quinta-feira, 30 de abril de 2015

3ª Quinta-feira Após a Páscoa

30 de Abril de 2015 (CC) / 17 de Abril (CE)
S. Simeão, bispo de Selêucia (Pérsia) e seus 1150 companheiros mártires († 314)
Modo 3




Na Pérsia havia uma comunidade cristã cujos integrantes regiam suas vidas pelas palavras do Evangelho, com abnegação, dispostos sempre a sacrificarem-se pelo nome e pela glória de Cristo. O coração desta comunidade era o bispo Simeão, exemplo de vida cristã. Os persas sentiam-se incomodados com a presença dos cristãos naquela região e os delataram para o  rei Sapor II dizendo que os cristãos  planejavam uma revolução. O rei então ordenou que o bispo fosse trazido a ele para ser interrogado. Simeão argumentou que os cristãos respeitavam as leis e que ninguém entre eles era rebelde. Porém, o rei não ouviu os seus argumentos e, movido por preconceito contra os cristãos ordenou que  Simeão fosse encarcerado. Na prisão, Simeão conheceu Gothazat, um cristão que tinha renegado Cristo para preservar sua vida. Simeão, de maneira doce, conquistou-o de volta ao cristianismo, iluminando seu coração coma luz de Cristo. Quando o rei Sapor soube  do ocorrido na prisão, ordenou que os dois fossem decapitados juntamente com os 1150 fiéis de sua comunidade. Assim, entregaram todos as suas almas a Deus. «Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados; e andai em amor, como também Cristo vos amou, e se entregou a si mesmo por nós, em oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave» (Ef. 5, 1-2).



Atos 8:26-39

26 Mas um anjo do Senhor falou a Filipe, dizendo: Levanta-te, e vai em direção do sul pelo caminho que desce de Jerusalém a Gaza, o qual está deserto. 27 E levantou-se e foi; e eis que um etíope, eunuco, mordomo- mor de Candace, rainha dos etíopes, o qual era superintendente de todos os seus tesouros e tinha ido a Jerusalém para adorar, 28 regressava e, sentado no seu carro, lia o profeta Isaías. 29 Disse o Espírito a Filipe: Chega-te e ajunta-te a esse carro. 30 E correndo Filipe, ouviu que lia o profeta Isaías, e disse: Entendes, porventura, o que estás lendo? 31 Ele respondeu: Pois como poderei entender, se alguém não me ensinar? E rogou a Filipe que subisse e com ele se sentasse. 32 Ora, a passagem da Escritura que estava lendo era esta: Foi levado como a ovelha ao matadouro, e, como está mudo o cordeiro diante do que o tosquia, assim ele não abre a sua boca. 33 Na sua humilhação foi tirado o seu julgamento; quem contará a sua geração? Porque a sua vida é tirada da terra. 34 Respondendo o eunuco a Filipe, disse: Rogo-te, de quem diz isto o profeta? De si mesmo, ou de algum outro? 35 Então Filipe tomou a palavra e, começando por esta escritura, anunciou-lhe a Jesus. 36 E indo eles caminhando, chegaram a um lugar onde havia água, e disse o eunuco: Eis aqui água; que impede que eu seja batizado? 37 [E disse Felipe: é lícito, se crês de todo o coração. E, respondendo ele, disse: Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus.] 38 mandou parar o carro, e desceram ambos à água, tanto Filipe como o eunuco, e Filipe o batizou. 39 Quando saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou a Filipe, e não o viu mais o eunuco, que jubiloso seguia o seu caminho.  

João 6:40-44

40 Porquanto esta é a vontade de meu Pai: Que todo aquele que vê o Filho e crê nele, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia. 41 Murmuravam, pois, dele os judeus, porque dissera: Eu sou o pão que desceu do céu; 42 e perguntavam: Não é Jesus, o filho de José, cujo pai e mãe nós conhecemos? Como, pois, diz agora: Desci do céu? 43 Respondeu-lhes Jesus: Não murmureis entre vós. 44 Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia.


COMENTÁRIO

“Nosso Senhor Jesus Cristo Nos Alimenta Para a Vida Eterna”

Penso que o maná é sombra e tipo da doutrina e dos dons de Cristo, que procedem do alto e nada possuem de terreno; pelo contrário, antes estão em aberta oposição com esta carnal execração, e que na realidade são pasto não somente dos homens, mas também dos anjos. De fato, o Filho nos manifestou ao Pai em si mesmo, e por meio dele fomos instruídos na razão de ser da santa e consubstancial Trindade, e até nos introduziu no nobre caminho de todas as virtudes.

