sábado, 31 de outubro de 2015

22º Sábado Depois de Pentecostes

31 de Outubro de 2015 (CC) / 18 de Outubro (CE)
Santo Apóstolo e Evangelista Lucas
Modo IV





São Lucas era originário da cidade de Antioquia. De nobre procedência, aplicava-se desde sua juventude a progredir na sabedoria e no estudo das ciências e das artes, viajava pelo mundo afora a fim de saciar sua sede de conhecimentos, e se destacava em particular nos domínios da ciência medicinal e na arte pitoresca. Além do grego, conhecia igualmente o hebraico e o sírio. 
Sob o reinado do Imperador Cláudio (aproximadamente 42 d. C.), ao dispensar seus cuidados aos enfermos da região de Tebas em Beócia, depara-se com o Apóstolo Paulo, cujas palavras de fogo o convencem de que a Verdade absoluta que ele tanto buscava se encontrava efetivamente junto aos Discípulos de Jesus Cristo. 
Ele abandona, então, sem hesitar, todos os seus bens e tudo aquilo que o prendia aos erros de seus pais, bem como a medicina dos corpos para se tornar, a exemplo de Paulo, médico das almas. 
Lucas segue o Apóstolo Paulo em suas viagens missionárias, percorrendo sem tréguas as rotas do mundo a fim de proclamar a Evangelho. Ele o acompanha até Roma para sua última viagem. É lá que, sem dúvidas, o Apóstolo Paulo lhe ordena de redigir o terceiro Evangelho, dedicado a Teófilo, governador da Acaia, que se converte ao Cristianismo. 
Um pouco mais tarde, Lucas remete a este mesmo Teófilo os Atos dos Apóstolos. Os Atos dos Apóstolos narram os prodígios realizados pelo Espírito Santo junto aos Apóstolos, desde o Pentecostes até o cativeiro de Paulo em Roma. 
Depois de ter se separado de seu mestre, Lucas retorna à Grécia para ai proclamar o Evangelho. Ele se fixa, novamente, na região de Tebas, onde morre em paz com a idade de oitenta anos. Existe uma tradição da Igreja que diz que São Lucas morreu sofrendo o martírio, suspenso em forma de cruz a uma oliveira pelos idólatras. 
Querendo render glória ao Seu fiel servidor, Deus faz correr de seu túmulo um líquido miraculoso, que curava as doenças dos olhos daqueles que se ungiam com fé. É assim que mesmo depois de sua morte, São Lucas continua a exercer a medicina - cura. 
Muitos e longos anos mais tarde, o Imperador Constâncio, filho do Grande Constantino, faz transportar a relíquia do Santo à Constantinopla pelo intermédio de Santo Artêmio, Duque do Egito. Ele a coloca sob o altar da Igreja dos Santos Apóstolos, junto às relíquias dos Apóstolos André e Timóteo.
Segundo a Tradição, foi São Lucas que, em primeiro lugar, realizou três imagens da Santa Mãe de Deus trazendo em Seus braços o Menino-Deus. Ele os submete à aprovação da Santa Virgem, ainda em vida. Esta acolhe com alegria as santas imagens e diz: “Que a graça d´Aquele, Que por Mim foi gerado, esteja nelas!” 
A partir de então, São Lucas representa, em imagem, os Apóstolos e transmite à Igreja esta piedosa e santa tradição da veneração dos ícones de Cristo e de Seus Santos.

Fonte: Prólogo de Ocrid, 
por São Nicolau Velimirovic, Bispo de Žica e Ocrid
Traduzido do original em sérvio
Extraído do sítio da Eparquia Ortodoxa do Brasil

Leituras Comemorativas de São Lucas 
Matinas: João 21:15-25; 
Liturgia: Colossenses 4:5-9,14,18; Lucas 10:16-21  
Troparion Modo III
Santo Apóstolo e Evangelista Lucas
Roga ao Deus misericordioso
Que perdoe as nossas faltas
E nos conceda a salvação de nossas almas. 
Troparion Modo V
Ó Santo Apóstolo Lucas, digno de todo louvor.
Tu és reconhecido pela Igreja de Cristo
Como aquele que escreveu os Atos dos Apóstolos
E ilustre autor do Evangelho de Cristo.
Nós te louvamos com hinos santos,
Ó Médico que cura as enfermidades humanas,
Os males da natureza e purifica as feridas espirituais:
Roga, incessantemente, por nossas almas.


2 Coríntios 5:1-10

Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus. E por isso também gememos, desejando ser revestidos da nossa habitação, que é do céu; se, todavia, estando vestidos, não formos achados nus. Porque também nós, os que estamos neste tabernáculo, gememos carregados; não porque queremos ser despidos, mas revestidos, para que o mortal seja absorvido pela vida. Ora, quem para isto mesmo nos preparou foi Deus, o qual nos deu também o penhor do Espírito. Por isso estamos sempre de bom ânimo, sabendo que, enquanto estamos no corpo, vivemos ausentes do Senhor (porque andamos por fé, e não por vista). Mas temos confiança e desejamos antes deixar este corpo, para habitar com o Senhor. Pois que muito desejamos também ser-lhe agradáveis, quer presentes, quer ausentes. Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal.

Lucas 6:1-10

E aconteceu que, no segundo sábado após o primeiro, passou pelas searas, e os seus discípulos iam arrancando espigas e, esfregando-as com as mãos, as comiam. E alguns dos fariseus lhes disseram: Por que fazeis o que não é lícito fazer nos sábados? E Jesus, respondendo-lhes, disse: Nunca lestes o que fez Davi quando teve fome, ele e os que com ele estavam? Como entrou na casa de Deus, e tomou os pães da proposição, e os comeu, e deu também aos que estavam com ele, os quais não é lícito comer senão só aos sacerdotes? E dizia-lhes: O Filho do homem é Senhor até do sábado. E aconteceu também noutro sábado, que entrou na sinagoga, e estava ensinando; e havia ali um homem que tinha a mão direita mirrada. E os escribas e fariseus observavam-no, se o curaria no sábado, para acharem de que o acusar. Mas ele bem conhecia os seus pensamentos; e disse ao homem que tinha a mão mirrada: Levanta-te, e fica em pé no meio. E, levantando-se ele, ficou em pé. Então Jesus lhes disse: Uma coisa vos hei de perguntar: É lícito nos sábados fazer bem, ou fazer mal? salvar a vida, ou matar? E, olhando para todos em redor, disse ao homem: Estende a tua mão. E ele assim o fez, e a mão lhe foi restituída sã como a outra.


REFLEXÃO

Sobre o Propósito da Partilha de Dons, Ministérios e Vocações

(…) Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério,
para a edificação do corpo de Cristo (Efésios 4:12)


É por isso que o Espírito Santo partilhou os dons, e fez de uns apóstolos, outros profetas, outros evangelistas e, outros pastores e mestres: para que os santos, os fiéis cristãos, se tornassem perfeitos. 

Assim como em um lar, o serviço e a honra são partilhados, e há o serviço e honra próprios para os pais, honra e serviço próprios a cada filho ou filha adulto e serviço e honra próprios para filhos jovens e servos – e ainda assim todos trabalham juntos para o benefício de todos, assim é na cada de Deus, a Santa Igreja: com cada honra em um serviço correspondente, e as obras de cada um são benéficas a todos. 

