segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

Segunda-feira da Semana do Juízo Final

28 de Fevereiro de 2022 (CC) - 15 de Fevereiro (CE)
Santo Onésimos, Apóstolo [dos 70] (séc. I)
Tom 3



Santo Onésimos era escravo de Filêmon, homem importante de Colossos, na Frigia, que se converteu à fé cristã  através do apóstolo São Paulo. Quando fugia da justiça, acusado de roubar seu senhor, Onésimo entrou em contato com São Paulo que se achava em Roma. São Paulo o converteu, o batizou e o enviou à casa de Filêmon com uma carta de recomendação. Filêmon perdoou então seu escravo arrependido e o reenviou a São Paulo. São Jerônimo e outros autores escrevem que Onésimo e Tiquio foram os portadores da carta que São Paulo escreveu aos colossenses. Os dois foram sempre orientados pelo Apóstolo Paulo e se transformaram em pregadores do Evangelho e, mais tarde, foram consagrados bispos. Onésimo foi consagrado Bispo de Éfeso por São Paulo. Após o episcopado de Timóteo, afirma-se que o antigo escravo  e Bispo de Efeso, Onésimo, foi levado prisioneiro à Roma e lá morreu apedrejado. Suas relíquias posteriormente foram trasladadas para Éfeso onde são veneradas até hoje.  
Tropárion de São Onésimo Tom 1
Iluminado na mente por Paulo, tu te tornaste um servo do Verbo de Deus / e um Apóstolo inspirado. / Ó Onésimo, servo de Cristo, / tu recompensas com o dom da vida àqueles que clamam fielmente a ti. / Glória Àquele que te glorificou! / Glória Àquele que te coroou, // glória a Aquele que por ti opera curas para todos.

Kondákion de São Onésimo Tom 4
Tu resplandeceste como um raio de luz, ó bendito Onésimo, / resplandecente raio de Paulo, o sol brilhante que iluminou o mundo. / Portanto, todos nós te honramos, Ó glorioso Onésimo.

Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

3 João 1:1-15

1 O ancião ao amado Gaio, a quem eu amo em verdade. 2 Amado, desejo que te vá bem em todas as coisas, e que tenhas saúde, assim como bem vai à tua alma. 3 Porque muito me alegrei quando os irmãos vieram e testificaram da tua verdade, como tu andas na verdade. 4 Não tenho maior gozo do que este: o de ouvir que os meus filhos andam na verdade. 5 Amado, procedes fielmente em tudo o que fazes para com os irmãos, especialmente para com os estranhos, 6 os quais diante da igreja testificaram do teu amor; aos quais, se os encaminhares na sua viagem de um modo digno de Deus, bem farás; 7 porque por amor do Nome saíram, sem nada aceitar dos gentios.  8 Portanto aos tais devemos acolher, para que sejamos cooperadores da verdade.  9 Escrevi alguma coisa à igreja; mas Diótrefes, que gosta de ter entre eles a primazia, não nos recebe. 10 Pelo que, se eu aí for, trarei à memoria as obras que ele faz, proferindo contra nós palavras maliciosas; e, não contente com isto, ele não somente deixa de receber os irmãos, mas aos que os querem receber ele proíbe de o fazerem e ainda os exclui da igreja. 11 Amado, não imites o mal, mas o bem. Quem faz o bem é de Deus; mas quem faz o mal não tem visto a Deus. 12 De Demétrio, porém, todos, e até a própria verdade, dão testemunho; e nós também damos testemunho; e sabes que o nosso testemunho é verdadeiro. 13 Tinha eu muitas coisas que te escrever, mas não o quero fazer com tinta e pena. 14 Espero, porém, ver-te brevemente, e falaremos face a face. 15 Paz seja contigo. Os amigos te saúdam. Saúda os amigos nominalmente.

Lucas 19:29-40; 22:7-39

Ao aproximar-se de Betfagé e de Betânia, junto do monte que se chama das Oliveiras, enviou dois dos discípulos, dizendo-lhes: Ide à aldeia que está defronte, e aí, ao entrar, achareis preso um jumentinho em que ninguém jamais montou; desprendei-o e trazei-o. Se alguém vos perguntar: Por que o desprendeis? respondereis assim: O Senhor precisa dele. Partiram, pois, os que tinham sido enviados, e acharam conforme lhes dissera. Enquanto desprendiam o jumentinho, os seus donos lhes perguntaram: Por que desprendeis o jumentinho?  Responderam eles: O Senhor precisa dele. Trouxeram-no, pois, a Jesus e, lançando os seus mantos sobre o jumentinho, fizeram que Jesus montasse. E, enquanto ele ia passando, outros estendiam no caminho os seus mantos. Quando já ia chegando à descida do Monte das Oliveiras, toda a multidão dos discípulos, regozijando-se, começou a louvar a Deus em alta voz, por todos os milagres que tinha visto, dizendo: Bendito o Rei que vem em nome do Senhor; paz no céu, e glória nas alturas. Nisso, disseram-lhe alguns dos fariseus dentre a multidão: Mestre, repreende os teus discípulos. Ao que ele respondeu: Digo-vos que, se estes se calarem, as pedras clamarão... Ora, chegou o dia dos pães ázimos, em que se devia imolar a páscoa; e Jesus enviou a Pedro e a João, dizendo: Ide, preparai-nos a páscoa, para que a comamos. Perguntaram-lhe eles: Onde queres que a preparemos? Respondeu-lhes: Quando entrardes na cidade, sair-vos-á ao encontro um homem, levando um cântaro de água; segui-o até a casa em que ele entrar. E direis ao dono da casa: O Mestre manda perguntar-te: Onde está o aposento em que hei de comer a páscoa com os meus discípulos? Então ele vos mostrará um grande cenáculo mobiliado; aí fazei os preparativos. Foram, pois, e acharam tudo como lhes dissera e prepararam a páscoa. E, chegada a hora, pôs-se Jesus à mesa, e com ele os apóstolos. E disse-lhes: Tenho desejado ardentemente comer convosco esta páscoa, antes da minha paixão; pois vos digo que não a comerei mais até que ela se cumpra no reino de Deus. Então havendo recebido um cálice, e tendo dado graças, disse: Tomai-o, e reparti-o entre vós; porque vos digo que desde agora não mais beberei do fruto da videira, até que venha o reino de Deus. E tomando pão, e havendo dado graças, partiu-o e deu-lho, dizendo: Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim.  Semelhantemente, depois da ceia, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo pacto em meu sangue, que é derramado por vós. Mas eis que a mão do que me trai está comigo à mesa. Porque, na verdade, o Filho do homem vai segundo o que está determinado; mas ai daquele homem por quem é traído! Então eles começaram a perguntar entre si qual deles o que ia fazer isso. Levantou-se também entre eles contenda, sobre qual deles parecia ser o maior. Ao que Jesus lhes disse: Os reis dos gentios dominam sobre eles, e os que sobre eles exercem autoridade são chamados benfeitores. Mas vós não sereis assim; antes o maior entre vós seja como o mais novo; e quem governa como quem serve. Pois qual é maior, quem está à mesa, ou quem serve? porventura não é quem está à mesa? Eu, porém, estou entre vós como quem serve. Mas vós sois os que tendes permanecido comigo nas minhas provações; e assim como meu Pai me conferiu domínio, eu vo-lo confiro a vós; para que comais e bebais à minha mesa no meu reino, e vos senteis sobre tronos, julgando as doze tribos de Israel. Simão, Simão, eis que Satanás vos pediu para vos cirandar como trigo; mas eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; e tu, quando te converteres, fortalece teus irmãos. Respondeu-lhe Pedro: Senhor, estou pronto a ir contigo tanto para a prisão como para a morte. Tornou-lhe Jesus: Digo-te, Pedro, que não cantará hoje o galo antes que três vezes tenhas negado que me conheces. E perguntou-lhes: Quando vos mandei sem bolsa, alforje, ou alparcas, faltou-vos porventura alguma coisa? Eles responderam: Nada. Disse-lhes pois: Mas agora, quem tiver bolsa, tome-a, como também o alforje; e quem não tiver espada, venda o seu manto e compre-a. Porquanto vos digo que importa que se cumpra em mim isto que está escrito: E com os malfeitores foi contado. Pois o que me diz respeito tem seu cumprimento. Disseram eles: Senhor, eis aqui duas espadas. Respondeu-lhes: Basta. Então saiu e, segundo o seu costume, foi para o Monte das Oliveiras; e os discípulos o seguiam.