Na verdade, o reto e verdadeiro conhecimento destas realidades é alimento do espírito. Contudo, Cristo repartiu em abundância a doutrina à plena luz e de dia. Também o maná foi dado aos antepassados ao raiar do dia e à plena luz. Realmente em nós, os crentes, o dia já tem despontado, como está escrito, e o luzeiro nasceu em todos os corações, e saiu o sol de justiça, a saber, Cristo, o doador do maná inteligível. E que aquele maná sensível foi algo assim como uma figura, e este, em vez disso, o maná verdadeiro, Cristo mesmo assegura-nos com todas as garantias, quando diz aos judeus: Vossos pais comeram o maná no deserto e morreram.

Ele, pelo contrário, é o pão que desce do céu, para que o homem dele coma e não morra. Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Aquele que comer deste pão, viverá eternamente; e o pão que eu darei é a minha carne para a vida do mundo. Nosso Senhor Jesus Cristo nos alimenta para a vida eterna tanto com os seus preceitos que estimulam a piedade como mediante seus místicos dons. Ele é, portanto, realmente em pessoa aquele maná divino e vivificante.

Aquele que dele comer não experimentará a futura corrupção e escapará da morte; mas não aqueles que comeram o maná sensível, pois o “tipo” não era portador de salvação, mas era unicamente figura da verdade. Deus, fazendo cair o maná do céu em forma de chuva, ordena que cada um recolha o que possa comer, e se quer, pode recolher também para aqueles que vivam na mesma tenda. Que cada um – diz – recolha o que possa comer e para todas as pessoas que vivam em cada tenda. Que ninguém guarde para amanhã. Devemos estar bem penetrados da doutrina divina e evangélica.

Portanto, Cristo distribui a graça igualmente para pequenos e grandes, e a todos alimenta igualmente para a vida; quer reunir os demais com os mais fracos, e que os fortes se sacrifiquem por seus irmãos até assumir sobre si os trabalhos deles, e fazer-lhes partícipes da graça celestial. Isto é o que – a meu juízo – ele disse aos próprios santos apóstolos: De graça recebestes, de graça dai. Portanto, aqueles que recolheram para si maná abundante, apressaram-se a reparti-lo entre os que viviam sob as mesmas tendas, isto é, na Igreja. Os discípulos realmente exortavam a todos e os estimulavam a coisas mais dignas; comunicavam a todos em abundância a graça que de Cristo alcançaram.


São Cirilo de Alexandria (séc. V)


quarta-feira, 29 de abril de 2015

3ª Quarta-feira Após a Páscoa

28 de Abril de 2015 (CC) / 15 de Abril (CE)
Santas Virgens Ágape, Irene, Chiônia, mártires de Dálmata (início do séc. IV)
Modo 3




Viviam perto da cidade de Aquiléa, norte da Itália, no final do terceiro século. Ainda muito jovens ficaram órfãs e decidiram casar-se. Quando o imperador Diocleciano visitou Aquiléa, iniciou uma feroz perseguição contra os cristãos e muito rapidamente todos os cárceres estavam repletos. As três irmãs também foram presas e sofreram  suplícios. Posteriormente, em uma cerimônia religiosa dedicada a elas, foi dito que nunca tiveram medo dos ataques das feras, nem mesmo quando estas dilaceravam seu corpo. Diz-se também que, durante os suplícios, vários milagres ocorreram, mas os torturadores não se davam conta. Ágape e Chiônia foram queimadas na fogueira, e Irene foi jogada em óleo fervente. Estes martírios aconteceram no ano 304. Os corpos de Ágape, Chiônia e Irene foram sepultados por santa Anastásia. As três irmãs tinham uma fé inquebrantável em Deus e não se atemorizaram ante as ameaças dos torturadores, oferecendo sua juventude em martírio por amor a Cristo. Entregaram suas vidas terrenas para obter a vida eterna e foram contempladas com a felicidade do Reino dos Céus. Por suas intercessões que o Senhor nos fortifique em nossos santos propósitos.




Atos 8:18-25

18 Quando Simão viu que pela imposição das mãos dos apóstolos se dava o Espírito Santo, ofereceu-lhes dinheiro, 19 dizendo: Dai-me também a mim esse poder, para que aquele sobre quem eu impuser as mãos, receba o Espírito Santo. 20 Mas disse-lhe Pedro: Vá tua prata contigo à perdição, pois cuidaste adquirir com dinheiro o dom de Deus. 21 Tu não tens parte nem sorte neste ministério, porque o teu coração não é reto diante de Deus. 22 Arrepende-te, pois, dessa tua maldade, e roga ao Senhor para que porventura te seja perdoado o pensamento do teu coração; 23 pois vejo que estás em fel de amargura, e em laços de iniquidade. 24 Respondendo, porém, Simão, disse: Rogai vós por mim ao Senhor, para que nada do que haveis dito venha sobre mim. 25 Eles, pois, havendo testificado e falado a palavra do Senhor, voltando para Jerusalém, evangelizavam muitas aldeias dos samaritanos.  

