sexta-feira, 30 de abril de 2021

Grande Sexta-feira Santa

30 de Abril de 2021 (CC) / 17 de Abril (CE)
Santo Mártir Simeão, Bispo da Pérsia, 
Khusdazades, Ananios, Fúkcios, Azates, Askitria e mais 1257 mártires († 341); 
São Macário, Metropolita de Corinto; Venerável Zósimas, Higúmeno de Solovetsk; 
Místico Dipnos; Acácio, Bispo de Melitine. ESR Alexander de Svirsk; Mártir Adriano; Agapito, Papa de Roma; Donan, Higúmeno de Eigg e outros Mártires com ele. 


Na luz da grande Quinta-feira passamos às trevas da Sexta-feira, o dia da Paixão do Cristo, de sua morte e de sua sepultura. A Igreja primitiva chamava a este dia "A Páscoa da Cruz," porque ele é de fato o começo desta Páscoa ou Passagem cujo sentido nos será revelado progressivamente; primeiro na paz do grande e santo Sabbat, depois na alegria do dia da Ressurreição. 
Mas antes, as trevas. Se ao menos pudéssemos realizar que as trevas da Sexta-feira Santa não são puramente simbólicas e comemorativas! É muito frequentemente com o sentimento de nossa própria justiça e de nossa própria integridade que contemplamos a tristeza solene destes ofícios. Há dois mil anos, sim, homens "maus" mataram o Cristo, mas hoje nós "o bom povo cristão" levantamos suntuosos túmulos em nossas igrejas; não é esta a prova da nossa justiça? E no entanto, a Sexta-feira Santa não concerne somente ao passado. É o dia do Pecado, o dia do Mal, o dia no qual a Igreja nos ensina a aprender a terrível realidade do pecado e seu poder no mundo. Pois o pecado e o mal não desapareceram: ao contrário, permanecem a lei fundamental do mundo e de nossa vida. Nós que nos dizemos cristãos não entramos frequentemente nesta lógica do mal que conduziu o Sinédrio e Pilatos, os soldados romanos e toda a multidão a detestar, torturar e matar o Cristo? De que lado nós teríamos ficado se tivéssemos vivido em Jerusalém no tempo de Pilatos? Esta é a pergunta que nos é feita por cada uma das palavras do ofício de Sexta-feira Santa. É de fato "o dia deste mundo," de sua condenação real e não somente simbólica, e do julgamento real e não somente ritual, de nossa vida. . . É a revelação da verdadeira natureza do mundo que preferiu então e continua a preferir as trevas à luz, o pecado ao bem, a morte à vida. E condenando o Cristo à morte "este mundo" condenou-se a si mesmo à morte, e na medida em que aceitamos seu espírito, seu pecado e sua traição a Deus, estamos também condenados. 
Este é o primeiro significado, terrivelmente realista, da Sexta-feira Santa: uma condenação à morte... 
No entanto, este dia do Mal cuja manifestação e triunfo estão em seu paroxismo, é também o dia da Redenção. A morte do Cristo nos é revelada como uma morte salvífica para nós e para nossa salvação. Ela é uma morte salvífica porque é o supremo e perfeito sacrifício. O Cristo dá sua morte a seu Pai e no-la dá também. Ele a dá a seu Pai porque não há outro meio de destruí-la e libertar os homens dela; ora, é a vontade do Pai que os homens sejam salvos da morte. O Cristo nos dá sua morte porque na verdade é em nosso lugar que Ele morre. A morte é o fruto natural do pecado, um castigo iminente. O homem escolheu não mais estar em comunhão com Deus, porém como ele não tem a vida nele mesmo e por ele mesmo, morre. Em Jesus Cristo, entretanto, não há pecado, logo não há morte. É somente por amor a nós que ele aceita morrer; Ele quer assumir e compartilhar de nossa condição humana até o fim. Ele aceita o castigo de nossa natureza, exatamente como assumiu o fardo inerente à natureza humana. Ele morre porque se identifica verdadeiramente conosco, tomou sobre si a tragédia da vida do homem. Sua morte é então a revelação suprema de sua compaixão e de seu amor. E porque sua morte é amor, compaixão e co-sofrimento, nela a própria natureza da morte foi mudada. Ela não é mais um castigo, mas um esplendoroso ato de amor e de perdão, o termo de toda ausência de comunhão e de toda solidão. A condenação é transformada em perdão. 
Enfim, a morte do Cristo é uma morte salvífica porque destrói a própria fonte da morte: o mal. Aceitando-a por amor, entregando-se a seus carrascos e permitindo-lhes uma vitória aparente, o Cristo manifesta que em realidade esta vitória é a derrota decisiva e total do mal. Com efeito, para ser vitorioso, o pecado deve aniquilar o bem, deve provar que ele é toda a realidade da vida, arruinar o bem e, numa palavra, mostrar sua própria superioridade; mas ao longo de sua Paixão, é o Cristo e somente ele que triunfa. O mal nada pode contra ele pois que não pode levar o Cristo a aceitar o mal como verdade. A hipocrisia se revela hipocrisia, o assassinato, assassinato, e o medo, medo. E enquanto o Cristo avança silenciosamente para a Cruz e para seu fim, quando a tragédia humana está em seu apogeu, seu triunfo, sua vitória sobre o mal e sua glorificação aparecem progressivamente em luz plena. A cada passo esta vitória é reconhecida, confessada, proclamada: pela mulher de Pilatos, por José, pelo bom ladrão, pelo centurião. Quando ele morre na cruz, tendo aceito o supremo horror da morte, a solidão absoluta (Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?)" não resta senão confessar: "Verdadeiramente este homem era o filho de Deus!" Assim esta morte, este amor e esta obediência, esta plenitude de vida destroem aquilo que faz da morte o destino universal. "E os túmulos foram abertos" (Mt. 27:52). Já aparecem os primeiros clarões da Ressurreição... 
Este é o duplo mistério desta grande Sexta-feira; os ofícios deste dia no-lo mostram e nos fazem participar dele. De um lado, eles insistem constantemente sobre a Paixão do Cristo enquanto pecado de todos os pecados, crime de todos os crimes. Nas matinas, as doze leituras do relato da Paixão nos fazem seguir passo a passo o Cristo em seus sofrimentos; nas Horas (que substituem a divina Liturgia, pois a interdição de celebrar a Eucaristia neste dia significa que o sacramento da presença do Cristo não pertence "à esta criação" de pecado e de trevas, mas que ele é o sacramento do "mundo que há de vir"); na véspera, enfim, o ofício da descida da Cruz, as leituras e os hinos estão cheios de solenes acusações contra aqueles que voluntária e livremente decidiram matar o Cristo justificando seu crime em nome de sua religião, de sua lealdade política, de suas considerações práticas e de sua obediência profissional. 
Por outro lado, encontramos desde o começo do ofício o segundo aspecto do mistério deste dia: o do sacrifício de amor que prepara a vitória final. Desde a primeira leitura do Evangelho, onde ressoa a advertência solene do Cristo: "Agora o Filho do Homem foi glorificado e Deus foi glorificado nele," até aos Stycherons do final da Véspera, a luz se faz cada vez mais viva e, ao mesmo tempo, crescem a esperança e a certeza de que a morte será vencida pela morte: "Ó tu, Redentor de todos, quando foste colocado num túmulo novo para todos os homens, o Hades que não respeita ninguém, te viu e tremeu de medo. As trancas foram quebradas, as portas se abriram, os mortos levantaram-se. Então Adão, exultante de reconhecimento, gritou a Ti: "Glória à tua condescendência, ó tu misericordioso!" 
E quando no final da Véspera, a imagem do Cristo no túmulo é colocada no centro da igreja, quando este longo dia chega a seu fim, sabemos que a longa história da salvação e da redenção chega também a seu fim. O sétimo dia, o do repouso, o Sabbat abençoado desponta e, com ele, a revelação do túmulo que dá vida...  
FONTE: Alexandre Schmémann, Olivier Clément. 
«O Mistério Pascal - Comentários Litúrgicos»

 