Assim, o corpo de Cristo, a Santa Igreja de Deus, é construída de forma sábia e gradual. Cada um dos fiéis, assistido pelos outros, cresce e se desenvolve como um membro desse corpo, cresce e se desenvolve em santidade e pureza, e em medidas e proporções correspondentes a todo o grande corpo. O corpo inteiro, do começo ao fim dos tempos — especialmente desde e encarnação de Deus, o Verbo, na terra até ao Temível Julgamento — é a Santa Igreja de Deus. 

O corpo é digno da imortalidade, a construção é digna de Deus. Os olhos humanos não podem ver de ponta a ponta, e nem a mente humana pode compreender. A construção é feita com materiais selecionados: pedras vivas, olhos e corações, sem dureza ou feiúra, sem corrupção ou mudança. Cada coisa em seu lugar, tudo é mais belo por inteiro e em partes. Aqui está, irmãos, o objetivo da nossa jornada! Aqui está o significado da nossa queimação na fornalha do sofrimento! Aqui está nossa vida, melhor que todos os nossos planos e mais adorável que todos os nossos desejos.

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

22ª Sexta-feira Depois de Pentecostes

30 de Outubro de 2014 (CC) / 17 de Outubro (CE)
S. Profeta Oséias (820 a.C); 
S. Mártir Monge André de Creta (767 d.C); 
Ss. Cosme e Damião da Arábia e seus irmãos Leôncio, Antimos e Eutrópios (Séc. IV)
Modo IV




Oséias era filho de Beeri, da tribo de Issacar. Foi contemporâneo dos santos Profetas Amós (em Israel) e de Isaías e Miquéias (em Judá). Ele profetizou por um período de cerca de 60 anos – desde 785 a. C. até o tempo do cativeiro das dez tribos. Durante o exercício de seu ministério o rei mais importante foi Jeroboão II (o filho de Joás). O Reino do Norte experimentou grande prosperidade em termos materiais. Enquanto isto em Judá (ou Reino do Sul) reinaram Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias (1.1). Mas seu trabalho fora completamente voltado para o Reino do Norte. Muitas vezes no livro aparece o Reino de Israel como Efraim, isto por ser a tribo de Efraim a maior dentre as dez.   
Suas palavras divinamente inspiradas encontram-se em seu livro, que contém catorze capítulos. Repreendeu rigorosamente Israel e Judá por sua idolatria e também predisse a punição de Deus pelos seus pecados, a destruição da Samaria e Israel pela sua apostasia e a misericórdia de Deus pela tribo de Judá. Previu a abolição e o fim dos sacrifícios do Antigo Testamento. Previu a vinda do Senhor e a riqueza dos dons que Ele traria consigo à terra.  
De sua vida pessoal sabe-se que se casou com Gomer que lhe era abertamente infiel, o que levou a divorciar-se formalmente sem que, no entanto, deixasse de amá-la e compadecer-se dela. Este drama pessoal mostrou ao profeta quão duros eram os efeitos da traição espiritual do povo de Israel ao seu Deus, depois que recebeu os mandamentos no Sinai. 
Os nomes "Oséias", "Josué" e "Jesus" são derivados da mesma raiz na língua hebraica. Oséias significa "salvação" ao passo que os nomes "Josué" e "Jesus" significam "O Senhor É a Salvação". 
Oséias viveu até idade muito avançada e repousou em paz.


Os Veneráveis Santos e Anárgiros Cosme e Damião, da Arábia

Os Santos taumaturgos e anárgiros Cosme e Damião da Mesopotâmia nasceram na Ásia Menor. Seu pai, que era pagão, morreu enquanto eles ainda eram crianças, e sua mãe, Teodota, os criou na fé cristã.  
Seguindo o exemplo de vida de sua mãe e em imitação a Nosso Senhor, os gêmeos tornaram-se homens justos e virtuosos. Ao alcançarem a idade  adulta, aprenderam medicina e as artes da cura, e por sua virtude receberam do Espírito Santo o dom de curar as enfermidades do corpo e da alma através de suas orações. Por amor a Deus e ao próximo, eles jamais cobraram por seus serviços, seguindo estritamente o mandamento de Nosso Senhor Jesus Cristo: "Recebestes de graça, de graça dai!" (Mt. 10:8). Eles tratavam até mesmo os animais. A fama dos Santos Cosme e Damião se espalhou por toda a região da Mesopotâmia, e o povo apelidou os irmãos de médicos anárgiros, ou seja, "aqueles que não recebem prata (dinheiro)".  
Certo dia, os santos foram chamados para atender uma senhora acometida de uma doença incurável, de nome Paládia, a quem todos os médicos recusaram-se a tratar. Pela fé, oração e pelos santos dons dos irmãos, o Senhor curou a doença de Paládia, que logo em seguida levantou-se de seu leito, com perfeita saúde, para agradecer a Deus. Desejando recompensar seus médicos de algum modo, em um gesto de gratidão a idosa senhora foi conversar com Damião, e lhe presenteou com três ovos, dizendo "Aceite este pequeno presente em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo". Ao ouvir o nome da Santíssima Trindade, o santo médico não ousou recusar o presente. No entanto, quando Cosme soube o que acontecera, entristeceu-se, pois cria que seu irmão havia quebrado seu voto de caridade.  
Após certo tempo, chegou a hora de São Cosme repousar no Senhor. Em seu leito de morte, ele delcarou que não gostaria de ser enterrado ao lado de seu irmão. Alguns meses depois, São Damião também veio a falecer. Todos os seus amigos e parentes ficaram preocupados, pois não sabiam onde deveriam enterrar São Damião. Porém, pela vontade de Deus, um anjo apareceu aos presentes, dizendo que não houvesse dúvidas se os irmãos deveriam ser enterrados lado a lado, pois São Damião aceitara o presente da velha senhora não como pagamento, mas em respeito ao Nome de Deus e em caridade, para não humilhar a nobre senhora. E assim, os gêmeos foram enterrados lado a lado, em Theremam, Mesopotâmia, atual Síria, no ano de 303 AD.  
Tropário da Festa 
Santos anárgiros e taumaturgos Cosme e Damião,
curai-nos de nossas enfermidades.Concedei-nos gratuitamente,
aquilo que de graça recebestes.   



Colossenses 1:24-29

Regozijo-me agora no que padeço por vós, e na minha carne cumpro o resto das aflições de Cristo, pelo seu corpo, que é a igreja; Da qual eu estou feito ministro segundo a economia de Deus, que me foi concedida para convosco, para cumprir a palavra de Deus; o mistério que esteve oculto desde todos os séculos, e em todas as gerações, e que agora foi manifesto aos seus santos; aos quais Deus quis fazer conhecer quais são as riquezas da glória deste mistério entre os gentios, que é Cristo em vós, esperança da glória; a quem anunciamos, admoestando a todo o homem, e ensinando a todo o homem em toda a sabedoria; para que apresentemos todo o homem perfeito em Jesus Cristo; e para isto também trabalho, combatendo segundo a sua eficácia, que opera em mim poderosamente.

