segunda-feira, 12 de setembro de 2011

14ª Segunda-feira depois de Pentecostes – Modo 4 12 de Setembro (CC) / 30 de Agosto (CE)

Ss. Alexandre († 337), João II († 518) e Paulo († 784), Arcebs. de Constantinopla


EPÍSTOLA: 2 Coríntios 12:10-19
EVANGELHO: Marcos 4:10-23

10 Quando se achou só, os que estavam ao redor dele, com os doze, interrogaram-no acerca da parábola.    11 E ele lhes disse: A vós é confiado o mistério do reino de Deus, mas aos de fora tudo se lhes diz por parábolas; 12 para que vendo, vejam, e não percebam; e ouvindo, ouçam, e não entendam; para que não se convertam e sejam perdoados.    13 Disse-lhes ainda: Não percebeis esta parábola? como, pois entendereis todas as parábolas?    14 O semeador semeia a palavra.    15 E os que estão junto do caminho são aqueles em quem a palavra é semeada; mas, tendo-a eles ouvido, vem logo Satanás e tira a palavra que neles foi semeada.    16 Do mesmo modo, aqueles que foram semeados nos lugares pedregosos são os que, ouvindo a palavra, imediatamente com alegria a recebem; 17, mas não têm raiz em si mesmos, antes são de pouca duração; depois, sobrevindo tribulação ou perseguição por causa da palavra, logo se escandalizam.    18 Outros ainda são aqueles que foram semeados entre os espinhos; estes são os que ouvem a palavra; 19, mas os cuidados do mundo, a sedução das riquezas e a cobiça doutras coisas, entrando, sufocam a palavra, e ela fica infrutífera.    20 Aqueles outros que foram semeados em boa terra são os que ouvem a palavra e a recebem, e dão fruto, a trinta, a sessenta, e a cem, por um.    21 Disse-lhes mais: Vem porventura a candeia para se meter debaixo do alqueire, ou debaixo da cama? não é antes para se colocar no velador?    22 Porque nada está encoberto senão para ser manifesto; e nada foi escondido senão para vir à luz.    23 Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça.


COMENTÁRIO

Se a semente seca, não é devido ao calor. Jesus não disse que a semente secou por causa do calor, mas sim pela «falta de raiz». Se a Palavra é asfixiada, não será por causa dos espinhos, mas de quem os deixou crescer em liberdade. Se quiseres, podes impedir que cresçam, podes fazer bom uso da riqueza. É por isso que o Salvador não fala «do mundo», mas dos «cuidados do mundo», não fala «da riqueza», mas da «sedução da riqueza». Por conseguinte, não acusemos as coisas em si mesmas, mas a corrupção da nossa consciência. [...]

Não é o agricultor, como vês, não é a semente, é a terra onde ela é recebida que explica tudo, ou seja, as disposições do nosso coração. Também aí a bondade de Deus para com o homem é imensa, dado que, longe de exigir a mesma medida de virtude, acolhe os primeiros, não repudia os segundos e dá lugar aos terceiros. [...]

É necessário, pois, começar por ouvir atentamente a Palavra, depois guardá-la fielmente na memória, em seguida encher-se de coragem, depois desprezar a riqueza e livrar-se do amor aos bens do mundo. Se Jesus coloca em primeiro lugar a Palavra, antes de todas as outras condições, é porque é a condição fundamental. «E como hão de acreditar Naquele de Quem não ouviram falar?”. (Rom, 10, 14). Também nós, se não dermos atenção ao que nos é dito, não conheceremos os deveres a cumprir. Só depois vem a coragem e o desprezo pelos bens deste mundo. Para pôr a render estas lições, fortifiquemo-nos de todas as maneiras: estejamos atentos à Palavra, façamos crescer profundamente as nossas raízes e desembaracemo-nos de todas as preocupações do mundo.


O SEMEADOR SEMEIA SEM CONTAR
Hoje não persuadi o meu ouvinte, mas talvez o persuada amanhã, ou talvez dentro de três ou quatro dias. Às vezes, o pescador que em vão lançou as redes durante todo o dia apanha à noite, quando se vai embora, o peixe que não conseguiu pescar durante o dia. O lavrador não deixa de cultivar a terra mesmo que não obtenha grandes colheitas durante vários anos; por fim, é frequente um só ano reparar, e com abundância, todas as perdas anteriores. […]

Deus não nos pede que tenhamos sucesso, mas que trabalhemos; ora, o nosso trabalho não será menos recompensado por não termos sido escutados. […] Cristo sabia perfeitamente que Judas não se converteria; e, contudo, tentou convertê-lo até ao fim, censurando-lhe o seu pecado em termos comoventes: “Amigo, a que vieste?” (Mt 26, 50). Ora, se Cristo, que é o modelo dos pastores, trabalhou até ao fim pela conversão de um homem desesperado, quanto devemos fazer nós por aqueles por quem nos foi ordenado que esperemos sempre!

São João Crisóstomo,
Patriarca de Constantinopla.
Homilia pronunciada ao voltar do exílio

ORAÇÃO

Quando o SENHOR trouxe do cativeiro os que voltaram a Sião, estávamos como os que sonham. Então a nossa boca se encheu de riso e a nossa língua de cântico; então se dizia entre os gentios: Grandes coisas fez o SENHOR a estes. Grandes coisas fez o SENHOR por nós, pelas quais estamos alegres. Traze-nos outra vez, ó SENHOR, do cativeiro, como as correntes das águas no sul. Os que semeiam em lágrimas segarão com alegria.
Aquele que leva a preciosa semente, andando e chorando, voltará, sem dúvida, com alegria, trazendo consigo os seus molhos.
Salmo 125(126)

domingo, 11 de setembro de 2011

13ª DOMINGO DE PENTECOSTES 11 de Setembro (CC) / 29 de Agosto (CE)

Degolação de S. João Batista, o Precursor (jejum).
Modo 4

MATINAS (II)


Marcos 16:1-8

1 Ora, passado o sábado, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, e Salomé, compraram aromas para irem ungi-lo.    2 E, no primeiro dia da semana, foram ao sepulcro muito cedo, ao levantar do sol.    3 E diziam umas às outras: Quem nos revolverá a pedra da porta do sepulcro?    4 Mas, levantando os olhos, notaram que a pedra, que era muito grande, já estava revolvida; 5 e entrando no sepulcro, viram um moço sentado à direita, vestido de alvo manto; e ficaram atemorizadas.    6 Ele, porém, lhes disse: Não vos atemorizeis; buscais a Jesus, o nazareno, que foi crucificado; ele ressurgiu; não está aqui; eis o lugar onde o puseram.    7 Mas ide, dizei a seus discípulos, e a Pedro, que ele vai adiante de vós para a Galileia; ali o vereis, como ele vos disse.    8 E, saindo elas, fugiram do sepulcro, porque estavam possuídas de medo e assombro; e não disseram nada a ninguém, porque temiam.