João 6:35-39

35 Declarou-lhes Jesus. Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim, de modo algum terá fome, e quem crê em mim jamais terá sede. 36 Mas como já vos disse, vós me tendes visto, e contudo não credes. 37 Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora. 38 Porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. 39 E a vontade do que me enviou é esta: Que eu não perca nenhum de todos aqueles que me deu, mas que eu o ressuscite no último dia.



MEDITAÇÃO

Um Ancião e Pai espiritual ensinava: "Levanta-te pela manhã e diz para ti mesmo: corpo, trabalha, a fim de te alimentar; alma, sê vigilante, a fim de salvar a ti mesmo e herdar o Reino!"

Estas não são palavras vazias, mas tem sido a regra de muitos milhares de monges ao longo dos séculos: a regra da vida diária. Pelo trabalho físico, angariam o alimento para o corpo; por meio da oração é que permanecem vigilantes. Esta é uma regra só para os monges?  Não pode ser a regra de todo seguidor de Cristo? Não É o Próprio Cristo que nos dar um exemplo  de esforço físico e vigilância constante na oração?

3ª Terça-feira Após a Páscoa

28 de Abril de 2015 (CC) / 15 de Abril (CE)
Santo Mártir Soukias e seus companheiros: Lucian, Polyeucto, Quadrato, Antíoco, Iksoron, Memas, Focas, Sérgio, Domécio, Adrian, Zósimo, Victor, Thalkise, Jordão, Anastásio, Teodoro, Jacques e Heodose, na Armênia
Modo 3




São Soukias e seus companheiros eram de famílias reais e serviam ao rei Artas da Armênia. Quando São Voskeank, discípulo do apóstolo São Judas Tadeu, chegou à Armênia para pregar o Evangelho, eles não só acolheram a Boa Nova como também foram batizados por ele. Quando a rainha Sathenik tomou conhecimento do fato, proibiu o acesso do missionário ao palácio. Atemorizado, São Voskeank fugiu e os seus novos discípulos seguiram-no. Mas, logo foram alcançados pelos oficiais que tentaram, em vão, persuadi-los a retornar ao palácio. Soukias e seus companheiros disseram que queriam permanecer unidos, independente do que pudesse acontecer a seu pai espiritual. 
Voskeank então foi submetido ao martírio, mas não ousaram tocar nos príncipes que, em seguida, encontraram refúgio no Monte Zrabash que mais tarde, em homenagem ao santo, passou a se chamar Soukavet. Durante quarenta e quatro anos viveram neste lugar uma vida de rigorosa ascese, vestido pela Providência Divina com uma espessa camada de pêlos e comendo o que encontravam na natureza. Nunca foram tomados por enfermidades, vivendo angelicalmente, em contínua oração. 
Após a morte do rei (c. 130), seu sucessor tomou conhecimento dos príncipes de seu reino haviam desistido de tudo e se convertido à fé cristã. Enviou então uma expedição militar em ao encontro deles. Quando os encontraram nas montanhas, cobertos de pêlos, os soldados custaram crer que fossem mesmo criaturas humanas.  Interrogado pelo comandante, Soukias respondeu que havia fugido do mundo para poder viver em paz e dedicar sua vida a Deus, colocando toda a sua esperança na Providência Divina quanto às necessidades do corpo. O oficial prometeu-lhes então que, se voltassem ao palácio real, teriam assegurada uma vida tranqüila e prazerosa. Os santos responderam: «Somos servos de Deus e perdeis vosso tempo com tal abordagem. Por nada nos faríamos estranhos ao Senhor!» ─ Mas vós trocais vossa nobreza e vossa liberdade por uma religião de escravos e adorais um crucificado?», perguntou-lhes o oficial. ─ «Sim, o Crucifixado é o nosso Cristo e o nosso Deus. E se compreendesses isso, farias o mesmo, pois a recompensa que Ele dá é a vida eterna!» 
Vendo que era impossível convencê-los, o oficial os livrou do suplício, decapitando-os logo. Os Santos Jacques e Teodósio, que haviam conseguido antes escapar, sepultaram depois os corpos de seus companheiros e permaneceram depois no local para prosseguir com suas vidas de ascetismo. Entre os peregrinos que vinham venerar as relíquias dos Santos Mártires, alguns se juntaram a eles formando uma grande fraternidade. No final do século III, São Gregório, o Iluminador fundou neste local uma igreja e um monastério.)