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domingo, 27 de fevereiro de 2022

Domingo do Juízo Final

27 de Fevereiro de 2022 (CC) - 14 de Fevereiro (CE)
Ss. Marão e Auxêncio de Bithynia, eremita († 473)
Tom 3


São Marão optou por morar isoladamente, longe da cidade de Cirrus, na Síria, onde, em espírito de mortificação, vivia quase sempre sob as intempéries. Tinha apenas uma pequena cabana coberta com peles de cabra para abrigar-se, em caso de necessidade. Certa vez, entrou nas ruínas de um templo pagão e o dedicou ao culto do verdadeiro Deus transformando-o em casa de oração. São João Crisóstomo o estimava muito e, freqüentemente, lhe escrevia, desde a época em que estava desterrado em Cucusus. Recomendava-se às suas orações e lhe pedia que sempre enviasse noticias com a maior freqüência possível. São Marão tinha tido por mestre São Zebino que era um homem de oração assídua. Dizia-se dele que passava dias e noites inteiras em oração, sem experimentar cansaço. Geralmente rezava de pé, mesmo quando já era ancião, apoiando-se em um báculo. Aos que por ele procuravam, era breve, tanto quanto possível, para ter mais tempo de conversar com Deus. 

Comemoração de Santo Auxêncio 
Santo Auxêncio passou a maior parte de sua longa vida como ermitão em Bithynia. Em sua juventude foi um dos guardas de Teodósio, o Jovem. Seus deveres militares, que cumpria com fidelidade, não o impedia de cumprir com suas obrigações religiosas. Todo o seu tempo livre passava na solidão e em oração. Visitava com freqüência os santos monges ermitãos que moravam próximos e lhes pedia pousada a fim de poder, com eles passar uma noite, fazendo exercícios penitenciais e cantando louvores a Deus. Tempo depois, levado por um forte desejo de perfeição e temor da vanglória, adotou a vida eremítica. Fundou seu eremitério na montanha de Oxia, distante 12 quilômetros de Constantinopla. Nesse lugar foi muito procurado e tinha forte influência por sua fama de santidade. 
No Quarto Concilio Ecumênico realizado em Calcedônia, Concílio este que condenou a heresia de Eutíquio, Auxêncio foi chamado pelo imperador Marciano para depor, justificando de acusações que sobre ele caíram. Novamente em liberdade, não retornou a Oxia, indo para uma cela mais próxima de Calcedônia, em Skopas. Ali permaneceu, entregando-se a uma vida mais austera, instruindo os seus seguidores até sua morte que aconteceu, provavelmente, em 14 de fevereiro de 473. O historiador Sozemeno escreveu sobre sua vida, sua fé e sua intimidade com fervorosos ascetas. 

Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!
MATINAS (III)

Marcos 16:9-20

E Jesus, tendo ressuscitado na manhã do primeiro dia da semana, apareceu primeiramente a Maria Madalena, da qual tinha expulsado sete demônios. E, partindo ela, anunciou-o àqueles que tinham estado com ele, os quais estavam tristes, e chorando. E, ouvindo eles que vivia, e que tinha sido visto por ela, não o creram. E depois manifestou-se de outra forma a dois deles, que iam de caminho para o campo. E, indo estes, anunciaram-no aos outros, mas nem ainda estes creram. Finalmente apareceu aos onze, estando eles assentados juntamente, e lançou-lhes em rosto a sua incredulidade e dureza de coração, por não haverem crido nos que o tinham visto já ressuscitado. E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado. E estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas; Pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e os curarão. Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu, e assentou-se à direita de Deus. E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor, e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. Amém.

LITURGIA

Tropárion da Ressurreição
Alegrem-se os céus e exulte a terra, / pois o Senhor manifestou a força de Seu braço; / vencendo a morte com a morte, / Ele que É o Primogênito dentre mortos; / arrancou-nos das profundezas dos infernos // revelando ao mundo a Sua infinita misericórdia!

Tropárion de São Mateus, Tom 3 (Santo Patrono)
Ó Santo Apóstolo Mateus, / interceda por nós / junto ao Bondoso Deus: / Que Ele nos conceda o perdão / e às nossas almas salvação.

Kondákion da Ressurreição
Hoje, Tu, Ó Compassivo, ressuscitaste do túmulo, / e nos conduziste para fora dos portões da morte. / Hoje Adão festeja e Eva rejubila, / e com eles os Profetas e Patriarcas, // sem cessar, louvam o divino poder de Tua autoridade.