Lucas 9:12-18

12 Ao cair da tarde, os Doze se aproximaram de Jesus e lhe sugeriram: “Despede a multidão para que possam ir aos campos vizinhos e aos povoados, e encontrem alimento e pousada, pois aqui estamos em lugar desabitado”. 13 No entanto, Ele lhes ordenou: “Dai-lhes vós algo com que possam se alimentar”. Mas eles replicaram: “Não temos nada além de cinco pães e dois peixes, a não ser que compremos comida para todo esse povo”. 14 Pois estavam ali reunidos cerca de cinco mil homens. Ele, então, orientou aos seus discípulos: “Fazei-os sentar em grupos de cinqüenta pessoas”. 15 E assim procederam os discípulos, e todos se assentaram. 16 Então, tomando os cinco pães e os dois peixes, e erguendo o olhar em direção ao céu, deu graças e os partiu. Em seguida, entregou-os aos discípulos para que os servissem para toda a multidão. 17 E aconteceu que todas as pessoas se alimentaram até ficarem plenamente satisfeitas, e os discípulos recolheram doze cestos repletos de pedaços que haviam sobrado. Pedro confessa que Jesus é o Cristo 18 Certa ocasião, estava Jesus orando em particular, e com Ele estavam seus discípulos; então lhes indagou: “Quem as multidões afirmam que sou Eu?” 

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

22ª Quinta-feira Depois de Pentecostes

29 de Outubro de 2014 (CC) / 16 de Outubro (CE)
São Longino Centurião, mártir (séc. I)





O Santo Mártir Longino era um centurião, chefe de um regimento de soldados romanos a quem havia sido ordenado levar a cabo a condenação à morte de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Quando Pilatos emitiu a ordem de execução de Jesus por crucifixão, Longino desconhecia de quem se tratava, estando, por isso, presente durante toda esta tragédia. Em sua alma, no entanto, não havia lugar para a hipocrisia dos fariseus, tampouco para a frieza dos soldados romanos. Dirigiu um olhar em profundidade para a Vítima, observou a sua altivez,  a modéstia e a tranquilidade que dela emanava. Logo depois que o Senhor exalou seu último suspiro, viu a queda do templo que se partiu em dois, sentiu a terra tremer sob seus pés, as pedras se partirem, os sepulcros se abrirem, e tudo isto o iluminou ainda mais. Já não tinha nenhuma dúvida em seu interior, e com todas as suas forças, declarou o que todos os que possuem os olhos da alma limpos declaram: «Verdadeiramente este homem era o Filho de Deus». 
Longino aderiu à fé cristã e, resistindo à pressão dos romanos para que a abjurasse, acabou sendo martirizado, morrendo por decapitação.


Troparion do Santo Mártir Longino Modo IV 
Em seu sofrimento, ó Senhor, 
Teu mártir Longinus recebeu  de Ti uma coroa imperecível, ó nosso Deus;
pois, sendo possuidor de Teu poder, aviltou os torturadores 
e esmagou a frágil audácia dos demônios .
Por suas súplicas, salva, ó Deus, as nossas almas. 

Kontakion Modo IV
A Igreja se enche de júbilo 
no dia da comemoração do atleta, sempre memorável, Longinus, clamando:
Tu és a minha força e confirmação, ó Cristo!

Colossenses 1:18-23

E ele é a cabeça do corpo, da igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência. Porque foi do agrado do Pai que toda a plenitude nele habitasse, e que, havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra, como as que estão nos céus. A vós também, que noutro tempo éreis estranhos, e inimigos no entendimento pelas vossas obras más, agora contudo vos reconciliou no corpo da sua carne, pela morte, para perante ele vos apresentar santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis, se, na verdade, permanecerdes fundados e firmes na fé, e não vos moverdes da esperança do evangelho que tendes ouvido, o qual foi pregado a toda criatura que há debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, estou feito ministro.

Lucas 9:7-11

7 O tetrarca Herodes ouviu comentários sobre o que estava ocorrendo e ficou assustado, pois algumas pessoas divulgavam que João havia ressuscitado dos mortos. 8 Outros, alegavam que Elias tinha ressurgido; e outros ainda falavam que um dos profetas do passado havia voltado à vida. 9 Herodes, entretanto, afirmava: “Eu mandei decapitar a João; quem é, pois, este a respeito do qual tenho ouvido tais coisas?” E se empenhava por conhecê-lo. A primeira multiplicação dos pães. 10 Entrementes, ao regressarem os apóstolos, relataram a Jesus tudo quanto tinham realizado. Então Ele os levou consigo, e retiraram-se para uma cidade chamada Betsaida. 11 Contudo, as multidões ficaram sabendo, e o seguiram. Ele as acolheu, e ensinava-lhes acerca do Reino de Deus, e atendia a todos que tinham necessidade de qualquer cura.


COMENTÁRIO




“Aproximemo-nos de Cristo Com Fervor”

Cristo nos deu sua carne para saciar-nos, convidando-nos a uma amizade cada vez mais íntima. Aproximemo-nos, pois, a ele com fervor e com uma ardente caridade, e não incorramos em castigo. Porque quanto maiores forem os benefícios recebidos, mais gravemente seremos castigados se nos fizéssemos indignos de tais benefícios.

Os magos também adoraram este corpo recostado em um presépio. E sendo homens irreligiosos e pagãos, abandonando casa e pátria, percorreram um longo caminho, e, ao chegar, o adoraram com grande temor e tremor. Imitemos ao menos estes estrangeiros, nós que somos cidadãos do céu. Eles realmente se aproximaram com grande temor a um presépio e a uma gruta, sem descobrir nenhuma das coisas que agora te é dado contemplar. Tu, por outro lado, não o enxerga em um presépio, mas sobre um altar; não contemplas a uma mulher que o tem em seus braços, mas ao sacerdote que está de pé em sua presença e ao Espírito, transbordante de riqueza, pairando sobre os dons. Não vês simplesmente, como eles, este mesmo corpo, mas conheces todo o seu poder e sua economia de salvação, e não ignoras nada do que ele fez, pois ao ser iniciado te ensinaram detalhadamente todas estas coisas. Exortemo-nos, pois, mutuamente com um santo temor, e lhe demonstremos uma piedade muito mais profunda que a que exibiram aqueles estrangeiros, para que, não aproximando-nos a ele temerária e desconsideradamente, não tenhamos que esconder o rosto de vergonha.

Digo isto não para que não nos aproximemos, mas para que não nos aproximemos com hesitação. Porque assim como é perigoso aproximar-se com hesitação, assim a não participação nestas místicas ceias significa a fome e a morte. Porque esta mesa é a força de nossa alma, a fonte de unidade de todos nossos pensamentos, a causa de nossa esperança: é esperança, salvação, luz, vida. Se com esta bagagem saíssemos daquele sacrifício, com confiança nos aproximaríamos aos seus átrios sagrados, como se fôssemos armados até os dentes com armadura de ouro.

Talvez falo de coisas futuras? Desde agora este mistério tornou para ti a terra em um céu. Abre, pois, as portas do céu e olha; ou melhor dizendo, abre as portas não do céu, mas do céu dos céus, e então contemplarás o que foi dito. Tudo o que de mais precioso ali existe, vou mostrar-te permanecendo na terra. Porque assim como o mais precioso que existe no palácio real não são os muros nem as coberturas de ouro, mas o rei sentado no trono real, assim também no céu o mais precioso é a pessoa do Rei.