LITURGIA

1 Coríntios 16:13-24

13 Vigiai, estai firmes na fé, portai-vos varonilmente, sede fortes.  14 Todas as vossas obras sejam feitas em amor.    15 Agora vos rogo, irmãos - pois sabeis que a família de Estéfanas é as primícias da Acáia, e que se tem dedicado ao ministério dos santos - 16 que também vos sujeiteis aos tais, e a todo aquele que auxilia na obra e trabalha.    17 Regozijo-me com a vinda de Estéfanas, de Fortunato e de Acaico; porque estes supriram o que da vossa parte me faltava.    18 Porque recrearam o meu espírito assim como o vosso. Reconhecei, pois, aos tais.    19 As igrejas da Ásia vos saúdam. Saúdam-vos afetuosamente no Senhor Aquila e Priscila, com a igreja que está em sua casa.    20 Todos os irmãos vos saúdam. Saudai-vos uns aos outros com ósculo santo.    21 Esta saudação é de meu próprio punho, Paulo.    22 Se alguém não ama ao Senhor, seja anátema! Maranata.    23 A graça do Senhor Jesus seja convosco.    24 O meu amor seja com todos vós em Cristo Jesus.



Marcos 21:33-42

clip_image00233 Ouvi ainda outra parábola: Havia um homem, proprietário, que plantou uma vinha, cercou-a com uma sebe, cavou nela um lagar, e edificou uma torre; depois arrendou-a a uns lavradores e ausentou-se do país.    34 E quando chegou o tempo dos frutos, enviou os seus servos aos lavradores, para receber os seus frutos.    35 E os lavradores, apoderando-se dos servos, espancaram um, mataram outro, e a outro apedrejaram.    36 Depois enviou ainda outros servos, em maior número do que os primeiros; e fizeram-lhes o mesmo.    37 Por último enviou-lhes seu filho, dizendo: A meu filho terão respeito.    38 Mas os lavradores, vendo o filho, disseram entre si: Este é o herdeiro; vinde, matemo-lo, e apoderemo-nos da sua herança.    39 E, agarrando-o, lançaram-no fora da vinha e o mataram.    40 Quando, pois, vier o senhor da vinha, que fará àqueles lavradores?    41 Responderam-lhe eles: Fará perecer miseravelmente a esses maus, e arrendará a vinha a outros lavradores, que a seu tempo lhe entreguem os frutos.    42 Disse-lhes Jesus: Nunca lestes nas Escrituras: A pedra que os edificadores rejeitaram, essa foi posta como pedra angular; pelo Senhor foi feito isso, e é maravilhoso aos nossos olhos?

COMENTÁRIO

A quem se destina esta parábola? Os seus personagens e paisagens a quem ou o que simbolizam? A vinha que o Senhor (simbolizado pelo Proprietário) plantou é Israel. Jesus reproduz aqui as palavras do Profeta Isaías (5: 1-7); a sebe que a cercava, a torre edificada e o lagar cavado simbolizam todos os prodígios e benefícios que Deus operou para proteger Israel e dele fazer uma grande nação. Os arrendatários são os sacerdotes, aos quais Deus confiou o cuidado de sua vinha. Estes se apossaram da vinha e converteram-se em infiéis administradores. Os emissários que o Proprietário envia para colher os frutos são os profetas, sempre rejeitados e banidos na história da nação. Por fim, chega o Próprio Filho, aos quais não respeitam e, querendo usurpar-Lhe a herança, formam conselho e O matam.

“Que fará o Senhor da vinha àqueles lavradores?” Indaga Jesus aos sacerdotes induzindo-os a com suas próprias bocas pronunciarem a sentença que lhes cabe.Fará perecer miseravelmente a esses maus, e arrendará a vinha a outros lavradores, que há seu tempo lhe entreguem os frutos”, respondem. Assim, é que a Antiga Aliança (a Deus com as 12 Tribos de Israel) ficou anulada e uma Nova e Eterna Aliança se estabelece com todas as nações por meio dos 12 Apóstolos [o novo Israel, o remanescente fiel do qual falara o Profeta Isaías (1: 9)]. Por isto eles são enviados a todas as nações, os gentios que acolhem a Deus e dão frutos.

Todavia, pensar nos sacerdotes judeus como pessoas perversas desde o ventre materno ou simplesmente endurecidos por um decreto Divino, é limitar nosso olhar é abrir brecha para que o destino infeliz deles se torne também o nosso destino. É preciso identificar e avaliar o processo que os levou a serem endurecidos por Deus. Muitos sacerdotes, como acontece com muitos na Igreja, abraçaram suas vocações cheios de ideais e de pureza (como foi o caso de Saulo, de Tarso), porém, sem vigiar a porta do coração, permitiram que projetos e perspectivas egocêntricas e narcisistas – que na existência sempre se apresentam diante de nós para nos provar - se apropriassem de suas metas, negligenciando e secundarizando a Voz que lhes fala no íntimo, a qual paulatinamente vai sendo sufocada pelo barulho das vozes estranhas que permitiram ecoar dentro de si. Assim, esta Voz deixa de lhes falar, e se cumpre o que diz o Senhor Jesus: “Porque a qualquer que tiver será dado, e terá em abundância; mas ao que não tiver até o que tem ser-lhe-á tirado” (Mt 25:29).

Padre Mateus (Antonio Eça)

ORAÇÃO

“Escuta, Senhor, minha oração, presta ouvido à minha súplica, por tua fidelidade e justiça, responde-me! Não cites perante o tribunal teu servo, porque, diante de ti, nenhum ser vivo é justo! O inimigo persegue minha alma, calca por terra minha vida; relega-me às trevas, como os que há muito já morreram. Falta-me o alento, dentro de mim falha o coração. Lembro-me dos dias de outrora, medito em todas as tuas ações, reflito sobre as obras de tuas mãos. Estendo para ti as mãos, de ti minha alma está sedenta como a terra seca. Apressa-te, Senhor, em responder-me, pois meu alento se extingue! Não me escondas tua face, senão serei igual aos que descem ao fosso. Faze-me sentir, pela manhã, tua misericórdia, pois confio em ti. Mostra-me o caminho que devo seguir, pois a ti me dirijo. Livra-me, Senhor, dos inimigos, pois em ti me refugio. Ensina-me a cumprir tua vontade, pois tu és meu Deus. Teu bom espírito me guie, por terra aplanada! Por teu nome, Senhor, conserva-me a vida! Por tua justiça, tira minha alma da angústia! Por tua lealdade, destrói meus inimigos e extermina todos os que me perseguem, porque sou teu servo!”
Salmo 142

sábado, 10 de setembro de 2011

Salmo 115 (Septuaginta), 116:10-18 (Massoreta)

Aleluia:

1 Cri, por isso falei, embora estivesse muito aflito.

2 Eu disse em minha perplexidade: Todo homem é um mentiroso.

3 Que darei eu ao Senhor por todos os Seus benefícios?

4 Tomarei o cálice da salvação, e invocarei o Nome do Senhor.

5 Pagarei os meus votos ao Senhor, na presença de todo o Seu povo.

6 Pesa aos olhos do Senhor a morte dos Seus santos.

7 Ó Senhor, eu sou Teu servo, eu sou Teu servo, e filho de Tua serva: Tu rompeste as ataduras.