Kondákion de São Mateus, Tom 4 (Santo Patrono)
Deixando os laços da alfândega para adquirir o jugo da Justiça, / tu te revelaste um sábio comerciante, rico da sabedoria do Alto. / Proclamaste a Palavra da Verdade, /e pela narrativa da hora do Juízo // despertaste as almas indolentes.

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo...

Kondákion do Domingo do Juízo Final, Tom 1
Quando vieres à terra com glória, Ó Deus, / o mundo inteiro será abalado. / Os livros serão abertos, e as coisas ocultas serão notórias; / e um rio de fogo fluirá do Teu Tribunal. / Então, livra-me do fogo inextinguível // e concede-me repousar à Tua destra, Ó Justo Juiz.

Agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

Hino À Virgem
Ó Admirável Protetora dos Cristãos e nossa Medianeira ante o Criador, / não desprezes as súplicas de nenhum de nós pecadores, / mas, apressa-te a auxiliar-nos como Mãe Bondosa que és, / pois, te invocamos com fé. / Roga por nós, junto de Deus, // tu que defendes sempre aqueles que te veneram.

Prokímenon

R. Cantai louvores ao nosso Deus, cantai louvores!
Cantai louvores ao nosso Rei. (Sl. 46:6) 

V. Aplaudi com as mãos, todos os povos;
cantai a Deus com voz de triunfo (Sl. 46:1)

1 Coríntios 8:8-9:2

8 Não é, porém, a comida que nos há de recomendar a Deus; pois não somos piores se não comermos, nem melhores se comermos. 9 Mas, vede que essa liberdade vossa não venha a ser motivo de tropeço para os fracos. 10 Porque, se alguém te vir a ti, que tens ciência, reclinado à mesa em templo de ídolos, não será induzido, sendo a sua consciência fraca, a comer das coisas sacrificadas aos ídolos? 11 Pela tua ciência, pois, perece aquele que é fraco, o teu irmão por quem Cristo morreu. 12 Ora, pecando assim contra os irmãos, e ferindo-lhes a consciência quando fraca, pecais contra Cristo. 13 Pelo que, se a comida fizer tropeçar a meu irmão, nunca mais comerei carne, para não servir de tropeço a meu irmão. 1 Não sou eu livre? Não sou apóstolo? Não vi eu a Jesus nosso Senhor? Não sois vós obra minha no Senhor? 2 Se eu não sou apóstolo para os outros, ao menos para vós o sou; porque vós sois o selo do meu apostolado no Senhor. 

Aleluia


Aleluia, aleluia, aleluia! (3x)

Junto de Ti, Senhor, me refugiei;
Não seja eu confundido para sempre,
Por Tua justiça, livra-me!

Sê para mim um Deus protetor
E uma casa de refúgio que me abrigue.

Mateus 25:31-46

31 Quando, pois vier o Filho do homem na sua glória, e todos os anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória; 32 e diante dele serão reunidas todas as nações; e ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos; 33 e porá as ovelhas à sua direita, mas os cabritos à esquerda. 34 Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai. Possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo; 35 porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me acolhestes; 36 estava nu, e me vestistes; adoeci, e me visitastes; estava na prisão e fostes ver-me. 37 Então os justos lhe perguntarão: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? ou com sede, e te demos de beber? 38 Quando te vimos forasteiro, e te acolhemos? ou nu, e te vestimos?  39 Quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos visitar-te? 40 E responder-lhes-á o Rei: Em verdade vos digo que, sempre que o fizestes a um destes meus irmãos, mesmo dos mais pequeninos, a mim o fizestes. 41 Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai- vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o Diabo e seus anjos; 42 porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber; 43 era forasteiro, e não me acolhestes; estava nu, e não me vestistes; enfermo, e na prisão, e não me visitastes. 44 Então também estes perguntarão: Senhor, quando te vimos com fome, ou com sede, ou forasteiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão, e não te servimos? 45 Ao que lhes responderá: Em verdade vos digo que, sempre que o deixaste de fazer a um destes mais pequeninos, deixastes de o fazer a mim. 46 E irão eles para o castigo eterno, mas os justos para a vida eterna.

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COMENTÁRIO

A leitura do Evangelho designado para o Domingo da Abstinência de Carne vem do Evangelho de São Mateus e diz respeito ao Juízo Final. Cristo nos fala a respeito de como será o julgamento quando Ele voltar. Em vez de destacar que a assembleia dos justos será composta por aqueles que simplesmente "creram" em Deus e levaram uma vida confortável, ou mesmo aqueles que vão à igreja todos os domingos, Cristo nos diz que não é apenas a nossa fé, mas também as nossas ações que irá determinar o nosso destino final. Jesus está mais preocupado com a forma como agimos para com aqueles ao nosso redor, e em particular, para com os menos afortunados.

Uma das coisas importantes que Cristo nos ensina através da Sua mensagem é que tudo o que fazemos para o próximo, fazemos o mesmo a Cristo também. E isso traz à tona o fato importante de que o verdadeiro cristão é aquele que vê Cristo em todos. Todos são criados à imagem e semelhança de Deus; somos todos (ou pelo menos nos esforçamos para ser) ícones vivos de Cristo. E é quando reconhecemos que a imagem de Cristo está em todos (incluindo os nossos 'inimigos') que damos mais um passo rumo às mansões do Pai que foram preparadas para nós.

A próxima vez que você se propuser a destruir a reputação de alguém, quebrar o coração de alguém, mostrar indiferença e até a ignorância em relação a uma pessoa, ou maliciosamente fofocar sobre alguém, lembre-se que Cristo diz que você está fazendo isto com Ele também. E o que você faz de errado para com o próximo vai contar contra você quando o Justo Juiz retornar. Nós, cristãos, às vezes somos críticos para com os outros (tanto dentro como fora da Igreja), e ainda não paramos para pensar que isso vai refletir sobre o próprio Cristo. Usurpamos o lugar do Juiz e com isto julgamos o Salvador. Nós realmente precisamos ver esse ícone de Cristo em todos, não importa quem sejam eles.

Precisamos agir como cristãos, o que implica em derramar o coração e os recursos para os menos afortunados em torno de nós. A Grande e Santa Quaresma é um tempo para o arrependimento, mudança e renovação em nossas vidas. É também um tempo para avaliar o que temos feito em termos de cuidar de nosso vizinho. Use esse tempo que leva até a Santa Páscoa para fazer algo sobre o agir como um Cristão Ortodoxo, ao invés de meramente pensar como um.