E a pessoa do Rei te é dado contemplá-la já agora na terra, pois não te apresento aos anjos, nem aos arcanjos, nem aos céus, nem aos céus dos céus, mas ao próprio Senhor de todos eles. Compreendes como na terra contemplas o que há de mais precioso? E não somente o vês, mas ainda o tocas; e não somente o tocas, mas também o comes; e depois de tê-lo recebido, regressas para a tua casa. Purifica, portanto, tua alma, prepara teu coração para a recepção destes mistérios.

São João Crisóstomo, Patriarca de Constantinopla (séc. V)



quarta-feira, 28 de outubro de 2015

22ª Quarta-feira Depois de Pentecostes

28 de Outubro de 2015 (CC) / 15 de Outubro (CE)
São Luciano, presbítero da Igreja de Antioquia, hieromártir († 312)
Modo 4




Luciano nasceu em Samosata, na Síria (235-312), de pais cristãos, como ele também o foi desde muito pequeno. Logo depois da morte de seus pais, repartiu sua herança com os pobres, passando a se dedicar ao estudo das Sagradas Escrituras, pois que conservava em seu coração as palavras do apóstolo São Paulo: «Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para ensinar, defender, corrigir e guiar para o bem». Ou seja, toda a Escritura foi inspirada por Deus, sendo por isso proveitosa para ensinar a verdade, comprovar os erros, corrigir aos que pecam e educar na virtude. Tendo alcançado um profundo conhecimento da Santa Escritura, Luciano foi então ordenado sacerdote de Antioquia. Ali ele ensinou com muita dedicação e precisão a divina palavra. Luciano fundou em Antioquia escolas muito concorridas para os estudantes nas quais a doutrina e as virtudes cristãs eram ensinadas e praticadas. Quando tomou conhecimento que em Nicomédia o imperador Diocleciano perseguia e matava cristãos,  Luciano deixou Antioquia seguindo para lá para levar apoio e fortalecer na fé os cristãos que eram submetidos ao martírio. Mas logo foi apanhado e levado à prisão onde foi deixado morrer de fome.

Colossenses 3:17-4:1

E, quanto fizerdes por palavras ou por obras, fazei tudo em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai. Vós, mulheres, estai sujeitas a vossos próprios maridos, como convém no Senhor. Vós, maridos, amai a vossas mulheres, e não vos irriteis contra elas. Vós, filhos, obedecei em tudo a vossos pais, porque isto é agradável ao Senhor. Vós, pais, não irriteis a vossos filhos, para que não percam o ânimo. Vós, servos, obedecei em tudo a vossos senhores segundo a carne, não servindo só na aparência, como para agradar aos homens, mas em simplicidade de coração, temendo a Deus. E tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor, e não aos homens, sabendo que recebereis do Senhor o galardão da herança, porque a Cristo, o Senhor, servis. Vós, senhores, fazei o que for de justiça e eqüidade a vossos servos, sabendo que também tendes um Senhor nos céus.

Lucas 8:22-25

22E aconteceu que, em um daqueles dias, ao entrar no barco, pediu Jesus aos seus discípulos: “Passemos para a outra margem do lago”, e partiram. 23Enquanto navegavam, Ele adormeceu. E abateu-se sobre o lago uma grande tempestade com fortes ventos, de modo que o barco estava sendo inundado, e eles corriam o risco de naufragar. 24Então os discípulos correram para acordá-lo, exclamando: “Mestre! Mestre, estamos a ponto de morrer!” Ele se levantou e repreendeu a tempestade e a violência das águas. Tudo então se acalmou e houve perfeita paz. 25Jesus, no entanto, dirigiu-se aos seus discípulos e indagou: “Onde está a vossa fé?” Mas eles, amedrontados e maravilhados, interrogavam uns aos outros: “Quem é este que até aos ventos e às ondas dá ordens, e eles lhe obedecem?” 

terça-feira, 27 de outubro de 2015

22ª Terça-feira Depois de Pentecostes

27 de Outubro de 2015 (CC) / 1 de Outubro (CE)
Ss. Nazário, Gervásio, Protásio e Celso, mártires († c. 66)
Modo 4





Dos pais de Nazário, Africanos e Perpétua, conta-se que eram discípulos do Apóstolo Paulo, quem os introduziu na fé e os batizou. Nazário ficou orfão muito jovem e, numa sociedade corrompida, os ensinamentos da fé cristã, como os que formaram o jovem Nazário, o protegeu e colocou em destaque as suas virtudes. O Santo manteve-se incorruptível, como dizia o Apóstolo Pedro: 
«… purificando as vossas almas pelo Espírito na obediência à verdade, para o amor fraternal, não fingido; amai-vos ardentemente uns aos outros com um coração puro» (1 Pedro 1:22). 
O Santo não só manteve-se íntegro e honrado como, ao completar 20 anos de idade, vendeu todas as suas propriedades, repartiu o dinheiro com os pobres e iniciou uma peregrinação, pregando a Palavra do Evangelho. 
Indo à Milão, encontrou-se com dois piedosos homens, Gervásio e Protásio e, pregando juntos, os três alcançaram grande êxito, não só entre as pessoas do povo, como nas classes sociais mais altas. Depois disso, Nazário foi à França onde também foi muito bem sucedido em suas pregações.  
Entre aqueles que trouxe à fé estava o jovem Celso, um jovem de profunda fé que acompanhou Nazário de volta à Milão. Lá, encontraram-se com Gervásio e Protásio e também depararam-se com a perseguição aos cristãos por parte do governador Anodinos. Logo foram chamados e forçados a negar sua fé e prestarem adoração aos ídolos, o que se negaram a fazê-lo e, por isso, foram mortos por decapitação.


Colossenses 2:20-3:3

Se, pois, estais mortos com Cristo quanto aos rudimentos do mundo, por que vos carregam ainda de ordenanças, como se vivêsseis no mundo, tais como: Não toques, não proves, não manuseies? As quais coisas todas perecem pelo uso, segundo os preceitos e doutrinas dos homens; as quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humildade, e em disciplina do corpo, mas não são de valor algum senão para a satisfação da carne. Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra; porque já estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus.

Lucas 8:1-3

1Havendo passado esses acontecimentos, caminhava Jesus por todos os povoados e cidades proclamando as boas novas do Reino de Deus, e os Doze estavam com Ele. 2E também algumas mulheres que haviam sido curadas de espíritos malignos e doenças: Maria, conhecida como Madalena, de quem haviam saído sete demônios; 3Joana, esposa de Cuza, administrador da casa de Herodes; Susana e muitas outras. Essas mulheres cooperavam no sustento deles com seus bens. 


COMENTÁRIO

A vida intinerante e sem perspectivas financeiras ou seguranças econômicas que marca a vida terrena do Filho de Deus, não é meramente uma condição peculiar àqueles que decidiram largar tudo para servirem ao Reino de Deus.