8 oferecer-Te-ei sacrifício de louvor, e invocarei o Nome do Senhor. 9 Pagarei os meus votos ao Senhor, na presença de todo o Seu povo, 10 nos átrios da casa do Senhor, no meio de ti, Jerusalém.

 

Versão segundo o texto grego (Septuaginta)

13º Sábado depois de Pentecostes – Modo 3 10 de Setembro (CC) / 28 de Agosto (CE)lo da postagem


DECAPITAÇÃO DO GLORIOSO PROFETA, PRECURSOR E BATISTA, JOÃO

clip_image002VÉSPERAS

Isaías 40:1-3, 9; 41:17-18; 45:8; 48:20-21; 54:1
Malaquias 3:1-3, 5-7, 12, 18; 4:4-6
Sabedoria 4:7, 16-17, 19-20; 5:1-7

7 Mas o justo, ainda que morra prematuramente, estará em repouso. 16 Ora, o justo que morre condena os ímpios que vivem, e a juventude que chega rapidamente à perfeição condena a longa velhice do injusto. 17 Verão o fim do sábio, mas não compreenderão o que queria o Senhor a seu respeito, nem por que o pôs em segurança. 19 Em breve tornar-se-ão cadáver sem honra, objeto de opróbrio para sempre entre os mortos: o Senhor os precipitará de cabeça para baixo, sem que digam palavra, e os arrancará de seus fundamentos. Serão completamente destruídos, estarão na dor e sua memória perecerá. Julgamento dos ímpios 20 Virão cheios de medo, quando se fizer a conta de seus pecados; suas iniquidades se levantarão contra eles para os acusar. 1 Então o justo levantar-se-á com grande confiança em face daqueles que o oprimiram e desprezaram suas fadigas. 2 Vendo-o, sentir-se-ão abalados por grande temor, espantados de ver sua salvação inesperada. 3 Dirão entre si, arrependidos e gemendo, com a alma angustiada: 4 “Eis aquele de quem outrora zombamos e a quem tivemos como alvo de ultrajes. Insensatos, consideramos loucura sua vida e ignominiosa sua morte. 5 Como, então, foi ele contado entre os filhos de Deus e compartilha a sorte dos santos? 6 Desviamo-nos, portanto, do caminho da verdade; não brilhou para nós a luz da justiça e o sol não se levantou para nós. 7 Fartamo-nos de andar nos atalhos da iniquidade e da perdição, e atravessamos desertos intransitáveis, sem reconhecer o caminho do Senhor.
               
MATINAS

Marcos 14:1-13
1 Naquele tempo Herodes, o tetrarca, ouviu a fama de Jesus, 2 e disse aos seus cortesãos: Este é João, o Batista; ele ressuscitou dentre os mortos, e por isso estes poderes milagrosos operam nele.    3 Pois Herodes havia prendido a João, e, maniatando-o, o guardara no cárcere, por causa de Herodias, mulher de seu irmão Felipe; 4 porque João lhe dizia: Não te é lícito possuí-la.    5 E queria matá-lo, mas temia o povo; porque o tinham como profeta.    6 Festejando-se, porém, o dia natalício de Herodes, a filha de Herodias dançou no meio dos convivas, e agradou a Herodes, 7 pelo que este prometeu com juramento dar-lhe tudo o que pedisse.    8 E instigada por sua mãe, disse ela: Dá-me aqui num prato a cabeça de João, o Batista.    9 Entristeceu-se, então, o rei; mas, por causa do juramento, e dos que estavam à mesa com ele, ordenou que se lhe desse, 10 e mandou degolar a João no cárcere; 11 e a cabeça foi trazida num prato, e dada à jovem, e ela a levou para a sua mãe.    12 Então vieram os seus discípulos, levaram o corpo e o sepultaram; e foram anunciá-lo a Jesus.    13 Jesus, ouvindo isto, retirou-se dali num barco, para um, lugar deserto, à parte; e quando as multidões o souberam, seguiram-no a pé desde as cidades.

LITURGIA

Atos 13:25-32

25 Mas João, quando completava a carreira, dizia: Quem pensais vós que eu sou? Eu não sou o Cristo, mas eis que após mim vem aquele a quem não sou digno de desatar as alparcas dos pés.    26 Irmãos, filhos da estirpe de Abraão, e os que dentre vós temem a Deus, a nós é enviada a palavra desta salvação.    27 Pois, os que habitam em Jerusalém e as suas autoridades, porquanto não conheceram a este Jesus, condenando-o, cumpriram as mesmas palavras dos profetas que se ouvem ler todos os sábados.    28 E, se bem que não achassem nele nenhuma causa de morte, pediram a Pilatos que ele fosse morto.    29 Quando haviam cumprido todas as coisas que dele estavam escritas, tirando-o do madeiro, o puseram na sepultura; 30, mas Deus o ressuscitou dentre os mortos; 31 e ele foi visto durante muitos dias por aqueles que com ele subiram da Galileia a Jerusalém, os quais agora são suas testemunhas para com o povo.    32 E nós vos anunciamos as boas novas da promessa, feita aos pais.

Marcos 6:14-30

14 E soube disso o rei Herodes (porque o nome de Jesus se tornara célebre), e disse: João, o Batista, ressuscitou dos mortos; e por isso estes poderes milagrosos operam nele.    15 Mas outros diziam: É Elias. E ainda outros diziam: É profeta como um dos profetas.    16 Herodes, porém, ouvindo isso, dizia: É João, aquele a quem eu mandei degolar: ele ressuscitou.    17 Porquanto o próprio Herodes mandara prender a João, e encerrá-lo maniatado no cárcere, por causa de Herodias, mulher de seu irmão Filipe; porque ele se havia casado com ela.    18 Pois João dizia a Herodes: Não te é lícito ter a mulher de teu irmão.    19 Por isso Herodias lhe guardava rancor e queria matá-lo, mas não podia; 20 porque Herodes temia a João, sabendo que era varão justo e santo, e o guardava em segurança; e, ao ouvi-lo, ficava muito perplexo, contudo de boa mente o escutava.    21 Chegado, porém, um dia oportuno quando Herodes no seu aniversário natalício ofereceu um banquete aos grandes da sua corte, aos principais da Galileia, 22 entrou a filha da mesma Herodias e, dançando, agradou a Herodes e aos convivas. Então o rei disse à jovem: Pede-me o que quiseres, e eu to darei.    23 E jurou-lhe, dizendo: Tudo o que me pedires te darei, ainda que seja metade do meu reino.    24 Tendo ela saído, perguntou a sua mãe: Que pedirei? Ela respondeu: A cabeça de João, o Batista.    25 E tornando logo com pressa à presença do rei, pediu, dizendo: Quero que imediatamente me dês num prato a cabeça de João, o Batista.    26 Ora, entristeceu-se muito o rei; todavia, por causa dos seus juramentos e por causa dos que estavam à mesa, não lha quis negar.    27 O rei, pois, enviou logo um soldado da sua guarda com ordem de trazer a cabeça de João. Então ele foi e o degolou no cárcere, 28 e trouxe a cabeça num prato e a deu à jovem, e a jovem a deu à sua mãe.    29 Quando os seus discípulos ouviram isso, vieram, tomaram o seu corpo e o puseram num sepulcro.    30 Reuniram-se os apóstolos com Jesus e contaram-lhe tudo o que tinham feito e ensinado.