Santo Mosteiro Axion

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sábado, 26 de fevereiro de 2022

Sábado do Filho Pródigo

26 de Fevereiro de 2022 (CC) - 13 de Fevereiro (CE)
São Martiniano de Cesaréia, monge; Santas Zoê e Fotini († fim do séc. IV)
Tom 2



Ainda muito jovem, São Martiniano estabeleceu-se no deserto, próximo a Cesaréia, na Palestina. Seu jovem corpo era atormentado pelas paixões carnais e sua alma turbava-se ante as tentações diabólicas que eram vencidas através dos freqüentes jejuns, orações e trabalhos. Assim viveu durante 25 anos. Graças a sua continência, uma prostituta chamada Zoê, que veio especialmente para tentá-lo, se converteu à santidade.  
Certa vez ele pisou com os pés descalços sobre brasas ardentes e, com muito esforço e suportando a dor, gritou: «e como será então o fogo do inferno?» Surpreendida pela força espiritual e pelos sofrimentos do eremita, Zoê se arrependeu e pediu que orasse por ela. Martiniano orientou então que ela fosse ao Monastério de Santa Paula, em Belém. Lá, Zoê viveu durante 12 anos até seu falecimento, esforçando-se espiritualmente para expiar seus pecados. Até o último dia de sua vida, Zoê não bebia vinho e se alimentava de pão e água, dormindo no chão. 
São Martiniano passou durante muitos anos em uma ilha desabitada; não tinha sequer um teto. Recebia alimentação do dono de um barco para o qual confeccionava cestos. Nesta mesma ilha onde São Martiniano vivia, uma jovem, de nome Fotini, havia se refugiado após o naufrágio de seu barco, levada pelas ondas. Após recebê-la na ilha e evitar as tentações, São Martiniano foi para o mar e, por graça de Deus, alcançou o Sul da Grécia por onde peregrinou durante dois meses até chegar a Atenas onde faleceu em paz no ano 122. Santa Fotini ficou na ilha onde viveu durante mais seis anos até seu falecimento.  

Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

1 Coríntios 10:23-28

23 Todas as coisas são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas são lícitas, mas nem todas as coisas edificam. 24 Ninguém busque o proveito próprio, antes cada um o de outrem. 25 Comei de tudo quanto se vende no mercado, nada perguntando por causa da consciência. 26 Pois do Senhor é a terra e a sua plenitude. 27 Se, portanto, algum dos incrédulos vos convidar, e quiserdes ir, comei de tudo o que se puser diante de vós, nada perguntando por causa da consciência. 28 Mas, se alguém vos disser: Isto foi oferecido em sacrifício; não comais por causa daquele que vos advertiu e por causa da consciência;

Lucas 21:8-9, 25-27, 33-36

8 Respondeu então ele: Acautelai-vos; não sejais enganados; porque virão muitos em meu nome, dizendo: Sou eu; e: O tempo é chegado; não vades após eles. 9 Quando ouvirdes de guerras e tumultos, não vos assusteis; pois é necessário que primeiro aconteçam essas coisas; mas o fim não será logo. 25 E haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas; e sobre a terra haverá angústia das nações em perplexidade pelo bramido do mar e das ondas. 26 os homens desfalecerão de terror, e pela expectação das coisas que sobrevirão ao mundo; porquanto os poderes do céu serão abalados. 27 Então verão vir o Filho do homem em uma nuvem, com poder e grande glória. 33 Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras jamais passarão. 34 Olhai por vós mesmos; não aconteça que os vossos corações se carreguem de glutonaria, de embriaguez, e dos cuidados da vida, e aquele dia vos sobrevenha de improviso como um laço. 35 Porque há de vir sobre todos os que habitam na face da terra. 36 Vigiai, pois, em todo o tempo, orando, para que possais escapar de todas estas coisas que hão de acontecer, e estar em pé na presença do Filho do homem. 


COMEMORAÇÃO DOS FALECIDOS



1 Tessalonicenses 4:13-17

Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais como os outros que não têm esperança. Porque, se cremos que Jesus morreu e ressurgiu, assim também aos que dormem, Deus, mediante Jesus, os tornará a trazer juntamente com ele. Dizemo-vos, pois, isto pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que já dormem. Porque o Senhor mesmo descerá do céu grande brado, à voz do arcanjo, ao som da trombeta de Deus, e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos seremos arrebatados juntamente com eles, nas nuvens, ao encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor.

João 5:24-30

Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida. Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora, e agora é, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, e os que a ouvirem viverão. Porque, como o Pai tem a vida em si mesmo, assim deu também ao Filho ter a vida em si mesmo; e deu-lhe o poder de exercer o juízo, porque é o Filho do homem. Não vos maravilheis disto; porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal para a ressurreição da condenação. Eu não posso de mim mesmo fazer coisa alguma. Como ouço, assim julgo; e o meu juízo é justo, porque não busco a minha vontade, mas a vontade do Pai que me enviou.

ENSINO DOS SANTOS PADRES

São Teófano, o Recluso
Agora, a Santa Igreja dirige nossa atenção para além das fronteiras da nossa vida presente, a nossos pais e irmãos que passaram por aqui. A Igreja espera que, lembrando-nos do seu estado (que nós mesmos não escaparemos), para nos preparar para passarmos a semana da Abstinência de Carne adequadamente, bem como a Grande Quaresma que se segue. Vamos ouvir a nossa mãe Igreja; e comemorando nossos pais e irmãos, vamos cuidar para nos prepararmos para a nossa passagem para o outro mundo. Vamos trazer à mente os nossos pecados e lamentá-los, estando determinados a de agora em diante manter-nos puros de qualquer contaminação. Pois nada impuro entrará no Reino de Deus; e no julgamento, nenhum imundo será justificado. Após a morte não se pode esperar purificação. Você vai permanecer como está quando fizer a passagem. Você deve se purificar aqui. Apressem-nos, pois, quem pode prever quanto tempo um vai viver? A vida poderia ser cortada nesta mesma hora. Como podemos aparecer impuro no outro mundo? Através de que os olhos vamos encarar nossos pais e irmãos que irão nos atender? Como vamos responder às suas perguntas: "Que maldade é esta em você? O que é isso? E isso? "Que vergonha vai cobrir-nos! Apressem-nos por corrigir tudo o que está fora de ordem, para chegar pelo menos um pouco tolerável e suportável no outro mundo.