Antes, é um sinal da alma e do sentimento que devem nortear a todos quantos  seguem o Cristo de Deus: devemos nos sentir como estrangeiros e peregrinos nesta terra, como se nada possuímos e nada ambicionando deste mundo, pois, não diz a Palavra Divina que a os Ministros do Altar vivem da Fé, mas, sim:

"O justo viverá pela fé" (Hab. 2:4);

Portanto, todo aquele que busca o Reino de Deus e a sua justiça, busca viver por esta Fé, que nos ensina que a fonte do nosso sustento não é o nosso trabalho secular, pois, se este nos faltar, a Fonte não se esgota. E, em outra parte diz:

"Trabalhai, não pelo alimento que se perde, mas pela comida que permanece para a vida eterna" (João 6:27); e, ainda mais:

"Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes". (1 Timóteo 6:8)

Por isto, devemos gastar o mínimo das nossas energias no que "nos dá segurança" neste mundo, para que possamos investir ao máximo as nossas forças naquilo que nos garante a segurança no mundo que há de vir.

Qualquer que rejeita esta orientação de vida, é cego tolo e segue a receita do fracasso existencial, pois edifica sua casa sobre a areia.

Pe. Mateus (Antonio Eça)



ORAÇÃO PARA CONTEMPLAÇÃO

"Senhor, meu coração não se enche de orgulho, meu olhar não se levanta arrogante. Não procuro grandezas, nem coisas superiores a mim. Ao contrário, mantenho em calma e sossego a minha alma, tal como uma criança no seio materno, assim está minha alma repousada em Ti. Israel, põe tua esperança no Senhor, agora e para sempre."

Salmo 130 (131)


segunda-feira, 26 de outubro de 2015

22ª Segunda-feira Depois de Pentecostes

26 de Outubro de 2015 (CC) / 13 de Outubro (CE)
Ss. Carpos, bispo; Pápilos, diácono; Agatonica e Agatodoros, mártires († c.250); 
Benjamín de Pechersk; Santíssimo Ícone da Mãe de Deus de Iveria
Modo 4



Os santos mártires Carpos, bispo de Phiatirea, Pápilos, diácono, Agatodoros e Agatonica, sua irmã, sofreram o martírio por amor a Cristo durante o tempo de perseguição aos cristãos, Sob o imperador Décio, no século III. O governador do distrito onde os santos viveram tomou conhecimento de que Carpos e Pápilos não celebravam as festas pagãs. Deus então ordens para prender os transgressores, não sem antes tentar persuadi-los da veracidade do culto pagão romano. Os santos contestaram que não lhes era apropriado prestar adoração a falsas divindades. O juiz, então, ordenou que fossem acorrentados e conduzidos através da cidade. Em seguida, foram amarrados a cavalos e arrastados até a cidade vizinha de Sardes. Agatodoros e Agatonica seguiram voluntariamente Carpos e Pápilos. Em Sardes, os perseguidores sufocaram Agatonica até a morte e Carpos, Pápilos e Agatodoros foram decapitados. São Pápilos, que durante a vida era conhecido por seu dom de curar os doentes, – após sua morte por martírio, certamente intercede a Deus para que conceda a cura aos que a ele recorrem com fé.



Colossenses 2:13-20

E, quando vós estáveis mortos nos pecados, e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando-vos todas as ofensas, havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz. E, despojando os principados e potestades, os expôs publicamente e deles triunfou em si mesmo. Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados, que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo. Ninguém vos domine a seu bel-prazer com pretexto de humildade e culto dos anjos, envolvendo-se em coisas que não viu; estando debalde inchado na sua carnal compreensão, e não ligado à cabeça, da qual todo o corpo, provido e organizado pelas juntas e ligaduras, vai crescendo em aumento de Deus. Se, pois, estais mortos com Cristo quanto aos rudimentos do mundo, por que vos carregam ainda de ordenanças, como se vivêsseis no mundo, tais como:

Lucas 7:36-50

36Tendo sido convidado por um dos fariseus para jantar, Jesus foi à casa dele e reclinou-se, como era o costume, junto à mesa. 37Assim que tomou conhecimento que Jesus estava reunido à mesa, na casa do fariseu, certa mulher daquela cidade, uma pecadora, trouxe um frasco de alabastro cheio de perfume. 38E, posicionando-se atrás de Jesus, prostrou-se a seus pés e começou a chorar. Suas lágrimas molharam os pés de Jesus, mas ela, em seguida os enxugou com os próprios cabelos, beijou-os e os ungiu com o perfume. 39Diante de tal cena, o fariseu que o havia convidado falou consigo mesmo: “Se este homem fora de fato profeta, bem saberia quem nele está tocando e que espécie de mulher ela é: uma pecadora!” 40Então, voltou-se Jesus para o fariseu e lhe propôs: “Simão, tenho algo para dizer-te”. Ao que ele aquiesceu: “Sim, Mestre, dize-me”. 41“Dois homens deviam a certo credor. Um lhe devia quinhentos denários e o outro, cinquenta. 42Nenhum dos dois tinha com que pagar, por isso o credor decidiu perdoar a dívida de ambos. Qual deles o amará mais?” 43Replicou-lhe Simão: “Imagino que aquele a quem foi perdoada a dívida maior”. Ao que Jesus o congratulou: “Julgaste acertadamente!” 44Então, virou-se em direção à mulher e declarou a Simão: “Vês esta mulher? Entrei em tua casa, e não me trouxeste água para lavar os pés, como é o costume. Esta, porém, molhou os meus pés com suas lágrimas e os enxugou com os próprios cabelos. 45Da mesma maneira, tu não me saudaste com um beijo na face, como é tradicional; ela, todavia, desde que cheguei não cessa de me beijar os pés. 46E mais, tu não me ungiste a cabeça com óleo, como era de se esperar, mas esta mulher, com puro bálsamo, ungiu os meus pés. 47Por tudo isso, te asseguro: o grande amor por ela demonstrado prova que seus muitos pecados já foram todos perdoados. Mas onde há necessidade de pouco perdão, pouco amor é revelado. 48Em seguida, Jesus afirmou à mulher: “Perdoados estão todos os teus pecados!” 49Então, os demais convidados começaram a comentar: “Quem é este que pode até perdoar pecados?” 50E Jesus revela à mulher: “A tua fé te salvou; vai-te em permanente paz”.



COMENTÁRIO


Anfilóquio de Icônio (séc. IV) 

Um fariseu rogava a Jesus que fosse comer com ele. Jesus, entrando na casa do fariseu, recostou-se à mesa. Ó graça inenarrável! Ó inefável bondade! Ele é médico e cura todas as enfermidades, para ser útil a todos: bons e maus, ingratos e agradecidos. Por isso, convidado agora por um fariseu, entra naquela casa que até aquele momento estava repleta de males. Onde quer que morasse um fariseu, ali existia um antro de maldade, uma cova de pecadores, o aposento da arrogância. Mas mesmo que a casa daquele fariseu reunisse todas estas condições, o Senhor não se desfez de aceitar o convite. E com razão. 
Prontamente aceita o convite do fariseu, e o faz com delicadeza, sem reprovar-lhe sua conduta: em primeiro lugar, porque queria santificar os convidados, e também o anfitrião, a sua família e o próprio esplendor dos manjares. Em segundo lugar, aceita o convite do fariseu porque sabia que ampararia a uma meretriz e destacaria seu abrasador e ardente anelo de conversão, para que ela, deplorando seus pecados diante dos letrados e dos fariseus, lhe concedesse oportunidade de ensinar-lhes como se deve aplacar a Deus com lágrimas pelos pecados cometidos. 