Atos 8:5-17

5 E descendo Filipe à cidade de Samaria, pregava-lhes a Cristo. 6 As multidões escutavam, unânimes, as coisas que Filipe dizia, ouvindo-o e vendo os sinais que operava; 7 pois saíam de muitos possessos os espíritos imundos, clamando em alta voz; e muitos paralíticos e coxos foram curados; 8 pelo que houve grande alegria naquela cidade. 9 Ora, estava ali certo homem chamado Simão, que vinha exercendo naquela cidade a arte mágica, fazendo pasmar o povo da Samaria, e dizendo ser ele uma grande personagem; 10 ao qual todos atendiam, desde o menor até o maior, dizendo: Este é o Poder de Deus que se chama Grande. 11 Eles o atendiam porque já desde muito tempo os vinha fazendo pasmar com suas artes mágicas. 12 Mas, quando creram em Filipe, que lhes pregava acerca do reino de Deus e do nome de Jesus, batizavam-se homens e mulheres. 13 E creu até o próprio Simão e, sendo batizado, ficou de contínuo com Filipe; e admirava-se, vendo os sinais e os grandes milagres que se faziam. 14 Os apóstolos, pois, que estavam em Jerusalém, tendo ouvido que os da Samaria haviam recebido a palavra de Deus, enviaram-lhes Pedro e João; 15 os quais, tendo descido, oraram por eles, para que recebessem o Espírito Santo. 16 Porque sobre nenhum deles havia ele descido ainda; mas somente tinham sido batizados em nome do Senhor Jesus. 17 Então lhes impuseram as mãos, e eles receberam o Espírito Santo.  

João 6:27-33

27 Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do homem vos dará; pois neste, Deus, o Pai, imprimiu o seu selo. 28 Perguntaram-lhe, pois: Que havemos de fazer para praticarmos as obras de Deus? 29 Jesus lhes respondeu: A obra de Deus é esta: Que creiais naquele que ele enviou. 30 Perguntaram-lhe, então: Que sinal, pois, fazes tu, para que o vejamos e te creiamos? Que operas tu? 31 Nossos pais comeram o maná no deserto, como está escrito: Do céu deu-lhes pão a comer. 32 Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: Não foi Moisés que vos deu o pão do céu; mas meu Pai vos dá o verdadeiro pão do céu. 33 Porque o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo.   

segunda-feira, 27 de abril de 2015

3ª Segunda-feira Após a Páscoa

27 de Abril de 2015 (CC) / 14 de Abril (CE)
Ss. Aristarco, Prudente e Trófimo, apóstolos [dos 70] séc. I)
Modo 3




Estes santos fazim parte  do grupo dos 70 apóstolos, colaboradores de São Paulo. O Apóstolo refere-se a Aristarco em sua Epístola aos Colosenses: «Aristarco, que está preso comigo, vos saúda, e Marcos, o sobrinho de Barnabé, acerca do qual já recebestes mandamentos; se ele for ter convosco, recebei-o» (Cl 4,10); e  em sua Epistola a Filemon: «Marcos, Aristarco, Demas e Lucas, meus cooperadores». (Fm 1,24). Na segunda Epistola a Timóteo faz referência a Prudente,com base na qual pode-se afirmar que ele era um de seus  colaboradores, em Roma: “Procura vir antes do inverno. Éubulo, e Prudente, e Lino, e Cláudia, e todos os irmãos te saúdam” (2Tm 4,21). O apóstolo Paulo conheceu Trófimo em Éfeso. Depois de conhecer as palavras de Nosso Senhor, Trófimo tornou-se companheiro de Paulo nas viagens que fez a Jerusalém e a Roma. São Paulo se refere a Trófimo em sua carta a Timóteo: «Erasto ficou em Corinto, e deixei Trófimo doente em Mileto». (2Tm 4,20). Na terrível perseguição de Nero aos cristãos, os três foram martirizados, sendo decapitados por causa de sua fé e do reino de Deus que anunciavam, conforme escreve Paulo: «Colaboraram comigo em prol do reino de Deus». (Cl 4,11)




