terça-feira, 31 de julho de 2018

10ª Terça-feira Depois de Pentecostes

31 de Julho de 2018 (CC) / 18 de Julho (CE)
Santo Emiliano, mártir († 362); Valentina e Paulo,
Pacientíssimo João, o Recluso, do Mosteiro de Pechersk; Jacinto; de Amastridea; 
Pamba, Eremita de Pechersk; Pambos, Eremita; Grande Mártir Atanásio; 
Leôncio, Louco por Cristo, de Ustiug; João, Arcebispo de Constantinopla;
Theneva, de Glasgow; Santo Ícone da Mãe de Deus de  Kaluzhsk.
Modo 8



Durante o reinado de Juliano o Apóstata, na cidade da Trácia de Dorostolon, vivia um homem jovem, Emiliano, servo do prefeito da cidade. Quando o imperador apóstata começou - pelo fogo e pela espada - a causar danos ao Cristianismo em todo o domínio do Império Romano e, quando o representante do imperador veio a Dorostolon para matar os cristãos, lá não encontrou um único cristão. Regozijando-se com isso, o Legado Imperial promoveu um grande banquete para os cidadãos de Dorostolon e ordenou que sacrifícios fossem oferecidos aos ídolos e alegria tomou conta da cidade inteira, dia e noite. Naquela noite, Santo Emiliano pegou uma marreta e com ela saiu destruindo todos os ídolos que encontrara nos templos pagãos, nos mercados e nas ruas da cidade.

No dia seguinte houve terror na cidade. Todo mundo procurou o destruidor de seus deuses. Um camponês estava passando pelo templo naquela manhã e foi apreendido. Emiliano, vendo que um homem inocente iria sofrer, disse para si mesmo: 
"Se eu esconder minha ação, que benefício iria receber de Deus? não serei eu tido como o assassino deste homem inocente?" 
Assim, Emiliano apareceu ante o Legado do Imperador e confessou tudo. O Legado enfurecido perguntou a Emiliano: 
“O que levou você a fazer isso?” 
O mártir de Cristo respondeu: 
"Deus e minha alma me ordenaram a destruir os pilares sem vida que vocês chamam de deuses."

O juiz, então, ordenou que Emiliano fosse açoitado e, depois de flagelação e outras torturas, ordenou que fosse enterrado vivo. Assim terminou a vida terrena de São Emiliano e sendo recebido na vida celeste em 18 de julho, 362 dC.  
Tropárion de Santo Emiliano Modo 4
Em seu sofrimento, ó Senhor, / Teu mártir Emiliano recebeu uma coroa imperecível de Ti, ó nosso Deus; / pois, repleto de Teu poder, / desbancou seus algozes e esmagou a débil ousadia dos demônios. // Por suas súplicas, salva as nossas almas, Senhor.

Kondákion de Santo Emiliano Modo 3
Inflamado com o divino zelo, não temeste o fogo do ministério, / antes, destemidamente ascendente à tua própria vontade, / e foste consumido pelas chamas, / fazendo-te oferta ao Mestre com o glorioso sacrifício do martírio. // Ó Emiliano, suplica a Cristo Deus, que nos conceda a Sua grande misericórdia.


Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém! 

1 Coríntios 15:29-38

29 De outra maneira, que farão os que se batizam pelos mortos? Se absolutamente os mortos não ressuscitam, por que então se batizam por eles? 30 E por que nos expomos também nós a perigos a toda hora? 31 Eu vos declaro, irmãos, pela glória que de vós tenho em Cristo Jesus nosso Senhor, que morro todos os dias. 32 Se, como homem, combati em Éfeso com as feras, que me aproveita isso? Se os mortos não são ressuscitados, comamos e bebamos, porque amanhã morreremos. 33 Não vos enganeis. As más companhias corrompem os bons costumes. 34 Acordai para a justiça e não pequeis mais; porque alguns ainda não têm conhecimento de Deus; digo-o para vergonha vossa. 35 Mas alguém dirá: Como ressuscitam os mortos? e com que qualidade de corpo vêm? 36 Insensato! o que tu semeias não é vivificado, se primeiro não morrer. 37 E, quando semeias, não semeias o corpo que há de nascer, mas o simples grão, como o de trigo, ou o de outra qualquer semente. 38 Mas Deus lhe dá um corpo como lhe aprouve, e a cada uma das sementes um corpo próprio.
Acerca do batismo pelos mortos, muitos intérpretes entendem que era uma espécie de batismo vicário que os cristãos batizados faziam pelos catecúmenos falecidos.  Contudo, não existe na Santa Tradição nenhuma referência sobre a pratica de batismo pelos mortos nas santas Igrejas de Deus. São João Crisóstomo dizia que a referência de São Paulo a este costume, nada mais era do que um comentário irônico sobre as práticas dos hereges marcionitas. Epiphanius diz que se refere a um costume dos seguidores de Cerinthus, outro mestre gnóstico, além de Marcião. 
Como os mortos ressuscitarão? Como é o corpo da ressurreição?  O presente corpo é apenas uma semente (v. 38) do corpo que virá.
Mateus 21:23-27

23 Tendo Jesus entrado no templo, e estando a ensinar, aproximaram-se dele os principais sacerdotes e os anciãos do povo, e perguntaram: Com que autoridade fazes tu estas coisas? e quem te deu tal autoridade? 24 Respondeu-lhes Jesus: Eu também vos perguntarei uma coisa; se ma disserdes, eu de igual modo vos direi com que autoridade faço estas coisas. 25 O batismo de João, donde era? do céu ou dos homens? Ao que eles arrazoavam entre si: Se dissermos: Do céu, ele nos dirá: Então por que não o crestes? 26 Mas, se dissermos: Dos homens, tememos o povo; porque todos consideram João como profeta. 27 Responderam, pois, a Jesus: Não sabemos. Disse-lhe ele: Nem eu vos digo com que autoridade faço estas coisas.
Como Cristo não era um sacerdote levítico, os principais sacerdotes, os anciãos O inquirem sobre Sua autoridade para purificar o templo. Como Cristo tem o cuidado de não se revelar àqueles farsantes, Ele os confunde com uma pergunta sobre a autoridade de João Batista. Tanto a pergunta dos anciãos quanto a pergunta de Cristo exigem a mesma resposta e, portanto, levariam uma pessoa a confessar que Jesus veio do céu. Ao não responder diretamente a eles, Cristo ensina que não devemos responder às pessoas que trazem perguntas sobre coisas santas com intenção maliciosa. 

† † †

segunda-feira, 30 de julho de 2018

10ª Segunda-feira Depois de Pentecostes

30 de Julho de 2017 (CC) / 17 de Julho (CE)
Santa Marina, Megalomártir († c. 268)
Modo 7


Santa Marina nasceu em Antioquia de Pissídia (Ásia Menor, hoje Turquia). Seu pai era sacerdote pagão. Marina conheceu fé cristã através de sua ama de leite. Naquele tempo o imperador Diocleciano (284-305) instituiu a perseguição aos cristãos de modo que muitos cristãos eram obrigados a se esconderem nas cavernas dos desertos. Quando Marina completou doze anos, ela se batizou. Quando o seu pai soube disso, renegou-a.

Certa vez, quando tinha a idade de quinze anos, Marina pastava as ovelhas quando o governador daquela região passando por lá, ficou encantado com a sua beleza e fez-lhe proposta de casamento. Marina não escondeu que era cristã. O governador a entregou para uma importante senhora, para que tomasse conta dela, esperando que esta convencesse a jovem a renegar a Cristo. Mas Marina renegou tal coisa e recusou-se a oferecer o sacrifícios aos ídolos.

Marina foi submetida a várias torturas: ela foi açoitada com varas, raspavam seu corpo com tridente, enfiavam pregos em sua carne e a queimavam com fogo. Vendo tais sofrimentos da jovem, o povo chorava de pena dela. A graça de Deus curava as feridas de Marina, mas os torturadores não se conscientizavam do milagre. No dia seguinte ela sofria queimaduras novamente, depois começaram a afogá-la em um grande barril.