E uma mulher da cidade, uma pecadora, diz, colocando-se detrás, junto aos seus pés, chorando, começou a regar-lhe seus pés com suas lágrimas. Louvemos, pois, a esta mulher que alcançou o aplauso de todo o mundo. Ela tocou aqueles pés imaculados, compartindo com João o corpo de Cristo. Na verdade, aquele se apoiou sobre o seu peito, de onde extraiu a doutrina divina; esta, porém, se abraçou naqueles pés que por nós percorriam os caminhos da vida. 

De sua parte, Cristo – que não se pronuncia sobre o pecado, mas louva a penitência; que não castiga o passado, mas sonda o porvir –, omitindo as maldades passadas, honra a mulher, elogia sua conversão, justifica suas lágrimas e premia seu bom propósito; porém, o fariseu, ao ver o milagre fica desorientado e, trabalhado pela inveja, nega-se a admitir a conversão daquela mulher: ainda mais, solta-se em injúrias contra aquela que assim honrava ao Senhor, lança o descrédito contra a dignidade daquele que era honrado, censurando-o de ignorante: Se este fosse profeta, saberia quem é esta mulher que o está tocando. 

Jesus, tomando a palavra, dirige-se ao fariseu embrenhado em tal tipo de murmurações: Simão, tenho algo a dizer-te. Ó graça inefável! Ó inenarrável bondade! Deus e homem dialogam: Cristo apresenta um problema e estabelece uma norma de bondade, para vencer a maldade do fariseu. Ele respondeu: Fala, mestre! Um credor tinha dois devedores. Observa a sabedoria de Deus: nem sequer nomeia a mulher, para que o fariseu não falseie intencionalmente a resposta. Um, diz ele, lhe devia quinhentos denários e o outro cinquenta. Como não tinham com que pagar, ele perdoou aos dois. Perdoou aos que não tinham, não aos que não queriam: uma coisa é não ter e outra muito distinta não querer. Um exemplo: Deus não nos pede outra coisa além da conversão; por isso quer que estejamos sempre alegres e apressemo-nos em acorrer à penitência. Contudo, se tendo vontade de converter-nos, a multidão de nossos pecados revela o impróprio de nosso arrependimento, não porque não queremos, mas porque não podemos, então nos perdoa a dívida. Como não tinham com que pagar, perdoou aos dois. 

Qual dos dois o amará mais? Simão contestou: Suponho que aquele a quem ele perdoou mais. Jesus lhe “disse: Julgaste corretamente. E voltando-se para a mulher, disse a Simão: Vês a esta mulher pecadora, à qual tu rejeitas e à qual eu acolho? Desde que entrou, não deixou de beijar-me os pés. Por isso te digo: seus muitos pecados estão perdoados. Porque tu, ao receber-me como convidado, não me honraste com o ósculo, não me perfumaste com unguento; esta, porém, que alcançou o esquecimento de seus numerosos pecados, honrou-me até com suas lágrimas. 

Portanto, todos os que aqui estão presentes, imitai o que ouvistes e concorrei no pranto desta meretriz. Lavai vosso corpo não com água, mas com lágrimas; não vistais o manto de seda, mas a incontaminada túnica da continência, para que consigais idêntica glória, dando graças ao Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. A ele a glória, a honra e a adoração, com o Pai e o Espírito Santo agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.”

domingo, 25 de outubro de 2015

21º Domingo Depois de Pentecostes

25 de Outubro de 2015 (CC) / 12 de Outubro (CE)
3º DOMINGO DE SÃO LUCAS
Ss. Probo, Táracos e Andrônico, mártires († 304)
Traslado das Santas Relíquias da Santa Cruz 
e da mão direita de S. João batista, de Malta para Gatinha
Modo 4






Os Santos Mártires Probo, Táracos e Andrônico foram martirizados por Cristo no ano 304, na cidade de Tarso da Silícia. 
Diante da proposta dos pagãos para que oferecessem sacrifícios aos ídolos, Táracos, o mais velho dos três, que era militar, respondeu que ele só ofereceria sacrifício ao Único e Verdadeiro Deus. Vendo a firmeza dos santos em confessar a verdadeira fé, o procônsul os entregou para serem torturados. 
«Enquanto o meu corpo padece», – disse São Probo aos idólatras torturadores, «a minha alma é curada e revigorada». Os algozes então passaram a sofisticar ainda mais as suas formas de tortura, tanto quanto o ódio podia fazê-lo, e depois que os santos entregaram suas almas a Deus, os seus corpos foram jogados num lugar distante. Os cristãos recolheram secretamente os restos mortais dos santos dando a eles uma sepultura digna.



Tropário da Ressurreição
As santas mulheres discípulas do Senhor,/ recebendo do Anjo a boa-nova da Ressurreição/ correram orgulhosas/ dizer aos Apóstolos:/ “a morte está vencida,/ pois Cristo nosso Deus ressuscitou,// concedendo ao mundo a Sua infinita misericórdia”.

Kondákion da Ressurreição
Meu Salvador e Libertador,/ como Deus Tu libertaste de suas amarras aqueles nascido na terra,/ e partiste em pedaços os portões do Inferno,/ e ressuscitaste ao terceiro dia// como Mestre.

Tropárion dos Santos Mártires Probus, Táracos e Andrônico Modo V -
As hostes do céu ficaram estarrecidas/ com as punições dos santos mártires. / Porém, em seus corpos mortais, / eles invisivelmente venceram o inimigo incorpóreo, / pelejando com o poder da Cruz. / Agora estão suplicando a Cristo, // que nossas almas encontrem misericórdia.

Kontakion dos Mártires, Modo II
Os valentes guerreiros e mártires de Cristo, / Táraco, Probus e Andrônico, / nos revelaram a glória da Santíssima Trindade; / denunciaram toda a impiedade dos tiranos, // lutando com coragem 

Prokímenon

Ó, Senhor, quão harmoniosas são as Tuas obras!
Feitas, todas, com sabedoria. (Sl. 103:24)

Bendiz ó minha alma ao Senhor, 
Senhor meu Deus, Tu És infinitamente grande! (Sl. 103:1)

Gálatas 2:16-20

Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé em Cristo, e não pelas obras da lei; porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada. Pois, se nós, que procuramos ser justificados em Cristo, nós mesmos também somos achados pecadores, é porventura Cristo ministro do pecado? De maneira nenhuma. Porque, se torno a edificar aquilo que destruí, constituo-me a mim mesmo transgressor. Porque eu, pela lei, estou morto para a lei, para viver para Deus. Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a pela fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim.

Aleluia

Aleluia, aleluia, aleluia!
Cinge a Tua espada, com majestade e esplendor,
cavalga vitorioso, pela causa da verdade e da justiça. 

Aleluia, aleluia, aleluia!
Amaste a justiça e detestaste a iniquidade,
por isso Deus Te ungiu com o óleo da alegria.

Aleluia, aleluia, aleluia!