Atos 6:8-7:5, 47-60

8 Ora, Estêvão, cheio de graça e poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo. 9 Levantaram-se, porém, alguns que eram da sinagoga chamada dos libertos, dos cireneus, dos alexandrinos, dos da Cilícia e da Ásia, e disputavam com Estêvão; 10 e não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito com que falava. 11 Então subornaram uns homens para que dissessem: Temo-lo ouvido proferir palavras blasfemas contra Moisés e contra Deus. 12 Assim excitaram o povo, os anciãos, e os escribas; e investindo contra ele, o arrebataram e o levaram ao sinédrio; 13 e apresentaram falsas testemunhas que diziam: Este homem não cessa de proferir palavras contra este santo lugar e contra a lei; 14 porque nós o temos ouvido dizer que esse Jesus, o nazareno, há de destruir este lugar e mudar os costumes que Moisés nos transmitiu. 15 Então todos os que estavam assentados no sinédrio, fitando os olhos nele, viram o seu rosto como de um anjo. 1 E disse o sumo sacerdote: Porventura são assim estas coisas? 2 Estêvão respondeu: Irmãos e pais, ouvi. O Deus da glória apareceu a nosso pai Abraão, estando ele na Mesopotâmia, antes de habitar em Harã, 3 e disse-lhe: Sai da tua terra e dentre a tua parentela, e dirige-te à terra que eu te mostrar. 4 Então saiu da terra dos caldeus e habitou em Harã. Dali, depois que seu pai faleceu, Deus o trouxe para esta terra em que vós agora habitais. 5 E não lhe deu nela herança, nem sequer o espaço de um pé; mas prometeu que lha daria em possessão, e depois dele à sua descendência, não tendo ele ainda filho. 47 Entretanto foi Salomão quem lhe edificou uma casa; 48 mas o Altíssimo não habita em templos feitos por mãos de homens, como diz o profeta: 49 O céu é meu trono, e a terra o escabelo dos meus pés. Que casa me edificareis, diz o Senhor, ou qual o lugar do meu repouso? 50 Não fez, porventura, a minha mão todas estas coisas? 51 Homens de dura cerviz, e incircuncisos de coração e ouvido, vós sempre resistis ao Espírito Santo; como o fizeram os vossos pais, assim também vós. 52 A qual dos profetas não perseguiram vossos pais? Até mataram os que dantes anunciaram a vinda do Justo, do qual vós agora vos tornastes traidores e homicidas, 53 vós, que recebestes a lei por ordenação dos anjos, e não a guardastes. 54 Ouvindo eles isto, enfureciam-se em seus corações, e rangiam os dentes contra Estêvão. 55 Mas ele, cheio do Espírito Santo, fitando os olhos no céu, viu a glória de Deus, e Jesus em pé à direita de Deus, 56 e disse: Eis que vejo os céus abertos, e o Filho do homem em pé à direita de Deus. 57 Então eles gritaram com grande voz, taparam os ouvidos, e arremeteram unânimes contra ele 58 e, lançando-o fora da cidade o apedrejavam. E as testemunhas depuseram as suas vestes aos pés de um mancebo chamado Saulo. 59 Apedrejavam, pois, a Estêvão que orando, dizia: Senhor Jesus, recebe o meu espírito. 60 E pondo-se de joelhos, clamou com grande voz: Senhor, não lhes imputes este pecado. Tendo dito isto, adormeceu. E Saulo consentia na sua morte.  

João 4:46-54

46 Foi, então, outra vez a Caná da Galileia, onde da água fizera vinho. Ora, havia um oficial do rei, cujo filho estava enfermo em Cafarnaum. 47 Quando ele soube que Jesus tinha vindo da Judéia para a Galileia, foi ter com ele, e lhe rogou que descesse e lhe curasse o filho; pois estava à morte. 48 Então Jesus lhe disse: Se não virdes sinais e prodígios, de modo algum crereis. 49 Rogou-lhe o oficial: Senhor, desce antes que meu filho morra. 50 Respondeu-lhe Jesus: Vai, o teu filho vive. E o homem creu na palavra que Jesus lhe dissera, e partiu. 51 Quando ele já ia descendo, saíram-lhe ao encontro os seus servos, e lhe disseram que seu filho vivia. 52 Perguntou-lhes, pois, a que hora começara a melhorar; ao que lhe disseram: Ontem à hora sétima a febre o deixou. 53 Reconheceu, pois, o pai ser aquela hora a mesma em que Jesus lhe dissera: O teu filho vive; e creu ele e toda a sua casa. 54 Foi esta a segunda vez que Jesus, ao voltar da Judéia para a Galileia, ali operou sinal.  

domingo, 26 de abril de 2015

Domingo das Miróforas

26 de Abril de 2015 (CC) / 13 de Abril (CE)
3º Domingo da Páscoa
Santos Neomártires Rafael, Nicolau e Irene de Lesbos; 
Santo Ícone Milagroso da Theotokos de Portaitisa 
Modo 3




O Domingo das Mulheres Miróforas (Portadora de Aromas) cai no segundo domingo após a Páscoa. As miróforas trouxeram especiarias funerais para preparar o corpo de Cristo para a sepultura. Elas foram as primeiras a ver o túmulo vazio e o Senhor ressuscitado as enviou aos apóstolos para lhes anunciar a Sua ressurreição. Os santos  José de Arimatéia e Nicodemus também são comemorados neste dia. 

