutos; que as uvas fossem doces; e que amadurecessem rapidamente. E Deus lhe concedeu, tanto que, desde então, a vinha do bispo Tikón produziu muitos cachos de doces uvas e amadureciam muito antes que quaisquer outras vinhas da região. Por isso é que a festa deste santo é comemorada no dia 16 de junho com a bênção das vinhas, mas apenas na região de Limassol, já que, nas outras regiões de Chipre a colheita é feita somente algumas semanas depois.



  

Tropário da Ressurreição
Alegrem-se os Céus/ e exulte a terra,/ pois o Senhor mostrou a força de Seu braço,/ vencendo a morte pela morte./ Ele Que é o Primogênito dentre os mortos/ arrancou-nos das profundezas do Inferno,/ e concedeu ao mundo// a Sua infinita misericórdia.

Kondákion da Ressurreição
Hoje, Tu, ó Compassivo, ressuscitaste do túmulo,/ e nos conduziste para fora dos portões da morte./ Hoje Adão dança de alegria e Eva rejubila,/ e com eles os Profetas e os Patriarcas louvam sem cessar// o divino poder de Tua autoridade.

Prokímenon

Cantai louvores ao nosso Deus, cantai louvores!
Cantai louvores ao nosso Rei, cantai louvores! (Sl. 46:6)

Aplaudi com as mãos, todos os povos; 
cantai a Deus com voz de triunfo (Sl. 46:1)


Romanos 12:4-5, 15-21

4 Pois assim como em um corpo temos muitos membros, e nem todos os membros têm a mesma função, 5 assim nós, embora muitos, somos um só corpo em Cristo, e individualmente uns dos outros. 15 alegrai-vos com os que se alegram; chorai com os que choram; 16 sede unânimes entre vós; não ambicioneis coisas altivas mas acomodai-vos às humildes; não sejais sábios aos vossos olhos; 17 a ninguém torneis mal por mal; procurai as coisas dignas, perante todos os homens. 18 Se for possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens. 19 Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira de Deus, porque está escrito: Minha é a vingança, eu retribuirei, diz o Senhor. 20 Antes, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto amontoarás brasas de fogo sobre a sua cabeça. 21 Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem.

ALELUIA

Aleluia, aleluia, aleluia!
Junto de Ti, Senhor, me refugiei; 

não seja eu confundido para sempre, por tua justiça, livra-me!

Aleluia, aleluia, aleluia!
Sê para mim um Deus protetor 

e uma casa de refúgio que me abrigue. 


Aleluia, aleluia, aleluia!  

Mateus 12:9-13

9 Partindo dali, entrou Jesus na sinagoga deles. 10 E eis que estava ali um homem que tinha uma das mãos atrofiadas; e eles, para poderem acusar a Jesus, o interrogaram, dizendo: É lícito curar nos sábados? 11 E ele lhes disse: Qual dentre vós será o homem que, tendo uma só ovelha, se num sábado ela cair numa cova, não há de lançar mão dela, e tirá-la? 12 Ora, quanto mais vale um homem do que uma ovelha! Portanto, é lícito fazer bem nos sábados. 13 Então disse àquele homem: estende a tua mão. E ele a estendeu, e lhe foi restituída sã como a outra.   
  

domingo, 28 de junho de 2015

4º Domingo Depois de Pentecostes

4º DOMINGO DE SÃO MATEUS
28 de Junho de 2015 (CC) / 15 de Junho (CE)
Ss. Profeta Amós; Estêvão, o Discípulo; Jerônimo de Stridona; 
Jonas, Metropolita de Moscoú e de toda Rússia; 
Lázaro Príncipe da Sérvia, Santo Mártir Tatiano Doulas;
Bem-aventurado Agostinho, Bispo de Hypona.
Jejum dos Apóstolos (peixe, azeite e vinho permitidos)
Modo 3




O Santo Profeta Amós
Amós nasceu na vila de Tecua próximo a Belém. Ele era de origem e vida simples. Amós era um pastor de suínos que trabalhava para um homem rico de Jerusalém. Mas Deus que não olha quem é quem pela aparência externa, mas, sim, pela pureza de seu coração, e que tomou tanto Moisés como Davi de suas ovelhas e os designou como líderes do povo; escolheu este Amós como um de Seus profetas.  
Amós reprovou o rei Uzias e seus sacerdotes pagãos por causa da idolatria que eles praticavam e incentivavam, e dissuadiu o povo da adoração aos bezerros de ouro em Betel, ensinando-os a adorar o Único Deus Vivo. Quando o chefe dos sacerdotes pagãos perseguiu Amós, este profetizou que os Assírios iriam conquistar Israel, que eles iriam matar o rei e os filhos de Amazias e que os soldados assírios violentariam a esposa de Amazia perante seus próprios olhos porque ele levara o povo ao adultério com os ídolos. O filho do sacerdote pagão golpeou o profeta na face com sua vara com tanta força que Amós caiu. Quase morto, Amós foi levado para sua vila de Tecua, onde rendeu sua santa alma a Deus. Amós viveu no oitavo século antes de Cristo. Tudo que ele profetizou acerca de Israel, do Rei Amazias e de sua casa, cumpriu-se.

O Venerável Mártir Doulas
Doulas viveu uma santa vida em um mosteiro no Egito. Um de seus irmãos, cheio de inveja, o acusou de sacrilégio, de roubo de artigos eclesiásticos. Assim, removeram o hábito do inocente Doulas e lhe entregaram ao príncipe para julgamento. O príncipe ordenou que Doulas fosse açoitado e quis cortar suas mãos de acordo com a lei para tal crime, mas, naquele momento, seu irmão se arrependeu e declarou a inocência de Doulas. Após vinte anos de exílio e humilhação, Doulas voltou a seu mosteiro e, no terceiro dia, repousou no Senhor. Seu corpo desapareceu de forma misteriosa. 

O Santo Mártir Lazar (Lázaro), Príncipe Sérvio
Lazar era um dos nobres Sérvios que governaram o Império Sérvio após a morte do Tsar Dushan. E com a morte do Tsar Ursoh, o Patriarca Éfrem coroou Lazar como Rei Sérvio. Lazar mandou uma delegação a Constantinopla com o monge Isaías para implorar ao Patriarca para remover o anátema do povo sérvio. 
Lazar lutou contra as forças turcas em diversas ocasiões. Finalmente, sucumbiu (lutando) no campo de Kosovo Polje (Pássaro Negro) em 15 de Junho de 1389 contra o Imperador Turco Amurat, por quem foi decapitado. Seu corpo foi transladado e enterrado em Ravanica, em sua igreja memorial (Zaduzbina), próxima a Cuprija e mais tarde foi transladado para Ravanica em Srem e de lá, durante a Segunda Guerra Mundial (1942) foi transladado a Belgrado e colocado na Catedral de São Miguel Arcanjo. Em 1989, pela ocasião do aniversário de seiscentos anos de seu martírio, as relíquias de São Lazar foram novamente transladadas para o mosteiro de Ravanica em Cuprija). São Lazar restaurou os mosteiros de Hilendar (Mt. Athos) e Gornjak. Ele construiu Ravanica e Lazarica (em Krusevac) e foi um benfeitor do mosteiro russo de São Panteleon (Mt. Athos) como bem muitas outras igrejas e mosteiros. Seu corpo permanece incorrupto até hoje e estende conforto a todos àqueles que pedem sua intercessão.