A morte de João Batista

"Dá-me aqui, num prato, a cabeça de João Batista". E Deus permitiu-o, não lançou o raio do alto dos céus para devorar aquele rosto insolente; não ordenou à terra que se abrisse e engolisse os convivas daquele horroroso banquete. Deus dava assim a mais bela coroa ao justo e deixava uma magnífica consolação aos que, no futuro, viessem a ser vítimas de semelhantes injustiças. Escutemo-lo, pois, todos nós que, apesar da nossa vida honesta, temos de suportar os malvados... O maior dos filhos nascidos de mulher (Lc 7,28) foi levado à morte pelo pedido de uma jovem impudica, de uma mulher perdida; e isso por ter defendido as leis divinas. Que estas considerações nos façam suportar corajosamente os nossos próprios sofrimentos...

Mas repara no tom moderado do evangelista que, na medida do possível, procura circunstâncias atenuantes para este crime. A propósito de Herodes, ele nota que agiu "por causa do seu juramento e dos convivas" e que "ficou entristecido"; a propósito da jovem, nota que tinha sido "induzida pela mãe"... Também nós, não odiemos os malvados, não critiquemos as faltas do próximo, escondamo-las tão discretamente quanto possível; acolhamos a caridade na nossa alma. Porque, acerca desta mulher impudica e sanguinária, o evangelista falou com toda a moderação possível... Tu, porém, não hesitas em tratar o teu próximo com malvadez... Toda a diferença está na maneira de agir dos santos: ele choram pelos pecadores, em vez de os amaldiçoarem. Façamos como eles; choremos por Herodíades e pelos que a imitam. Porque vemos hoje muitos banquetes do género do de Herodes; não se condena à morte o Precursor, mas destroem-se os membros de Cristo...

São João Crisóstomo, Patriarca de Constantinopla.
Homilias sobre S. Mateus, nº 48.

João, o Batista.

Ei-lo clamando! Uma voz brada do deserto. Não é a voz de um erudito, nem de um orador profissional. Não é o anúncio de um arauto do palácio de Herodes e nem da aristocracia do Templo. Ele não tem boa aparência, nem um cheiro bom. Seu corpo está coberto com vestimentas rudes, sua fala é dura. Ele não conhece o prazer dos banquetes, não sabe o sabor do vinho e nem das carnes suculentas, não sabia o que era um teto e nem uma cama confortável. Não tinha mulher e nem filhos, ninguém lhe cuidava quando estava doente. Não sabia outro idioma e nem interpretar o discurso dos sábios. Passou toda a sua vida nos desertos: o seu prato diário era a oração e o jejum, amenizado pela degustação da vegetação local e do mel das abelhas (a única doçura material que conhecera).

Quem é este? Ele é o que destrói a ilusão dos que pensam que a grandeza dos céus se traveste da glória humana. O que questiona profundamente a obediência dos que se dizem servidores de Deus. O que põe em cheque os valores de uma sociedade religiosa que se assemelha à sociedade secular, valorizando o pragmatismo e a produtividade em detrimento da contemplação, o fazer em vez de ser. Dos nascidos de mulher (isto inclui todos os santos e justos do passado de Israel: Abraão, Moisés, Davi, Elias, Eliseu, Isaías, etc), ninguém é maior do que João. Eis o selo daquele que tem os olhos como chama de fogo e de cuja boca sai uma afiada espada de dois gumes, o Cristo, o Senhor de tudo.

Tropário de João Batista

Na louvada memória do justo,
Tu, Precursor, és o testemunho do Senhor:
Verdadeiramente, foste mais venerável do que os profetas,
Pois recebeste a honra de batizar o Messias nas águas do rio;
Sofreste com alegria pela verdade,
Anunciaste àqueles que estavam ainda no inferno
A vinda de Deus feito Homem,
Que redime os pecados do mundo e nos dá a grande graça.

Padre Mateus (Antonio Eça)

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

13ª Sexta-feira depois de Pentecostes 09 de Setembro (CC) / 27 de Agosto (CE)

S. Pímen, anacoreta († c. 450).
Jejum (Vinho e Azeite Permitidos)

EPÍSTOLA: 2 Coríntios 11:5-21
EVANGELHO: Marcos 4:1-9

1 Outra vez começou a ensinar à beira do mar. E reuniu-se a ele tão grande multidão que ele entrou num barco e sentou-se nele, sobre o mar; e todo o povo estava em terra junto do mar. 2 Então lhes ensinava muitas coisas por parábolas, e lhes dizia no seu ensino: 3 Ouvi: Eis que o semeador saiu a semear; 4 e aconteceu que, quando semeava, uma parte da semente caiu à beira do caminho, e vieram as aves e a comeram. 5 Outra caiu no solo pedregoso, onde não havia muita terra: e logo nasceu, porque não tinha terra profunda; 6, mas, saindo o sol, queimou-se; e, porque não tinha raiz, secou-se. 7 E outra caiu entre espinhos; e cresceram os espinhos, e a sufocaram; e não deu fruto. 8 Mas outras caíram em boa terra e, vingando e crescendo, davam fruto; e um grão produzia trinta, outro sessenta, e outro cem. 9 E disse-lhes: Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.

COMENTÁRIO

Não devemos contemplar miragens e muito menos abrigar fantasias em nossos corações. A palavra semeada por Cristo não frutifica em todos os corações humanos, ao contrário, segundo o ensino da Parábola do Semeador, apenas ¼ vingou e ¾ se perderam. No entanto, Sua Palavra a todos chama e a todos procura fecundar. A razão pela qual o fruto nasce ou se perde é uma só: a capacidade de morrer para si.

A semente que é comida pelos pássaros só pode por eles se furtadas porque o agricultor não a plantou, sequer lançou mão delas. São os que ouvem a Palavra, mas estão muito atentos para as outras coisas; então vem o diabo e lhes roubas a semente.

A que frutifica sem raízes profundas e logo se murcham com o calor, são os que acolhem a Palavra na perspectiva de angariar bem-estar terreno - satisfação corporal e psicológica - e, quando estas lhes faltam, desanimam e morrem.

A sufocada pelos espinhos são aqueles que se ocupam além da medida com sua sobrevivência, que estão muito ocupados com coisas “concretas e práticas” para se preocuparem com abstrações e palavras filosóficas, não permitindo com esta atitude - que a semente cresça e frutifique – posto que não a regam e dela não cuidam.

Porém o solo frutífero é o que a acolhe e dela cuida, apesar de suas limitações (um grão produzindo trinta, o outro sessenta). Não são perfeitos, mas são frutíferos. Outros, zelam de tal maneira, que conseguem superar suas naturais limitações e produzem cem por um. Quem tem ouvidos, ouça.