Em determinado momento de tortura a terra tremeu, as algemas caíram das mãos de Marina e uma viva luz incomum começou a brilhar acima da sua cabeça e nesta luz pairava uma pomba com uma coroa dourada em seu bico. O povo espantado começou a glorificar a Deus. O administrador mandou executar Marina e aqueles que passaram a acreditar em Cristo. Naquele dia, junto com Marina, foram degoladas quinze mil pessoas. Feotino - que presenciou o fato - descreveu seu martírio.

Os restos mortais da grande mártir Marina foram guardados em Constantinopla até serem tomados pelas Cruzados em 1204. A mão de Santa Marina encontra-se em Afon no mosteiro de Vatoped. A igreja ocidental venera Marina, chamando-a de Margarida de Antioquia. Muitas igrejas são dedicadas ao seu nome.
Leituras Comemorativas 
2 Coríntios 6:1-10
Lucas 7:36-50


Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém! 

1 Coríntios 15:12-19

12 Ora, se Cristo é pregado como aquele que foi ressuscitado dentre os mortos, como dizem alguns entre vós que não há ressurreição de mortos? 13 Mas se não há ressurreição de mortos, também Cristo não foi ressuscitado. 14 E, se Cristo não foi ressuscitado, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé. 15 E assim somos também considerados como falsas testemunhas de Deus , porque temos testificado que ele ressuscitou a Cristo, ao qual, porém, não ressuscitou, se, na verdade, os mortos não são ressuscitados. 16 Porque, se os mortos não são ressuscitados, também Cristo não foi ressuscitado. 17 E, se Cristo não foi ressuscitado, é vã a vossa fé, e ainda estais nos vossos pecados. 18 Logo, também os que dormiram em Cristo estão perdidos. 19 Se é só para esta vida que esperamos em Cristo, somos de todos os homens os mais dignos de lástima.

Mateus 21:18-22

18 Ora, de manhã, ao voltar à cidade, teve fome; 19 e, avistando uma figueira à beira do caminho, dela se aproximou, e não achou nela senão folhas somente; e disse-lhe: Nunca mais nasça fruto de ti. E a figueira secou imediatamente. 20 Quando os discípulos viram isso, perguntaram admirados: Como é que imediatamente secou a figueira?  21 Jesus, porém, respondeu-lhes: Em verdade vos digo que, se tiverdes fé e não duvidardes, não só fareis o que foi feito à figueira, mas até, se a este monte disserdes: Ergue-te e lança-te no mar, isso será feito;    22 e tudo o que pedirdes na oração, crendo, recebereis.
† † †

COMENTÁRIO

A figueira, um símbolo de prosperidade e paz, murcha, porque é infrutífera. Este é um ato profético dirigido para os judeus, uma vez que depois de três anos de pregação, ensino e cura de Cristo, tanto os líderes e as multidões eram destituídas de fruto espiritual. Ele amaldiçoa a árvore também para advertir àqueles em todas as gerações do que vai acontecer a qualquer um que não consegue ouvir a Sua mensagem.

Embora não esteja registrado que um apóstolo literalmente moveu uma montanha, os Padres são claros de que eles tinham essa autoridade se a necessidade surgisse (certos santos fizeram aparecer fendas nas montanhas). Além disso, nem tudo o que os apóstolos realizaram ficou documentado. Além do significado literal, esta promessa também é uma ilustração do poder da fé e da oração em todas as áreas da vida.

"Tudo o que pedimos, sem hesitação e crendo no poder de Deus, receberemos, desde peçamos benefícios espirituais que nos sejam úteis” (Theoph).

† † †

domingo, 29 de julho de 2018

9º Domingo Depois de Pentecostes

9º DOMINGO DE SÃO MATEUS
29 de Julho de 2018 (CC) / 16 de Julho (CE)
Santo Atenógenes e cc., mártires (séc. IV)
Modo 8



Este Santo foi de Sebastia da Capadócia e, de acordo com as Synaxaristes, tornou-se bispo de Pidachthoa. Ele e dez dos seus discípulos foram torturados e decapitados pelo Governador do Philomarchus nos tempos de Diocleciano.

Há um segundo Athenogenes Mártir comemorado hoje, mencionado por São Basílio no capítulo 29 de seu tratado "Sobre o Espírito Santo", onde narra que este Athenogenes fora lançado ao fogo. São Basílio diz que diante das chamas ele cantou o hino vespertino “Luz Jubilosa” em louvor da Santíssima Trindade.


Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém! 
MATINAS (IX)

João 20:19-31

19 Chegada, pois, a tarde, naquele dia, o primeiro da semana, e estando os discípulos reunidos com as portas cerradas por medo dos judeus, chegou Jesus, pôs-se no meio e disse-lhes: Paz seja convosco. 20 Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o lado. Alegraram-se, pois, os discípulos ao verem o Senhor. 21 Disse-lhes, então, Jesus segunda vez: Paz seja convosco; assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós. 22 E havendo dito isso, assoprou sobre eles, e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo. 23 Àqueles a quem perdoardes os pecados, são-lhes perdoados; e àqueles a quem os retiverdes, são-lhes retidos. 24 Ora, Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. 25 Diziam-lhe, pois, ou outros discípulos: Vimos o Senhor. Ele, porém, lhes respondeu: Se eu não vir o sinal dos cravos nas mãos, e não meter a mão no seu lado, de maneira nenhuma crerei. 26 Oito dias depois estavam os discípulos outra vez ali reunidos, e Tomé com eles. Chegou Jesus, estando as portas fechadas, pôs-se no meio deles e disse: Paz seja convosco. 27 Depois disse a Tomé: Chega aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; chega a tua mão, e mete-a no meu lado; e não mais sejas incrédulo, mas crente. 28 Respondeu-lhe Tomé: Senhor meu, e Deus meu! 29 Disse-lhe Jesus: Porque me viste, creste? Bem-aventurados os que não viram e creram. 30 Jesus, na verdade, operou na presença de seus discípulos ainda muitos outros sinais que não estão escritos neste livro; 31 estes, porém, estão escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome.
   
LITURGIA

Tropário da Ressurreição
Tu desceste do alto dos Céus, ó Deus misericordioso,
e aceitaste estar sepultado durante três dias,
a fim de nos libertares de nossas paixões.
Glória a Ti, Senhor, nossa vida e nossa Ressurreição!

Kondákion da Ressurreição
Ressuscitando do túmulo, Tu acordaste os mortos
e levantaste Adão, 
e Eva dançou de alegria na Tua Ressurreição,
e os confins da terra eclodiram em festejos triunfais 
na Tua Ressurreição dentre os mortos, 
ó Tu Que És misericordiosíssimo.

Glória ao Pai e ao Filho e ao espírito Santo... 

Theotókion
Tu, que pela nossa salvação nasceste da Virgem, / sofreste a crucifixão, ó Misericordioso, e com a morte venceste a morte, / como Deus, revelando a Ressurreição; / não abandones a nós, criaturas de Tuas mãos! / Mostra a Tua bondade pela humanidade, / atende as preces da Tua Mãe, que roga por nós, ó Misericordioso, // e salva, ó Salvador, nosso povo desolado!
Agora e sempre e pelos séculos dos séculos.