O Bem Aventurado Agostinho, Bispo de Hipona
Agostinho converteu-se do paganismo ao Cristianismo, graças aos conselhos, lágrimas e orações de sua mãe Mônica. Ele foi um grande mestre da Igreja e um influente escritor, no entanto, alguns dos seus ensinamentos foram rejeitados pela Igreja. Apesar de cometer erros teológicos, Agostinho desenvolveu uma vida muito piedosa e, como bispo de Hipona, glorificou o Senhor por 35 anos, e faleceu com 76 anos de vida na terra (354-430).






MATINAS (IV)


Lucas 24:1-12

1 Mas já no primeiro dia da semana, bem de madrugada, foram elas ao sepulcro, levando as especiarias que tinham preparado. 2 E acharam a pedra revolvida do sepulcro. 3 Entrando, porém, não acharam o corpo do Senhor Jesus. 4 E, estando elas perplexas a esse respeito, eis que lhes apareceram dois varões em vestes resplandecentes; 5 e ficando elas atemorizadas e abaixando o rosto para o chão, eles lhes disseram: Por que buscais entre os mortos aquele que vive? 6 Ele não está aqui, mas ressurgiu. Lembrai-vos de como vos falou, estando ainda na Galileia. 7 dizendo: Importa que o Filho do homem seja entregue nas mãos de homens pecadores, e seja crucificado, e ao terceiro dia ressurja. 8 Lembraram-se, então, das suas palavras; 9 e, voltando do sepulcro, anunciaram todas estas coisas aos onze e a todos os demais. 10 E eram Maria Madalena, e Joana, e Maria, mãe de Tiago; também as outras que estavam com elas relataram estas coisas aos apóstolos. 11 E pareceram-lhes como um delírio as palavras das mulheres e não lhes deram crédito. 12 Mas Pedro, levantando-se, correu ao sepulcro; e, abaixando-se, viu somente os panos de linho; e retirou-se, admirando consigo o que havia acontecido.   


LITURGIA

Tropárion da Ressurreição
Alegrem-se os Céus/ e exulte a terra,/ pois o Senhor mostrou a força de Seu braço,/ vencendo a morte pela morte./ Ele Que É o Primogênito dentre os mortos/ arrancou-nos das profundezas do Inferno,// e concedeu ao mundo a Sua infinita misericórdia.

Kondákion da Ressurreição
Hoje, Tu, ó Compassivo, ressuscitaste do túmulo,/ e nos conduziste para fora dos portões da morte./ Hoje Adão dança de alegria e Eva rejubila,/ e com eles os Profetas e os Patriarcas louvam sem cessar// o divino poder de Tua autoridade.

Tropárion do Santo Profeta Amós Modo 2
Ao celebrarmos a memória do Teu profeta Amós, ó Senhor,/ nós Te suplicamos:// Por suas orações salves as nossas almas.

Tropárion de São Lazar Modo 3
Desejando a beleza da glória de Deus, / a Ele te tornaste aprazível/ mesmo ainda estando nesta vida terrena/ e por tuas boas obras/ se multiplicaram os talentos que te foram confiados. / Depois de muito padeceres/ até ao derramamento do teu próprio sangue, / recebeste de Cristo a coroa do martírio./ Em tuas orações, ó Lazar,// suplica a Deus que salve as nossas almas.

Kondáquion do Santo Profeta Amós Modo 4
Tendo purificado o teu coração ardente pelo Espírito,/ ó glorioso Profeta Amós, / recebeste do Alto o dom da profecia,/ e altissonantemente anunciaste às nações:// Este É o nosso Deus, e não há nenhum outro.

Kondáquion de São Lazar Modo 8
Teu rebanho te glorifica como a um valente campeão da verdadeira piedade / e como um glorioso mártir, ó sapientíssimo Lazar./ Já que te foi dada a ousadia de estar perante Cristo, nosso Deus,/ suplica-Lhe que conceda a paz a todos quantos te louvam, / para que possamos exclamar: "Rejubila-te, ó honorável Lazar!"

Prokímenon

Cantai louvores ao nosso Deus, cantai louvores!
Cantai louvores ao nosso Rei, cantai louvores! (Sl. 46:6)

Aplaudi com as mãos, todos os povos; 
cantai a Deus com voz de triunfo (Sl. 46:1)

ROMANOS 6:18-23
18 tendo sido libertos do pecado, fostes feitos servos da justiça. 19 Falo como homem, por causa da fraqueza da vossa carne. Pois assim como apresentastes os vossos membros como servos da impureza e da iniquidade para iniquidade, assim apresentai agora os vossos membros como servos da justiça para santificação. 20 Porque, quando éreis servos do pecado, estáveis livres em relação à justiça. 21 E que fruto tínheis então das coisas de que agora vos envergonhais? pois o fim delas é a morte. 22 Mas agora, libertos do pecado, e feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto para santificação, e por fim a vida eterna. 23 Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus nosso Senhor.   

ALELUIA

Aleluia, aleluia, aleluia!
Junto de Ti, Senhor, me refugiei; 
não seja eu confundido para sempre, 
por Tua justiça, livra-me!

Aleluia, aleluia, aleluia!
Sê para mim um Deus protetor 
e uma casa de refúgio que me abrigue. 

Aleluia, aleluia, aleluia!

MATEUS 8:5-13
5 Tendo Jesus entrado em Cafarnaum, chegou-se a ele um centurião que lhe rogava, dizendo:    6 Senhor, o meu criado jaz em casa paralítico, e horrivelmente atormentado. 7 Respondeu-lhe Jesus: Eu irei, e o curarei. 8 O centurião, porém, replicou-lhe: Senhor, não sou digno de que entres debaixo do meu telhado; mas somente dize uma palavra, e o meu criado há de sarar. 9 Pois também eu sou homem sujeito à autoridade, e tenho soldados às minhas ordens; e digo a este: Vai, e ele vai; e a outro: Vem, e ele vem; e ao meu servo: Faze isto, e ele o faz. 10 Jesus, ouvindo isso, admirou-se, e disse aos que o seguiam: Em verdade vos digo que a ninguém encontrei em Israel com tamanha fé. 11 Também vos digo que muitos virão do oriente e do ocidente, e reclinar-se-ão à mesa de Abraão, Isaque e Jacó, no reino dos céus; 12 mas os filhos do reino serão lançados nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes. 13 Então disse Jesus ao centurião: Vai-te, e te seja feito assim como creste. E naquela mesma hora o seu criado sarou.

Homilia

“A Humilde Fé do Centurião”

Enquanto nos era lido o Evangelho, ouvimos o elogio de nossa fé tendo por base sua humildade. Tendo o Senhor prometido ir à casa do centurião para curar ao seu criado, ele respondeu: Eu não sou digno de que entres em minha morada, mas dizei uma só palavra e ficará curado. Confessando-se indigno, tornou-se digno de que Jesus entrasse, não entre as quatro paredes de sua casa, mas em seu coração. Pois não tivesse falado com tanta fé e humildade, se já não abrigasse em seu coração Àquele a Quem não se cria digno de receber em sua casa. Pequena teria sido a felicidade se o Senhor Jesus tivesse entrado em suas quatro paredes, e não estivesse hospedado em seu coração. Realmente, Jesus, mestre de humildade de palavra e com seu exemplo, também se recostou à mesa na casa de um soberbo fariseu, chamado Simão. Mas, ainda estando recostado em sua casa, o Filho do Homem não encontrava em seu coração onde reclinar Sua cabeça. Estava, pois, o Senhor recostado na casa do fariseu soberbo. Estava em sua casa, como acabo de dizer, porém não estava em seu coração. 