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sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

Sexta-feira do Filho Pródigo

25 de Fevereiro de 2022 (CC) - 12 de Fevereiro (CE)
Ícone Iveron (Moscou) da Santíssima Theotókos (9º c.).
São Melécio, Arcebispo de Antioquia († 381)
Jejum (Peixe é permitido)
Tom 2

Durante o reinado do imperador Theophilus (829-842), o Império Bizantino foi tomado pela heresia da iconoclasma. De acordo com a ordem do Imperador, milhares de soldados pilharam o Império, procurando em todos os cantos, cidades e aldeias ícones ocultos. 
Perto da cidade de Nicéia, vivia certa viúva piedosa que havia escondido um ícone da Santíssima Theotókos. Logo os soldados o descobriram, e um deles enfiou a lança na imagem. Mas pela graça de Deus, seu terrível ato foi ofuscado por um milagre: Sangue fluiu da ferida no rosto da Mãe de Deus. Os soldados assustados fugiram rapidamente. 
A viúva passou a noite inteira em vigília, rezando diante do ícone da Santíssima Theotókos. De manhã, de acordo com a vontade de Deus, ela levou o ícone para o mar e o lançou sobre a água. O ícone sagrado ficou em pé sobre as ondas e começou a navegar para o oeste. O tempo passou, e uma noite os monges do monastério de Iveron, no Monte Athos, contemplaram um pilar de luz, brilhando sobre o mar como o sol. A imagem milagrosa durou vários dias, enquanto os pais da Montanha Sagrada se reuniram, maravilhados. Finalmente eles desceram para a beira do mar, onde viram a coluna de luz acima do ícone da Theotókos. Mas quando eles se aproximaram, o ícone se moveu mais para o mar. 
Naquela época, um monge georgiano chamado Gabriel, trabalhava no mosteiro de Iveron. A Theotókos apareceu aos pais da Montanha Sagrada e disse-lhes que só Gabriel era digno de recuperar o Ícone sagrado do mar. Ao mesmo tempo, ela apareceu para Gabriel e disse-lhe: 
"Entre no mar, e ande sobre as ondas com fé, e todos testemunharão o meu amor e misericórdia pelo seu mosteiro." 
Os monges do Monte Athos encontraram Gabriel no mosteiro georgiano e o levou até o mar, cantando hinos e incensando com incenso sagrado. Gabriel andou sobre a água como se em terra seca, pegou o Ícone em seus braços e obedientemente o levou de volta à terra. 
Este milagre ocorreu na terça-feira brilhante.
Enquanto os monges celebravam uma Paraklesis de ação de graças, uma primavera fria e doce jorrava milagrosamente do chão onde o ícone estava. Depois, levaram o ícone para uma igreja e o colocaram no santuário com grande reverência. Mas na manhã seguinte, um dos monges ao vir acender uma lâmpada, descobriu que o ícone não estava mais onde o haviam deixado; agora estava pendurado em uma parede perto do portão de entrada. Os monges, incrédulos, a levaram para o santuário, mas, no dia seguinte o ícone foi novamente encontrado no portão do mosteiro. Este milagre se repetiu várias vezes, até que a Santíssima Virgem apareceu a Gabriel, dizendo: 
“Anuncie aos irmãos que a partir de hoje eles não devem me levar embora. Pois o que desejo não é ser protegida por vocês; em vez disso, vou resplandecer para vós, tanto nesta vida como na era vindoura. Enquanto virdes meu ícone no mosteiro, a graça e a misericórdia do meu Filho nunca faltarão!”
Cheios de alegria, os monges ergueram uma pequena igreja perto do portão do mosteiro para glorificar a Santíssima Theotókos e depuseram o ícone de maravilha dentro dele. O Ícone sagrado passou a ser conhecido como a “Mãe  de Deus Iveron e, em grego, "Portaitissa". Pela graça do milagroso ícone Iveron da Theotókos, muitos milagres ocorreram e continuam acontecendo em todo o mundo. 
Comemoração de São Melécio 
São Melécio nasceu em Melitene, no ano 310, aproximadamente. Pertencia a uma das mais distintas famílias da Armênia Menor. Distinguia-se por sua inteligência e piedade. No ano 357, foi ordenado Bispo de Sebaste. Na cidade, encontrou violenta oposição ao cristianismo e decidiu retirar-se para o deserto e, mais tarde, para Beroa na Síria. Após o desterro de Eustásio em 331, a Igreja de Antioquia estava sob o domínio dos arianos, já que vários bispos fomentavam essa heresia. Eudóxio, ainda ariano, foi expulso  por um grupo que professava a mesma heresia, em uma revolta contra as autoridades. Pouco depois, usurpou o trono de Constantinopla. Os arianos, diante deste fato, junto com alguns cristãos ortodoxos, concordaram em eleger Melécio à sede de Antioquia, no ano 361. O imperador confirmou a eleição, ainda que outros ortodoxos se negassem a reconhecê-lo, dizendo que era uma escolha ilegal uma vez que alguns arianos haviam participado da eleição. Os arianos esperavam que Melécio se declarasse em favor da heresia, o que não se confirmou. Certa vez o imperador Constâncio, vindo de Antioquia, pediu a vários prelados que explicassem um texto do Livro dos Provérbios. Jorge de Laodicéia explicou o texto no sentido ariano; Acácio de Cesaréia explicou num sentido herético e Melécio deu uma explicação no sentido ortodoxo. A explicação de Melécio enfureceu os arianos e,  por causa disso Eudóxio, em Constantinopla, influenciou o imperador para que desterrasse Melécio para a Armênia Menor.  
Substituindo a sé vacante, os arianos elegeram Euzoius que anteriormente havia sido expulso da Igreja por Santo Alexandro, arcebispo de Alexandria. Este fato marcou o Cisma de Antioquia, ainda que o verdadeiro inicio do cisma tenha acontecido com o desterro de Eustásio, trinta anos antes. Em 381, reuniu-se em Constantinopla o Segundo Concilio Ecumênico, presidido por São Melécio. Durante a realização do Concilio, o bispo faleceu após suportar com paciência muitos sofrimentos. A notícia de sua morte foi recebida com grande dor pelos padres conciliares e pelo imperador Teodósio que lhe havia dado boas vindas à cidade, com demonstração de grande afeto: «te recebo como um filho que recebe o pai depois de muito tempo ausente». Sendo sempre muito humilde, Melécio conquistou a todos que o conheciam. São João Crisóstomo afirmava que seu nome era tão venerado que muitos habitantes de Antioquia escolhiam aquele nome para os filhos; gravavam suas imagens em selos e em vasilhas e esculpiam em suas casas. Todos os Padres do Concilio e os fiéis da cidade assistiram ao seu funeral em Constantinopla. Um dos prelados mais eminentes, São Gregório de Nissa, pronunciou a oração fúnebre que fazia referência ao doce e tranqüilo olhar, ao radiante sorriso e às bondosas mãos que acompanhavam sua aprazível voz. Terminou a oração dizendo: «Agora que vês a Deus face a face, roga a Ele por nós e pelo seu povo». Cinco anos depois, São João Crisóstomo, a quem São Melécio tinha ordenado diácono, compilou e pronunciou um panegírico no dia 12 de fevereiro, dia de sua morte e de sua trasladação para Antioquia. 

Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

I João 1:1-13

1 O ancião à senhora eleita, e a seus filhos, aos quais eu amo em verdade, e não somente eu, mas também todos os que conhecem a verdade, 2 por causa da verdade que permanece em nós, e para sempre estará conosco: 3 Graça, misericórdia, paz, da parte de Deus Pai e da parte de Jesus Cristo, o Filho do Pai, serão conosco em verdade e amor. 4 Muito me alegro por ter achado alguns de teus filhos andando na verdade, assim como recebemos mandamento do Pai. 5 E agora, senhora, rogo-te, não como te escrevendo um novo mandamento, mas aquele mesmo que desde o princípio tivemos: que nos amemos uns aos outros. 6 E o amor é este: que andemos segundo os seus mandamentos. Este é o mandamento, como já desde o princípio ouvistes, para que nele andeis. 7 Porque já muitos enganadores saíram pelo mundo, os quais não confessam que Jesus Cristo veio em carne. Tal é o enganador e o anticristo. 8 Olhai por vós mesmos, para que não percais o fruto do nosso trabalho, antes recebeis plena recompensa. 9 Todo aquele que vai além do ensino de Cristo e não permanece nele, não tem a Deus; quem permanece neste ensino, esse tem tanto ao Pai como ao Filho. 10 Se alguém vem ter convosco, e não traz este ensino, não o recebais em casa, nem tampouco o saudeis. 11 Porque quem o saúda participa de suas más obras. 12 Embora tenha eu muitas coisas para vos escrever, não o quis fazer com papel e tinta; mas espero visitar-vos e falar face a face, para que o nosso gozo seja completo. 13 Saúdam-te os filhos de tua irmã, a eleita. 

Marcos 15:22-25, 33-41

22 Levaram-no, pois, ao lugar do Gólgota, que quer dizer, lugar da Caveira. 23 E ofereciam-lhe vinho misturado com mirra; mas ele não o tomou. 24 Então o crucificaram, e repartiram entre si as vestes dele, lançando sortes sobre elas para ver o que cada um levaria. 25 E era a hora terceira quando o crucificaram. 33 E, chegada a hora sexta, houve trevas sobre a terra, até a hora nona. 34 E, à hora nona, bradou Jesus em alta voz: Eloí, Eloí, lamá, sabactani? que, traduzido, é: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? 35 Alguns dos que ali estavam, ouvindo isso, diziam: Eis que chama por Elias. 36 Correu um deles, ensopou uma esponja em vinagre e, pondo-a numa cana, dava-lhe de beber, dizendo: Deixai, vejamos se Elias virá tirá-lo. 37 Mas Jesus, dando um grande brado, expirou. 38 Então o véu do santuário se rasgou em dois, de alto a baixo. 39 Ora, o centurião, que estava defronte dele, vendo-o assim expirar, disse: Verdadeiramente este homem era filho de Deus. 40 Também ali estavam algumas mulheres olhando de longe, entre elas Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago o Menor e de José, e Salomé; 41 as quais o seguiam e o serviam quando ele estava na Galiléia; e muitas outras que tinham subido com ele a Jerusalém. 

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ENSINO DOS SANTOS PADRES


“Suas cicatrizes nos curaram”

Nos conta São João que Jesus tinha dito: Destruí este templo e em três dias o erguerei. Mas ele – observa o evangelista – falava do templo do seu corpo. E se é verdade que o Pai fez tudo por sua Palavra, por seu Filho, não é menos evidente que a ressurreição de sua carne a consumou por seu próprio Filho. Portanto, por meio dele o ressuscita e por meio dele lhe dá a vida. Enquanto homem é ressuscitado segundo a carne, e enquanto homem recebe a vida, quem agiu como um homem qualquer.

Mas ele é ainda quem, em sua qualidade de Deus, levanta o seu próprio templo e comunica a vida a sua própria carne. Enquanto por um lado nos diz: Por eles me consagro para que também eles se consagrem na verdade. E quando diz: Deus meu, Deus meu, por que me abandonastes?, fala como nosso representante, já que assumiu a condição de escravo, fazendo-se semelhante aos homens. E assim, encontrado com aspecto humano, se humilhou fazendo-se obediente até a morte, e morte de cruz. E como disse Isaías: Ele suportou nossos sofrimentos e padeceu nossas dores.

Sendo assim, não foi vexado de dores por sua causa, mas pela nossa; nem foi abandonado por Deus, mas nós; e por nós, os abandonados, ele veio ao mundo. E quando diz: Por isso, Deus o exaltou acima de tudo e lhe deu o nome que está acima de todo nome, fala do templo de seu corpo.

Realmente, não é o Altíssimo quem é exaltado, mas a carne do Altíssimo; e é para a carne do altíssimo que se concedeu o “nome que está acima de todo nome”. E quando disse: o Espírito ainda não tinha sido dado, porque Jesus não havia sido glorificado, fala da carne de Cristo que ainda não estava glorificada. Pois não é o Senhor da glória que é glorificado, mas a carne do Senhor da glória; esta recebeu a glória junto com ele quando subiu ao céu. Por isso, o espírito de adoção ainda não fora dado aos homens, porque as primícias que o Verbo tinha assumido da natureza humana ainda não haviam subido ao céu.

Portanto, quando a Escritura utiliza expressões tais como: “o Filho recebeu”, ou “o Filho foi glorificado”, referem-se a sua humanidade, não a sua divindade. Assim, enquanto alguns textos dizem: Aquele que não poupou ao seu próprio Filho, mas que o entregou à morte por nós, outros afirmam: Como Cristo amou a sua Igreja e se entregou por ela.

Deus, que é imortal, não veio para salvar-se a si mesmo, mas para libertar-nos, a nós que estávamos mortos; nem padeceu por si mesmo, mas por nós, e de tal forma ele assumiu nossa miséria e nossa pobreza, que foi com a finalidade de enriquecer-nos com a sua riqueza. Pois sua paixão é nossa alegria; sua sepultura, nossa ressurreição; e seu batismo, nossa santificação. De fato, ele afirma: Por eles me consagro, para que também eles se consagrem na verdade. E seus sofrimentos são nossa salvação, porque suas chagas nos curaram. O castigo suportado por ele é a nossa paz, já que nosso salutar “castigo recaiu sobre ele, isto é, foi castigado para merecermos a paz.