Comemoração de São Simeão
O Sacerdote Simeão, Bispo da Pérsia, padeceu durante o tempo de uma perseguição contra os cristãos sob o Imperador Persa, Sapor II (310-381). Simeão era o bispo de Selêucia (Keziphon). Eles acusaram o santo de estar em colaboração com o Imperador Grego e de atividades subversivas contra o Imperador Persa. 
No ano 344, o Imperador emitiu um edital, que impôs um grave imposto sobre os cristãos. Quando alguns deles se recusaram a pagá-lo (o que foi entendido como sendo uma rebelião), o Imperador deflagrou uma feroz perseguição contra os cristãos. Eles levaram São Simeão a julgamento em grilhões de ferro como um suposto inimigo do Reino Persa, juntamente com os dois Presbíteros mártires, Habdelai e Ananios. O santo bispo nem sequer se curvou perante o Imperador, que perguntou, por que não lhe mostrou o respeito obrigatório. O santo respondeu: 
"Outrora eu me inclinava à tua dignidade, mas, agora, que sou trazido perante ti para renunciar ao meu Deus e deixar a minha fé, não tornarei a me inclinar a ti". 
O Imperador o incitou a adorar ao sol, e em caso da recusa ele ameaçara apagar o cristianismo na terra. Mas, nem os apelos e nem as ameaças podiam abalar o santo bravamente firme, e o levaram para a prisão. Ao longo do caminho, o eunuco Khusdazades, um conselheiro do Imperador, avistou o santo. Ele se levantou e fez uma reverência ao bispo, mas o santo se afastou dele em atitude de censura, uma vez que ele era um ex-cristão, que por medo do Imperador, agora adorava o sol. O eunuco se arrependeu de todo o seu coração, substituiu o seu traje fino por trajes grosseiros e, sentado às portas da corte, clamou amargamente: 
"Ai de mim, quando estiver diante do meu Deus, de Quem sou cortado. Aqui estava Simeão, e ele virou as costas para mim." 
O Imperador Sapor soube do sofrimento de seu amado tutor e perguntou-lhe o que havia acontecido. Ele disse abertamente ao imperador, que lamentava amargamente sua apostasia e não adoraria mais o sol, mas somente o Único Deus Verdadeiro. O imperador ficou surpreso com a repentina decisão do ancião, e lisonjeiramente o encorajou a não abjurar os deuses que seus pais tinham reverenciado. Mas, Khusdazades estava inflexível, e o condenaram à morte por execução. O único pedido do mártir Khusdazades foi que os arautos da cidade anunciassem que ele não morrera por crimes contra o Imperador, mas por ser cristão. O imperador concedeu seu pedido. 
São Simeão também fora informado sobre o fim do Mártir Khusdazades, e com lágrimas ofereceu ação de graças ao Senhor. Quando o trouxeram uma segunda vez ante o Imperador, São Simeão rejeitou outra vez adorar os deuses pagãos e confessou sua fé em Cristo. O enfurecido Imperador deu ordens, diante dos olhos do santo, de decapitar todos os cristãos na prisão. Sem medo, os cristãos foram à execução, abençoados pelo santíssimo Hierarca, e eles mesmos puseram as suas cabeças sob a espada. Assim também foi decapitado o companheiro de São Simeão, o Sacerdote Habdelai. Quando o Presbítero Ananios colocou a cabeça no cadafalso, todo o seu corpo estremeceu. Então, um dos dignitários, São Fúkcios, um cristão secreto, assustou-se de que Ananios renunciasse a Cristo, e clamou em voz alta: 
"Não temais, ancião, a visão da decapitação, e tu verás imediatamente a Divina Luz de nosso Senhor Jesus Cristo". 
Por essa explosão ele se traiu. O Imperador deu ordens para arrancar a língua de São Fúcio e lhe tirar a pele. Juntamente com São Fúkcios foi martirizado sua filha, Askitria. São Simeão foi último a ser martirizado pelo carrasco, e com uma oração, pôs a cabeça no cadafalso († 17 de abril de 341). As execuções perduraram da Semana Pascal até 23 de Abril. Também viria a padecer como mártir, São Azates, o Eunuco, um oficial próximo ao Imperador. As fontes indicam que 1.000 mártires aceitaram o sofrimento, e depois ainda outros 100 ou 150 mais. 
Santo Acácio, Bispo De Melitene 
Acácio levou vida ascética no lugar onde nasceu, isto é, em Melitene, na Armênia. O bem-aventurado Otreius, o bispo daquela cidade, que participou do Segundo Concílio Ecumênico (Constantinopla, 381 dC), que estabeleceu o ensinamento Ortodoxo sobre o Espírito Santo como a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, Uma em Essência e Sem Divisão. Otreius ordenou Acácio presbítero. Após a morte de Otreius, Acácio tornou-se bispo. Ele participou do Terceiro Concílio Ecumênico (Éfeso, 431 dC), que condenou a blasfêmia de Nestorius contra Cristo, a qual consistia em negar à Santíssima Virgem, o título de "Mãe de Deus". Juntamente com São Cirilo de Alexandria, Acácio com zelo lutou pela pureza da Fé Ortodoxa. 
São Acácio serviu devotamente a Igreja. Ele instruiu adultos e crianças na Sagrada Escritura e na Fé Ortodoxa. Entre seus alunos estava um tal luminar da Igreja como o Monge Euthymios o Grande (Comemorado em 20 de janeiro). Acácio era portador de abundante graça de Deus e operava muitos milagres. Após longo e zeloso serviço a Deus, Acácio repousou em paz no ano 435 dC 
São Agapito, Papa de Roma 
Santo Agapito, Papa de Roma, era um zeloso adepto da Ortodoxia. Pela sua vida piedosa ganhou a estima geral e foi elevado ao trono papal no ano 535. 
O rei gótico Teodorico, o Grande, enviou o Papa Agapito a Constantinopla para negociações de paz. Ao longo do caminho Santo Agapito encontrou um homem que era coxo e sem palavras. Ele o curou de sua claudicação e, depois de participar dos Santos Mistérios, o mudo falou. Em Constantinopla, o santo curou um mendigo cego. Ele, também, participou do Concílio Local, onde, zelosamente, defendeu o ensino ortodoxo contra o herege Severo.
Santo Agapito morreu em Constantinopla no ano 536. 
Os Veneráveis Zózimo e Savvatii 
Savvatii e Zózimo foram os co-fundadores da comunidade monástica situada na Ilha Solovki (Solovetsk) no Mar Branco. 
Zózimo, foi um grande luminar do norte russo. Nasceu na diocese de Novgorod, na vila de Tolvui, perto do Lago Onega. Desde seus primeiros anos, foi criado em piedade, e após a morte de seus pais Gavriil e Varvara, ele deu suas posses e recebeu a tonsura monástica. 
Em busca de um lugar solitário, o monge partiu para as margens do Mar Branco e na foz do Suma encontrou-se com o Monge Germano (Com. 30 de julho), que lhe contou sobre uma desolada ilha marítima, onde antigamente passara seis anos com o Monge Savvatii (Comemorado em 27 de Setembro). 
Por volta do ano de 1436, os eremitas, felizmente fazendo a viagem pelo mar, desembarcaram nas ilhas de Solovetsk. Deus abençoou o lugar de seu assentamento com uma visão para o Monge Zózimo de uma bela igreja no céu. Os monges com suas próprias mãos construíram celas e um recinto, e eles começaram a cultivar e semear a terra. Uma vez no final do outono, o Monge Germano partiu para o continente para obter provisões necessárias. Por causa do tempo do outono ele não fora capaz de retornar. O Monge Zózimo permaneceu todo o inverno sozinho na ilha. Ele sofreu muitas tentações na luta com os demônios. A morte por fome o ameaçou, mas, miraculosamente dois estranhos apareceram e deixaram-lhe um suprimento de pão, farinha e óleo. Na Primavera, o Monge Germano retornou a Solovetsk juntamente com o pescador Mark, e trouxe suprimentos de comida e equipamento para redes de peixe. 
Quando vários eremitas se reuniram na ilha, o Monge Zózimo construiu para eles uma pequena igreja de madeira em honra da Transfiguração do Senhor, juntamente com um refeitório. A pedido do Monge Zózimo um Higúmeno foi enviado de Novgorod para o recém-formado mosteiro com um Antimênsion para a igreja. Assim ocorreu o início do conhecido monastério de Solovetsk. Nas severas condições da remota ilha, os monges sabiam organizar sua economia. Mas os higúmenos, enviados de Novgorod a Solovetsk, não podiam resistir à vida em condições inusitadamente duras, e assim os irmãos escolheram como higúmeno o Monge Zósimas. 
São Zózimo possuía o dom da clarividência e, pouco antes de sua morte, o monge preparou um túmulo, no qual foi sepultado além do altar da igreja da Transfiguração († 17 de abril de 1478). Mais tarde, sobre suas relíquias foi construída uma capela. Suas relíquias juntamente com as relíquias do Monge Savvatii foram transferidas em 8 de agosto de 1566 para uma capela consagrada em sua memória na catedral da Transfiguração. 
Muitos milagres foram testemunhados, quando o Monge Zózimo com o Monge Savvatii apareceu a pescadores perecendo nas profundezas do mar. 
O Monge Zózimo é também patrono da apicultura, sendo-lhe próprio o apelido que recebeu de «Guardião das Abelhas». Ele também é venerado pelo pronto socorro que doentes recebiam por suas intercessões. As muitas igrejas hospitalares dedicadas a ele testemunham o grande poder curativo de sua oração diante de Deus. 
São Zózimo morreu em 1478 dC, e São Savvatii em 1435 dC.