No entanto, não entrou na casa deste centurião, mas se apossou de seu coração. O elogio de sua fé tem como base a humildade. Disse, de fato: Eu não sou digno de que entres em minha morada. E o Senhor: Eu vos digo que nem em Israel encontrei tanta fé (este Israel a que se refere é o segundo a carne). Porque, segundo o espírito, este centurião já era israelita. 

O Senhor veio a Israel segundo a carne, ou seja, aos judeus, para buscar primeiramente ali as ovelhas perdidas. Em cujo povo e de cujo povo ele também tinha assumido o corpo: nem em Israel encontrei tanta fé, afirma Jesus. Nós podemos medir a fé dos homens, porém enquanto homens; Ele que enxergava o interior do homem, Ele a Quem ninguém podia enganar, deu testemunho ao coração daquele homem, ouvindo as palavras de humildade e pronunciando uma sentença de cura.

E o que foi que o levou a semelhante conclusão? Ele disse: 

“Porque eu também estou debaixo da autoridade e tenho soldados às minhas ordens, e digo para um: vai, e ele vai; a outro: vem, e ele vem; e ao meu criado: faz isto, e ele o faz. Sou uma autoridade com súditos às minhas ordens, mas submetido à outra autoridade superior a mim.” 

Portanto – ele reflete –, “se eu, um homem submetido ao poder de outro, tenho o poder de mandar, o que não poderás Tu de Quem depende todo o poder?” E aquele que isto dizia era um pagão, centurião, para ser mais exato. Ali ele se comportava como um soldado, como um soldado com graduação de centurião; submetido à autoridade e constituído em autoridade; obediente como súdito e dando ordens aos seus subordinados. E se bem que o Senhor estava incorporado ao povo judeu, já anunciava que a Igreja haveria de propagar-se por todo o orbe da terra, para a qual mais tarde enviaria aos apóstolos: Ele, apesar de não Ser visto, foi crido pelos pagãos; no entanto, porém visto pelos judeus, por eles foi assassinado.

E assim como o Senhor, sem entrar fisicamente na casa do centurião – ausente com o corpo, Presente com Sua majestade – curou não obstante sua fé e sua família; assim também o Senhor em Pessoa somente esteve corporalmente no povo judeu. Entre os demais povos nem nasceu de uma virgem, nem padeceu, nem percorreu os seus caminhos, nem suportou as penalidades humanas, nem realiza as maravilhas divinas. Nada disto nos outros povos. Contudo, a propósito de Jesus se cumpriu o que se foi dito: Um povo estranho foi meu servo. Mas como, se é um povo estranho? Escutavam-me e me obedeciam. O mundo inteiro ouviu e creu.

Agostinho, Bispo de Hipona


sábado, 27 de junho de 2015

4º Sábado Depois de Pentecostes

27 de Junho de 2015 (CC) / 14 de Junho (CE)
São Metódio, Patriarca de Constantinopla
Jejum dos Apóstolos (peixe, azeite e vinho permitidos)
Modo 2





Os gregos professam uma grande devoção a São Metódio, Patriarca de Constantinopla, devido ao importante papel que desempenhou na luta contra os iconoclastas, por sua decisiva contribuição para a sua derrota final, bem como pela sua resistência heróica diante das perseguições que sofreu e, portanto, é honrado com os títulos do “Confessor” e “o Grande”. 
Metódio, que era natural de Sicília, em Siracusa, sua cidade natal, recebeu uma excelente educação e transferiu-se para Constantinopla com objetivo de obter um posto na corte. Lá, porém, ele conheceu um monge por quem passou a ter um grande afeto e, movido por seu aconselhamento espiritual, decidiu deixar o mundo e entrar para a vida religiosa. Construiu, mais tarde, um monastério na ilha de Kios, e quando apenas começava a formar a sua comunidade, foi chamado à Constantinopla pelo então Patriarca Nicéforo. Em 815, durante a segunda fase das perseguições iconoclastas, sob o reinado de Leão o Armênio, adotou uma atitude bastante firme e corajosa em defesa da veneração às imagens sagradas. Imediatamente após a deposição e exílio de São Nicéforo, Metódio partiu para Roma, provavelmente com a missão de informar ao Papa São Pascoal I, sobre a situação em Constantinopla, permanecendo por lá até a morte do Rei Leão V de Constantinopla. Acalentava-se grande esperança de que o seu sucessor, Miguel, o Tartamudo, fosse ficar favorável aos cristãos e, em 821, São Metódio retornou à Constantinopla com uma carta do Papa São Pascoal ao imperador, na qual solicitava a reposição de São Nicéforo ao trono de Constantinopla. Entretanto, logo que Miguel Tartamudo leu a carta, encheu-se de cólera, acusando Metódio de agitador profissional e de tentar criar sedição, ordenando que fosse banido, após receber uma grande surra. Alega-se que, em vez de baní-lo, foi aprisionado por sete anos numa espécie de túmulo ou mausoléu, juntamente com outros dois ladrões. Um deles morreu logo, mas o santo e seu outro companheiro de infortúnio foram abandonados em sua estreita prisão até que se cumprisse toda a sentença. 
Metódio, ao ser libertado, estava como um esqueleto, mantendo apenas um sopro de vida e, mesmo assim, conservava íntegro o seu espírito. Num curto espaço de tempo, já se encontrava plenamente restabelecido. Teve início, então, uma nova perseguição, patrocinada, desta vez, pelo imperador Teófilo. Metódio foi levado à sua presença e frontalmente acusado de novo de ter se envolvido em atividades subversivas no passado e de ter incitado o papa a escrever a famosa carta. O santo respondeu firmemente que tudo era falso, aproveitando a oportunidade para expressar as suas opiniões sobre o culto às imagens com estas palavras: 
“Se uma imagem tem tão pouco valor aos vossos olhos, e se renegais e condenais as imagens de Cristo, por que, do mesmo modo, não condenais também a veneração às vossas próprias representações? Ao contrário, longe de condenar o culto às vossas imagens, multiplicais continuamente!” 
Com a morte do imperador, em 842, sucedeu-o no trono a sua viúva, Theodora como regente de seu pequeno filho Miguel III. A Imperatriz se declarou favorável à veneração das imagens sagradas, tornando-se sua protetora. Durante um período de 30 anos, portanto, cessaram as perseguições, e os clérigos exilados puderam retornar, as imagens sagradas foram restituídas às igrejas de Constantinopla, e grande foi a alegria entre todos. João, o Gramático, iconoclasta declarado, foi deposto do trono, e São Metódio foi restabelecido em sua cátedra de Constantinopla. 
Entre os principais acontecimentos que marcaram o Patriarcado de São Metódio, destaca-se a realização de um Sínodo em Constantinopla, que ratificou os cânones promulgados pelo Concílio de Nicéia sobre os ícones; a instituição de uma festa da Ortodoxia denominada o “Triunfo da Ortodoxia”, que até os dias atuais é celebrada no primeiro domingo da Grande Quaresma; e o traslado das relíquias de seu predecessor, São Nicéforo, para Constantinopla. Além disso, este período de reconciliação ficou marcado por uma forte disputa entre os monges estuditas, que antes haviam sido os mais fervorosos apoiadores de São Metódio. Ao que parece, a causa destas desavenças teria sido a condenação de certos escritos de São Teodoro, o Estudita, pelo Patriarca. 
Após quatro anos no Trono Patriarcal de Constantinopla, São Metódio morreu, vítima de hidropesía, em 14 de junho de 847. O santo foi um escritor bastante profícuo. Mas, lamentavelmente, das muitas obras de poesia, teologia e controvérsias que lhe são atribuídas, restaram apenas alguns fragmentos que, ainda assim, podem não ser autênticos. No entanto, nos tempos modernos, graças a certas provas manuscritas recentemente descobertas, as autoridades no assunto estão inclinadas a crer que São Metódio seja, de fato, autor de alguns escritos hagiográficos que ainda estão conservados, especialmente “A Vida de São Teófanes”.