E quando na cruz exclama: Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito, encomenda ao Pai, nele mesmo, a todos os homens que nele são vivificados. Somos realmente seus membros, e ainda que sejam muitos os membros, formamos um só corpo, que é a Igreja. É o que diz São Paulo escrevendo aos gálatas: Porque todos vós sois um só em Cristo Jesus. Desta forma, nele, nos encomenda a todos.”

Santo Atanásio, Patriarca de Alexandria, (séc. IV)

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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

Quinta-feira do Filho Pródigo

24 de Fevereiro de 2022 (CC) - 11 de Fevereiro (CE)
São Brás, Hieromártir, Bispo de Sebaste na Armênia († c. 316); 
Santa Imperatriz Teodora da Grécia e a restauração da Veneração dos Santos Ícones; 
São Dimitri, o milagroso de Prilutsk; Príncipe Vsevolod de Pskov; Santa Higúmena Gobnet; Encontro das santas relíquias do Profeta Zacarías, Pai do Precursor; São George, o Sérvio.
Tom 2


 
São Brás (ou Blásios), bispo e mártir, nasceu em Sebaste, na Armênia, e ficou muitíssimo conhecido em todo o mundo cristão pelos milagres que operou para a glória e honra de Deus. A pureza de seus costumes, sua natural doçura, sua humildade, prudência e, sobretudo, sua grande misericórdia lhe fizeram dele um homem muito estimado de todos.

Os primeiros anos de sua vida foram dedicados, com grande proveito, ao estudo da filosofia. Seu conhecimento acerca da natureza humana o inclinaram para à medicina, a qual exerceu com perfeição. Os estudos da medicina fizeram dele um conhecedor das doenças e da fragilidade da vida, o que o levou a uma profunda reflexão  sobre a razão, mérito e solidez dos bens eternos. Tomado pela lucidez, decidiu prevenir-se de um eventual remorso pelo qual passa a maioria das pessoas no momento da morte, e optou por viver uma vida de santidade, exercitando nas virtudes cristãs. Pensava retirar-se ao deserto, mas quando faleceu o Bispo de Sebaste, o elegeram como seu sucessor, sob o aplauso de toda a cidade. A nova função serviu para ressaltar suas virtudes e obrigá-lo a viver uma vida ainda mais santa. Quanto mais se ocupava da salvação das almas de seu rebanho, mais aumentava seu desprendimento em relação a sua própria vida. Ocupou-se então de instruir seus fiéis, valendo-se mais de exemplos do que de palavras. Tão grande era seu desejo de viver recluso e de aperfeiçoar-se que sentiu a necessidade de retirar-se e passou a viver em uma gruta, situada no alto do Monte Argeu, um pouco distante da cidade. Depois de alguns dias, Deus Se manifestou através da santidade de seu fiel servo operando vários milagres por seu intermédio. Não somente pessoas de todos os lugares vinham a ele buscando a cura do corpo e da alma, como também os animais selvagens se aproximavam dele para receberem do santo bispo as suas bênçãos de cura de suas enfermidades.

Encontravam-no sempre em oração e esperavam pacientemente à porta da gruta, sem interrompê-lo, e só saiam de lá depois que recebessem de São Brás a sua bênção. No ano 315, chegou a Sebaste o Governador da Capadócia e da Armênia Menor, Agricolao, enviado pelo Imperador Licínio. Veio com ordem de executar todos os cristãos da região. Decidido a cumprir tal mandato, ao entrar na cidade ordenou que fossem jogados às feras todos os cristãos que estavam nas prisões. Para tanto, enviou soldados aos bosques à caça de leões e tigres. Os enviados do Governador entraram pelo monte Argeu e se depararam com a gruta habitada por São Brás. A entrada da gruta estava rodeada por animais selvagens e, entre as feras, São Brás orava sobre eles. Os soldados, vendo aquilo, ficaram impressionados e foram logo contar ao Governador. Surpreso com a notícia, o Governador ordenou que retornassem ao lugar e que o tal bispo fosse trazido à sua presença. Mal os soldados chegaram ao local, São Brás docemente lhes disse: 
«Vamos, meus filhos, derramar nosso sangue por meu Senhor Jesus Cristo. Há muito tempo que desejo o martírio, e esta noite o Senhor me deu a entender que se dignou aceitar meu sacrifício». 
Logo que se soube que São Brás estava sendo levado da cidade de Sebaste, a multidão tomou as ruas desejando receber dele suas bênçãos e o alivio dos males. Uma pobre mulher, desesperada e aflita, passou como pode em meio à multidão e, cheia de confiança, ajoelhou-se aos pés de São Brás apresentando-lhe seu filho que estava sofrendo com uma espinha que lhe havia atravessado a garganta e o sufocava. Vendo a dor da pobre mãe, o bispo ficou compadecido, elevou seus olhos e ergueu as mãos ao céu, pedindo fervorosamente:

«Senhor meu, Pai de misericórdia e Deus e todo o consolo, digna-te ouvir a humilde prece de teu servo e concede a graça da saúde a este menino, para que o mundo creia que só Tu És o Senhor dos vivos e dos mortos. Tu que És o Soberano e a todos ofereces a Tua misericórdia, Te suplico humildemente, que todos os que vem a mim para alcançar a cura de doenças, pela intercessão deste teu humilde servo, sejam benignamente ouvidos e favoravelmente atendidos». 