Prokimenon

Fazei votos, e pagai-os
ao Senhor vosso Deus. (Sl. 75:11)

Conhecido É Deus em Judá, 
grande É o Seu Nome em Israel. (Sl. 75:1)

1 Coríntios 3:9-17

9 Porque nós somos cooperadores de Deus; vós sois lavoura de Deus e edifício de Deus. 10 Segundo a graça de Deus que me foi dada, lancei eu como sábio construtor, o fundamento, e outro edifica sobre ele; mas veja cada um como edifica sobre ele. 11 Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo. 12 E, se alguém sobre este fundamento levanta um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, 13 a obra de cada um se manifestará; pois aquele dia a demonstrará, porque será revelada no fogo, e o fogo provará qual seja a obra de cada um. 14 Se permanecer a obra que alguém sobre ele edificou, esse receberá galardão. 15 Se a obra de alguém se queimar, sofrerá prejuízo; mas o tal será salvo, todavia, como que pelo fogo. 16 Não sabeis vós que sois santuário de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós? 17 Se alguém destruir o santuário de Deus, Deus o destruirá; porque sagrado é o santuário de Deus, que sois vós.

Aleluia

Aleluia, aleluia, aleluia!
Vinde, regozijemo-nos no Senhor,

cantemos as glórias de Deus, nosso Salvador!

Aleluia, aleluia, aleluia!
Apresentamo-nos diante d'Ele com louvor, 

e celebremo-lo com salmos! 


Aleluia, aleluia, aleluia!

Mateus 14:22-34

22 Logo em seguida obrigou os seus discípulos a entrar no barco, e passar adiante dele para o outro lado, enquanto ele despedia as multidões. 23 Tendo-as despedido, subiu ao monte para orar à parte. Ao anoitecer, estava ali sozinho. 24 Entrementes, o barco já estava a muitos estádios da terra, açoitado pelas ondas; porque o vento era contrário. 25 À quarta vigília da noite, foi Jesus ter com eles, andando sobre o mar. 26 Os discípulos, porém, ao vê-lo andando sobre o mar, assustaram-se e disseram: É um fantasma. E gritaram de medo. 27 Jesus, porém, imediatamente lhes falou, dizendo: Tende ânimo; sou eu; não temais. 28 Respondeu-lhe Pedro: Senhor! se és tu, manda-me ir ter contigo sobre as águas. 29 Disse-lhe ele: Vem. Pedro, descendo do barco, e andando sobre as águas, foi ao encontro de Jesus. 30 Mas, sentindo o vento, teve medo; e, começando a submergir, clamou: Senhor, salva-me. 31 Imediatamente estendeu Jesus a mão, segurou-o, e disse-lhe: Homem de pouca fé, por que duvidaste? 32 E logo que subiram para o barco, o vento cessou. 33 Então os que estavam no barco adoraram-no, dizendo: Verdadeiramente tu és Filho de Deus. 34 Ora, terminada a travessia, chegaram à terra em Genezaré.   


COMENTÁRIO

Esta é a segunda vez que Cristo permite aos Seus discípulos passar por uma tempestade (ver 8:23-27). Na primeira vez Cristo estava com eles; aqui Ele os havia despedido em paz. Desta forma, Cristo reforça a fé apostólica de que Ele estará sempre com eles no meio das tempestades da vida. 

A fé de Pedro lhe permite andar sobre a água. Note que Pedro não pede para andar sobre as águas em si, mas para chegar até Jesus; seu desejo não é o de fazer milagres, mas de estar com o Senhor. Pedro é capaz de participar deste milagre divino, enquanto mantém seu foco em Cristo. Assim que fica distraído, começa a afundar. 

Em 14:31 O termo grego para dúvidas, aqui, significa "vacilar", ou seja, a causa do afundamento de Pedro não era a tempestade, mas a dúvida "hesitação."; portanto, Cristo não repreende o vento, mas Pedro.

Esta é a primeira vez que os discípulos confessam que Jesus É o Filho de Deus. Sabendo que só Deus pode ser adorado, eles confessam a divindade de Cristo por adorá-Lo. O barco é um símbolo da Igreja.

† † †

HOMILIAS



“Coragem! Sou Eu!”

Se em alguma ocasião chegássemos a tombar no recife das tentações, recordemos que foi Jesus quem nos mandou subir na barca da prova, e que quer que lhe precedamos na margem oposta. Pois é impossível, para quem não passou pela tentação das ondas e do vento contrário, chegar àquela margem. Assim, quando nos víssemos cercados por múltiplas dificuldades, e mediante um esforço moderado tivéssemos de certa forma conseguido esquivar-se delas, imaginemos que nossa barca se encontra em mar aberto, sacudida pelas ondas que desejariam fazer-nos naufragar na fé ou em alguma outra virtude. Porém, quando víssemos que é o espírito do mal que ataca-nos, então temos de concluir que o vento nos é contrário.

Contudo, quando suportando o vento contrário tivessem transcorrido as três vigílias da noite, isto é, das trevas que acompanham a tentação, lutando intrepidamente de acordo com as nossas forças, procurando escapar ao naufrágio da fé – a primeira vigília representa o pai das trevas e do pecado; a segunda seu filho, “o adversário”, em revolta contra tudo o que traz o nome de Deus ou o que é objeto de adoração; a terceira, o espírito inimigo do Espírito Santo –, estejamos seguros que, vindo a quarta vigília, quando a noite vai adiantada e está prestes a amanhecer, o Filho de Deus virá junto a nós, caminhando sobre as ondas para acalmar o nosso mar agitado. E quando víssemos que o Verbo nos aparece, talvez nos assustemos antes de percebermos de que estamos na presença do Salvador, e, crendo ver um fantasma, gritaremos atemorizados, mas ele nos dirá em seguida: Coragem, sou eu, não tenham medo!

E se entre nós se encontrar outro Pedro, mais fortemente comovido pelas palavras de coragem do Senhor, esse Pedro em caminho para uma perfeição que ainda não alcançou, descendo da barca – como fugindo da tentação que o acometia – em um primeiro momento andou querendo aproximar-se de Jesus sobre as águas; porém, sendo a sua fé ainda insuficiente, e agitado pela dúvida, sentirá a força do vento, sentirá medo e começará a afundar. Mas não afundará, porque gritando se dirigirá a Jesus suplicando: Senhor, salva-me! E imediatamente, também a este Pedro que lhe suplica dizendo: Senhor, salva-me, o Verbo lhe estenderá a mão e socorrerá a este homem, agarrando-o no preciso momento em que começava a afundar, e lançando-lhe em face sua pouca fé e o ter duvidado. Contudo, observa que não lhe disse: “Incrédulo”, mas: homem de pouca fé, e que acrescentou: Por que duvidaste?, como alguém que, apesar de ter um pouco de fé, vacila e não se comporta de modo contrário.

Momentos depois, tanto Jesus como Pedro subiram na barca e o vento se acalmou. Os que estavam na barca, percebendo de que perigos foram salvos, o adoraram dizendo: Realmente és o Filho de Deus.

Orígenes (séc. III)

† † †



“Senhor, Salva-Me, Porque Estou Afundando”

O Evangelho que nos foi proclamado e que recolhe o episódio de Cristo, o Senhor, andando sobre as ondas do mar, e do Apóstolo Pedro, que ao caminhar sobre as águas vacilou sob a ação do temor, duvidando se afundava e confiando novamente saiu flutuando, nos convida a ver no mar um símbolo do mundo atual, e no Apóstolo Pedro a figura da única Igreja.

Na realidade, Pedro em pessoa – ele, o primeiro na ordem dos apóstolos e generosíssimo no amor a Cristo – com frequência responde em nome de todos. Quando o Senhor Jesus perguntou quem dizia o povo que ele era, enquanto os demais discípulos lhe informam sobre as distintas opiniões que circulavam entre os homens, ao insistir o Senhor em sua pergunta e dizer: E vós, quem dizeis que eu sou?, Pedro respondeu: Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo. A resposta a deu um em nome de muitos, a unidade em nome da pluralidade.