Tropárion da Ressurreição
Ó vida Imortal, sofrendo a morte,/ esmagaste o Inferno com o fulgor de Tua Divindade./ E quando fizeste erguer os mortos das profundezas da terra,/ todos os Poderes Celestes Te aclamaram, dizendo:// “Glória a Ti, ó Cristo nosso Deus e Autor da Vida!


Kondákion da Ressurreição
Tu ressuscitaste do túmulo, ó poderosíssimo Salvador,/e com esse poderoso sinal, o Inferno ficou chocado de medo,/e os mortos ressuscitaram./A criação também rejubila em Ti/ e Adão fica inexcedivelmente alegre// e o mundo, ó meu Salvador, canta louvações para Ti, para sempre.

Prokímenon

O Senhor É a minha força e o meu cântico,
porque Ele me salvou. (Sl. 117:14)

O Senhor, castigou-me muito, 
mas não me entregou à morte. (Sl. 117:18)

Romanos 6:11-17

11 Assim também vós considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus. 12 Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para obedecerdes às suas concupiscências; 13 nem tampouco apresenteis os vossos membros ao pecado como instrumentos de iniquidade; mas apresentai-vos a Deus, como redivivos dentre os mortos, e os vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça. 14 Pois o pecado não terá domínio sobre vós, porquanto não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça. 15 Pois quê? Havemos de pecar porque não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça? De modo nenhum. 16 Não sabeis que daquele a quem vos apresentais como servos para lhe obedecer, sois servos desse mesmo a quem obedeceis, seja do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça? 17 Mas graças a Deus que, embora tendo sido servos do pecado, obedecestes de coração à forma de doutrina a que fostes entregues...

ALELUIA

Aleluia, aleluia, aleluia!

O Senhor Te ouça no dia da tribulação; 

Te proteja o Nome do Deus de Jacó!
Aleluia, aleluia, aleluia!

Salva, Senhor, o Teu povo 
e abençoa a Tua herança!
Aleluia, aleluia, aleluia!   

Mateus 8:14-23

14 Ora, tendo Jesus entrado na casa de Pedro, viu a sogra deste de cama; e com febre. 15 E tocou-lhe a mão, e a febre a deixou; então ela se levantou, e o servia. 16 Caída a tarde, trouxeram-lhe muitos endemoninhados; e ele com a sua palavra expulsou os espíritos, e curou todos os enfermos; 17 para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaías: Ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e levou as nossas doenças. 18 Vendo Jesus uma multidão ao redor de si, deu ordem de partir para o outro lado do mar. 19 E, aproximando-se um escriba, disse-lhe: Mestre, seguir-te- ei para onde quer que fores. 20 Respondeu-lhe Jesus: As raposas têm covis, e as aves do céu têm ninhos; mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça. 21 E outro de seus discípulos lhe disse: Senhor, permite-me ir primeiro sepultar meu pai. 22 Jesus, porém, respondeu-lhe: Segue-me, e deixa os mortos sepultar os seus próprios mortos. 23 E, entrando ele no barco, seus discípulos o seguiram. 

sexta-feira, 26 de junho de 2015

4ª Sexta-feira Depois de Pentecoste

26 de Junho de 2015 (CC) / 13 de Junho (CE)
Santa Mártir Aquilina
Jejum dos Apóstolos (estrito)
Modo 2






Nos primórdios do Cristianismo, os fiéis do Oriente professavam grande veneração à Santa Aquilina, e seu nome aparece em quase todos os martirológios. São José, o Hinógrafo, compôs um ofício especial em sua honra com um hino em acróstico, isto é, a primeira letra de cada verso, na sucessão vertical, presta um louvor à santa, que o autor chama a sua mãe espiritual. 
Aquilina era natural de Byblosa, Fenicia, filha de pais cristãos e batizada por Eutálio, bispo daquela diocese. Quando estava com doze anos, teve início a perseguição de Diocleciano, e a menina foi detida e levada perante o juiz Volusiano. Tendo confessado abertamente a sua fé, e quando todas as ameaças resultaram inúteis diante da postura firme e fé inquebrantável da santa, foi esbofeteada pelos soldados, açoitada com chicotes e, por fim, decapitada. A cabeça e o corpo da pequena mártir foram jogados nos campos, longe da cidade. Diz a tradição que um anjo apareceu e, juntou o corpo à cabeça de Aquilina, devoulveu-lhe à vida. No dia seguinte, retornando à cidade, Aquilina se apresentou diante do juiz Volusiano. Este, ao ver a sua vítima viva diante de si, ficou paralisado e mudo de assombro, porém, tão logo se recompôs, ordenou que a menina fosse novamente levada à prisão e decapitada. No dia seguinte, porém, quando os soldados entraram na cela para executar a sentença, encontraram Aquilina morta. O juiz insistiu para que sua ordem fosse levado a cabo. Os soldados executarm então a terrível sentença, decapitando pela segunda vez a menina e,em vez de sangue, do corte brotou leite.

Tropárion da Ressurreição
Ó vida Imortal, sofrendo a morte,/ esmagaste o Inferno com o fulgor de Tua Divindade./ E quando fizeste erguer os mortos das profundezas da terra,/ todos os Poderes Celestes Te aclamaram, dizendo:// “Glória a Ti, ó Cristo nosso Deus e Autor da Vida!



Kondákion da Ressurreição
Tu ressuscitaste do túmulo, ó poderosíssimo Salvador,/e com esse poderoso sinal, o Inferno ficou chocado de medo,/e os mortos ressuscitaram./A criação também rejubila em Ti/ e Adão fica inexcedivelmente alegre// e o mundo, ó meu Salvador, canta louvações para Ti, para sempre.

Prokímenon

O Senhor É a minha força e o meu cântico,
porque Ele me salvou. (Sl. 117:14)

O Senhor, castigou-me muito, 
mas não me entregou à morte. (Sl. 117:18)

Romanos 11:25-36

25 Porque não quero, irmãos, que ignoreis este mistério (para que não presumais de vós mesmos): que o endurecimento veio em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado; 26 e assim todo o Israel será salvo, como está escrito: Virá de Sião o Libertador, e desviará de Jacó as impiedades; 27 e este será o meu pacto com eles, quando eu tirar os seus pecados. 28 Quanto ao evangelho, eles na verdade, são inimigos por causa de vós; mas, quanto à eleição, amados por causa dos pais. 29 Porque os dons e a vocação de Deus são irretratáveis. 30 Pois, assim como vós outrora fostes desobedientes a Deus, mas agora alcançastes misericórdia pela desobediência deles, 31 assim também estes agora foram desobedientes, para também alcançarem misericórdia pela misericórdia a vós demonstrada. 32 Porque Deus encerrou a todos debaixo da desobediência, a fim de usar de misericórdia para com todos. 33 Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos! 34 Pois, quem jamais conheceu a mente do Senhor? ou quem se fez seu conselheiro? 35 Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado? 36 Porque dele, e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém.   