Oito mulheres geralmente identificadas como portadoras de mirra. Cada um dos quatro Evangelhos dá um aspecto diferente aos papéis dessas oito mulheres na cruz e no túmulo da manhã de Páscoa; talvez essas os oito mulheres tenham chegado em grupos diferentes e em horários diferentes. As oito são:

1. Maria Madalena;
2. Maria, a Theotokos (Virgem Maria);
3. Joanna;
4. Salomé;
5. Maria, mulher de Cléofas (ou Alfeu);
6. Susanna;
7. Maria de Betânia;
8. Martha de Betânia.

Das oito, as cinco primeiras são – sem sombra de dúvidas - as mais proeminentes. A tradição inclui na lista as três últimas. Cinco dessas mulheres também eram muito ricas: Maria Madalena, Joana, Susana e Maria e Marta de Betânia. 

Um aspecto confuso nas referências dos Evangelhos a estas mulheres é que duas das Marias tiveram um filho chamado Tiago: Maria, a esposa de Alfeu, era a mãe de Tiago, um dos Doze Apóstolos e a Virgem Maria era madrasta de Tiago, o irmão do Senhor (Mateus 13:55, Gálatas 1:19). 

Na tradição ocidental, Tiago, filho de Alfeu e Tiago, o irmão do Senhor, às vezes têm sido identificados como um só. 

Na tradição oriental, Tiago, irmão do Senhor, foi Bispo de Jerusalém (30-62 AD) e nunca saiu dos arredores de Jerusalém. Ele é o Tiago que proferiu a decisão do concílio de Jerusalém em 48 dC (Atos 15:13-19). Quanto a Tiago, filho de Alfeu, a Tradição Oriental lhe atribui atividades fora de Israel, especialmente no Egito, onde foi martirizado. 

Uma dica útil, que pode esclarecer a confusão entre estas duas Marias, é a passagem que se refere à Virgem Maria como a mãe de Tiago e José (Mateus 13:55). Este é também chamado de José Barsabás,  o Justo, ou também recebe o nome de Judas (Atos 1:23 e 15:22). 

Assim, em Mateus 27:56, as mulheres que de longe observam a cruz são Maria Madalena, a Virgem Maria (que aqui é chamada de mãe de Tiago e José), e Salomé (A esposa do Zebedeu). 

Mateus refere-se a Maria Madalena e a "outra Maria", que é provavelmente a Virgem Maria, também a partir do contexto (Mateus 27:61 e 28:1). Alguns Pais da Igreja como São Gregório de Nissa e São Gregório Palamás, apoiaram esta interpretação. Da mesma forma, São Gregório de Nissa identifica "Maria, mãe de Tiago" (Marcos 16:1 e Lucas 24:10) como sendo a Virgem Maria. 

Estas oito mulheres foram companheiras Jesus de perto durante os três anos do seu ministério público. Maria Madalena, Joana, Susana, e outras (Lucas 8:3) são descritas como aquelas que proviam os recursos financeiros para a manutenção de Cristo e dos Apóstolos. Estas mesmas mulheres fielmente seguiam a Cristo desde a Galiléia e vieram com ele para Jerusalém (Mateus 27:55, Marcos 15:40-41 e Lucas 23:55). 


SUPLEMENTO LITÚRGICO


Tropárion da Ressurreição
Quando Te entregaste a morte ó Vida Imortal,/ aniquilaste os infernos pelo esplendor de Tua divindade;/ e quando ressuscitaste os mortos das profundezas da terra,/ todas as potências celestes exclamaram:/ Ó Cristo nosso Deus, ó Autor da Vida/
Senhor, glória a Ti 

Tropárion do Nobre José
O nobre José, tendo descido da Cruz teu corpo imaculado,/ envolveu-o num lençol, cobriu-o de aroma/ e o depositou com cuidado num túmulo novo./ Mas, ao terceiro dia, ressuscitaste, ó Senhor,/
dando ao mundo a grande misericórdia. 

Tropárion das Miróforas
O Anjo, sentado junto do túmulo,/ disse às mulheres portadoras de aroma:/ «Os aromas convêm aos mortos;/ Cristo, porém, mostrou-se alheio à corrupção./ Aclamai, pois: O Senhor ressuscitou/ dando ao mundo a grande misericórdia!» 

Kondakion Da Páscoa
Tendo descido ao túmulo, ó Imortal,/ Tu destruíste o poderio dos infernos/ e levantaste-te como vencedor, ó Cristo Deus,/ Tu, que disseste às mulheres miróforas: rejubilai!/ E aos apóstolos, dás a paz,/ Tu que ressuscitas aqueles que sucumbiram.