Contemplando a este membro da Igreja, tratemos de discernir nele o que procede de Deus e o que procede de nós. Deste modo não vacilaremos, mas estaremos fundamentados sobre a pedra, estaremos firmes e estáveis contra os ventos, as chuvas e os rios, isto é, contra as tentações do mundo presente. Observai, pois, nesse Pedro que então era nossa imagem: algumas vezes confia, outras vacila; algumas vezes lhe confessa imortal e outras teme que morra. Por isso, porque a Igreja tem membros seguros, tem também inseguros, e não pode subsistir sem seguros nem sem inseguros. Naquilo que Pedro disse: Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo, representa os que são seguros; no fato de tremer e vacilar, não querendo que Cristo padecesse, temendo a morte e não reconhecendo a Vida, representa aos inseguros da Igreja. Assim, portanto, naquele único apóstolo, ou seja, em Pedro, o primeiro e principal entre os apóstolos, no qual estava prefigurada a Igreja, deviam estar representados os dois tipos de fiéis, ou seja, os seguros e os inseguros, já que sem eles não existe a Igreja.

Este é também o significado do que nos acabou de ser lido: Senhor, se és tu, manda-me ir até ti andando sobre a água. E, diante de uma ordem do Senhor, Pedro verdadeiramente caminhou sobre as águas, consciente de não poder fazê-lo por si mesmo. Pode a fé o que a humana fraqueza era incapaz de fazer. Estes são os seguros da Igreja. Ordene-o o Deus homem e o homem poderá o impossível. Vem – disse ele –, e Pedro desceu e começou a andar sobre as águas: pôde fazê-lo porque o havia ordenado a Pedra. Eis aqui do que Pedro é capaz em nome do Senhor; o que é que pode por si mesmo? Ao sentir a força do vento, ficou com medo, começou a se afundar e gritou: Senhor, salva-me, porque estou afundando! Confiou no Senhor, pôde no Senhor; vacilou como homem, retornou ao Senhor. Em seguida estendeu a ajuda de sua destra, agarrou ao que estava afundando, censurou ao desconfiado: Que pouca fé!

Bom, irmãos, temos que terminar o sermão. Considerai o mundo como se fosse o mar: vento fortíssimo, tempestade violenta. Para cada um de nós, suas paixões são sua tempestade. Amas a Deus: andas sobre o mar, sob os teus pés ruge a agitação do mundo. Amas ao mundo: ele te engolirá. Ele sabe devorar, não suportar os seus adoradores. Porém, quando o sopro da concupiscência agita teu coração, para vencer tua sensualidade invoca sua divindade. E se teu pé vacila, se hesitas, se existe algo que não consegues superar, se começas a te afundar, diz: Senhor, salva-me, porque estou afundando! Porque só te livra da morte da carne aquele que na carne morreu por ti. 

Bem-Aventurado Agostinho, Bispo de Hypona (Séc. V)

† † †


“A Insondável Profundidade De Deus”


Deus está em todas as partes, é imenso e está próximo de todos, conforme atesta de si mesmo: Eu sou – diz – um Deus próximo, e não distante. O Deus que buscamos não está longe de nós, já que está dentro de nós, se somos dignos de sua presença. Habita em nós como a alma no corpo, na condição de que sejamos seus membros sãos, de que estejamos mortos ao pecado. Então, habita verdadeiramente em nós aquele que disse: Habitarei e caminharei com eles. Se somos dignos de que ele esteja em nós, então somos realmente vivificados por ele, como seus membros vivos: Pois nele – como afirma o apóstolo – vivemos, nos movemos e existimos.

Quem, pergunto-me, será capaz de penetrar no conhecimento do Altíssimo se consideramos o inefável e incompreensível de seu ser? Quem poderá investigar as profundezas de Deus? Quem poderá gloriar-se de conhecer ao Deus infinito que tudo preenche e tudo envolve, que tudo penetra e tudo supera, que tudo abarca e tudo transcende? A Deus ninguém jamais o viu tal como é. Ninguém, portanto, tenha a presunção de perguntar-se sobre o indecifrável de Deus, o que foi, como foi, quem foi. Estas são coisas inefáveis, inescrutáveis, impenetráveis; limita-te a crer com simplicidade, porém com firmeza, que Deus é e será tal como foi, porque é imutável.

Quem é, portanto, Deus? O Pai, o Filho e o Espírito Santo são um só Deus. Não questione mais a respeito de Deus; porque os que querem conhecer as profundezas insondáveis devem antes considerar as coisas da natureza. De fato, o conhecimento da Trindade divina se compara, com razão, à profundidade do mar, conforme aquela expressão do Eclesiastes: O que existe é distante e muito obscuro, quem o examinará? Porque, assim como a profundidade do mar é impenetrável aos nossos olhos, assim também a divindade da Trindade escapa a nossa compreensão. E, por isto, insisto, se alguém se esforça em saber o que deve crer, não pense que o compreenderá melhor dissertando do que crendo; ao contrário, ao ser buscado, o conhecimento da divindade se afastará ainda mais que antes daquele que pretenda alcançá-lo.

Busca, portanto, o conhecimento supremo, não com investigações verbais, mas com a perfeição de um bom comportamento; não com palavras, mas com a fé que procede de um coração simples e que não é fruto de uma argumentação baseada em uma sabedoria irreverente. Portanto, se buscas mediante o discurso racional ao que é inefável, ficarás muito longe, mais do que estavas; porém, se o buscas com fé, a sabedoria estará à porta, que é onde tem a sua morada, e ali será contemplada, pelo menos parcialmente. E também podemos realmente alcançá-la um pouco quando cremos naquele que é invisível, sem compreendê-lo; porque Deus há de ser crido tal como é, invisível, mesmo que o coração puro possa, em parte, contemplá-lo.

São Columba, de Iona (séc. VI)

† † †

sábado, 28 de julho de 2018

9º Sábado Depois de Pentecostes

28 de Julho de 2018 (CC) / 15 de Julho (CE)
Santo Príncipe Vladimir de Kiev (Luminar da Russia, Igual aos Apóstolos (1015 dC)
Modo 7


No final do século IX, o povo russo começava a viver sob a influência do Cristianismo, depois da conversão da futura santa Olga de Kiev.

Neto de Santa Olga, Vladimir era o filho mais novo de Sviatoslav de Kiev, com sua empregada Malusha. Malusha, era uma profetisa que viveu até os 100 anos de idade e fora trazida de sua caverna ao palácio para prever o futuro.

O irmão de Malusha, Dobrynya, era tutor de Vladimir e seu conselheiro mais fiel. Uma tradição hagiográfica, liga sua infância ao nome de sua avó, Olga Prekrasa, que era cristã e governava a capital durante as frequentes campanhas militares de Esviatoslav, seu filho.

Com a morte do pai, o príncipe Vladimir, hábil e audacioso, começou a governar as terras que herdara. Guerreou contra o irmão que estava em Kiev e o venceu. Subiu ao trono de Kiev em 980. No início, idólatra e animado por um zeloso ardor pelos deuses vikings, chegou a dedicar um templo ao deus do trovão e do relâmpago, Perun, onde sacrifícios humanos eram realizados.

O príncipe levava uma vida devassa. Ao retornar de uma campanha vitoriosa contra os Jatvagues (983), ele decidiu dar graças aos deuses, por meio de um sacrifício. As vítimas escolhidas foram um mercador varegue, chamado Teodoro, e seu filho João, que eram cristãos e parentes de sua avó Olga. As circunstâncias dessas mortes e a firmeza no testemunho da fé de ambos impressionaram Vladimir.

A maneira como eles se entregaram à morte, surpreendeu o príncipe Vladimir, tocando-lhe, fortemente, a consciência. Após haver consultado seus conselheiros, ele enviou embaixadores a diversos países, para obter informações de como os povos viviam a religião. Quando os emissários, enviados à Constantinopla, capital do Império Romano do Oriente (dito Bizantino), assistiram às diversas cerimônias que eram realizadas na Igreja de Santa Sofia, e ficaram impressionados:  
"Nós não conseguíamos entender se estávamos no Céu ou na Terra. Pois, não existe, aqui na Terra, um espetáculo como aquele, nem tamanha beleza. Nós não somos capazes de definir tal magnificência. Sabemos, apenas, que é lá que Deus vive com os homens e que sua cultura ultrapassa a de todos os outros países. Jamais esqueceremos o que vimos em beleza e compreendemos que, doravante, será impossível, para nós, viver na Rússia de forma diferente!"