ALELUIA

Aleluia, aleluia, aleluia!

O Senhor Te ouça no dia da tribulação; 

Te proteja o Nome do Deus de Jacó!
Aleluia, aleluia, aleluia!

Salva, Senhor, o Teu povo 
e abençoa a Tua herança!
Aleluia, aleluia, aleluia!

Mateus 12:1-8

1 Naquele tempo passou Jesus pelas searas num dia de sábado; e os seus discípulos, sentindo fome, começaram a colher espigas, e a comer. 2 Os fariseus, vendo isso, disseram-lhe: Eis que os teus discípulos estão fazendo o que não é lícito fazer no sábado. 3 Ele, porém, lhes disse: Acaso não lestes o que fez Davi, quando teve fome, ele e seus companheiros? 4 Como entrou na casa de Deus, e como eles comeram os pães da proposição, que não lhe era lícito comer, nem a seus companheiros, mas somente aos sacerdotes? 5 Ou não lestes na lei que, aos sábados, os sacerdotes no templo violam o sábado, e ficam sem culpa? 6 Digo-vos, porém, que aqui está o que é maior do que o templo. 7 Mas, se vós soubésseis o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifícios, não condenaríeis os inocentes. 8 Porque o Filho do homem até do sábado é o Senhor. 

quinta-feira, 25 de junho de 2015

4ª Quinta-feira Depois de Pentecoste

25 de Junho de 2015 (CC) / 12 de Junho (CE)
Santo Onofre
Jejum dos Apóstolos (peixe, azeite e vinho permitidos)
Modo 2






Entre os muitos eremitas que viveram nos desertos do Egito durante os séculos 4º e 5º, havia um santo varão chamado Onofre. O pouco que se sabe dele vem de um relato atribuído a certo abade Pafnucio, sobre as visitas que fez aos eremitas de Tebaida. Ao que parece, vários dos ascetas que conheceram Pafnucio lhe pediram que escrevesse sobre essa relação, tendo circulado várias versões, sem que por isso a essência da história fosse desvirtuada. Pafnucio empreendeu a peregrinação com o objetivo de estudar a vida eremítica e descobrir se ele mesmo sentia verdadeira inclinação para ela. Com esse propósito, deixou seu monastério e, durante 16 dias, andou pelo deserto, tendo alguns encontros edificantes e algumas aventuras estranhas. No 17º dia, porém, ficou assombrado ao avistar-se com uma criatura que, a primeira vista, pensou ser um animal. “Era uma homem ancião, com os cabelos e as barbas tão longas que tocavam o chão. Tinha o corpo coberto por um pelo espesso como a pele de uma fera, e de seus ombros pendia um manto de folhas”… A aparição de semelhante criatura foi tão assustadora que Pafnucio se bateu em fuga. No entanto, a estranha criatura o chamou, pedindo para que parasse, assegurando-lhe que era mesmo um homem e um servo de Deus. Um pouco receoso, a princípio, Pafnucio se aproximou do desconhecido e, logo os dois se viram envolvidos numa conversação, e Pafnucio descobriu que aquele estranho se chamava Onofre, que tinha sido um monge num monastério onde viveu com muitos outros irmãos e que, seguindo sua inclinação para à vida solitária se retirou para o deserto onde já estava há setenta anos. Em resposta às perguntas de Pafnucio o eremitão admitiu que, em várias ocasiões, tinha padecido de fome e sede, dos rigores do clima e da violência das tentações, mas Deus também lhe havia dado consolos inumeráveis e lhe havia alimentado através de uma palmeira que crescia perto de sua cela. Mais adiante, Onofre conduziu o peregrino até a sua cova (caverna) onde morava e ali passaram o resto do dia em amistosas conversas sobre as coisas santas. De repente, ao cair da tarde, apareceu diante deles uma torta de pão e uma jarra de água e, depois de compartilhar a comida, ambos se sentiram extraordinariamente reconfortados. Durante toda aquela noite Onofre e Pafnucio oraram juntos. No dia seguinte, ao despontar o sol, Pafnucio, alarmado, percebeu que se havia operado uma mudança no eremitão, que estva notavelmente prestes a morrer. Aproximado-se de Onofre para ajudá-lo, este começou a falar: “Nada temas, irmão Pafnucio, o Senhor, em sua infinita misericórdia, te enviou aqui para que me sepultasses”. O visitante sugeriu ao eremita agonizante que ele mesmo ocuparia a sua caverna quando ele partisse. Onofre reagiu, porém, dizendo que isso não era da vontade de Deus. Instantes depois suplicou que lhe encomendassem a alma e também às orações dis fiéis, por quem prometia interceder e, abençoando Pafnucio, se deixou cair por terra entregando a Deus o seu espírito. O visitante lhe preparou uma mortalha com a metade de sua túnica, depositou o corpo no côncavo de uma rocha, cobrindo-o com pedras. Logo que terminou sua tarefa, viu desmoronar diante de si a caverna onde o santo tinha vivido, e desaparecer a palmeira que lhe havia alimentado. Pafnucio compreendeu assim que não devia permanecer por mais tempo naquele lugar e, de pronto, partiu de de retorno.


Tropárion da Ressurreição
Ó vida Imortal, sofrendo a morte,/ esmagaste o Inferno com o fulgor de Tua Divindade./ E quando fizeste erguer os mortos das profundezas da terra,/ todos os Poderes Celestes Te aclamaram, dizendo:// “Glória a Ti, ó Cristo nosso Deus e Autor da Vida!

Tropárion de Santo Onofre Modo 8
Êmulos na carne da vida dos Anjos,
tornastes-vos habitantes do deserto e tesouros celestes,
Santo Onofre esplendor do Egito e São Pedro luminar do Monte Athos.
Por isso cantamos em honra dos vossos ilustres combates.
Glória àquele que vos deu esse poder! Glória àquele que vos coroou!

Kondákion da Ressurreição
Tu ressuscitaste do túmulo, ó poderosíssimo Salvador,/e com esse poderoso sinal, o Inferno ficou chocado de medo,/e os mortos ressuscitaram./A criação também rejubila em Ti/ e Adão fica inexcedivelmente alegre// e o mundo, ó meu Salvador, canta louvações para Ti, para sempre.

Prokímenon

O Senhor É a minha força e o meu cântico,
porque Ele me salvou. (Sl. 117:14)

O Senhor, castigou-me muito, 
mas não me entregou à morte. (Sl. 117:18)

Romanos 11:13-24

13 Mas é a vós, gentios, que falo; e, porquanto sou apóstolo dos gentios, glorifico o meu ministério, 14 para ver se de algum modo posso incitar à emulação os da minha raça e salvar alguns deles. 15 Porque, se a sua rejeição é a reconciliação do mundo, qual será a sua admissão, senão a vida dentre os mortos? 16 Se as primícias são santas, também a massa o é; e se a raiz é santa, também os ramos o são. 17 E se alguns dos ramos foram quebrados, e tu, sendo zambujeiro, foste enxertado no lugar deles e feito participante da raiz e da seiva da oliveira, 18 não te glories contra os ramos; e, se contra eles te gloriares, não és tu que sustentas a raiz, mas a raiz a ti. 19 Dirás então: Os ramos foram quebrados, para que eu fosse enxertado. 20 Está bem; pela sua incredulidade foram quebrados, e tu pela tua fé estás firme. Não te ensoberbeças, mas teme; 21 porque, se Deus não poupou os ramos naturais, não te poupará a ti. 22 Considera pois a bondade e a severidade de Deus: para com os que caíram, severidade; para contigo, a bondade de Deus, se permaneceres nessa bondade; do contrário também tu serás cortado. 23 E ainda eles, se não permanecerem na incredulidade, serão enxertados; porque poderoso é Deus para os enxertar novamente. 24 Pois se tu foste cortado do natural zambujeiro, e contra a natureza enxertado em oliveira legítima, quanto mais não serão enxertados na sua própria oliveira esses que são ramos naturais!