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.

Kondakion das Miróforas
Ó Cristo Deus, quando saudaste as Miróforas,/ puseste fim à lamentação de Eva, a primeira Mãe,/ e ordenaste-lhes de anunciar a teus apóstolos/ que o Salvador ressuscitou do túmulo.

Theotokion
Agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém

Teus méritos são glorificados acima de toda a razão,/ ó Mãe de Deus,/ Na pureza selada, preservaste a tua virgindade,/  verdadeiramente mãe, és reconhecida/ que deste à luz o verdadeiro Deus/ roga a Ele que salve as nossas almas!

Prokímenon Modo 6

O Senhor é minha força e meu vigor
Ele foi a minha salvação. (Sl 118,14)

O Senhor severamente me castigou,
mas não me entregou à morte. (Sl 118, 18)

Atos 6:1-7
Ora, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve uma murmuração dos gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas eram desprezadas no ministério cotidiano. 2 E os doze, convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas. 3 Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio. 4 Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra. 5 E este parecer contentou a toda a multidão, e elegeram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, e Filipe, e Prócoro, e Nicanor, e Timão, e Parmenas e Nicolau, prosélito de Antioquia; 6 E os apresentaram ante os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos. 7 E crescia a palavra de Deus, e em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos, e grande parte dos sacerdotes obedecia à fé.

Aleluia

Aleluia, aleluia, aleluia!

Tu revelaste a Tua misericórdia, ó Senhor da Terra, 
E trouxeste de volta os cativos de Jacó.
Aleluia, aleluia, aleluia!

A misericórdia e a verdade se encontraram,
A justiça e a paz se beijaram.
Aleluia, aleluia, aleluia!

Marcos 15: 43 - 16: 8
43 Chegou José de Arimatéia, senador honrado, que também esperava o reino de Deus, e ousadamente foi a Pilatos, e pediu o corpo de Jesus.44 E Pilatos se maravilhou de que já estivesse morto. E, chamando o centurião, perguntou-lhe se já havia muito que tinha morrido. 45 E, tendo-se certificado pelo centurião, deu o corpo a José; 46 O qual comprara um lençol fino, e, tirando-o da cruz, o envolveu nele, e o depositou num sepulcro lavrado numa rocha; e revolveu uma pedra para a porta do sepulcro. 47 E Maria Madalena e Maria, mãe de José, observavam onde o punham. 16:1 E, passado o sábado, Maria Madalena, e Maria, mãe de Tiago, e Salomé, compraram aromas para irem ungi-lo. 2 E, no primeiro dia da semana, foram ao sepulcro, de manhã cedo, ao nascer do sol. 3 E diziam umas às outras: Quem nos revolverá a pedra da porta do sepulcro? 4 E, olhando, viram que já a pedra estava revolvida; e era ela muito grande. 5 E, entrando no sepulcro, viram um jovem assentado à direita, vestido de uma roupa comprida, branca; e ficaram espantadas. 6 Ele, porém, disse-lhes: Não vos assusteis; buscais a Jesus Nazareno, que foi crucificado; já ressuscitou, não está aqui; eis aqui o lugar onde o puseram. 7 Mas ide, dizei a seus discípulos, e a Pedro, que ele vai adiante de vós para a Galileia; ali o vereis, como ele vos disse. 8 E, saindo elas apressadamente, fugiram do sepulcro, porque estavam possuídas de temor e assombro; e nada diziam a ninguém porque temiam.

Hino à Virgem
Um Anjo exclamou: Ó Cheia de graça, Virgem pura rejubila! De novo digo, rejubila! Teu Filho ressuscitou do túmulo ao terceiro dia. Resplandece, resplandece, ó Nova Jerusalém! pois a glória do Senhor brilhou sobre ti! Exulta agora e alegra-te Sião! E Tu, ó Mãe de Deus toda pura, rejubila na ressurreição do teu Filho!


sábado, 25 de abril de 2015

2º Sábado Após a Páscoa

24 de Abril de 2015 (CC) / 11 de Abril (CE)
São Basílio, o confessor, bispo de Parium (Séc. VIII)