Lucas 7:11-16

E aconteceu que, no dia seguinte, ele foi à cidade chamada Naim, e com ele iam muitos dos seus discípulos, e uma grande multidão; e, quando chegou perto da porta da cidade, eis que levavam um defunto, filho único de sua mãe, que era viúva; e com ela ia uma grande multidão da cidade. E, vendo-a, o Senhor moveu-se de íntima compaixão por ela, e disse-lhe: Não chores. E, chegando-se, tocou o esquife (e os que o levavam pararam), e disse: Jovem, a ti te digo: Levanta-te. E o que fora defunto assentou-se, e começou a falar. E entregou-o à sua mãe. E de todos se apoderou o temor, e glorificavam a Deus, dizendo: Um grande profeta se levantou entre nós, e Deus visitou o seu povo.



COMENTÁRIOS

Ao ver a viúva, o Senhor Jesus... disse-lhe: Não chores. Cristo, esperança de todos os crentes, chama aos que deixam este mundo não de “mortos”, mas de “adormecidos” ao dizer: Lázaro, meu amigo dorme; o Apóstolo Paulo, por seu lado, não quer que estejamos tristes por causa dos que adormeceram. Por isso, se a nossa fé afirma que todos os que creem em Cristo, conforme a palavra do Evangelho, não morrerão jamais, nós sabemos que eles não estão mortos e que nós mesmos não morremos.

É porque, quando for dado o sinal, à voz do arcanjo e ao som da trombeta de Deus, o próprio Senhor descerá do céu, e os que morreram em Cristo, ressurgirão primeiro. Por conseguinte, que a esperança da ressurreição nos dê coragem, pois voltaremos a ver aqueles que tínhamos perdido. Importa que acreditemos firmemente nele, quer dizer, que obedeçamos aos seus mandamentos, porque com o seu poder supremo ele acorda os mortos mais facilmente do que nós acordamos os que estão dormindo.

Eis o que nós dizemos e, entretanto, não sei por que motivo refugiamo-nos nas lágrimas, e o sentimento do pranto perturba a nossa fé. Ai de nós! A condição do homem é lamentável, e como é vã a nossa vida sem Cristo! Mas tu, ó morte, que tens a crueldade de romper a união dos esposos e de separar os que estão vinculados pela amizade, a tua força está desde já esmagada. Doravante, o teu jugo impiedoso é esmagado por aquele que te ameaçava mediante as palavras do Profeta Oseias: Ó morte, eu serei a tua morte. É por isso que, com o Apóstolo Paulo, lançamos esta provocação: Ó morte, onde está a tua vitória? Ó morte, onde está o teu aguilhão? Aquele que te venceu resgatou-nos, entregou a sua querida alma nas mãos dos ímpios, para fazer deles os seus queridos.

Seria muito longo relembrar tudo o que nas santas Escrituras nos deveria consolar a todos. Que nos baste acreditar na ressurreição e erguer os nossos olhos para a glória do nosso Redentor, porque é nele que nós já somos ressuscitados, como a nossa fé nos faz pensar, conforme a palavra do Apóstolo Paulo: Se morremos por ele, com ele também reviveremos.

São Bráulio de Saragoça (séc. VII)
   




O Verbo de Deus, Criador de todas as coisas, que ao princípio plasmou ao ser humano, encontrou a sua criatura caída pelo pecado; mas de tal maneira o curou em cada um de seus membros para torná-lo tal como ele o tinha plasmado, e reintegrou completamente ao homem o seu estado original, que o deixou completamente preparado para ressuscitar.

E que outro motivo teria ao curar os membros da carne e restituir-lhes seu estado original, a não ser salvar aqueles mesmos membros que tinha curado? Pois se a utilidade que traziam fosse apenas temporal, nada de extraordinário teria concedido para aqueles que ele tinha curado. Ou como podem afirmar que não é digna da vida que dele procede, sendo a mesma carne que dele recebeu a cura? Porque a vida se restitui pela cura, e a incorrupção pela vida. E é o mesmo quem dá a cura e a vida; e o mesmo que dá a vida reveste de incorrupção a sua criatura.

Portanto, que nos digam aqueles que nos contradizem, ou melhor dito, que contradizem sua própria salvação, com que corpo ressuscitaram a filha do sumo sacerdote, e o filho da viúva ao qual carregavam morto junto à porta da cidade, e Lázaro, que já estava quatro dias no sepulcro?

Sem dúvida, com os mesmos (membros) com os quais tinham falecido; pois se não fossem os mesmos corpos, tampouco seriam as mesmas pessoas falecidas aquelas que ressuscitaram. Mas o Evangelho diz que o Senhor tomou a mão do morto e lhe disse: Jovem, te digo, levanta-te. E o morto se sentou, e ele ordenou que se lhe dessem de comer, e o entregou a sua mãe. E chamou a Lázaro com uma forte voz, dizendo: Lázaro, sai para fora! E o morto saiu, atado das mãos e dos pés. Este é um símbolo do homem ligado pelo pecado. Por isso, o Senhor lhe diz: Desatai-o e deixai-o andar.

Assim, aqueles enfermos foram curados nos mesmos membros doentes e os mortos ressuscitados com os seus mesmos corpos, recebendo do Senhor a vida e a cura em seus próprios corpos e membros, o qual é um sinal temporal que preludia o eterno e mostra que é o mesmo aquele que dá a cura a sua criatura e que pode dar novamente a vida.

Deste modo se pode crer sua doutrina acerca da ressurreição, pois de forma semelhante no final dos tempos, quando ressoe a trombeta, os mortos ressuscitarão à voz do Senhor, como ele mesmo disse: Chegará a hora na qual todos os mortos que estão nos sepulcros escutarão a voz do Filho do homem, e sairão os que obraram o bem para a ressurreição da vida, e os que obraram o mal para a ressurreição do juízo.

Santo Irineu de Lyon (séc. VII)


sábado, 24 de outubro de 2015

21º Sábado Depois de Penteostes

24 de Outubro de 2015 (CC) / 11 de Outubro (CE)
Santo Apostólo dos 70, Filipe (séc. I)
Modo 3




Filipe era um dos sete diáconos mencionados no livro dos «Atos dos Apóstolos». Foi um dos escolhidos pelos apóstolos em Jerusalém para assistir e atender aos mais pobres membros da igreja, de modo que a comunidade era unificada entre os Palestinos Nazarenos e os judeus Helenitas que vinham a Jerusalém de outras partes do Império Romano. O diácono também ajudava os apóstolos nos seu deveres de modo a permitir que eles tivessem mais tempo para pregarem. Conforme os “Atos dos Apóstolos” Filipe foi o primeiro Nazareno a pregar na Samaria, convertendo Simão, o Mago (8:5-13) e na volta, na estrada de Jerusalém para Gaza, converteu o tesoureiro da rainha da Etiópia (231:8-9) . Continuando as suas pregações ele se instalou na Cesaréa e ali viveu com suas quatro filhas virgens que são veneradas como santas (21:8-9). São Paulo ficou em sua casa quando visitou a Cesaréa. A tradição dá a ele a honra de bispo de Tralles, Lydia e algumas vezes ele é chamado de «o evangelista» um titulo dado apenas para diferenciá-lo de um outro Filipe, o Apóstolo.