ALELUIA

Aleluia, aleluia, aleluia!

O Senhor Te ouça no dia da tribulação; 

Te proteja o Nome do Deus de Jacó!
Aleluia, aleluia, aleluia!

Salva, Senhor, o Teu povo 
e abençoa a Tua herança!
Aleluia, aleluia, aleluia!   

Mateus 11:27-30

27 Todas as coisas me foram entregues por meu Pai; e ninguém conhece plenamente o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece plenamente o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar. 28 Vinde a mim, todos os que estai cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. 29 Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para as vossas almas. 30 Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo e leve.


COMENTÁRIO

“Vinde a Mim!”

Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados sob o peso de vossos fardos e eu vos darei descanso. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e vós encontrareis descanso para as vossas almas. Vistes maior superabundância de bondade? Percebes a generosidade do convite? Vinde a mim – diz – todos vós que estais cansados e fatigados. Amoroso o convite! Inefável a bondade!

Vinde a mim todos: não somente os que ordenam, mas também os que obedecem; não somente os livres, mas também os escravos; não somente os homens, mas também as mulheres; não somente os jovens, mas também os anciãos; não somente os de corpo são, mas também os aleijados e entrevados, todos – diz – vinde. Tais são, realmente, os dons do Senhor: não conhece diferença entre escravo e livre, nem entre rico e pobre, mas toda esta desigualdade está rejeitada: Vinde – diz – todos vós que estais cansados e fatigados.

Observa a quem ele chama: aos que se esgotaram completamente nas iniquidades, aos que estão oprimidos pelos pecados, aos que nem sequer podem mais levantar a cabeça, aos que estão mortos de vergonha, aos que mais estão privados de confiança para falar. E por que os chama? Não para pedir-lhes conta, nem para estabelecer um tribunal. Então, para quê? Para fazer-lhes descansar de seu cansaço, para tirar-lhes a sua carga pesada.

E será que poderia acontecer algo mais pesado do que o pecado? Este, na realidade, por mais que tantas vezes não o sintamos ou queiramos ocultá-lo das pessoas comuns, é aquele que desperta contra nós o juiz incorruptível que é a nossa consciência, e ela, sempre alerta, vai tornando nossa dor contínua, como um carrasco que dilacera e sufoca a mente, mostrando desta forma a enormidade do pecado. “Aos que estão, pois, oprimidos pelo pecado – diz –, e como sobrecarregados por uma carga, a estes aliviarei agraciando-lhes com o perdão de seus pecados. Unicamente, vinde a mim! Quem será tão de pedra, quem tão teimoso que não obedeça a um convite tão bondoso?

Em seguida, para ensinar-nos também de que modo alivia, acrescenta: Tomai sobre vós o meu jugo. “Entrai, diz, sob o meu jugo. Porém não vos assusteis ao ouvir ‘jugo’, porque este ‘jugo’ nem roça o pescoço nem faz abaixar a cabeça; ao contrário, ensina a pensar nas coisas do alto e forma na verdadeira filosofia.”
Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei: “Unicamente, entrai sob o jugo e aprendei. Aprendei, ou seja: aplicai o ouvido, para poder aprender de mim”. De fato, não vou exigir de vós nada pesado: vós, meus escravos, imitai a mim, vosso amo; vós que sois terra e pó, imitai a mim, feitor do céu e da terra, vosso Criador: Aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração.

Vês a condescendência do Senhor? Vês sua inconcebível bondade? Não nos exigiu algo pesado ou odioso. Realmente, ele não disse: “Aprendei de mim que realizei prodígios, que ressuscitei mortos, que fiz milagres”. Tudo isso era unicamente próprio de seu poder. Então, o quê? Aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e vós encontrareis descanso para as vossas almas. Percebes como são grandes os benefícios e a utilidade deste jugo?

Portanto, o que foi considerado digno de entrar sob este jugo e é capaz de aprender do Senhor a ser manso e humilde de coração, obterá para a sua alma todo o alívio. Este é, realmente, o ponto capital de nossa salvação: quem é possuidor desta virtude, mesmo que esteja unido ao corpo, poderá rivalizar com os poderes incorpóreos e já não ter nada em comum com o presente.

São João Crisóstomo, Patriarca de Constantinopla (séc. V)


quarta-feira, 24 de junho de 2015

4ª Quarta-feira Depois de Pentecoste

24 de Junho de 2015 (CC) / 11 de Junho (CE)
Santo Apóstolo São Bartolomeu
Jejum dos Apóstolos (estrito)
Modo 2