Convencido de que a glória manifestada através das celebrações e das liturgias era o resplendor da Verdade, o príncipe Vladimir decidiu tornar-se cristão. Aceitou a Fé Cristã e mudou completamente sua atitude. A mudança ocorreu de forma rápida, mas gradual. Primeiro, ordenou aos sábios da corte que viajassem a diversos países para verificarem qual era a religião verdadeira. Em seguida, chamou religiosos dos diversos países muçulmanos, judeus, budistas e cristãos. O próprio Vladimir questionou todos eles, ouvindo, atento, suas pregações. O que mais o impressionou foi o grego que pregou o evangelho de Cristo. Os sábios voltaram tocados pela graça, com toda a manifestação de fé em Cristo que viram em Constantinopla, no templo de Santa Sofia. Então eles disseram a Vladimir:  
"Se a religião de Cristo não fosse a verdadeira, então sua avó Olga, que era sábia, não a teria aceitado".

Vladimir começou a estudar o Evangelho e foi batizado em 989. Logo em seguida, recebeu o sacramento do matrimonio com a princesa Ana, filha de Basílio de Constantinopla. Desde então, chegavam cada vez mais sacerdotes missionários que percorriam seus domínios catequizando o povo e ministrando o batismo. O Cristianismo consolidou-se ainda mais quando Vladimir casou-se com a piedosa neta do Imperador da Germânia, após o falecimento da princesa Ana.

Modificando completamente seu caráter, e adotando a doçura e singeleza das atitudes evangélicas, Vladimir suprimiu a pena de morte e passou a levar uma vida agradável a Deus, que fez com que seu povo passasse a defini-lo como o "Sol resplandecente". Ele substituiu os templos pagãos por Igrejas e mandou erigir um esplêndido santuário dedicado à Dormição da Mãe de Deus, exatamente no local onde foram martirizados São Teodoro e o filho, João.

Vladimir morreu em Berestovo, perto de Kiev, em 1015. Seu corpo foi desmembrado em várias partes que foram distribuídas entre numerosas fundações sagradas onde são veneradas como relíquias. Uma das maiores catedrais de Kievan é dedicada a ele. 
Leituras Comemorativas  
Gálatas 1:11-19
João 10:1-9


Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém! 

Romanos 14:6-9

6 Aquele que faz caso do dia, para o Senhor o faz. E quem come, para o Senhor come, porque dá graças a Deus; e quem não come, para o Senhor não come, e dá graças a Deus. 7 Porque nenhum de nós vive para si, e nenhum morre para si. 8 Pois, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De sorte que, quer vivamos quer morramos, somos do Senhor. 9 Porque foi para isto mesmo que Cristo morreu e tornou a viver, para ser Senhor tanto de mortos como de vivos.  

Mateus 15:32-39

32 Jesus chamou os seus discípulos, e disse: Tenho compaixão da multidão, porque já faz três dias que eles estão comigo, e não têm o que comer; e não quero despedi-los em jejum, para que não desfaleçam no caminho. 33 Disseram-lhe os discípulos: Donde nos viriam num deserto tantos pães, para fartar tamanha multidão? 34 Perguntou-lhes Jesus: Quantos pães tendes? E responderam: Sete, e alguns peixinhos. 35 E tendo ele ordenado ao povo que se sentasse no chão, 36 tomou os sete pães e os peixes, e havendo dado graças, partiu-os, e os entregava aos discípulos, e os discípulos á multidão. 37 Assim todos comeram, e se fartaram; e do que sobejou dos pedaços levantaram sete alcofas cheias.  38 Ora, os que tinham comido eram quatro mil homens além de mulheres e crianças. 39 E havendo Jesus despedido a multidão, entrou no barco, e foi para os confins de Magadã. 

† † †  

sexta-feira, 27 de julho de 2018

9ª Sexta-feira Depois de Pentecostes

27 de Julho de 2018 (CC) / 14 de Julho (CE)
Santos Áquila [Apóstolo dos 70] e Priscila (Séc. I)
Modo 7



Santo Áquila, natural de Ponto, na Ásia Menor, era judeu e produzia tendas para o comércio. No ano 52, ele e sua esposa Priscila estavam em Corinto onde se encontrava o Apóstolo São Paulo. Eles ofereceram hospitalidade ao Apóstolo que, aceitando, permaneceu com eles durante muitos dias, dispondo-se, inclusive a ajudá-los no trabalho (At 18, 2-3). E, aderindo à fé cristã através de São Paulo, eles o seguiram, desde aquele momento, trabalhando junto com ele e enfrentando todos os perigos e riscos por pregarem o Evangelho de Cristo, como o próprio São Paulo declara em sua Epístola aos Romanos, quando afirma:

«Saudai Priscila e Áquila, meus cooperadores em Cristo Jesus; pela minha vida eles expuseram as suas cabeças. E isso lhes agradeço, não só eu, mas também todas as igrejas dos gentios» (Rm 16,3-4).

Tropárion Modo 3
Santo apóstolo Áquila dos Setenta;
Rogai ao Misericordioso;
Conceder às nossas almas o perdão dos pecados.

Kondákion Modo 4
A Igreja sempre te viu como uma estrela resplandecente, Ó apóstolo Áquila,
Teus milagres manifestaram grande iluminação.
Por isso clamamos a Cristo:
"Salva aqueles que, com fé honram Teu apóstolo,
Ó Misericordiosíssimo."


Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém! 
 
1 Coríntios 14:26-40

26 Que fazer, pois, irmãos? Quando vos congregais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação. 27 Se alguém falar em língua, faça-se isso por dois, ou quando muito três, e cada um por sua vez, e haja um que interprete. 28 Mas, se não houver intérprete, esteja calado na igreja, e fale consigo mesmo, e com Deus. 29 E falem os profetas, dois ou três, e os outros julguem. 30 Mas se a outro, que estiver sentado, for revelada alguma coisa, cale-se o primeiro. 31 Porque todos podereis profetizar, cada um por sua vez; para que todos aprendam e todos sejam consolados; 32 pois os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas; 33 porque Deus não é Deus de confusão, mas sim de paz. Como em todas as igrejas dos santos, 34 as mulheres estejam caladas nas igrejas; porque lhes não é permitido falar; mas estejam submissas como também ordena a lei. 35 E, se querem aprender alguma coisa, perguntem em casa a seus próprios maridos; porque é indecoroso para a mulher o falar na igreja. 36 Porventura foi de vós que partiu a palavra de Deus? Ou veio ela somente para vós? 37 Se alguém se considera profeta, ou espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor. 38 Mas, se alguém ignora isto, ele é ignorado. 39 Portanto, irmãos, procurai com zelo o profetizar, e não proibais o falar em línguas. 40 Mas faça-se tudo decentemente e com ordem.  

Mateus 21:12-14, 17-20

12 Então Jesus entrou no templo, expulsou todos os que ali vendiam e compravam, e derribou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas; 13 e disse-lhes: Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração; vós, porém, a fazeis covil de salteadores. 14 E chegaram-se a ele no templo cegos e coxos, e ele os curou. 17 E deixando-os, saiu da cidade para Betânia, e ali passou a noite. 18 Ora, de manhã, ao voltar à cidade, teve fome; 19 e, avistando uma figueira à beira do caminho, dela se aproximou, e não achou nela senão folhas somente; e disse-lhe: Nunca mais nasça fruto de ti. E a figueira secou imediatamente. 20 Quando os discípulos viram isso, perguntaram admirados: Como é que imediatamente secou a figueira?  