Padre Mateus (Antonio Eça)


ORAÇÃO

Dá ouvidos, SENHOR, à minha oração e atende à voz das minhas súplicas. No dia da minha angústia clamo a ti, porquanto me respondes. Entre os deuses não há semelhante a ti, Senhor, nem há obras como as tuas. Todas as nações que fizeste virão e se prostrarão perante a tua face, Senhor, e glorificarão o teu nome. Porque tu és grande e fazes maravilhas; só tu és Deus. Ensina-me, SENHOR, o Teu caminho, e andarei na Tua verdade; une o meu coração ao temor do Teu Nome. Louvar-te-ei, Senhor Deus meu, com todo o meu coração, e glorificarei o Teu Nome para sempre. Pois grande é a Tua misericórdia para comigo; e livraste a minha alma do inferno mais profundo. Volta-te para mim, e tem misericórdia de mim; dá a Tua fortaleza ao Teu servo, e salva este Teu filho que as Tuas mãos plasmou.

Salmo 85(86): 6-13,16

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

13ª Quinta-feira depois de Pentecostes – Modo 3 08 de Setembro (CC) / 26 de Agosto (CE)

Ss. Adriano e Natália, sua mulher, mártires (fim do séc. III).

EPÍSTOLA: 2 Coríntios 10:7-18
EVANGELHO: Marcos 3:28-35

28 Em verdade vos digo: Todos os pecados serão perdoados aos filhos dos homens, bem como todas as blasfêmias que proferirem; 29, mas aquele que blasfemar contra o Espírito Santo, nunca mais terá perdão, mas será réu de pecado eterno. 30 Porquanto eles diziam: Está possesso de um espírito imundo. 31 Chegaram então sua mãe e seus irmãos e, ficando da parte de fora, mandaram chamá-lo. 32 E a multidão estava sentada ao redor dele, e disseram-lhe: Eis que tua mãe e teus irmãos estão lá fora e te procuram. 33 Respondeu-lhes Jesus, dizendo: Quem é minha mãe e meus irmãos? 34 E olhando em redor para os que estavam sentados à roda de si, disse: Eis aqui minha mãe e meus irmãos! 35 Pois aquele que fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, irmã e mãe.

COMENTÁRIO

A prudência dos lábios é a garantia de uma vida venturosa. Os Salmos dizem que aquele que ama a sua vida, procurando ser feliz todos os dias, deve guardar sua língua da maldade e os seus lábios de proferirem palavras perversas [Sl 33(34): 13]. Muitos conflitos e infelicidades surgem a partir de palavras tolas. Assim, escribas atraíram para si a pior das sentenças por blasfemarem contra o Espírito Santo, falando do que não entendiam, porque suas falas não procediam de um coração que buscava o discernimento, e sim de uma alma que se deixava possuir pela inveja; desta forma, como a boca fala movida por aquilo que está no coração, se envenenaram em suas próprias loquacidades.

Também ouvido imprudente das falas perversas pode gerar em nós palavras e ações impróprias. Assim se deu com os parentes de Cristo. Dando ouvidos a vozes estranhas concluíram que Jesus estava fora de si (a palavra grega usada por Marcos é “êxtases”). Assim, se comportaram de maneira inconveniente para com Cristo, tentando por limites ao seu trabalho e, por isto, são por Ele momentaneamente ignorados: Quando lhe anunciam que sua Mãe e seus irmãos estavam lá fora e desejam falar-Lhe, Jesus interroga a seus interlocutores: “Quem é minha mãe e meus irmãos?”

Aqui já se faz necessário um ouvido acurado para entender as palavras de Cristo, a fim de que uma má compreensão delas não gere em nós uma fala tola - como fazem alguns - que delas se utilizam para reforçar sua crença de que Cristo reduz Sua Mãe a um lugar comum, e, para alguns, chegando mesmo às raias do desprezo. Jesus não está desqualificando sua família e muito menos a Sua Mãe. Ele tira proveito da oportunidade para revelar Sua identidade mais profunda, ou seja, que Ele é o Primogênito de uma grande família (Rm 8:29; Ef. 2:18,19; 4:13; Hb 2:11) caracterizada, não por laços sanguíneos, mas pela obediência a Deus; obediência esta, aliás, da qual sua Mãe é modelo e progenitora (Ap. 12:13), sendo louvada por anjos e homens (Lc 1:28, 41-45).

O mistério de Cristo ainda era ininteligível, mesmo para os Seus familiares segundo a carne (Lc 2:48-51; Rm 16:25,26; Col. 1:26).

Padre Mateus (Antonio Eça)

“ESSE É MEU IRMÃO, MINHA IRMÃ E MINHA MÃE”

Suplico-vos que presteis atenção àquilo que afirma Cristo Senhor, apontando para os discípulos: “Eis aqui a minha mãe e os meus irmãos”. E prossegue: “Aquele que faz a vontade de meu Pai, que me enviou, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”. Quer dizer que a Virgem Maria não fez a vontade do Pai, Ela que acreditou pela fé, que concebeu pela fé, que foi escolhida para que Dela nascesse a salvação em nosso favor, que foi criada em Cristo antes de Cristo ser criado Nela? Sim, Santa Maria fez a vontade do Pai e, consequentemente, é mais importante ter sido discípula de Cristo do que ter sido Mãe de Cristo; foi mais vantajoso para Ela ter sido discípula de Cristo do que ter sido sua Mãe. Maria era, pois, bem-aventurada porque, mesmo antes de dar à luz o Mestre, trouxe-o no seu seio. […] Santa Maria, bem-aventurada Maria! E, no entanto, a Igreja vale mais do que a Virgem Maria. Por quê? Porque Maria é uma parte da Igreja, um membro eminente da Igreja, é certo, um membro superior aos outros, mas apesar de tudo um membro de todo o corpo. […] Portanto, caríssimos, vede que sois membros de Cristo, e sois corpo de Cristo (1Co 12, 27). Como? Prestai atenção ao que Ele diz: “Eis aqui a minha mãe e os meus irmãos”. E como sereis Mãe de Cristo? “Aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”.

Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África)
Evangelho Quotidiano


ORAÇÃO

Põe, ó SENHOR, uma guarda à minha boca; guarda a porta dos meus lábios. Abre, Senhor, os meus lábios, e a minha boca entoará o teu louvor. Sejam agradáveis as palavras da minha boca e a meditação do meu coração perante a tua face, SENHOR, Rocha minha e Redentor meu!

Salmos 140(141):3; 18(19):14 e 50(51):15

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

SALMO 114


David2


SALMO 114 (Septuaginta) SALMO 116:1-9 (Massoreta)

1 Aleluia!  O Senhor escuta a minha voz quando suplico, por isto estou satisfeito;
2 vou invocá-Lo enquanto eu viver porque tem inclinado seu ouvido para mim.
3 As agonias da morte me cercaram, os perigos do inferno me sobressaltaram: estive triste e aflito.
4 Então invoquei o Nome do Senhor: "Ó Senhor, livra a minha alma".
5 O Senhor é misericordioso e justo, sim, o nosso Deus é compassivo.
6 O Senhor vela pelos fracos: eu estava prostrado e ele me ergueu.
7 Retorna, ó minha alma à tua quietude porque o Senhor tem sido generoso para contigo.
8 Ele livrou a minha alma da morte, os meus olhos das lágrimas e os meus pés da queda.
9 Agradarei ao Senhor na terra dos viventes.