 


Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

MATINAS

Os 12 Evangelhos da Paixão:

Jo 13, 31-18,1
Jo 18, 1-28
Mt 26, 57-75
Jo 18, 28-19,16
Mt 27, 3-32
Mc 15, 16-32
Mt 27, 3-32
Lc 23, 32-49
Jo 19, 25-37
Mc 15, 43-47
Jo 19, 38-42
Mt 27, 62-66.


HORAS REAIS

Hora Prima

Zacarias 11:10-13

10 E tomei a minha vara Graça, e a quebrei, para desfazer o meu pacto, que tinha estabelecido com todos os povos. 11 Foi, pois, anulado naquele dia; assim os pobres do rebanho que me respeitavam, reconheceram que isso era palavra do Senhor. 12 E eu lhes disse: Se parece bem aos vossos olhos, dai-me o que me é devido; e, se não, deixai-o. Pesaram, pois, por meu salário, trinta moedas de prata. 13 Ora o Senhor disse-me: Arroja isso ao oleiro, esse belo preço em que fui avaliado por eles. E tomei as trinta moedas de prata, e as arrojei ao oleiro na casa do Senhor.

Gálatas 6:14-18

14 Mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo. 15 Pois nem a circuncisão nem a incircuncisão é coisa alguma, mas sim o ser uma nova criatura. 16 E a todos quantos andarem conforme esta norma, paz e misericórdia sejam sobre eles e sobre o Israel de Deus. 17 Daqui em diante ninguém me moleste; porque eu trago no meu corpo as marcas de Jesus. 18 A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja, irmãos, com o vosso espírito. Amém.

Mateus 27:1-56

1 Ora, chegada a manhã, todos os principais sacerdotes e os anciãos do povo entraram em conselho contra Jesus, para o matarem; 2 e, maniatando-o, levaram-no e o entregaram a Pilatos, o governador. 3 Então Judas, aquele que o traíra, vendo que Jesus fora condenado, devolveu, compungido, as trinta moedas de prata aos anciãos, dizendo: 4 Pequei, traindo o sangue inocente. Responderam eles: Que nos importa? Seja isto lá contigo. 5 E tendo ele atirado para dentro do santuário as moedas de prata, retirou-se, e foi enforcar-se. 6 Os principais sacerdotes, pois, tomaram as moedas de prata, e disseram: Não é lícito metê-las no cofre das ofertas, porque é preço de sangue. 7 E, tendo deliberado em conselho, compraram com elas o campo do oleiro, para servir de cemitério para os estrangeiros. 8 Por isso tem sido chamado aquele campo, até o dia de hoje, Campo de Sangue. 9 Cumpriu-se, então, o que foi dito pelo profeta Jeremias: Tomaram as trinta moedas de prata, preço do que foi avaliado, a quem certos filhos de Israel avaliaram, 10 e deram-nas pelo campo do oleiro, assim como me ordenou o Senhor. 11 Jesus, pois, ficou em pé diante do governador; e este lhe perguntou: És tu o rei dos judeus? Respondeu-lhe Jesus: É como dizes. 12 Mas ao ser acusado pelos principais sacerdotes e pelos anciãos, nada respondeu. 13 Perguntou-lhe então Pilatos: Não ouves quantas coisas testificam contra ti? 14 E Jesus não lhe respondeu a uma pergunta sequer; de modo que o governador muito se admirava. 15 Ora, por ocasião da festa costumava o governador soltar um preso, escolhendo o povo aquele que quisesse. 16 Nesse tempo tinham um preso notório, chamado Barrabás. 17 Portanto, estando o povo reunido, perguntou-lhe Pilatos: Qual quereis que vos solte? Barrabás, ou Jesus, chamado o Cristo? 18 Pois sabia que por inveja o haviam entregado. 19 E estando ele assentado no tribunal, sua mulher mandou dizer-lhe: Não te envolvas na questão desse justo, porque muito sofri hoje em sonho por causa dele. 20 Mas os principais sacerdotes e os anciãos persuadiram as multidões a que pedissem Barrabás e fizessem morrer Jesus. 21 O governador, pois, perguntou-lhes: Qual dos dois quereis que eu vos solte? E disseram: Barrabás. 22 Tornou-lhes Pilatos: Que farei então de Jesus, que se chama Cristo? Disseram todos: Seja crucificado. 23 Pilatos, porém, disse: Pois que mal fez ele? Mas eles clamavam ainda mais: Seja crucificado. 24 Ao ver Pilatos que nada conseguia, mas pelo contrário que o tumulto aumentava, mandando trazer água, lavou as mãos diante da multidão, dizendo: Sou inocente do sangue deste homem; seja isso lá convosco. 25 E todo o povo respondeu: O seu sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos. 26 Então lhes soltou Barrabás; mas a Jesus mandou açoitar, e o entregou para ser crucificado. 27 Nisso os soldados do governador levaram Jesus ao pretório, e reuniram em torno dele toda a coorte. 28 E, despindo-o, vestiram-lhe um manto escarlate; 29 e tecendo uma coroa de espinhos, puseram-lha na cabeça, e na mão direita uma cana, e ajoelhando-se diante dele, o escarneciam, dizendo: Salve, rei dos judeus! 30 E, cuspindo nele, tiraram-lhe a cana, e davam-lhe com ela na cabeça. 31 Depois de o terem escarnecido, despiram-lhe o manto, puseram-lhe as suas vestes, e levaram-no para ser crucificado. 32 Ao saírem, encontraram um homem cireneu, chamado Simão, a quem obrigaram a levar a cruz de Jesus. 33 Quando chegaram ao lugar chamado Gólgota, que quer dizer, lugar da Caveira, 34 deram-lhe a beber vinho misturado com fel; mas ele, provando-o, não quis beber. 35 Então, depois de o crucificarem, repartiram as vestes dele, lançando sortes, [para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta: Repartiram entre si as minhas vestes, e sobre a minha túnica deitaram sortes.] 36 E, sentados, ali o guardavam. 37 Puseram-lhe por cima da cabeça a sua acusação escrita: ESTE É JESUS, O REI DOS JUDEUS. 38 Então foram crucificados com ele dois salteadores, um à direita, e outro à esquerda. 39 E os que iam passando blasfemavam dele, meneando a cabeça 40 e dizendo: Tu, que destróis o santuário e em três dias o reedificas, salva-te a ti mesmo; se és Filho de Deus, desce da cruz. 41 De igual modo também os principais sacerdotes, com os escribas e anciãos, escarnecendo, diziam: 42 A outros salvou; a si mesmo não pode salvar. Rei de Israel é ele; desça agora da cruz, e creremos nele; 43 confiou em Deus, livre-o ele agora, se lhe quer bem; porque disse: Sou Filho de Deus. 44 O mesmo lhe lançaram em rosto também os salteadores que com ele foram crucificados. 45 E, desde a hora sexta, houve trevas sobre toda a terra, até a hora nona. 46 Cerca da hora nona, bradou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lamá sabactani; isto é, Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? 47 Alguns dos que ali estavam, ouvindo isso, diziam: Ele chama por Elias. 48 E logo correu um deles, tomou uma esponja, ensopou-a em vinagre e, pondo-a numa cana, dava-lhe de beber. 49 Os outros, porém, disseram: Deixa, vejamos se Elias vem salvá-lo. 50 De novo bradou Jesus com grande voz, e entregou o espírito. 51 E eis que o véu do santuário se rasgou em dois, de alto a baixo; a terra tremeu, as pedras se fenderam, 52 os sepulcros se abriram, e muitos corpos de santos que tinham dormido foram ressuscitados; 53 e, saindo dos sepulcros, depois da ressurreição dele, entraram na cidade santa, e apareceram a muitos. 54 ora, o centurião e os que com ele guardavam Jesus, vendo o terremoto e as coisas que aconteciam, tiveram grande temor, e disseram: Verdadeiramente este era filho de Deus. 55 Também estavam ali, olhando de longe, muitas mulheres que tinham seguido Jesus desde a Galileia para o ouvir; 56 entre as quais se achavam Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago e de José, e a mãe dos filhos de Zebedeu.