O Santo Apóstolo Bartolomeu (também chamada de Natanael) foi um dos doze apóstolos de Jesus. Após o Pentecostes, tendo recebido, junto com os demais, o Espírito Santo, que desceu sobre eles em forma de línguas de fogo quando se encontravam reunidos no cenáculo com Maria, São Bartolomeu seguiu com o apóstolo Felipe para pregar o Evangelho na Síria e Ásia Menor. Os dois partiram dali, primeiro pregando juntos, depois, se separando, enquanto visitavam várias cidades individualmente. Mais tarde, outra vez juntos, levaram a muita gente a salvação pela fé em Jesus Cristo. 
Durante a passagem por Lidia e Misia, ao difundir as boas novas da Palavra de Deus, sofreram todo o tipo de perseguição, suportaram muitas provações, açoites e tribulações nas mãos dos infiéis. Apesar de tudo isso, porém, seguiram adiante com a tarefa de anunciar o Evangelho e difundir a fé cristã por onde passavam. Numa das aldeias de Lidia encontraram-se com São João, o Teólogo, o Discípulo amado de Cristo, e em sua companhia viajaram par a terra de Frígia. Ao entrar na cidade de Hierápolis, começaram desde logo a anunciar o Evangelho de Cristo. Por esta época, a cidade se encontrava repleta de ídolos que eram adorados por todos os seus habitantes. Entre estas falsas divindades, havia uma víbora para a qual tinham edificado um templo especial. Ali se ofereciam alimentos e outros tantos e variados sacrifícios. Esta gente adorava, igualmente, outras serpentes e víboras. São Felipe e sua irmã se protegeram a si mesmos com orações contra os ataques das víboras, e foram ajudados por São Bartolomeu e São João, o Teólogo que ainda estava com eles neste momento. Todos juntos venceram a serpente com orações poderosas, quais lanças, e com o poder de Cristo as mataram. Depois disso, São João, o Teólogo, separou-se deles deixando-lhes em Hierápolis para que ali anunciassem a Palavra de Deus. Ele seguiu para outras cidades para difundir as jubilosas boas novas do Evangelho de Cristo. Felipe, Bartolomeu e Mariamna permaneceram em Hierápolis, esforçando-se com muito empenho, para expulsar a obscuridade da idolatria, e para que a luz do conhecimento da verdade pudesse brilhar entre os desviados. Dedicaram-se, dia e noite, a este trabalho, ensinando a Palavra de Deus aos incrédulos, instigando aos fracos e encaminhando aos errantes pelo caminho da verdade. 
Nesta cidade, havia um homem de nome Eustáquio, cego há quarenta anos. Os santos apóstolos, valendo-se do poder da oração, recobraram luz aos seus olhos físicos e, pregando a Cristo, iluminaram também a cegueira espiritual da qual era vítima. Depois de batizar Eustáquio, os santos permaneceram por alguns dias em sua casa. A notícia da recuperação da visão ao cego se espalhou logo pela cidade, uma grande multidão acorreu para junto da casa onde estavam. Os santos apóstolos ensinavam a todos que chegavam a boa-nova de Jesus Cristo, conduzindo-os à fé. Muitos enfermos foram levados aos apóstolos e foram curados pela oração e os demônios foram expulsos de tal modo que uma inumerável multidão aderiu à fé, se fazendo batizar. 
A esposa do governador desta cidade, um homem chamado Nicanor, tinha sido mordida por uma serpente e se encontrava enferma, já à beira da morte. Sabendo que os santos apóstolos estavam hospedados na casa de Eustáquio, e que curavam toda espécie de males somente com a palavra, na ausência de seu marido, pediu aos seus servos que a levassem aos encontro dos santos. Ali, recebeu uma dupla cura: a do corpo, atingido pela mordida da serpente; e a do espírito, libertando-se do engano demoníaco ao acolher os ensinamentos dos santos apóstolos e crer em Cristo. 
No seu retorno, o governador foi informado por seus escravos que a sua mulher havia recebido ensinamentos sobre a fé em Cristo de alguns estrangeiros que estavam hospedados na casa de Eustáquio. Furioso, Nicanor mandou que fossem trazidos à sua presença os santos apóstolos e que a casa de Eustáquio fosse queimada. Reuniu depois uma grande multidão de pessoas e, à vista de todos, os três santos, Bartolomeu, Felipe e sua irmã Mariamna, foram arrastados pela cidade, sendo por todos ridicularizados e esbofeteados e, finalmente, colocados na prisão. O governador, então, tomou seu lugar no tribunal da cidade para presidir o julgamento daqueles que pregavam os ensinamentos de Cristo. Apresentaram-se todos os sacerdotes dos ídolos e da serpente que havia sido morta, e expuseram suas queixas contra os santos apóstolos, dizendo: - “Ó senhor, com estes estrangeiros veio a desonra para nossos deuses, porque desde que apareceram em nossa cidade, os altares de nossos grandes deuses foram esquecidos, e as pessoas já não se lembram de oferecer-lhes seus sacrifícios como de costume. Nossa grande deusa, a serpente, foi morta, e a cidade inteira está cheia de iniqüidades, portanto, morte aos feiticeiros! 
O governador ordenou então que Felipe fosse despojado de suas vestes, desconfiado que escondesse por debaixo delas seus mágicos poderes de encanto. Nada encontraram. O mesmo fizeram com Bartolomeu, porém, tampouco encontraram alguma coisa. Quando se aproximaram de Mariamna para fazer o mesmo, despir-lhe de suas vestes deixando seu corpo virginal descoberto, ela se transformou diante de todos, repentinamente, numa chama ardente, pondo em fuga apavorados os ímpios. Os santos apóstolos foram condenados pelo governador à crucifixão. 
O primeiro foi São Felipe; perfuraram-lhe os orifícios entre os ossos do tornozelo por onde passaram cordas, crucificando-o com a cabeça para baixo diante do portal do templo da serpente. Enquanto estava suspenso à cruz, atiravam-lhe pedras. Depois foi a vez do santo Apóstolo Bartolomeu, que foi crucifixado na parede do templo. De repente, um terremoto sacudiu violentamente a terra que se abriu engolindo o governador, os sacerdotes idólatras e um grande número de infiéis. Os que sobreviveram, crentes e pagãos, cheios de temor rogavam aos santos que tivesse piedade deles e suplicasse ao verdadeiro Deus para não permitir que a terra também lhes tragasse. Rapidamente, começaram a retirar da cruz os apóstolos. São Bartolomeu estava crucificado não muito acima do solo e, por isso, pode ser retirado mais depressa. Felipe, porém, estava suspenso muito acima e não pode ser retirado. Era, pois, da vontade de Deus que seu apóstolo, depois dos tormentos, sofrimentos e morte na cruz, passasse da terra ao céu para onde ele mesmo havia dirigido seus passos durante toda a sua vida. Assim, São Felipe orou a Deus por seus inimigos, para que seus pecados fossem perdoados e suas mentes fossem iluminadas para aprenderem o conhecimento da verdade. O Senhor atendeu seu pedido e, imediatamente, a terra trouxe de volta e com vida, as vítimas que haviam sido tragadas, com exceção do governador e dos sacerdotes da serpente. Todos então confessaram e glorificaram em alta voz o poder de Cristo, expressando o desejo de serem batizados. 
Quando se apressavam para retirar Felipe da Cruz, perceberam que este já havia entregue à Deus a sua alma, e desceram seu corpo já desfalecido. Mariamna, sua irmã, que havia, durante todo tempo, presenciado os sofrimentos de irmão Felipe, abraçou-o, beijando com amor o seu corpo, alegrando-se por ele ter sido honrado em sofrer por amor a Cristo. 
São Bartolomeu batizou aos que aderiram ao Senhor, pela fé, e consagrou bispo a Eustáquio. Os cristãos recém convertidos sepultaram, com grande honra, o corpo do santo apóstolo Felipe. No lugar onde o sangue do apóstolo foi derramado cresceu, em três dias, uma videira como sinal de que Felipe estava junto do Senhor, pelo sangue derramado em nome de Cristo. Depois que o corpo de São Felipe foi sepultado, São Bartolomeu e a bem-aventurada virgem Mariamna, permaneceram em Hierápolis por alguns dias mais para consolidar a fé em Cristo da igreja recém formada, separando-se mais tarde. Santa Mariamna foi a Licaonia onde, depois de anunciar triunfalmente a palavra de Deus, repousou no Senhor (comemoração em 7 de fevereiro). São Bartolomeu ainda esteve na Índia onde passou muito tempo trabalhando na pregação do evangelho de Jesus Cristo e, pelas cidades e aldeias por onde passava, curava os doentes e iluminava com sua fé aos pagãos que encontrava. Depois de estabelecer muitas igrejas, traduziu o Evangelho Segundo São Mateus que trazia consigo, para a língua local. Também deixou um Evangelho escrito em hebraico que, um século mais tarde, foi levado para Alexandria pelo filósofo cristão Panteno. 
Da Índia, São Bartolomeu foi para Armênia Maior. Ao chegar neste lugar, os ídolos, ou melhor, os demônios que os habitavam, calaram-se, lamentando com suas últimas palavras, a presença atormentadora de Bartolomeu e que muito logo lhes expulsaria. Na realidade, os espíritos imundos foram expulsos, não só dos ídolos, mas também daquelas pessoas, só com a aproximação do apóstolo e, por isso, muitos se converteram a Cristo. 
Polimio, o rei desta terra, tinha uma filha que estava possuída pelo demônio que exclamava através de seus lábios: “Bartolomeu, também nos expulsarás deste lugar?” O rei, ao ouvir isto, ordenou que Bartolomeu fosse trazido imediatamente à sua casa. Estando já o apóstolo ao lado da jovem possuída, o demônio fugiu naquele instante, deixando livre e curada a filha do rei. Este, desejando demonstrar sua gratidão para com o santo, enviou-lhe camelos carregados de ouro, prata e pedras preciosas raras. O apóstolo, em sua grande humildade, nada conservou do que havia recebido. Devolvendo tudo ao rei, disse: “Eu não busco estas coisas, mas as almas dos homens, para lhes mostrar e conduzi-las à mansão celestial e, assim, me tornar um grande mercador aos olhos do Senhor.” O rei Polimio, impactado com estas palavras e a atitude do apóstolo, passou a crer em Cristo juntamente com toda a sua família, recebendo, ele, a rainha e a filha curada, o batismo pelas mãos do santo apóstolo. O mesmo aconteceu com um grande número de nobres de sua corte e outras pessoas deste lugar e de todos os outros lugares do reino, seguindo o exemplo do seu rei. 
Ao ver o que estava acontecendo, os sacerdotes idólatras ficaram encolerizados contra Bartolomeu, lamentando pela destruição de seus cultos e divindades, a queda da idolatria e o abandono dos templos de onde obtinham seus lucros. Convenceram então o irmão do rei, Astiago, a vingar-se pelas “ofensas” praticadas contras as suas divindades. Astiago, esperando o momento oportuno, apresentou o santo apóstolo na cidade de Albano e o fez crucificar com a cabeça para baixo. O santo apóstolo, por amor a Cristo, padeceu suspenso na cruz sem, no entanto, deixar de proclamar a Palavra de Deus. Com coragem e determinação, firmou seus fiéis na fé, exortando aos descrentes a conhecerem a verdade e a abandonar a obscuridade dos ídolos e dos demônios em direção à luz de Cristo. O tirano se recusou a dar ouvidos às suas palavras e, em vez disso, ordenou que fosse esfolado vivo. O santo, porém, suportando tudo com grande paciência, não se calou, mas seguiu ensinando e glorificando a Deus. Por último, o tirano ordenou que lhes arrancassem a cabeça e que fosse escalpelado. Só então seus lábios se aquietaram, ainda que seu corpo, ao ter sua cabeça retirada, permaneceu fixado à cruz com as pernas para o alto, dando a impressão de estar a caminho do Alto. 
Assim chegou ao final de sua vida terrena o apóstolo de Cristo, Bartolomeu, sofrendo as mais terríveis dores, para a maior glória do Senhor (por volta do ano 90 d.C.). Os fiéis que estavam presentes no momento de seu adormecimento em Cristo, retiraram seu corpo da cruz, juntando sua cabeça e pele e colocando tudo em um caixão e procederam o sepultamento que se deu na cidade de Albano (atual Baku) na Armênia Maior. Através de suas relíquias, os enfermos receberam curas milagrosas, razão pela qual, muitos descrentes foram convertidos para a Igreja Cristã. 
Comemoração de São Bartolomeu: 
Atos 11:19-26, 29-30; Lucas 10:16-21