† † †

quinta-feira, 26 de julho de 2018

9ª Quinta-feira Depois de Pentecostes

26 de Julho de 2018 (CC) / 13 de Julho (CE)
Sinaxe do Arcanjo Gabriel;
Santo Estêvão, do Mosteiro de São Savas (724), 
Juliano, Bispo de Cenomanis (Le Mans), na Gália. (Séc. I)
Jejum (Azeite permitido)
Modo 7



Este grande arcanjo de Deus é celebrado em 26 de março. Neste dia, porém, ele é celebrado e homenageado por suas aparições e milagres em toda a história da salvação do homem. Acredita-se que esta celebração foi estabelecida pela primeira vez no Monte Athos, no século IX, durante o reinado do Imperador e da Imperatriz Basílio Constantino Porphyrogenitus e do Patriarca Nicholas Chrysoverges, por ocasião do aparecimento do arcanjo Gabriel em uma célula perto de Karyes, onde ele escreveu em uma tabuleta de pedra com o dedo, o hino à Parturiente de Deus: "Digno é justo," (Jest Dostojno Axion Estin). Como resultado disso, ainda hoje, esta célula é chamado a célula do "Axion Estin".

Tal como essa, outras aparições do Arcanjo Gabriel também são comemoradas:

1.     O aparecimento a Moisés enquanto estava cuidando do rebanho de Jetro,

2.     Intermediando as relações de Moisés com Deus, como por exemplo no relato da Criação que Moisés registrou no Gênesis;

3.     Sua aparição ao profeta Daniel revelando-lhe o mistério dos reinos futuros e da vinda do Salvador;

4.     Sua aparição a Santa Ana e a promessa de que ela vai dar à luz uma filha, a Bem-aventurada e Toda Pura e Santa Virgem Maria;

5.   A aparição muito breve à Virgem Santa, enquanto esta vivia no Templo de Jerusalém;

6.     Sua aparição a Zacarias, o Sumo Sacerdote e as notícias sobre o nascimento de João, o Precursor, e da severa punição de Zacarias tornando-o surdo-mudo, porque não creu nas suas palavras;

7.     O aparecimento à Virgem Santa de Nazaré anunciando-a da boa notícia da concepção e do nascimento do Senhor Jesus Cristo;

8.     A aparição ao Justo José;

9.     A aparição aos pastores perto de Belém;

10.  A aparição ao próprio Senhor no Jardim do Getsêmane, fortalecendo a natureza humana de nosso Senhor antes de sua paixão;

11.  A aparição às mulheres portadoras de mirra e assim por diante.

Os Anjos são superiores ao homem em sua força espiritual, sendo, porém, limitados em sua sabedoria – só Deus é onipotente e onisciente. Nosso Senhor Jesus Cristo falou muitas vezes sobre dos Anjos. Segundo ele, os Anjos levaram a alma do mendigo Lázaro ao seio de Abraão (Lc 16,22).  
Nas Escrituras Sagradas alguns Anjos possuem nomes próprios:  
O nome Gabriel significa «Força de Deus». É mencionado pelo Profeta Daniel e também pelo Evangelista São Lucas (Dn 8,16; 9,21 e Lc 1,19-26). O nome do Arcanjo Miguel é mencionado pelo profeta Daniel, pelo apóstolo Judas e pelo Apocalipse (Js 5,13; 12,1, Jd 7-8). 
O nome Miguel, em hebraico, significa «Quem, senão Deus?» Nas Escrituras ele é chamado de «Chefe do Exército do Senhor» e é representado como o principal guerreiro contra o diabo e seus servidores, portando, normalmente, uma espada de fogo na mão. 
O Arcanjo Gabriel é representado nas Sagradas Escrituras como o Mensageiro do mistério divino, portando um ramo do paraíso em sua mão. 

São nomeados ainda, nas Sagradas Escrituras, três Anjos: Rafael, que significa “Ajuda de Deus” (Tb 3,16; 12,12-15); Uriel – “Fogo de Deus” (3Esd 4,1; 5,20); Selafiel – “O que ora a Deus” (3 Esd 5,16).

Tropárion - Modo 4
Gabriel, comandante das Hostes Celestes,
nós que somos indignos te pedimos
que por tuas orações encontremos proteção sob as asas de tua glória imaterial,
e preserva-nos na fé, a nós que clamamos:
"Livra-nos de todo mal, pois tu és o Comandante das Forças do Alto!"

Kondákion - Modo 2
Tu contemplas a glória de Deus no céu,
e trazes a graça do alto para terra,
ó sábio Gabriel, Líder dos Anjos, 
Ministro da Glória de Deus, e Defensor Divino do mundo,
salva e protege aqueles que a ti clamam:
"Defende-nos, para que nada se levante contra nós! 

Santo Estêvão, Comemorado em 13 de julho e 28 de outubro 
O Monge Estêvão Sabates,  sobrinho de São João de Damasco (4 de Dezembro), nasceu no ano de 725. Com apenas 10 anos de idade ingressou na Lavra de São Savas e passou toda a sua vida neste mosteiro, por vezes, saía para o deserto para para praticar a ascese em solidão. Ao monge Estêvão foi concedido os dons de operar maravilhas e da perspicácia: curava os expelia os demônios dos doentes, e discernia os pensamentos daqueles que vinha até ele em busca de conselho. Estêvão morreu no ano 724, prevendo antecipadamente o dia da sua morte. A vida do monge foi compilada por seu aluno Leôncio.

Comemoração de São Juliano  
Alguns pensam que este santo não é outro senão Simão, o leproso, que foi curado pelo Senhor. 

O Apóstolo Pedro o consagrou bispo e o enviou para a Gália pagã, onde São Juliano suportou grandes misérias, mas conseguiu converter muitas pessoas à fé de Cristo. 
Juliano também batizou o Príncipe Defenson, o qual se converteu de tal modo, que tratava todos os negócios do seu reino à luz da verdadeira fé.
Tropárion
São Juliano, tu que operaste maravilhas,
Intercede junto ao Deus Misericordioso
Para que Ele nos conceda o perdão
E a salvação de nossas almas.


Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém! 

1 Coríntios 14:6-19

6 E agora, irmãos, se eu for ter convosco falando em línguas, de que vos aproveitarei, se vos não falar ou por meio de revelação, ou de ciência, ou de profecia, ou de doutrina? 7 Ora, até as coisas inanimadas, que emitem som, seja flauta, seja cítara, se não formarem sons distintos, como se conhecerá o que se toca na flauta ou na cítara? 8 Porque, se a trombeta der sonido incerto, quem se preparará para a batalha? 9 Assim também vós, se com a língua não pronunciardes palavras bem inteligíveis, como se entenderá o que se diz? porque estareis como que falando ao ar. 10 Há, por exemplo, tantas espécies de vozes no mundo, e nenhuma delas sem significação. 11 Se, pois, eu não souber o sentido da voz, serei estrangeiro para aquele que fala, e o que fala será estrangeiro para mim. 12 Assim também vós, já que estais desejosos de dons espirituais, procurai abundar neles para a edificação da igreja. 13 Por isso, o que fala em língua, ore para que a possa interpretar. 14 Porque se eu orar em língua, o meu espírito ora, sim, mas o meu entendimento fica infrutífero. 15 Que fazer, pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com o entendimento; cantarei com o espírito, mas também cantarei com o entendimento. 16 De outra maneira, se tu bendisseres com o espírito, como dirá o amém sobre a tua ação de graças aquele que ocupa o lugar de indouto, visto que não sabe o que dizes? 17 Porque realmente tu dás bem as graças, mas o outro não é edificado. 18 Dou graças a Deus, que falo em línguas mais do que vós todos. 19 Todavia na igreja eu antes quero falar cinco palavras com o meu entendimento, para que possa também instruir os outros, do que dez mil palavras em língua.   