Versão segundo o texto grego (Septuaginta)

13ª Quarta-feira depois de Pentecostes – Modo 3 07 de Setembro (CC) / 25 de Agosto (CE)

Traslado das relíquias de S. Bartolomeu, apóstolo (séc. VI);
S. Tito, apóstolo [dos 70] (séc. I).
Jejum

EPÍSTOLA: 2 Coríntios 9:12-10:7
EVANGELHO: Marcos 3:20-27

20 Dirigiram-se em seguida a uma casa. Aí afluiu de novo tanta gente, que nem podiam tomar alimento. 21 Quando os seus o souberam, saíram para retê-lo; pois diziam: "Ele está fora de si." 22 Também os escribas, que haviam descido de Jerusalém, diziam: "Ele está possuído de Beelzebul: é pelo príncipe dos demônios que ele expele os demônios." 23 Mas, havendo-os convocado, dizia-lhes em parábolas: “Como pode Satanás expulsar a Satanás”? 24 Pois, se um reino estiver dividido contra si mesmo, não pode durar. 25 E se uma casa está dividida contra si mesma, tal casa não pode permanecer. 26 E se Satanás se levanta contra si mesmo, está dividido e não poderá continuar, mas desaparecerá. 27 Ninguém pode entrar na casa do homem forte e roubar-lhe os bens, se antes não o prender; e então saqueará sua casa.


COMENTÁRIO

O Evangelho do Reino de Deus apesar de anunciar a paz provoca muito conflito, pois seu conteúdo em muito excede a compreensão humana, e tudo que está para além da nossa compreensão, classificamos como “louco”, lhe damos a dimensão do absurdo. Este foi o olhar dos parentes e dos escribas para com Cristo. Dedicar-se de tal maneira para as pessoas como Cristo fazia, estava além do que os familiares de Cristo entendiam por doação, pois, em geral, para nós, a doação tem limites, ela não pode sacrificar necessidades pessoais: alimento, descanso...  Os Escribas, acostumados a ver o místico pelos olhos da razão e da lógica predominante, diziam que era Belzebu, o maioral dos demônios que Lhe possuía. Podemos, assim, neste raciocínio, também perceber como os sentimentos direcionam o olhar. Embora os dois grupos – familiares e Escribas – estranhassem o comportamento de Jesus, cada um os classifica de acordo com os seus sentimentos: para os parentes, era um distúrbio psicológico, com um pouco de descanso ele se recuperaria; já para os Escribas – que o invejavam – Ele só poderia ser um endemoniado, o que lhe descredenciaria definitivamente. Aos primeiros, Cristo nada objeta, pois a incompreensão num coração puro não perdura por muito tempo; todavia, a perversão sempre construirá esquemas de raciocínio que visam destruir, e não compreender, muito mais ainda quando são impulsionados por sentimentos inconfessáveis. E quando a estes senhores do saber lhes falta a força do argumento, geralmente apelam para o argumento da força, e foi por isto que tramaram a morte de Jesus.

A Igreja em sua missão, assim como seu Senhor, enfrenta e sempre enfrentará incompreensões e o conflito com os dominadores deste mundo, que necessariamente não são os que detêm o poder político, mas, inexoravelmente, os que idealizam os esquemas mentais que moldam a sociedade de nós. Estes se voltam contra nós, como enxame de abelhas para defender a colmeia; rugem como leão, procurando nos aterrorizar com suas presas, escancarando suas goelas para nos devorar. Todavia, não os devemos temer, pois, como diz são Paulo: “as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus, para demolição de fortalezas; derribando raciocínios e todo baluarte que se ergue contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência a Cristo”.

Padre Mateus (Antonio Eça)

ORAÇÃO

A Ti, Senhor, elevo a minha alma. Em Ti confio, ó meu Deus. Não deixes que eu seja humilhado, nem que os meus inimigos triunfem sobre mim! Nenhum dos que esperam em Ti ficará decepcionado; decepcionados ficarão aqueles que, sem motivo, agem traiçoeiramente. Mostra-me, Senhor, os teus caminhos, ensina-me as tuas veredas; guia-me com a tua verdade e ensina-me, pois tu és Deus, meu Salvador, e a minha esperança está em Ti o tempo todo. Lembra-te, Senhor, da tua compaixão e da tua misericórdia, que tens mostrado desde a antiguidade. Não te lembres dos pecados e transgressões da minha juventude; conforme a tua misericórdia, lembra-te de mim, pois tu, Senhor, és bom. Bom e justo é o Senhor; por isso mostra o caminho aos pecadores. Conduz os humildes na justiça e lhes ensina o seu caminho. Todos os caminhos do Senhor são amor e fidelidade para com os que cumprem os preceitos da sua aliança. Por amor do teu nome, Senhor, perdoa o meu pecado, que é tão grande! Quem é o homem que teme o Senhor? Ele o instruirá no caminho que deve seguir. Viverá em prosperidade, e os seus descendentes herdarão a terra. O Senhor confia os seus segredos aos que o temem, e os leva a conhecer a sua aliança. Os meus olhos estão sempre voltados para o Senhor, pois só ele tira os meus pés da armadilha. Volta-te para mim e tem misericórdia de mim, pois estou só e aflito. As angústias do meu coração se multiplicaram; liberta-me da minha aflição. Olha para a minha tribulação e o meu sofrimento, e perdoa todos os meus pecados. Vê como aumentaram os meus inimigos e com que fúria me odeiam! Guarda a minha vida e livra-me! Não me deixes decepcionado, pois eu me refugio em Ti. Que a integridade e a retidão me protejam, porque a minha esperança está em Ti. Ó Deus, liberta Israel de todas as suas aflições!
Salmo 24(25)

13ª Terça-feira depois de Pentecostes – Modo 3 06 de Setembro (CC) / 24 de Agosto (CE)

S. Eutiques, hieromártir (séc. I).

EPÍSTOLA: 2 Coríntios 8:16-9:5
EVANGELHO: Marcos 3:13-19

13 Depois subiu ao monte, e chamou a si os que ele mesmo queria; e vieram a ele. 14 Então designou doze para que estivessem com ele, e os mandasse a pregar; 15 e para que tivessem autoridade de expulsar os demônios. 16 Designou, pois, os doze, a saber: Simão, a quem pôs o nome de Pedro; 17 Tiago, filho de Zebedeu, e João, irmão de Tiago, aos quais pôs o nome de Boanerges, que significa: Filhos do trovão; 18 André, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago, filho de Alfeu, Tadeu, Simão, o cananeu, 19 e Judas Iscariotes, aquele que o traiu.