Hora Tércia

Isaías 50:4-11

4 O Senhor Deus me deu a língua dos instruídos para que eu saiba sustentar com uma palavra o que está cansado; ele desperta-me todas as manhãs; desperta-me o ouvido para que eu ouça como discípulo. 5 O Senhor Deus abriu-me os ouvidos, e eu não fui rebelde, nem me retirei para trás. 6 Ofereci as minhas costas aos que me feriam, e as minhas faces aos que me arrancavam a barba; não escondi o meu rosto dos que me afrontavam e me cuspiam. 7 Pois o Senhor Deus me ajuda; portanto não me sinto confundido; por isso pus o meu rosto como um seixo, e sei que não serei envergonhado. 8 Perto está o que me justifica; quem contenderá comigo? apresentemo-nos juntos; quem é meu adversário? chegue-se para mim. 9 Eis que o Senhor Deus me ajuda; quem há que me condene? Eis que todos eles se envelhecerão como um vestido, e a traça os comerá. 10 Quem há entre vós que tema ao Senhor? ouça ele a voz do seu servo. Aquele que anda em trevas, e não tem luz, confie no nome do Senhor, e firme-se sobre o seu Deus. 11 Eia! todos vós, que acendeis fogo, e vos cingis com tições acesos; andai entre as labaredas do vosso fogo, e entre os tições que ateastes! Isto vos sobrevirá da minha mão, e em tormentos jazereis.

Romanos 5:6-11

6 Pois, quando ainda éramos fracos, Cristo morreu a seu tempo pelos ímpios. 7 Porque dificilmente haverá quem morra por um justo; pois poderá ser que pelo homem bondoso alguém ouse morrer. 8 Mas Deus dá prova do seu amor para conosco, em que, quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós. 9 Logo muito mais, sendo agora justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira. 10 Porque se nós, quando éramos inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida. 11 E não somente isso, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual agora temos recebido a reconciliação.

Marcos 15:16-41

16 Os soldados, pois, levaram-no para dentro, ao pátio, que é o pretório, e convocaram toda a coorte; 17 vestiram-no de púrpura e puseram-lhe na cabeça uma coroa de espinhos que haviam tecido; 18 e começaram a saudá-lo: Salve, rei dos judeus! 19 Davam-lhe com uma cana na cabeça, cuspiam nele e, postos de joelhos, o adoravam. 20 Depois de o terem assim escarnecido, despiram-lhe a púrpura, e lhe puseram as vestes. Então o levaram para fora, a fim de o crucificarem. 21 E obrigaram certo Simão, cireneu, pai de Alexandre e de Rufo, que por ali passava, vindo do campo, a carregar-lhe a cruz. 22 Levaram-no, pois, ao lugar do Gólgota, que quer dizer, lugar da Caveira. 23 E ofereciam-lhe vinho misturado com mirra; mas ele não o tomou. 24 Então o crucificaram, e repartiram entre si as vestes dele, lançando sortes sobre elas para ver o que cada um levaria. 25 E era a hora terceira quando o crucificaram. 26 Por cima dele estava escrito o título da sua acusação: O REI DOS JUDEUS. 27 Também, com ele, crucificaram dois salteadores, um à sua direita, e outro à esquerda. 28 [E cumpriu-se a escritura que diz: E com os malfeitores foi contado.] 29 E os que iam passando blasfemavam dele, meneando a cabeça e dizendo: Ah! tu que destróis o santuário e em três dias o reedificas. 30 salva-te a ti mesmo, descendo da cruz. 31 De igual modo também os principais sacerdotes, com os escribas, escarnecendo-o, diziam entre si: A outros salvou; a si mesmo não pode salvar; 32 desça agora da cruz o Cristo, o rei de Israel, para que vejamos e creiamos, Também os que com ele foram crucificados o injuriavam. 33 E, chegada a hora sexta, houve trevas sobre a terra, até a hora nona. 34 E, à hora nona, bradou Jesus em alta voz: Eloí, Eloí, lamá, sabactani? que, traduzido, é: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? 35 Alguns dos que ali estavam, ouvindo isso, diziam: Eis que chama por Elias. 36 Correu um deles, ensopou uma esponja em vinagre e, pondo-a numa cana, dava-lhe de beber, dizendo: Deixai, vejamos se Elias virá tirá-lo. 37 Mas Jesus, dando um grande brado, expirou. 38 Então o véu do santuário se rasgou em dois, de alto a baixo. 39 Ora, o centurião, que estava defronte dele, vendo-o assim expirar, disse: Verdadeiramente este homem era filho de Deus. 40 Também ali estavam algumas mulheres olhando de longe, entre elas Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago o Menor e de José, e Salomé; 41 as quais o seguiam e o serviam quando ele estava na Galileia; e muitas outras que tinham subido com ele a Jerusalém.

Hora Sexta

Isaías 52:13-53:12

13 Eis que o meu servo procederá com prudência; será exaltado, e elevado, e mui sublime. 14 Como pasmaram muitos à vista dele (pois o seu aspecto estava tão desfigurado que não era o de um homem, e a sua figura não era a dos filhos dos homens), 15 assim ele espantará muitas nações; por causa dele reis taparão a boca; pois verão aquilo que não se lhes havia anunciado, e entenderão aquilo que não tinham ouvido. 1 Quem deu crédito à nossa pregação? e a quem se manifestou o braço do Senhor? 2 Pois foi crescendo como renovo perante ele, e como raiz que sai duma terra seca; não tinha formosura nem beleza; e quando olhávamos para ele, nenhuma beleza víamos, para que o desejássemos. 3 Era desprezado, e rejeitado dos homens; homem de dores, e experimentado nos sofrimentos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum. 4 Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e carregou com as nossas dores; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. 5 Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e esmagado por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. 6 Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas, cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós. 7 Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a boca; como um cordeiro que é levado ao matadouro, e como a ovelha que é muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a boca. 8 Pela opressão e pelo juízo foi arrebatado; e quem dentre os da sua geração considerou que ele fora cortado da terra dos viventes, ferido por causa da transgressão do meu povo? 9 E deram-lhe a sepultura com os ímpios, e com o rico na sua morte, embora nunca tivesse cometido injustiça, nem houvesse engano na sua boca. 10 Todavia, foi da vontade do Senhor esmagá-lo, fazendo-o enfermar; quando ele se puser como oferta pelo pecado, verá a sua posteridade, prolongará os seus dias, e a vontade do Senhor prosperará nas suas mãos. 11 Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo justo justificará a muitos, e as iniquidades deles levará sobre si. 12 Pelo que lhe darei o seu quinhão com os grandes, e com os poderosos repartirá ele o despojo; porquanto derramou a sua alma até a morte, e foi contado com os transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos, e pelos transgressores intercedeu.

Hebreus 2:11-18

11 Pois tanto o que santifica como os que são santificados, vêm todos de um só; por esta causa ele não se envergonha de lhes chamar irmãos, 12 dizendo: Anunciarei o teu nome a meus irmãos, cantar-te-ei louvores no meio da congregação. 13 E outra vez: Porei nele a minha confiança. E ainda: Eis-me aqui, e os filhos que Deus me deu. 14 Portanto, visto como os filhos são participantes comuns de carne e sangue, também ele semelhantemente participou das mesmas coisas, para que pela morte derrotasse aquele que tinha o poder da morte, isto é, o Diabo; 15 e livrasse todos aqueles que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à escravidão. 16 Pois, na verdade, não presta auxílio aos anjos, mas sim à descendência de Abraão. 17 Pelo que convinha que em tudo fosse feito semelhante a seus irmãos, para se tornar um sumo sacerdote misericordioso e fiel nas coisas concernentes a Deus, a fim de fazer propiciação pelos pecados do povo. 18 Porque naquilo que ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados.  