Mateus 20:17-28

17 Estando Jesus para subir a Jerusalém, chamou à parte os doze e no caminho lhes disse: 18 Eis que subimos a Jerusalém, e o Filho do homem será entregue aos principais sacerdotes e aos escribas, e eles o condenarão à morte, 19 e o entregarão aos gentios para que dele escarneçam, e o açoitem e crucifiquem; e ao terceiro dia ressuscitará. 20 Aproximou-se dele, então, a mãe dos filhos de Zebedeu, com seus filhos, ajoelhando-se e fazendo-lhe um pedido. 21 Perguntou-lhe Jesus: Que queres? Ela lhe respondeu: Concede que estes meus dois filhos se sentem, um à tua direita e outro à tua esquerda, no teu reino. 22 Jesus, porém, replicou: Não sabeis o que pedis; podeis beber o cálice que eu estou para beber? Responderam-lhe: Podemos. 23 Então lhes disse: O meu cálice certamente haveis de beber; mas o sentar-se à minha direita e à minha esquerda, não me pertence concedê-lo; mas isso é para aqueles para quem está preparado por meu Pai. 24 E ouvindo isso os dez, indignaram-se contra os dois irmãos. 25 Jesus, pois, chamou-os para junto de si e lhes disse: Sabeis que os governadores dos gentios os dominam, e os seus grandes exercem autoridades sobre eles. 26 Não será assim entre vós; antes, qualquer que entre vós quiser tornar-se grande, será esse o que vos sirva; 27 e qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, será vosso servo; 28 assim como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos.

†††




quarta-feira, 25 de julho de 2018

9ª Quarta-feira Depois de Pentecostes

25 de Julho de 2018 (CC) / 12 de Julho (CE)
Santos Mártires Proclus e Hilário; Verônica, da Santa Face;
Santo Ícone da Mãe de Deus de Três Mãos
Modo 7


Os santos mártires Proclus e Hilário nasceram em Kallippi na Ásia, e Proclus era o tio de Hilário. Eles foram martirizados durante o reinado de Trajano.

"Qual é a sua linhagem?" o juiz perguntou a Proclus. Proclus respondeu:

"Minha linhagem é Cristo e minha esperança é meu Deus."

Quando o juiz o ameaçou com torturas, Proclus disse:

"Se tu tens medo de transgredir as ordens do imperador para não cair em sofrimentos temporais, quanto mais nós, que somos cristãos, temeremos transgredir o mandamento de Deus para que não padeçamos sofrimentos eternos! "

Enquanto Proclus era torturado, Hilário veio perante o juiz e disse:

"Eu também sou um cristão"

Depois de padecerem muitos sofrimentos, esses dois santos foram condenados à morte: Proclus foi crucificado e Hilário decapitado. Ambos entraram no gozo do seu Senhor.  
O Santo Ícone da Mãe de Deus Chamado de "Virgem de Três Mãos". 
“Eu não venero a matéria, mas o criador da matéria, que se fez matéria por mim e se dignou habitar na matéria e realizar minha salvação através da matéria”. (São João Damasceno) 
A bela cidade de Damasco (Síria) pelo ano de 675 tornou-se o berço natalício de um de seus mais ilustres filhos, o qual levaria o seu nome a todos os continentes: João Damasceno (de Damasco).  
Seu nome de batismo era João Mansur. Seus pais eram árabes-cristãos, e gozavam de muito prestigio na cidade, alem de uma confortável situação financeira. O pai de João era muito estimado entre os Sarracenos, que naquela época eram senhores do país, e tal estima se estendia também ao filho. 
Por muito tempo pai e filho serviram como ecônomos do califa de Damasco e por ocuparem cargos tão importantes desfrutavam de inúmeros privilégios. Nessa época Damasco já estava dominada pelos árabes-mulçumanos, e que acabavam de conquistar também a Palestina. Nessa época, o convívio entre as duas religiões era pacifico.  
João Mansur, jovem e brilhante, com sua inteligência e lealdade tornou-se o conselheiro e amigo do califa. Com o passar do tempo o coração de João Mansur inquietou-se e o nosso jovem trocou o alto posto em Damasco pela vida monástica da comunidade religiosa de São Sabas, na Palestina. Foi ordenado sacerdote e desde então se dedicou a penitência e aos estudos das sagradas escrituras, no recolhimento e no silêncio. As únicas vezes que saia do mosteiro, era para pregar na Igreja do Santo Sepulcro. Suas homilias, sempre repassadas em defesa da fé e da doutrina, eram depois distribuídas para outras dioceses. 
Tornou-se muito respeitado entre o clero e o povo, e foi a convite do bispo de Jerusalém, João V que ele participou do Concilio Ecumênico de Nicéia. Foi durante o concilio, um defensor da posição da Igreja contra os hereges iconoclastas. Escritor incansável, reconhecido por sua humildade e simplicidade, tornava-se um leão em defender a verdade, suas obras mais importantes são: “A Fonte da Ciência”, “A Fé Ortodoxa”, “Sacra Paralela”, e “Orações sobre as Imagens Sagradas”, onde defende o culto das imagens nas Igrejas, contra o conceito dos iconoclásticas.  
Foi por causa deste último livro que João Damasceno foi perseguido e preso pelos hereges. Seus inimigos conseguiram lançar dúvidas no coração do Califa a respeito da lealdade de João para com ele.  
O Califa de Damasco cheio de ódio, por achar-se traído, ordena que a mão de João Damasceno seja decepada e exposta ao público. Impedido de escrever, João Damasceno, em lagrimas e súplicas, implora a intercessão da Virgem Maria para que tenha sua mão restituída e assim continuar defendendo a Sã Doutrina, através de seus escritos. 
João Damasceno adormece e no seu sono profundo é acordado por uma voz feminina a dizer-lhe:  
“Meu filho tua mão está curada, faze dela o uso conforme prometestes”.  
Quando olhou, encheu-se de espanto e entre hinos e louvores exaltava a misericórdia de Deus e a bondade da Ssma. Virgem Mãe de Deus.

Em reconhecimento e gratidão à Virgem Maria, João Damasceno comprou prata, com a qual mandou esculpir a mão em posição de súplica e agradecimento. Colocou-a na parte inferior de um ícone da Virgem Mãe, que passou a ser chamada de a "Virgem das Três Mãos". É a padroeira dos injustamente acusados e condenados e é uma devoção conhecia na Estônia.  
Tão logo o Califa soube do acontecido, reconhecendo a intervenção divina na defesa de João Damasceno, pediu-lhe perdão e a paz voltou a reinar.Veronica justa

Santa Verônica
A Justa Verônica era, segundo a tradição, aquela mulher com fluxo de sangue, que recebeu cura ao tocar na orla da veste de Cristo (Mt. 9: 20-22). 
Verônica deu ao Senhor um véu, com o qual o Senhor enxugou o rosto, por ocasião da crucificação. No véu ficou impressa a Imagem o Rosto do Senhor, por isto em seu ícone, ela aparece segurando um tecido no qual está a Face do Senhor.
A palavra «verônica» significa «verdadeira imagem» («vero» = verdadeira; «ícone» = imagem).


Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém! 

1 Coríntios 13:4-14:5

4 O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não se vangloria, não se ensoberbece, 5 não se porta inconvenientemente, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal; 6 não se regozija com a injustiça, mas se regozija com a verdade; 7 tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. 8 O amor jamais acaba; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; 9 porque, em parte conhecemos, e em parte profetizamos; 10 mas, quando vier o que é perfeito, então o que é em parte será aniquilado. 11 Quando eu era menino, pensava como menino; mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. 12 Porque agora vemos como por espelho, em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei plenamente, como também sou plenamente conhecido. 13 Agora, pois, permanecem a fé, a esperança, o amor, estes três; mas o maior destes é o amor. 1 Segui o amor; e procurai com zelo os dons espirituais, mas principalmente o de profetizar. 2 Porque o que fala em língua não fala aos homens, mas a Deus; pois ninguém o entende; porque em espírito fala mistérios. 3 Mas o que profetiza fala aos homens para edificação, exortação e consolação. 4 O que fala em língua edifica-se a si mesmo, mas o que profetiza edifica a igreja. 5 Ora, quero que todos vós faleis em línguas, mas muito mais que profetizeis, pois quem profetiza é maior do que aquele que fala em línguas, a não ser que também intercede para que a igreja receba edificação.  