O Santo Apóstolo Barnabé
Barnabé era um dos Setenta Apóstolos. Ele nasceu em Chipre de pais ricos da tribo de Levi e estudou junto a Saulo com Gamaliel. Primeiramente, Barnabé fora chamado de José, mas os apóstolos então o chamaram Barnabé, Filho da Consolação, porque ele era excepcionalmente capaz de confortar as almas das pessoas. Após a conversão de Saulo, Barnabé foi o primeiro a apresentar Saulo aos apóstolos e após isto, com Paulo (Saulo) e Marcos, pregou o Evangelho em Antioquia e por outros lugares. 
Com toda probabilidade, ele foi o primeiro a pregar em Roma e Milão. Barnabé padeceu na Ilha de Chipre nas mãos dos judeus, e foi sepultado por Marcos além do portão ocidental da cidade de, Salamis com o Evangelho de São Mateus em seu peito que ele, com sua própria mão, havia copiado. Sua sepultura permaneceu desconhecida por séculos e já que muitos recebiam cura de doenças neste sítio, este lugar foi chamado: “O lugar da saúde”. 
No tempo do Imperador Zeno e do Concílio de Calcedônia (451), o apóstolo apareceu ao Arcebispo Antemius, de Chipre, em três noites sucessivas em sonho e revelando-lhe a localização de sua sepultura. Esta aparição do apóstolo ocorreu exatamente no tempo quando Pedro, o Patriarca de Antioquia faminto por poder, quis que a igreja em Chipre estivesse sob a jurisdição de Antioquia. Após a aparição e descoberta das milagrosas relíquias do santo Apóstolo Barnabé, foi estabelecido que a igreja em Chipre, como uma Igreja Apostólica, deveria permanecer sempre independente. Assim, a autocefalia da Igreja em Chipre foi estabelecida. 


Tropárion da Ressurreição
Ó vida Imortal, sofrendo a morte,/ esmagaste o Inferno com o fulgor de Tua Divindade./ E quando fizeste erguer os mortos das profundezas da terra,/ todos os Poderes Celestes Te aclamaram, dizendo:// “Glória a Ti, ó Cristo nosso Deus e Autor da Vida!”

Kondákion da Ressurreição
Tu ressuscitaste do túmulo, ó poderosíssimo Salvador,/e com esse poderoso sinal, o Inferno ficou chocado de medo,/e os mortos ressuscitaram./A criação também rejubila em Ti/ e Adão fica inexcedivelmente alegre// e o mundo, ó meu Salvador, canta louvações para Ti, para sempre.

Prokímenon

O Senhor É a minha força e o meu cântico,
porque Ele me salvou. (Sl. 117:14)

O Senhor, castigou-me muito, 
mas não me entregou à morte. (Sl. 117:18)

Romanos 12:2-12

2 E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus. 3 Porque pela graça que me é dada, digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um. 4 Porque assim como em um corpo temos muitos membros, e nem todos os membros têm a mesma operação, 5 Assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos outros. 6 De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada, se é profecia, seja ela segundo a medida da fé; 7 Se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino; 8 Ou o que exorta, use esse dom em exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade; o que preside, com cuidado; o que exercita misericórdia, com alegria. 9 O amor seja não fingido. Aborrecei o mal e apegai-vos ao bem. 10 Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros. 11 Não sejais vagarosos no cuidado; sede fervorosos no espírito, servindo ao Senhor; 12 Alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração...


ALELUIA

Aleluia, aleluia, aleluia!

O Senhor Te ouça no dia da tribulação; 

Te proteja o Nome do Deus de Jacó!
Aleluia, aleluia, aleluia!

Salva, Senhor, o Teu povo 
e abençoa a Tua herança!
Aleluia, aleluia, aleluia!

Mateus 11:20-26

20 Então começou ele a lançar em rosto às cidades onde se operou a maior parte dos seus prodígios o não se haverem arrependido, dizendo: 21 Ai de ti, Corazim! ai de ti, Betsaida! porque, se em Tiro e em Sidom fossem feitos os prodígios que em vós se fizeram, há muito que se teriam arrependido, com saco e com cinza. 22 Por isso eu vos digo que haverá menos rigor para Tiro e Sidom, no dia do juízo, do que para vós. 23 E tu, Cafarnaum, que te ergues até aos céus, serás abatida até aos infernos; porque, se em Sodoma tivessem sido feitos os prodígios que em ti se operaram, teria ela permanecido até hoje. 24 Eu vos digo, porém, que haverá menos rigor para os de Sodoma, no dia do juízo, do que para ti. 25 Naquele tempo, respondendo Jesus, disse: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos. 26 Sim, ó Pai, porque assim te aprouve.