Lucas 23:32-49

32 E levavam também com ele outros dois, que eram malfeitores, para serem mortos. 33 Quando chegaram ao lugar chamado Caveira, ali o crucificaram, a ele e também aos malfeitores, um à direita e outro à esquerda. 34 Jesus, porém, dizia: Pai, perdoa-lhes; porque não sabem o que fazem. Então repartiram as vestes dele, deitando sortes sobre elas. 35 E o povo estava ali a olhar. E as próprias autoridades zombavam dele, dizendo: Aos outros salvou; salve-se a si mesmo, se é o Cristo, o escolhido de Deus. 36 Os soldados também o escarneciam, chegando-se a ele, oferecendo-lhe vinagre, 37 e dizendo: Se tu és o rei dos judeus, salva-te a ti mesmo. 38 Por cima dele estava esta inscrição [em letras gregas, romanas e hebraicas:] ESTE É O REI DOS JUDEUS. 39 Então um dos malfeitores que estavam pendurados, blasfemava dele, dizendo: Não és tu o Cristo? salva-te a ti mesmo e a nós. 40 Respondendo, porém, o outro, repreendia-o, dizendo: Nem ao menos temes a Deus, estando na mesma condenação? 41 E nós, na verdade, com justiça; porque recebemos o que os nossos feitos merecem; mas este nenhum mal fez. 42 Então disse: Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino. 43 Respondeu-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso. 44 Era já quase a hora sexta, e houve trevas em toda a terra até a hora nona, pois o sol se escurecera; 45 e rasgou-se ao meio o véu do santuário. 46 Jesus, clamando com grande voz, disse: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. E, havendo dito isso, expirou. 47 Quando o centurião viu o que acontecera, deu glória a Deus, dizendo: Na verdade, este homem era justo. 48 E todas as multidões que presenciaram este espetáculo, vendo o que havia acontecido, voltaram batendo no peito. 49 Entretanto, todos os conhecidos de Jesus, e as mulheres que o haviam seguido desde a Galileia, estavam de longe vendo estas coisas.

Hora Nona

Jeremias 11:18-23; 12:1-5, 9-11, 14-15

18 E o Senhor mo fez saber, e eu o soube; então me fizeste ver as suas ações. 19 Mas eu era como um manso cordeiro, que se leva à matança; não sabia que era contra mim que maquinavam, dizendo: Destruamos a árvore com o seu fruto, e cortemo-lo da terra dos viventes, para que não haja mais memória do seu nome. 20 Mas, ó Senhor dos exércitos, justo Juiz, que provas o coração e a mente, permite que eu veja a tua vingança sobre eles; pois a ti descobri a minha causa. 21 Portanto assim diz o Senhor acerca dos homens de Anatote, que procuram a tua vida, dizendo: Não profetizes no nome do Senhor, para que não morras às nossas mãos; 22 por isso assim diz o Senhor dos exércitos: Eis que eu os punirei; os mancebos morrerão à espada, os seus filhos e as suas filhas morrerão de fome. 23 E não ficará deles um resto; pois farei vir sobre os homens de Anatote uma calamidade, sim, o ano da sua punição. 1 Justo és, ó Senhor, ainda quando eu pleiteio contigo; contudo pleitearei a minha causa diante de ti. Por que prospera o caminho dos ímpios? Por que vivem em paz todos os que procedem aleivosamente? 2 Plantaste-os, e eles se arraigaram; medram, dão também fruto; chegado estás à sua boca, porém longe do seu coração. 3 Mas tu, ó Senhor, me conheces, tu me vês, e provas o meu coração para contigo; tira-os como a ovelhas para o matadouro, e separa-os para o dia da matança. 4 Até quando lamentará a terra, e se secará a erva de todo o campo? Por causa da maldade dos que nela habitam, perecem os animais e as aves; porquanto disseram: Ele não vera o nosso fim. 5 Se te fatigas correndo com homens que vão a pé, então como poderás competir com cavalos? Se foges numa terra de paz, como hás de fazer na soberba do Jordão? 9 Acaso é para mim a minha herança como uma ave de rapina de varias cores? Andam as aves de rapina contra ela em redor? Ide, pois, ajuntai a todos os animais do campo, trazei-os para a devorarem. 10 Muitos pastores destruíram a minha vinha, pisaram o meu quinhão; tornaram em desolado deserto o meu quinhão aprazível. 11 Em assolação o tornaram; ele, desolado, clama a mim. Toda a terra está assolada, mas ninguém toma isso a peito. 14 Assim diz o Senhor acerca de todos os meus maus vizinhos, que tocam a minha herança que fiz herdar ao meu povo Israel: Eis que os arrancarei da sua terra, e a casa de Judá arrancarei do meio deles. 15 E depois de os haver eu arrancado, tornarei, e me compadecerei deles, e os farei voltar cada um à sua herança, e cada um à sua terra.

Hebreus 10:19-31

19 Tendo pois, irmãos, ousadia para entrarmos no santíssimo lugar, pelo sangue de Jesus, 20 pelo caminho que ele nos inaugurou, caminho novo e vivo, através do véu, isto é, da sua carne, 21 e tendo um grande sacerdote sobre a casa de Deus, 22 cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé; tendo o coração purificado da má consciência, e o corpo lavado com água limpa, 23 retenhamos inabalável a confissão da nossa esperança, porque fiel é aquele que fez a promessa; 24 e consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras, 25 não abandonando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia. 26 Porque se voluntariamente continuarmos no pecado, depois de termos recebido o pleno conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados, 27 mas uma expectação terrível de juízo, e um ardor de fogo que há de devorar os adversários. 28 Havendo alguém rejeitado a lei de Moisés, morre sem misericórdia, pela palavra de duas ou três testemunhas; 29 de quanto maior castigo cuidais vós será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por profano o sangue do pacto, com que foi santificado, e ultrajar ao Espírito da graça? 30 Pois conhecemos aquele que disse: Minha é a vingança, eu retribuirei. E outra vez: O Senhor julgará o seu povo. 31 Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo.

João 18:28-19:37

28 Depois conduziram Jesus da presença de Caifás para o pretório; era de manhã cedo; e eles não entraram no pretório, para não se contaminarem, mas poderem comer a páscoa. 29 Então Pilatos saiu a ter com eles, e perguntou: Que acusação trazeis contra este homem? 30 Responderam-lhe: Se ele não fosse malfeitor, não to entregaríamos. 31 Disse-lhes, então, Pilatos: Tomai-o vós, e julgai-o segundo a vossa lei. Disseram-lhe os judeus: A nós não nos é lícito tirar a vida a ninguém. 32 Isso foi para que se cumprisse a palavra que dissera Jesus, significando de que morte havia de morrer. 33 Pilatos, pois, tornou a entrar no pretório, chamou a Jesus e perguntou-lhe: És tu o rei dos judeus? 34 Respondeu Jesus: Dizes isso de ti mesmo, ou foram outros que to disseram de mim? 35 Replicou Pilatos: Porventura sou eu judeu? O teu povo e os principais sacerdotes entregaram-te a mim; que fizeste? 36 Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo, pelejariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus; entretanto o meu reino não é daqui. 37 Perguntou-lhe, pois, Pilatos: Logo tu és rei? Respondeu Jesus: Tu dizes que eu sou rei. Eu para isso nasci, e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz. 38 Perguntou-lhe Pilatos: Que é a verdade? E dito isto, de novo saiu a ter com os judeus, e disse-lhes: Não acho nele crime algum. 39 Tendes, porém, por costume que eu vos solte alguém por ocasião da páscoa; quereis, pois, que vos solte o rei dos judeus? 40 Então todos tornaram a clamar dizendo: Este não, mas Barrabás. Ora, Barrabás era salteador.1 Nisso, pois, Pilatos tomou a Jesus, e mandou açoitá-lo. 2 E os soldados, tecendo uma coroa de espinhos, puseram-lha sobre a cabeça, e lhe vestiram um manto de púrpura; 3 e chegando-se a ele, diziam: Salve, rei dos judeus! e e davam-lhe bofetadas. 4 Então Pilatos saiu outra vez, e disse-lhes: Eis aqui vo-lo trago fora, para que saibais que não acho nele crime algum. 5 Saiu, pois, Jesus, trazendo a coroa de espinhos e o manto de púrpura. E disse-lhes Pilatos: Eis o homem! 6 Quando o viram os principais sacerdotes e os guardas, clamaram, dizendo: Crucifica-o! Crucifica-o! Disse-lhes Pilatos: Tomai-o vós, e crucificai-o; porque nenhum crime acho nele. 7 Responderam-lhe os judeus: Nós temos uma lei, e segundo esta lei ele deve morrer, porque se fez Filho de Deus. 8 Ora, Pilatos, quando ouviu esta palavra, mais atemorizado ficou; 9 e entrando outra vez no pretório, perguntou a Jesus: Donde és tu? Mas Jesus não lhe deu resposta. 10 Disse-lhe, então, Pilatos: Não me respondes? não sabes que tenho autoridade para te soltar, e autoridade para te crucificar? 11 Respondeu-lhe Jesus: Nenhuma autoridade terias sobre mim, se de cima não te fora dado; por isso aquele que me entregou a ti, maior pecado tem. 12 Daí em diante Pilatos procurava soltá-lo; mas os judeus clamaram: Se soltares a este, não és amigo de César; todo aquele que se faz rei é contra César. 13 Pilatos, pois, quando ouviu isto, trouxe Jesus para fora e sentou-se no tribunal, no lugar chamado Pavimento, e em hebraico Gabatá. 14 Ora, era a preparação da páscoa, e cerca da hora sexta. E disse aos judeus: Eis o vosso rei. 15 Mas eles clamaram: Tira-o! tira-o! crucifica-o! Disse-lhes Pilatos: Hei de crucificar o vosso rei? responderam, os principais sacerdotes: Não temos rei, senão César. 16 Então lho entregou para ser crucificado. 17 Tomaram, pois, a Jesus; e ele, carregando a sua própria cruz, saiu para o lugar chamado Caveira, que em hebraico se chama Gólgota, 18 onde o crucificaram, e com ele outros dois, um de cada lado, e Jesus no meio. 19 E Pilatos escreveu também um título, e o colocou sobre a cruz; e nele estava escrito: JESUS O NAZARENO, O REI DOS JUDEUS. 20 Muitos dos judeus, pois, leram este título; porque o lugar onde Jesus foi crucificado era próximo da cidade; e estava escrito em hebraico, latim e grego. 21 Diziam então a Pilatos os principais sacerdotes dos judeus: Não escrevas: O rei dos judeus; mas que ele disse: Sou rei dos judeus. 22 Respondeu Pilatos: O que escrevi, escrevi. 23 Tendo, pois, os soldados crucificado a Jesus, tomaram as suas vestes, e fizeram delas quatro partes, para cada soldado uma parte. Tomaram também a túnica; ora a túnica não tinha costura, sendo toda tecida de alto a baixo. 24 Pelo que disseram uns aos outros: Não a rasguemos, mas lancemos sortes sobre ela, para ver de quem será (para que se cumprisse a escritura que diz: Repartiram entre si as minhas vestes, e lançaram sortes). E, de fato, os soldados assim fizeram. 25 Estavam em pé, junto à cruz de Jesus, sua mãe, e a irmã de sua mãe, e Maria, mulher de Clôpas, e Maria Madalena. 26 Ora, Jesus, vendo ali sua mãe, e ao lado dela o discípulo a quem ele amava, disse a sua mãe: Mulher, eis aí o teu filho. 27 Então disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E desde aquela hora o discípulo a recebeu em sua casa. 28 Depois, sabendo Jesus que todas as coisas já estavam consumadas, para que se cumprisse a Escritura, disse: Tenho sede. 29 Estava ali um vaso cheio de vinagre. Puseram, pois, numa cana de hissopo uma esponja ensopada de vinagre, e lha chegaram à boca. 30 Então Jesus, depois de ter tomado o vinagre, disse: está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito. 31 Ora, os judeus, como era a preparação, e para que no sábado não ficassem os corpos na cruz, pois era grande aquele dia de sábado, rogaram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas, e fossem tirados dali. 32 Foram então os soldados e, na verdade, quebraram as pernas ao primeiro e ao outro que com ele fora crucificado; 33 mas vindo a Jesus, e vendo que já estava morto, não lhe quebraram as pernas; 34 contudo um dos soldados lhe furou o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água. 35 E é quem viu isso que dá testemunho, e o seu testemunho é verdadeiro; e sabe que diz a verdade, para que também vós creiais. 36 Porque isto aconteceu para que se cumprisse a escritura: Nenhum dos seus ossos será quebrado. 37 Também há outra escritura que diz: Olharão para aquele que traspassaram.