COMENTÁRIO

“E chamou a si os que ele mesmo queria...” O sacerdócio cristão não é deve ser uma projeção da vontade do homem. O verdadeiro sacerdote não é o que decide ser por escolha própria (mesmo que seja uma pessoa de virtudes e de serviços prestados a Igreja), mas aquele que obedece a Voz do que lhe chama: por isto o nome vocação (voz em movimento). Estranho e misterioso é que entre os que Cristo escolheu estava Judas Iscariotes. Incompreensão para os homens, sabedoria de Deus. Judas representa o clérigo que tocado pela luz deixa-se possuir pelas trevas. Convidado a participar da Ceia Mística, e dela participando, não desiste dos seus propósitos ímpios. Judas nos chama a atenção para a nossa capacidade de desprezar a Luz e se deixar possuir pelas trevas. Ciente deste risco é que a Igreja decidiu estabelecer um jejum todas as quartas-feiras (pois este foi o dia em que Judas traiu Cristo) com o propósito de avaliarmos quais os reais intentos que impulsionam as nossas ações, a fim de que não sejam enganados como foi o infeliz Apóstolo.

Interessante é também perceber que Marcos faz destaque ao apelido que Cristo coloca nos irmãos Tiago e João: ele os chama de “Boanerges”, que quer dizer “Filhos do Trovão”, numa clara indicação ao temperamento explosivo e violento dos dois. Assim, Tiago e João se torna o modelo daqueles que dominados por forças obscuras se deixam invadir pela Luz, transfigurando as paixões predominantes de suas naturezas decaídas em virtudes Divinas: Tiago mostra sua valentia não violenta ao enfrentar Herodes e suportar impassivelmente o martírio que lhe impôs o Tirano; João se torna o modelo do amor de Cristo presente nos homens e, como Tiago suporta dores e privações terríveis que lhes foram impostas pela grande perseguição do Imperador Décio, sem esmorecer e nem perder o ímpeto. Eis, portanto, que diante cada um de nós se apresentam a vida e a morte, a Luz e as trevas. Quais escolheremos?
Padre Mateus (Antonio Eça)

ORAÇÃO

Clamo a Ti, Senhor; vem depressa! Escuta a minha voz quando clamo a Ti. Seja a minha oração como incenso diante de Ti, e o levantar das minhas mãos, como a oferta da tarde. Coloca, Senhor, uma guarda à minha boca; vigia a porta de meus lábios. Não permitas que o meu coração se volte para o mal, nem que eu me envolva em práticas perversas com os malfeitores. Que eu nunca participe dos seus banquetes! Fira-me o justo com amor leal e me repreenda, mas não perfume a minha cabeça o óleo do ímpio, pois a minha oração é contra as práticas dos malfeitores... Os meus olhos estão fixos em Ti, ó Soberano Senhor; em Ti me refugio; não me entregues à morte. Guarda-me das armadilhas que prepararam contra mim, das ciladas dos que praticam o mal.

Salmo 140(141): 1-5,8,9

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

13ª Segunda-feira depois de Pentecostes – Modo 3 05 de Setembro (CC) / 23 de Agosto (CE)

Conclusão da festa da Dormíção da Mãe de Deus;
S. Lopo, mártir (séc. IV).

EPÍSTOLA: 2 Coríntios 8:7-15
EVANGELHO: Marcos 3:6-12
6 E os fariseus, saindo dali, entraram logo em conselho com os herodianos contra ele, para o matarem. 7 Jesus, porém, se retirou com os seus discípulos para a beira do mar; e uma grande multidão dos da Galileia o seguiu; também da Judéia, 8 e de Jerusalém, da Iduméia e de além do Jordão, e das regiões de Tiro e de Sidom, grandes multidões, ouvindo falar de tudo quanto fazia, vieram ter com ele. 9 Recomendou, pois, a seus discípulos que se lhe preparasse um barquinho, por causa da multidão, para que não o apertasse; 10 porque tinha curado a muitos, de modo que todos quantos tinham algum mal arrojavam-se a ele para lhe tocarem. 11 E os espíritos imundos, quando o viam, prostravam-se diante dele e clamavam, dizendo: Tu és o Filho de Deus. 12 E ele lhes advertia com insistência que não o dessem a conhecer.
COMENTÁRIO
A caridade é a mais preciosa das virtudes cristãs: “Se eu não tiver amor, nada disso me aproveitaria” (1 Cor 13). Caridade não é esmola, é doação de si. É a palavra portuguesa que mais se aproxima da ideia do termo grego “ágape” (amor). Ela não é apenas um sentimento, é uma ação. Paulo estimula a Igreja de Corinto à prática da caridade, que deverá ser abundante naquela Igreja quanto estava sendo abundante a fé e a ciência deles. Cristo é o maior exemplo de caridade: sendo rico se fez pobre por amor de nós.
Assim, São Marcos nesta passagem nos mostra o quanto ele se doou para os portadores de todos os tipos de necessidades. O Reino de Deus não é um mistério restrito à interioridade do ser, encerrado na oração e na adoração interior. Se o coração ímpio exterioriza seu interior (maledicências, impurezas, avarezas, cobiças e etc), também o coração justo exterioriza sua justiça, pois cada árvore produz fruto de acordo com sua natureza. Os santos Padres do deserto para lá se retiraram em busca da cura de suas almas, e por isto menos, não negligenciavam os pobres e desvalidos. Sendo pobres, enriqueciam a muitos com seus conhecimentos, e com seus trabalhos manuais ajudavam os famintos e doentes.
Devemos vigiar o nosso coração para que a fé que alimentamos e desenvolvemos não se transforme numa ação egoísta, espiritualmente confortável e socialmente agradável.
Com o frenesi da vida hodierna, onde o stress parece carcomer nossa existência, estas palavras podem soar como um sobrepeso, como mais uma responsabilidade que se acrescenta às demais para aumentar as pressões que vivemos. A caridade não se apresenta como um peso, pois o santo Apóstolo sabiamente observa que as ações caritativas devem ser “segundo o que alguém tem, e não segundo o que não tem" (v.12). Não devemos entender a caridade como messianismo de nossa parte, uma vocação para heróis. Esta é uma dimensão egóica, fruto de vaidade e do desejo de reconhecimento e de se destacar dos demais.
Quando a Escritura diz “ama teu próximo”, não está falando do distante, do que temos acesso somente de maneira virtual, do pobre idealizado, das vítimas distantes de catástrofes, de aldeias longínquas ou de culturas inóspitas, pois isto faria da caridade um ato circunstancial e dissociado.  Há pessoas com todos os tipos de necessidades bem próximas de nós e que muitas vezes não demanda tantos esforços para lhes sermos propícios. A caridade nada mais é do que solidariedade, se por no lugar do outro que está diante de nós. Para que a caridade de Cristo seja manifesta em nós, basta pormos toda a diligência em cumprir seu ensinamento que nos diz: “Tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei-o vós a eles. Esta é a lei e os profetas.” (Mt 7:12).
Padre Mateus (Antonio Eça)
ORAÇÃO
Louvai ao Senhor. Bem-aventurado o homem que teme ao Senhor, que em seus mandamentos tem grande prazer! A sua descendência será poderosa na terra; a geração dos retos será abençoada. Bens e riquezas há na sua casa; e a sua justiça permanece para sempre. Aos retos nasce luz nas trevas; ele é compassivo, misericordioso e justo. Ditoso é o homem que se compadece, e empresta, que conduz os seus negócios com justiça; pois ele nunca será abalado; o justo ficará em memória eterna. Ele não teme más notícias; o seu coração está firme, confiando no Senhor. O seu coração está bem firmado, ele não terá medo, até que veja cumprido o seu desejo sobre os seus adversários. Espalhou, deu aos necessitados; a sua justiça subsiste para sempre; o seu poder será exaltado em honra. O ímpio vê isto e se enraivece; range os dentes e se consome; o desejo dos ímpios perecerá.
Salmo 111(112)