Mateus 20:1-16

1 Porque o reino dos céus é semelhante a um homem, proprietário, que saiu de madrugada a contratar trabalhadores para a sua vinha. 2 Ajustou com os trabalhadores o salário de um denário por dia, e mandou-os para a sua vinha. 3 Cerca da hora terceira saiu, e viu que estavam outros, ociosos, na praça, 4 e disse-lhes: Ide também vós para a vinha, e dar-vos-ei o que for justo. E eles foram. 5 Outra vez saiu, cerca da hora sexta e da nona, e fez o mesmo. 6 Igualmente, cerca da hora undécima, saiu e achou outros que lá estavam, e perguntou-lhes: Por que estais aqui ociosos o dia todo? 7 Responderam-lhe eles: Porque ninguém nos contratou. Disse- lhes ele: Ide também vós para a vinha. 8 Ao anoitecer, disse o senhor da vinha ao seu mordomo: Chama os trabalhadores, e paga-lhes o salário, começando pelos últimos até os primeiros. 9 Chegando, pois, os que tinham ido cerca da hora undécima, receberam um denário cada um. 10 Vindo, então, os primeiros, pensaram que haviam de receber mais; mas do mesmo modo receberam um denário cada um. 11 E ao recebê-lo, murmuravam contra o proprietário, dizendo: 12 Estes últimos trabalharam somente uma hora, e os igualastes a nós, que suportamos a fadiga do dia inteiro e o forte calor. 13 Mas ele, respondendo, disse a um deles: Amigo, não te faço injustiça; não ajustaste comigo um denário? 14 Toma o que é teu, e vai-te; eu quero dar a este último tanto como a ti. 15 Não me é lícito fazer o que quero do que é meu? Ou é mau o teu olho porque eu sou bom? 16 Assim os últimos serão primeiros, e os primeiros serão últimos.  
† † †

COMENTÁRIOS

Estes homens queriam trabalhar, porém ninguém os contratou; eram trabalhadores, mas ociosos por falta de trabalho e de Senhor. Em seguida uma voz lhes contratou, uma palavra os colocou no caminho e, em seu zelo, não combinaram  o preço de seu trabalho como fizeram os primeiros. O Senhor avaliou seu trabalho com prudência, e lhes pagou tanto como aos demais.

Nosso Senhor pronunciou esta parábola para que ninguém diga: Visto que não fui chamado quando era jovem, não posso ser recebido. Ensinou que, seja qual for o momento de sua conversão, todo homem é acolhido... Saiu ao amanhecer, ao meio da manhã, ao meio-dia, no meio da tarde, e ao final da tarde: com o que dá a entender desde o início de sua pregação, depois ao longo de sua vida até a cruz porque é à hora undécima que o ladrão entrou no paraíso. Para que ninguém reclame do ladrão, nosso Senhor afirma sua boa vontade; se lhe tivessem contratado antes, teria trabalhado: Ninguém nos contratou.
 
Aquilo que damos a Deus é muito pouco digno dele, e o que ele nos dá é muito superior a nós. Somos contratados para um trabalho proporcionado às nossas forças, porém nos propõe um salário muito acima do que o nosso trabalho merece... Trata-se da mesma forma aos primeiros e aos últimos; receberam um denário cada um com a imagem do Rei. Tudo isto significa o Pãoda vida que é o mesmo para todos; é único o remédio de vida para aqueles que o comem.

No trabalho da vinha não se pode reprovar ao Senhor sua bondade, e nada tem a se dizer de sua retidão. Segundo sua retidão dava como achava justo, e, segundo sua bondade, mostra a sua misericórdia como quer. É para dar-nos este ensinamento que nosso Senhor disse esta parábola, e a resumiu com estas palavras: Eu não tenho liberdade para fazer o que quiser em meus assuntos?

Santo Efrém, (séc. IV) Diatessaron 15,15-17 


O Denário é a Vida Eterna  

Acabais de escutar a parábola evangélica dos trabalhadores da vinha, que encaixa perfeitamente com a presente estação. Pois agora nos encontramos na época da vindima material. E digo “material”, porque existe uma vindima “espiritual”, na qual Deus se alegra com os frutos de sua vinha. O Reino dos Céus se assemelha a um proprietário que saiu para contratar trabalhadores para a sua vinha.

o que significa esse gesto de pagar a diária começando pelos últimos? Não lemos em outra passagem do Evangelho que todos receberão simultaneamente a recompensa? De fato, lemos em outro texto do Evangelho que o rei dirá àqueles que estiverem a sua direita: Vinde, benditos de meu Pai; herdai o reino que está preparado para vós desde a criação do mundo. Portanto, se todos receberão o denário ao mesmo tempo, como entender o que aqui se diz sobre que primeiro receberão a diária os contratados ao entardecer, e, por último, os do amanhecer? Se consigo explicar-me de modo que consigais entendê-lo, louvado seja Deus. Pois a ele deveis agradecer pelo que vos concede pela minha mão: porque o que vos dou não o dou de minha colheita.

Se perguntas, por exemplo, quem dos dois trabalhadores recebeu o pagamento primeiro: o que o recebeu depois de uma hora de trabalho ou aquele que o recebeu depois de uma jornada laboral de doze horas, todos responderão que quem o recebeu ao final de somente uma hora, o recebeu antes daquele que o recebeu depois de doze horas. Assim, ainda que todos cobrassem ao mesmo tempo, contudo, como alguns receberam a diária ao final de uma hora e os outros depois de doze horas, diz-se que aqueles a receberam primeiro, posto que a receberam em breve espaço de tempo.

Os primeiros justos como Abel, Noé, que são os chamados na primeira hora, receberão ao mesmo tempo que nós a felicidade da ressurreição. Posteriormente, outros justos depois deles, tais como Abraão, Isaac, Jacó e seus contemporâneos, chamados ao meio da manhã, receberão ao mesmo tempo que nós a felicidade da ressurreição. Outros justos: Moisés, Aarão e aqueles que com eles foram chamados ao meio-dia, receberão ao mesmo tempo que nós a felicidade da ressurreição. Depois deles, os santos profetas, chamados como ao cair da tarde, receberão ao mesmo tempo que nós a felicidade da ressurreição. Ao final do mundo, todos os cristãos, como os chamados à hora undécima, receberão juntamente com eles a felicidade da ressurreição. Todos a receberão ao mesmo tempo, porém observai após quanto tempo os primeiros a receberão. Portanto, se os primeiros chamados recebem a felicidade depois de tanto tempo, ao passo que nós a recebemos depois de um breve intervalo, mesmo que todos a recebamos simultaneamente, parece como se nós a recebêssemos primeiro, porque nossa recompensa não se fará esperar.
 
No que se refere à retribuição, todos seremos iguais: os últimos como os primeiros, e os primeiros como os últimos, pois aquele denário é a vida eterna, e na vida eterna todos serão iguais. E apesar de que, conforme a diversidade de méritos, brilharão de forma diversa, no que se refere à vida eterna, ela será igual para todos. Não será mais longo para um e mais curto para outro o que em ambos os casos será sempiterno: o que não tem fim, não terá nem para ti nem para mim. Ali brilharão de forma diferente a castidade conjugal e a integridade virginal; um será o fruto das boas obras e a outra a coroa do martírio; porém, no que se refere a viver eternamente, nem este viverá mais que aquele, nem aquele mais do que este. Todos viverão uma vida sem fim, embora cada um com seu brilho e auréola peculiar. E aquele denário é a vida eterna.
Santo Agostinho (Séc. IV)

† † †