VÉSPERAS

Êxodo 33:11-23

11 E o Senhor falava a Moisés face a face, como alguém deveria falar com seu amigo; então ele se retirava para o acampamento; porém o seu servo Josué, filho de Num, um homem jovem, não se apartava do Tabernáculo. 12 E Moisés disse ao Senhor: "Eis que Tu me disseste: "Conduz este povo;" porém, Tu não me mostraste quem hás de enviar comigo; mas disseste-me: "Eu te conheço acima de todos, e alcançaste graça comigo." 13 Se, então, tenho achado graça aos teus olhos, revela-te a mim para que eu possa ver-te claramente; para que eu possa achar graça aos teus olhos, e para que possa saber que esta grande nação é teu povo." 14 E Ele disse: "Eu mesmo irei adiante de ti e te darei descanso." 15 Porém, ele respondeu-lhe: "Se Tu mesmo não fores conosco, não me faças subir daqui. 16 E como é que, certamente, isto será reconhecido, que tanto eu como estas pessoas têm achado graça diante de Ti, a menos que vás conosco? E, assim, tanto eu como o teu povo seremos glorificados mais do que todas as nações, tantas quantas são as que existem sobre a terra." 17 Então o Senhor respondeu a Moisés: "Também farei por ti essa coisa que disseste, pois achaste graça diante de mim e Eu te conheço mais do que todos." 18 E Moisés disse: "Manifesta-te para mim." 19 Respondeu-lhe Deus: "Passarei diante ti com a minha glória e serei chamado pelo meu nome, o Senhor, diante de ti; terei misericórdia de quem Eu tiver misericórdia e terei piedade de quem Eu tiver piedade." 20 E disse Deus: "Não serás capaz de ver a minha face, pois nenhum homem poderá ver a minha face e viver." 21 E o Senhor disse: "Vê, eis que há um lugar próximo a mim; tu ficarás sobre a rocha; 22 quando a minha glória passar colocar-te-ei numa fenda da rocha e te cobrirei com minha mão, até que Eu tenha passado.23 Então irei retirar a minha mão e verás minhas costas; porém, minha face não deverá aparecer para ti."

Jó 42:12-16

12 E assim abençoou o Senhor o último estado de Jó, mais do que o primeiro; pois Jó chegou a ter catorze mil ovelhas, seis mil camelos, mil juntas de bois e mil jumentas. 13 Também teve sete filhos e três filhas. 14 E chamou o nome da primeira Jemima, e o nome da segunda Quézia, e o nome da terceira Quéren-Hapuque. 15 E em toda a terra não se acharam mulheres tão formosas como as filhas de Jó; e seu pai lhes deu herança entre seus irmãos. 16 Depois disto viveu Jó cento e quarenta anos, e viu seus filhos, e os filhos de seus filhos: até a quarta geração.

Isaías 52:13-53:12

13 Eis que o meu servo procederá com prudência; será exaltado, e elevado, e mui sublime. 14 Como pasmaram muitos à vista dele (pois o seu aspecto estava tão desfigurado que não era o de um homem, e a sua figura não era a dos filhos dos homens), 15 assim ele espantará muitas nações; por causa dele reis taparão a boca; pois verão aquilo que não se lhes havia anunciado, e entenderão aquilo que não tinham ouvido. 1 Quem deu crédito à nossa pregação? e a quem se manifestou o braço do Senhor? 2 Pois foi crescendo como renovo perante ele, e como raiz que sai duma terra seca; não tinha formosura nem beleza; e quando olhávamos para ele, nenhuma beleza víamos, para que o desejássemos. 3 Era desprezado, e rejeitado dos homens; homem de dores, e experimentado nos sofrimentos; e, como um5 de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum. 4 Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e carregou com as nossas dores; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. 5 Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e esmagado por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. 6 Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas, cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós. 7 Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a boca; como um cordeiro que é levado ao matadouro, e como a ovelha que é muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a boca. 8 Pela opressão e pelo juízo foi arrebatado; e quem dentre os da sua geração considerou que ele fora cortado da terra dos viventes, ferido por causa da transgressão do meu povo? 9 E deram-lhe a sepultura com os ímpios, e com o rico na sua morte, embora nunca tivesse cometido injustiça, nem houvesse engano na sua boca. 10 Todavia, foi da vontade do Senhor esmagá-lo, fazendo-o enfermar; quando ele se puser como oferta pelo pecado, verá a sua posteridade, prolongará os seus dias, e a vontade do Senhor prosperará nas suas mãos. 11 Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo justo justificará a muitos, e as iniquidades deles levará sobre si. 12 Pelo que lhe darei o seu quinhão com os grandes, e com os poderosos repartirá ele o despojo; porquanto derramou a sua alma até a morte, e foi contado com os transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos, e pelos transgressores intercedeu.
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quinta-feira, 29 de abril de 2021

Grande Quinta-feira Santa

29 de Abril de 2021 (CC) / 16 de Abril (CE)
Santas Virgens Ágape, Irene, Chiônia, mártires de Dálmata († 304)



As Santas Virgens Ágape, Irene, Chiônia, viviam perto da cidade de Aquiléa, norte da Itália, no final do terceiro século. Ainda muito jovens ficaram órfãs e decidiram casar-se. Quando o imperador Diocleciano visitou Aquiléa, iniciou uma feroz perseguição contra os cristãos e muito rapidamente todos os cárceres estavam repletos. As três irmãs também foram presas e sofreram suplícios. Posteriormente, em uma cerimônia religiosa dedicada a elas, foi dito que nunca tiveram medo dos ataques das feras, nem mesmo quando estas dilaceravam seu corpo. Diz-se também que, durante os suplícios, vários milagres ocorreram, mas os torturadores não se davam conta. Ágape e Chiônia foram queimadas na fogueira, e Irene foi jogada em óleo fervente. Estes martírios aconteceram no ano 304. Os corpos de Ágape, Chiônia e Irene foram sepultados por santa Anastásia. As três irmãs tinham uma fé inquebrantável em Deus e não se atemorizaram ante as ameaças dos torturadores, oferecendo sua juventude em martírio por amor a Cristo. Entregaram suas vidas terrenas para obter a vida eterna e foram contempladas com a felicidade do Reino dos Céus. Por suas intercessões que o Senhor nos fortifique em nossos santos propósitos. 





Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém! 

MATINAS

(Evangelho do Noivo)

Lucas 22:1-39

1 Aproximava-se a festa dos pães ázimos, que se chama a páscoa. 2 E os principais sacerdotes e os escribas andavam procurando um modo de o matar; pois temiam o povo. 3 Entrou então Satanás em Judas, que tinha por sobrenome Iscariotes, que era um dos doze; 4 e foi ele tratar com os principais sacerdotes e com os capitães de como lho entregaria. 5 Eles se alegraram com isso, e convieram em lhe dar dinheiro. 6 E ele concordou, e buscava ocasião para lho entregar sem alvoroço. 7 Ora, chegou o dia dos pães ázimos, em que se devia imolar a páscoa; 8 e Jesus enviou a Pedro e a João, dizendo: Ide, preparai-nos a páscoa, para que a comamos. 9 Perguntaram-lhe eles: Onde queres que a preparemos? 10 Respondeu-lhes: Quando entrardes na cidade, sair-vos-á ao encontro um homem, levando um cântaro de água; segui-o até a casa em que ele entrar. 11 E direis ao dono da casa: O Mestre manda perguntar-te: Onde está o aposento em que hei de comer a páscoa com os meus discípulos? 12 Então ele vos mostrará um grande cenáculo mobiliado; aí fazei os preparativos. 13 Foram, pois, e acharam tudo como lhes dissera e prepararam a páscoa. 14 E, chegada a hora, pôs-se Jesus à mesa, e com ele os apóstolos. 15 E disse-lhes: Tenho desejado ardentemente comer convosco esta páscoa, antes da minha paixão; 16 pois vos digo que não a comerei mais até que ela se cumpra no reino de Deus. 17 Então havendo recebido um cálice, e tendo dado graças, disse: Tomai-o, e reparti-o entre vós; 18 porque vos digo que desde agora não mais beberei do fruto da videira, até que venha o reino de Deus. 19 E tomando pão, e havendo dado graças, partiu-o e deu-lho, dizendo: Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim. 20 Semelhantemente, depois da ceia, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo pacto em meu sangue, que é derramado por vós. 21 Mas eis que a mão do que me trai está comigo à mesa. 22 Porque, na verdade, o Filho do homem vai segundo o que está determinado; mas ai daquele homem por quem é traído! 23 Então eles começaram a perguntar entre si qual deles o que ia fazer isso. 24 Levantou-se também entre eles contenda, sobre qual deles parecia ser o maior. 25 Ao que Jesus lhes disse: Os reis dos gentios dominam sobre eles, e os que sobre eles exercem autoridade são chamados benfeitores. 26 Mas vós não sereis assim; antes o maior entre vós seja como o mais novo; e quem governa como quem serve. 27 Pois qual é maior, quem está à mesa, ou quem serve? porventura não é quem está à mesa? Eu, porém, estou entre vós como quem serve. 28 Mas vós sois os que tendes permanecido comigo nas minhas provações; 29 e assim como meu Pai me conferiu domínio, eu vo-lo confiro a vós; 30 para que comais e bebais à minha mesa no meu reino, e vos senteis sobre tronos, julgando as doze tribos de Israel. 31 Simão, Simão, eis que Satanás vos pediu para vos cirandar como trigo; 32 mas eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; e tu, quando te converteres, fortalece teus irmãos. 33 Respondeu-lhe Pedro: Senhor, estou pronto a ir contigo tanto para a prisão como para a morte. 34 Tornou-lhe Jesus: Digo-te, Pedro, que não cantará hoje o galo antes que três vezes tenhas negado que me conheces. 35 E perguntou-lhes: Quando vos mandei sem bolsa, alforje, ou alparcas, faltou-vos porventura alguma coisa? Eles responderam: Nada. 36 Disse-lhes pois: Mas agora, quem tiver bolsa, tome-a, como também o alforje; e quem não tiver espada, venda o seu manto e compre-a. 37 Porquanto vos digo que importa que se cumpra em mim isto que está escrito: E com os malfeitores foi contado. Pois o que me diz respeito tem seu cumprimento. 38 Disseram eles: Senhor, eis aqui duas espadas. Respondeu-lhes: Basta. 39 Então saiu e, segundo o seu costume, foi para o Monte das Oliveiras; e os discípulos o seguiam.

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DIVINA LITURGIA DE SÃO BASÍLIO

1 Coríntios 11:23-32

23 Porque eu recebi do Senhor o que também vos entreguei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou pão; 24 e, havendo dado graças, o partiu e disse: Isto é o meu corpo que é por vós; fazei isto em memória de mim. 25 Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo pacto no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim. 26 Porque todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes do cálice estareis anunciando a morte do Senhor, até que ele venha. 27 De modo que qualquer que comer do pão, ou beber do cálice do Senhor indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor. 28 Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma do pão e beba do cálice. 29 Porque quem come e bebe, come e bebe para sua própria condenação, se não discernir o corpo do Senhor. 30 Por causa disto há entre vós muitos fracos e enfermos, e muitos que dormem. 31 Mas, se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados; 32 quando, porém, somos julgados pelo Senhor, somos corrigidos, para não sermos condenados com o mundo.

Mateus 26:1-20

1 E havendo Jesus concluído todas estas palavras, disse aos seus discípulos: 2 Sabeis que daqui a dois dias é a páscoa; e o Filho do homem será entregue para ser crucificado. 3 Então os principais sacerdotes e os anciãos do povo se reuniram no pátio da casa do sumo sacerdote, o qual se chamava Caifás; 4 e deliberaram como prender Jesus a traição, e o matar. 5 Mas diziam: Não durante a festa, para que não haja tumulto entre o povo. 6 Estando Jesus em Betânia, em casa de Simão, o leproso, 7 aproximou-se dele uma mulher que trazia um vaso de alabastro cheio de bálsamo precioso, e lho derramou sobre a cabeça, estando ele reclinado à mesa. 8 Quando os discípulos viram isso, indignaram-se, e disseram: Para que este desperdício? 9 Pois este bálsamo podia ser vendido por muito dinheiro, que se daria aos pobres. 10 Jesus, porém, percebendo isso, disse-lhes: Por que molestais esta mulher? pois praticou uma boa ação para comigo. 11 Porquanto os pobres sempre os tendes convosco; a mim, porém, nem sempre me tendes. 12 Ora, derramando ela este bálsamo sobre o meu corpo, fê-lo a fim de preparar-me para a minha sepultura. 13 Em verdade vos digo que onde quer que for pregado em todo o mundo este evangelho, também o que ela fez será contado para memória sua. 14 Então um dos doze, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os principais sacerdotes, 15 e disse: Que me quereis dar, e eu vo-lo entregarei? E eles lhe pesaram trinta moedas de prata. 16 E desde então buscava ele oportunidade para o entregar. 17 Ora, no primeiro dia dos pães ázimos, vieram os discípulos a Jesus, e perguntaram: Onde queres que façamos os preparativos para comeres a páscoa? 18 Respondeu ele: Ide à cidade a um certo homem, e dizei-lhe: O Mestre diz: O meu tempo está próximo; em tua casa celebrarei a páscoa com os meus discípulos. 19 E os discípulos fizeram como Jesus lhes ordenara, e prepararam a páscoa. 20 Ao anoitecer reclinou-se à mesa com os doze discípulos;

João 13:3-17

3 Jesus, sabendo que o Pai lhe entregara tudo nas mãos, e que viera de Deus e para Deus voltava, 4 levantou-se da ceia, tirou o manto e, tomando uma toalha, cingiu-se. 5 Depois deitou água na bacia e começou a lavar os pés aos discípulos, e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido. 6 Chegou, pois, a Simão Pedro, que lhe disse: Senhor, lavas-me os pés a mim? 7 Respondeu-lhe Jesus: O que eu faço, tu não o sabes agora; mas depois o entenderás.  8 Tornou-lhe Pedro: Nunca me lavarás os pés. Replicou-lhe Jesus: Se eu não te lavar, não tens parte comigo.  9 Disse-lhe Simão Pedro: Senhor, não somente os meus pés, mas também as mãos e a cabeça. 10 Respondeu-lhe Jesus: Aquele que se banhou não necessita de lavar senão os pés, pois no mais está todo limpo; e vós estais limpos, mas não todos. 11 Pois ele sabia quem o estava traindo; por isso disse: Nem todos estais limpos. 12 Ora, depois de lhes ter lavado os pés, tomou o manto, tornou a reclinar-se à mesa e perguntou-lhes: Entendeis o que vos tenho feito?  13 Vós me chamais Mestre e Senhor; e dizeis bem, porque eu o sou. 14 Ora, se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros.  15 Porque eu vos dei exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também. 16 Em verdade, em verdade vos digo: Não é o servo maior do que o seu senhor, nem o enviado maior do que aquele que o enviou. 17 Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as praticardes.