Tropário da Ressurreição
Alegrem-se os Céus/ e exulte a terra,/ pois o Senhor mostrou a força de Seu braço,/ vencendo a morte pela morte./ Ele Que É o Primogênito dentre os mortos/ arrancou-nos das profundezas do Inferno,// e concedeu ao mundo a Sua infinita misericórdia.

Troparion de São Felipe Modo III
Santo Apóstolo e evangelista Filipe 
interceda junto ao misericordioso Deus
Para que Ele nos conceda o perdão
E a salvação das nossas almas.

Kondakion de São Felipe Modo IV
Inspirado pelo Santíssimo Espírito,
imunizaste o mundo inteiro com teus ensinamentos
e pelo resplendor dos teus milagres,
ó sagrado pioneiro e apóstolo Filipe

Kondákion da Ressurreição
Hoje, Tu, ó Compassivo, ressuscitaste do túmulo,/ e nos conduziste para fora dos portões da morte./ Hoje Adão dança de alegria e Eva rejubila,/ e com eles os Profetas e os Patriarcas louvam sem cessar// o divino poder de Tua autoridade.

Prokímenon

Cantai louvores ao nosso Deus, cantai louvores!
Cantai louvores ao nosso Rei, cantai louvores! (Sl. 46:6)

Aplaudi com as mãos, todos os povos; 
cantai a Deus com voz de triunfo (Sl. 46:1)

2 Coríntios 3:12-18

Tendo, pois, tal esperança, usamos de muita ousadia no falar. E não somos como Moisés, que punha um véu sobre a sua face, para que os filhos de Israel não olhassem firmemente para o fim daquilo que era transitório. Mas os seus sentidos foram endurecidos; porque até hoje o mesmo véu está por levantar na lição do velho testamento, o qual foi por Cristo abolido; e até hoje, quando é lido Moisés, o véu está posto sobre o coração deles. Mas, quando se converterem ao Senhor, então o véu se tirará. Ora, o Senhor é o Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade. Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor.

Aleluia

Aleluia, aleluia, aleluia!
Junto de Ti, Senhor, me refugiei; 
não seja eu confundido para sempre, por Tua justiça, livra-me!

Aleluia, aleluia, aleluia!
Sê para mim um Deus protetor
e uma casa de refúgio que me abrigue. 

Aleluia, aleluia, aleluia!


Lucas 5:27-32

E, depois disto, saiu, e viu um publicano, chamado Levi, assentado na recebedoria, e disse-lhe: Segue-me. E ele, deixando tudo, levantou-se e o seguiu. E fez-lhe Levi um grande banquete em sua casa; e havia ali uma multidão de publicanos e outros que estavam com eles à mesa. E os escribas deles, e os fariseus, murmuravam contra os seus discípulos, dizendo: Por que comeis e bebeis com publicanos e pecadores? E Jesus, respondendo, disse-lhes: Não necessitam de médico os que estão sãos, mas, sim, os que estão enfermos; Eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores, ao arrependimento.


sexta-feira, 23 de outubro de 2015

21ª Sexta-feira Depois de Pentecostes

23 de Outubro de 2014 (CC) / 10 de Outubro (CE)
Ss. Eulâmpio e sua irmã Eulâmpia, mártires (início do séc. IV)
Modo 3



Estes santos viveram na época do imperador Maximiliano. Santo Eulampio era um jovem cristão que fugiu da cidade durante a perseguição e se refugiou numa caverna. Seus companheiros lhe enviaram a Nicomédia em busca de alimentos. Eulampio se deteve numa rua a ler o edito de perseguição contra os cristãos. Quando um soldado o viu e chamou a atenção dos demais para a sua presença, começou a correr. Naturalmente, sua atitude despertou suspeita e Eulampio foi perseguido, capturado e levado à presença do juiz. O magistrado repreendeu aos guardas por haver apreendido o jovem e, ordenando que desatassem suas mãos, começou a interrogá-lo. Depois que tomou conhecimento do nome e profissão de Eulampio, mandou que oferecesse sacrifícios a algum dos deuses. O jovem negou-se a fazê-lo, contestando que aqueles eram tão somente ídolos de barro. Enfurecido, o magistrado mandou que fosse açoitado. Como Eulampio permanecesse inamovível, ordenou que fosse amarrado e arrastado por um potro. Sua irmã Eulampia correu ao seu encontro para abraçá-lo e foi também detida e presa. Ambos foram submetidos a diversas formas de tortura, saindo ilesos. Ao vê-los sair rejuvenescidos de um banho de azeite fervente, cerca de duzentas pessoas que presenciaram o fato se converteram à fé cristã e foram decapitados juntamente com os dois mártires de Nicomédia.




Tropário da Ressurreição
Alegrem-se os Céus/ e exulte a terra,/ pois o Senhor mostrou a força de Seu braço,/ vencendo a morte pela morte./ Ele Que É o Primogênito dentre os mortos/ arrancou-nos das profundezas do Inferno,// e concedeu ao mundo a Sua infinita misericórdia.

Kondákion da Ressurreição
Hoje, Tu, ó Compassivo, ressuscitaste do túmulo,/ e nos conduziste para fora dos portões da morte./ Hoje Adão dança de alegria e Eva rejubila,/ e com eles os Profetas e os Patriarcas louvam sem cessar// o divino poder de Tua autoridade.

Prokímenon

Cantai louvores ao nosso Deus, cantai louvores!
Cantai louvores ao nosso Rei, cantai louvores! (Sl. 46:6)

Aplaudi com as mãos, todos os povos; 
cantai a Deus com voz de triunfo (Sl. 46:1)

Colossenses 2:1-7


1 Pois quero que saibais quão grande luta tenho por vós, e pelos que estão em Laodicéia, e por quantos não viram a minha pessoa; 2 para que os seus corações sejam animados, estando unidos em amor, e enriquecidos da plenitude do entendimento para o pleno conhecimento do mistério de Deus - Cristo, 3 no qual estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência. 4 Digo isto, para que ninguém vos engane com palavras persuasivas. 5 Porque ainda que eu esteja ausente quanto ao corpo, contudo em espírito estou convosco, regozijando-me, e vendo a vossa ordem e a firmeza da vossa fé em Cristo. 6 Portanto, assim como recebestes a Cristo Jesus, o Senhor, assim também nele andai, 7 arraigados e edificados nele, e confirmados na fé, assim como fostes ensinados, abundando em ação de graças.   


Aleluia

Aleluia, aleluia, aleluia!
Junto de Ti, Senhor, me refugiei; 
não seja eu confundido para sempre, por Tua justiça, livra-me!

Aleluia, aleluia, aleluia!
Sê para mim um Deus protetor
e uma casa de refúgio que me abrigue. 

Aleluia, aleluia, aleluia!


Lucas 7:31-35

31 A que, pois, compararei os homens desta geração, e a que são semelhantes? 32 São semelhantes aos meninos que, sentados nas praças, gritam uns para os outros: Tocamo-vos flauta, e não dançastes; cantamos lamentações, e não chorastes. 33 Porquanto veio João, o Batista, não comendo pão nem bebendo vinho, e dizeis: Tem demônio; 34 veio o Filho do homem, comendo e bebendo, e dizeis: Eis aí um comilão e bebedor de vinho, amigo de publicanos e pecadores. 35 Mas a sabedoria é justificada por todos os seus filhos.