domingo, 4 de setembro de 2011

12º DOMINGO DEPOIS DE PENTECOSTES

04 de setembro / 22 de agosto (Calendário Eclesiástico)
Ss. Agatônico, Zófico e cc., mártires
Modo 3
MATINAS (I)
Mateus 28:16-20
16 Partiram, pois, os onze discípulos para a Galileia, para o monte onde Jesus lhes designara. 17 Quando o viram, o adoraram; mas alguns duvidaram. 18 E, aproximando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra. 19 Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; 20 ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos.  
LITURGIA
1 Coríntios 15:1-11
1 Ora, eu vos lembro, irmãos, o evangelho que já vos anunciei; o qual também recebestes, e no qual perseverais, 2 pelo qual também sois salvos, se é que o conservais tal como vo-lo anunciei; se não é que crestes em vão. 3 Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras; 4 que foi sepultado; que foi ressuscitado ao terceiro dia, segundo as Escrituras; 5 que apareceu a Cefas, e depois aos doze; 6 depois apareceu a mais de quinhentos irmãos duma vez, dos quais vive ainda a maior parte, mas alguns já dormiram; 7 depois apareceu a Tiago, então a todos os apóstolos; 8 e por derradeiro de todos apareceu também a mim, como a um nascido fora de tempo. 9 Pois eu sou o menor dos apóstolos, que nem sou digno de ser chamado apóstolo, porque persegui a igreja de Deus. 10 Mas pela graça de Deus sou o que sou; e a sua graça para comigo não foi vã, antes trabalhei muito mais do que todos eles; todavia não eu, mas a graça de Deus que está comigo. 11 Então, ou seja eu ou sejam eles, assim pregamos e assim crestes.  
Mateus 19:16-26
rich_ruler_colorpg_216 E eis que se aproximou dele um homem, e lhe disse: Mestre, que bem farei para conseguir a vida eterna? 17 Respondeu-lhe ele: Por que me perguntas sobre o que é bom? Um só é bom; mas se é que queres entrar na vida, guarda os mandamentos. 18 Perguntou-lhe ele: Quais? Respondeu Jesus: Não matarás; não adulterarás; não furtarás; não dirás falso testemunho; 19 honra a teu pai e a tua mãe; e amarás o teu próximo como a ti mesmo. 20 Disse-lhe o jovem: Tudo isso tenho guardado; que me falta ainda? 21 Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, segue- me. 22 Mas o jovem, ouvindo essa palavra, retirou-se triste; porque possuía muitos bens. 23 Disse então Jesus aos seus discípulos: Em verdade vos digo que um rico dificilmente entrará no reino dos céus. 24 E outra vez vos digo que é mais fácil um camelo passar pelo fundo duma agulha, do que entrar um rico no reino de Deus. 25 Quando os seus discípulos ouviram isso, ficaram grandemente maravilhados, e perguntaram: Quem pode, então, ser salvo? 26 Jesus, fixando neles o olhar, respondeu: Aos homens é isso impossível, mas a Deus tudo é possível.
COMENTÁRIO
Por dar ouvidos a um “evangelho” diferente daquele que nos foi anunciado e transmitido pelos Apóstolos de Cristo, preservado e transmitido pelos Pais da Igreja, é que muitos hoje concebem o Evangelho do Reino na perspectiva da moral e dos bons costumes, semelhantemente ao jovem da narrativo - rico e moralmente virtuoso - que interroga o Senhor acerca da vida eterna.
Antes de ser uma “reforma de caráter e da moral pessoal”, o Evangelho se dirige ao coração – lugar das entranhas mais profundas do ser; fonte dos desejos, propósitos, decisões e escolhas. É fácil pintar um túmulo, mas difícil é fazer reviver o corpo apodrecido que nele jaz. O Evangelho transmitido pelos Pais não se preocupa primariamente com a moral ou a ética social e nem com nada que diz respeito à exterioridade da vida cristã, mas, sim, com a interioridade. Para os Pais, todo esforço e labuta da fé tem como objetivo a purificação do coração, pois só os que purificam o coração é que verão a Deus (Mt 5:8).
Tudo que acontece no interior se projeta para o exterior; mas julgar alguém como sendo bom apenas pelos atos externos - ainda que estes se mostrem justos e louváveis – é muito temerário, pois tal aparência pode ser produto de narcisismos e hipocrisias. Por isto, sabiamente advertia São Paulo: “Ainda que eu dê aos pobres tudo o que possuo e entregue o meu corpo para ser queimado, mas não tiver amor, nada disso me valerá” (1 Cor. 13:8).
As nossas “bondades” externas - sem a vigilância do coração - são nossas inimigas, pois se prestam a nos enganar e criar uma falsa imagem de justiça que acabará nos convencendo de nossa retidão.
Cristo não contradiz a palavra daquele jovem, mas questiona o seu propósito dizendo-lhe: “Se queres ser perfeito...” Que desejos e que propósitos se escondiam por trás de todas aquelas virtudes? Se quisermos ser perfeito, questionemos o nosso coração e estejamos prontos para amputar o que nos impede de caminhar rumo à perfeição (Mt 18:8,9). Este é o grande e único propósito da vida cristã: “sede perfeitos, como perfeito é o vosso Pai que está nos céus” (Mt. 5:48).
Por isto, todo o labor dos Pais do deserto era encontrar a maneira de como cumprir eficazmente esta exigência de Cristo, como combater e vencer a vontade enfraquecida e enferma pelo pecado que habita em nós, enfim, como tornar puro o coração. Qualquer um que foge deste propósito não agrada a Cristo e engana a si mesmo (2 Tim. 3:13).
O Jovem rico e “virtuoso”, queria agradar a si e a Deus, amar a presente vida e ganhar a vida eterna. Isto é impossível!
Padre Mateus (Antonio Eça)
ORAÇÃO:
Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece os meus caminhos. Vê se há alguma forma de iniquidade em mim e conduz-me pelo caminho eterno. Senhor, quem pode discernir suas próprias transgressões? Purifica-me dos meus pecados que me são ocultos!
Também guarda o teu servo dos pecados intencionais; que eles não me dominem! Então serei íntegro, inocente de grande transgressão.
Que as palavras da minha boca e a meditação do meu coração sejam agradáveis a Ti, Senhor, minha Rocha e meu Resgatador!
Salmo 138(139):23; Salmo 18(19):12-14