Mal tinha terminado a oração, o menino expeliu a espinha de sua garganta e ficou totalmente curado. Por este fato, São Brás é conhecido por todos e é venerado como protetor dos males da garganta e sufocamentos. Quando chegaram, São Brás foi apresentado ao Governador que, sem demora e ali mesmo, determinou que oferecesse sacrifício aos deuses. São Brás exclamou: 
«Ó Deus! Por que dás esse nome aos demônios que só têm poderes para fazer o mal? Não há outro Deus senão o Único e verdadeiro Deus, Todo Poderoso e Eterno, e é este Deus que eu adoro». 
Irritado com estas palavras, Agricolao ordenou que fosse cruelmente açoitado até a morte. São Brás, porém, expressava alegria em seu semblante e sua força espiritual o sustentava. Foi depois levado para a prisão onde operou vários milagres, o que despertou ainda mais a ira do Governador que ordenou que esfolassem seu corpo, parte por parte. Escorria muito sangue por todos os lados e algumas mulheres vieram limpar seus ferimentos. Foram, por isso, presas e forçadas a oferecer sacrifícios aos ídolos, sob pena de suas vidas. Elas pediram então para que trouxessem os ídolos, mas retrocederam e jogaram as oferendas nas águas de uma lagoa. Esta atitude lhes rendeu a coroa do martírio, sendo degoladas juntamente com seus filhos. 
O Governador, sentindo-se vencido e envergonhado, mandou que jogassem São Brás no fundo da lagoa onde as oferendas haviam sido jogadas. Protegendo-se com o sinal da cruz, São Brás começou a caminhar sobre as águas como se estivesse andando em terra firme. Chegou até a metade da lagoa e sentou-se serenamente, mostrando aos pagãos que seus deuses não tinham nenhum poder sobre ele. Alguns corajosos e incrédulos jogaram-se nas águas para tirar a prova do que estava acontecendo, mas se afogaram. Naquele momento, São Brás ouviu uma voz que vinha do fundo das águas e lhe dizia que iria receber em breve a coroa do martírio. Ao sair para terra firme o governador ordenou imediatamente que lhe cortassem a cabeça. Isto aconteceu no dia 11 de fevereiro do ano 316.

Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

1 João 4:20-5:21

20 Se alguém diz: Eu amo a Deus, e odeia a seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu, não pode amar a Deus, a quem não viu. 21 E dele temos este mandamento, que quem ama a Deus ame também a seu irmão. 1 Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo, é o nascido de Deus; e todo aquele que ama ao que o gerou, ama também ao que dele é nascido. 2 Nisto conhecemos que amamos os filhos de Deus, se amamos a Deus e guardamos os seus mandamentos. 3 Porque este é o amor de Deus, que guardemos os seus mandamentos; e os seus mandamentos não são penosos; 4 porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé. 5 Quem é o que vence o mundo, senão aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus? 6 Este é aquele que veio por água e sangue, isto é, jesus Cristo; não só pela água, mas pela água e pelo sangue. 7 E o Espírito é o que dá testemunho, porque o Espírito é a verdade. 8 Porque três são os que dão testemunho: o Espírito, e a água, e o sangue; e estes três concordam. 9 Se recebemos o testemunho dos homens, o testemunho de Deus é este, que de seu Filho testificou - 10 Quem crê no Filho de Deus, em si mesmo tem o testemunho; quem a Deus não crê, mentiroso o fez; porquanto não creu no testemunho que Deus de seu Filho deu. - 11 E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está em seu Filho. 12 Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida. 13 Estas coisas vos escrevo, a vós que credes no nome do Filho de Deus, para que saibais que tendes a vida eterna. 14 E esta é a confiança que temos nele, que se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, ele nos ouve. 15 e, se sabemos que nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos que já alcançamos as coisas que lhe temos pedido. 16 Se alguém vir seu irmão cometer um pecado que não é para morte, pedirá, e Deus lhe dará a vida para aqueles que não pecam para a morte. Há pecado para morte, e por esse não digo que ore. 17 Toda injustiça é pecado; e há pecado que não é para a morte. 18 Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não vive pecando; antes o guarda aquele que nasceu de Deus, e o Maligno não lhe toca. 19 Sabemos que somos de Deus, e que o mundo inteiro jaz no Maligno. 20 Sabemos também que já veio o Filho de Deus, e nos deu entendimento para conhecermos aquele que é verdadeiro; e nós estamos naquele que é verdadeiro, isto é, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna. 21 Filhinhos, guardai-vos dos ídolos. 

Marcos 15:1-15

1 Logo de manhã tiveram conselho os principais sacerdotes com os anciãos, os escribas e todo o sinédrio; e maniatando a Jesus, o levaram e o entregaram a Pilatos. 2 Pilatos lhe perguntou: És tu o rei dos judeus? Respondeu-lhe Jesus: É como dizes. 3 e os principais dos sacerdotes o acusavam de muitas coisas. 4 Tornou Pilatos a interrogá-lo, dizendo: Não respondes nada? Vê quantas acusações te fazem. 5 Mas Jesus nada mais respondeu, de maneira que Pilatos se admirava. 6 Ora, por ocasião da festa costumava soltar-lhes um preso qualquer que eles pedissem. 7 E havia um, chamado Barrabás, preso com outros sediciosos, os quais num motim haviam cometido um homicídio. 8 E a multidão subiu e começou a pedir o que lhe costumava fazer. 9 Ao que Pilatos lhes perguntou: Quereis que vos solte o rei dos judeus? 10 Pois ele sabia que por inveja os principais sacerdotes lho haviam entregado. 11 Mas os principais sacerdotes incitaram a multidão a pedir que lhes soltasse antes a Barrabás. 12 E Pilatos, tornando a falar, perguntou-lhes: Que farei então daquele a quem chamais reis dos judeus? 13 Novamente clamaram eles: Crucifica-o! 14 Disse-lhes Pilatos: Mas que mal fez ele? Ao que eles clamaram ainda mais: Crucifica-o! 15 Então Pilatos, querendo satisfazer a multidão, soltou-lhe Barrabás; e tendo mandado açoitar a Jesus, o entregou para ser crucificado.

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ENSINO DOS SANTOS PADRES

São Teófano, o Recluso
Esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé (I João 5: 4) -a fé cristã. Vencer o mundo: o que isso significa? Não é exterminar todos aqueles que amam o mundo, ou para aniquilar e destruir tudo que é amado pelo mundo. Ao contrário, significa que enquanto vivendo em meio aqueles que amam o mundo e se movendo em meio a costumes amados no mundo, viver e ser alheio a tudo e a todos. Assim que você rejeitou o mundo e a tudo que é mundano, com esta atitude vence o mundo. Mas, quem é que te ensina a rejeitar o mundo e quem te dá a força para isso? Nossa Fé [Ortodoxa] nos fortalece. Ele revela e destrói  as ilusões do mundo e inspira o desejo de libertar-se de suas redes. Então, quando alguém resolve quebrar estas correntes, se arrepende e se aproxima dos Mistérios Restauradores - o batismo ou a confissão - e a fé lhe permite sentir misticamente a doçura de uma vida oposta à do mundo, uma doçura com a qual todos os prazeres do mundo não podem, de forma alguma, entrar em comparação. Como resultado, surge um ódio por tudo que de mundano habita no coração, o que na verdade é a superação do mundo. E é nesta ação mística, como resultado do ódio a tudo que do mundo é gerado, que se é concedido o poder de permanecer firmes nesta aversão e alienação do mundo; e esta é uma vitória decisiva e duradoura.

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