Mateus 26:21-39

21 e, enquanto comiam, disse: Em verdade vos digo que um de vós me trairá. 22 E eles, profundamente contristados, começaram cada um a perguntar-lhe: Porventura sou eu, Senhor? 23 Respondeu ele: O que mete comigo a mão no prato, esse me trairá. 24 Em verdade o Filho do homem vai, conforme está escrito a seu respeito; mas ai daquele por quem o Filho do homem é traido! bom seria para esse homem se não houvera nascido. 25 Também Judas, que o traía, perguntou: Porventura sou eu, Rabí? Respondeu-lhe Jesus: Tu o disseste. 26 Enquanto comiam, Jesus tomou o pão e, abençoando-o, o partiu e o deu aos discípulos, dizendo: Tomai, comei; isto é o meu corpo. 27 E tomando um cálice, rendeu graças e deu-lho, dizendo: Bebei dele todos; 28 pois isto é o meu sangue, o sangue do pacto, o qual é derramado por muitos para remissão dos pecados.  29 Mas digo-vos que desde agora não mais beberei deste fruto da videira até aquele dia em que convosco o beba novo, no reino de meu Pai. 30 E tendo cantado um hino, saíram para o Monte das Oliveiras. 31 Então Jesus lhes disse: Todos vós esta noite vos escandalizareis de mim; pois está escrito: Ferirei o pastor, e as ovelhas do rebanho se dispersarão. 32 Todavia, depois que eu ressurgir, irei adiante de vós para a Galiléia. 33 Mas Pedro, respondendo, disse-lhe: Ainda que todos se escandalizem de ti, eu nunca me escandalizarei. 34 Disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que esta noite, antes que o galo cante três vezes me negarás. 35 Respondeu-lhe Pedro: Ainda que me seja necessário morrer contigo, de modo algum te negarei. E o mesmo disseram todos os discípulos. 36 Então foi Jesus com eles a um lugar chamado Getsêmane, e disse aos discípulos: Sentai-vos aqui, enquanto eu vou ali orar. 37 E levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se. 38 Então lhes disse: A minha alma está triste até a morte; ficai aqui e vigiai comigo. 39 E adiantando-se um pouco, prostrou-se com o rosto em terra e orou, dizendo: Meu Pai, se é possível, passa de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres.

Lucas 22:43-45

43 Então lhe apareceu um anjo do céu, que o confortava. 44 E, posto em agonia, orava mais intensamente; e o seu suor tornou-se como grandes gotas de sangue, que caíam sobre o chão. 45 Depois, levantando-se da oração, veio para os seus discípulos, e achou-os dormindo de tristeza;

Mateus 26:40-27:2

40 Voltando para os discípulos, achou-os dormindo; e disse a Pedro: Assim nem uma hora pudestes vigiar comigo? 41 Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca. 42 Retirando-se mais uma vez, orou, dizendo: Pai meu, se este cálice não pode passar sem que eu o beba, faça-se a tua vontade. 43 E, voltando outra vez, achou-os dormindo, porque seus olhos estavam carregados. 44 Deixando-os novamente, foi orar terceira vez, repetindo as mesmas palavras. 45 Então voltou para os discípulos e disse-lhes: Dormi agora e descansai. Eis que é chegada a hora, e o Filho do homem está sendo entregue nas mãos dos pecadores. 46 Levantai-vos, vamo-nos; eis que é chegado aquele que me trai. 47 E estando ele ainda a falar, eis que veio Judas, um dos doze, e com ele grande multidão com espadas e varapaus, vinda da parte dos principais sacerdotes e dos anciãos do povo. 48 Ora, o que o traía lhes havia dado um sinal, dizendo: Aquele que eu beijar, esse é: prendei-o. 49 E logo, aproximando-se de Jesus disse: Salve, Rabi. E o beijou. 50 Jesus, porém, lhe disse: Amigo, a que vieste? Nisto, aproximando-se eles, lançaram mão de Jesus, e o prenderam. 51 E eis que um dos que estavam com Jesus, estendendo a mão, puxou da espada e, ferindo o servo do sumo sacerdote, cortou-lhe uma orelha. 52 Então Jesus lhe disse: Mete a tua espada no seu lugar; porque todos os que lançarem mão da espada, à espada morrerão. 53 Ou pensas tu que eu não poderia rogar a meu Pai, e que ele não me mandaria agora mesmo mais de doze legiões de anjos? 54 Como, pois, se cumpririam as Escrituras, que dizem que assim convém que aconteça? 55 Disse Jesus à multidão naquela hora: Saístes com espadas e varapaus para me prender, como a um salteador? Todos os dias estava eu sentado no templo ensinando, e não me prendestes. 56 Mas tudo isso aconteceu para que se cumprissem as Escrituras dos profetas. Então todos os discípulos, deixando-o fugiram.  57 Aqueles que prenderam a Jesus levaram-no à presença do sumo sacerdote Caifás, onde os escribas e os anciãos estavam reunidos. 58 E Pedro o seguia de longe até o pátio do sumo sacerdote; e entrando, sentou-se entre os guardas, para ver o fim. 59 Ora, os principais sacerdotes e todo o sinédrio buscavam falso testemunho contra Jesus, para poderem entregá-lo à morte; 60 e não achavam, apesar de se apresentarem muitas testemunhas falsas. Mas por fim compareceram duas, 61 e disseram: Este disse: Posso destruir o santuário de Deus, e reedificá-lo em três dias. 62 Levantou-se então o sumo sacerdote e perguntou-lhe: Nada respondes? Que é que estes depõem contra ti? 63 Jesus, porém, guardava silêncio. E o sumo sacerdote disse- lhe: Conjuro-te pelo Deus vivo que nos digas se tu és o Cristo, o Filho do Deus. 64 Repondeu-lhe Jesus: É como disseste; contudo vos digo que vereis em breve o Filho do homem assentado à direita do Poder, e vindo sobre as nuvens do céu. 65 Então o sumo sacerdote rasgou as suas vestes, dizendo: Blasfemou; para que precisamos ainda de testemunhas? Eis que agora acabais de ouvir a sua blasfêmia. 66 Que vos parece? Responderam eles: É réu de morte. 67 Então uns lhe cuspiram no rosto e lhe deram socos; 68 e outros o esbofetearam, dizendo: Profetiza-nos, ó Cristo, quem foi que te bateu? 69 Ora, Pedro estava sentado fora, no pátio; e aproximou-se dele uma criada, que disse: Tu também estavas com Jesus, o galileu. 70 Mas ele negou diante de todos, dizendo: Não sei o que dizes. 71 E saindo ele para o vestíbulo, outra criada o viu, e disse aos que ali estavam: Este também estava com Jesus, o nazareno. 72 E ele negou outra vez, e com juramento: Não conheço tal homem. 73 E daí a pouco, aproximando-se os que ali estavam, disseram a Pedro: Certamente tu também és um deles pois a tua fala te denuncia. 74 Então começou ele a praguejar e a jurar, dizendo: Não conheço esse homem. E imediatamente o galo cantou. 75 E Pedro lembrou-se do que dissera Jesus: Antes que o galo cante, três vezes me negarás. E, saindo dali, chorou amargamente. 1 Ora, chegada a manhã, todos os principais sacerdotes e os anciãos do povo entraram em conselho contra Jesus, para o matarem; 2 e, maniatando-o, levaram-no e o entregaram a Pilatos, o governador.

João 13:1-11; (Lido durante o Lava-Pés).
João 13:12-17 (Lido após o Lava-Pés).

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