Atos 5:21-33

21 Ora, tendo eles ouvido isto, entraram de manhã cedo no templo e ensinavam. Chegando, porém o sumo sacerdote e os que estavam com ele, convocaram o sinédrio, com todos os anciãos dos filhos de Israel, e enviaram guardas ao cárcere para trazê-los. 22 Mas os guardas, tendo lá ido, não os acharam na prisão; e voltando, lho anunciaram, 23 dizendo: Achamos realmente o cárcere fechado com toda a segurança, e as sentinelas em pé às portas; mas, abrindo-as, a ninguém achamos dentro. 24 E quando o capitão do templo e os principais sacerdotes ouviram estas palavras ficaram perplexos acerca deles e do que viria a ser isso. 25 Então chegou alguém e lhes anunciou: Eis que os homens que encerrastes na prisão estão no templo, em pé, a ensinar o povo. 26 Nisso foi o capitão com os guardas e os trouxe, não com violência, porque temiam ser apedrejados pelo povo. 27 E tendo-os trazido, os apresentaram ao sinédrio. E o sumo sacerdote os interrogou, dizendo: 28 Não vos admoestamos expressamente que não ensinásseis nesse nome? e eis que enchestes Jerusalém dessa vossa doutrina e quereis lançar sobre nós o sangue desse homem. 29 Respondendo Pedro e os apóstolos, disseram: Importa antes obedecer a Deus que aos homens. 30 O Deus de nossos pais ressuscitou a Jesus, ao qual vós matastes, suspendendo-o no madeiro; 31 sim, Deus, com a sua destra, o elevou a Príncipe e Salvador, para dar a Israel o arrependimento e remissão de pecados. 32 E nós somos testemunhas destas coisas, e bem assim o Espírito Santo, que Deus deu àqueles que lhe obedecem. 33 Ora, ouvindo eles isto, se enfureceram e queriam matá-los.  

João 6:14-27

14 Vendo, pois, aqueles homens o sinal que Jesus operara, diziam: este é verdadeiramente o profeta que havia de vir ao mundo. 15 Percebendo, pois, Jesus que estavam prestes a vir e levá-lo à força para o fazerem rei, tornou a retirar-se para o monte, ele sozinho. 16 Ao cair da tarde, desceram os seus discípulos ao mar; 17 e, entrando num barco, atravessavam o mar em direção a Cafarnaum; enquanto isso, escurecera e Jesus ainda não tinha vindo ter com eles; 18 ademais, o mar se empolava, porque soprava forte vento. 19 Tendo, pois, remado uns vinte e cinco ou trinta estádios, viram a Jesus andando sobre o mar e aproximando-se do barco; e ficaram atemorizados. 20 Mas ele lhes disse: Sou eu; não temais. 21 Então eles de boa mente o receberam no barco; e logo o barco chegou à terra para onde iam. 22 No dia seguinte, a multidão que ficara no outro lado do mar, sabendo que não houvera ali senão um barquinho, e que Jesus não embarcara nele com seus discípulos, mas que estes tinham ido sós  23 (contudo, outros barquinhos haviam chegado a Tiberíades para perto do lugar onde comeram o pão, havendo o Senhor dado graças); 24 quando, pois, viram que Jesus não estava ali nem os seus discípulos, entraram eles também nos barcos, e foram a Cafarnaum, em busca de Jesus. 25 E, achando-o no outro lado do mar, perguntaram-lhe: Rabi, quando chegaste aqui? 26 Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que me buscais, não porque vistes sinais, mas porque comestes do pão e vos saciastes. 27 Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do homem vos dará; pois neste, Deus, o Pai, imprimiu o seu selo.


COMENTÁRIOS

“A Participação do Corpo e Sangue de Cristo Nos Santifica”

Quando oferecemos o nosso sacrifício, realizamos aquilo mesmo que nos ordenou o Salvador; assim nos testemunha o apóstolo ao dizer: O Senhor Jesus, na noite em que ia ser entregue, tomou o pão e, pronunciando a ação de graças, o partiu e disse: Isto é meu corpo, que será entregue por vós. Fazei isto em minha memória. Fez o mesmo com o cálice, depois de cear, dizendo: Este cálice é a nova aliança no meu sangue, toda vez que o beberdes, fazei isto em minha memória. Por isso, cada vez que comeis deste pão e bebeis deste cálice, proclamais a morte do Senhor até que venha.

Nosso sacrifício, portanto, oferece-se para proclamar a morte do Senhor e para reavivar, com esta comemoração, a memória daquele que por nós entregou a sua própria vida. Foi o próprio Senhor quem disse: Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida pelos seus amigos. E porque Cristo morreu por nosso amor, quando fazemos memória de sua morte em nosso sacrifício pedimos que venha o Espírito Santo e nos comunique o amor; suplicamos fervorosamente que aquele mesmo amor que levou Cristo a deixar-se crucificar por nós seja infundido pelo Espírito Santo em nossos próprios corações, com o objetivo de que consideremos ao mundo como crucificado para nós, e nós saibamos viver crucificados para o mundo; assim, imitando a morte de nosso Senhor, como Cristo morreu ao pecado de uma vez para sempre, e seu viver é um viver para Deus, também nós andemos em uma vida nova, e, cheios de caridade, mortos para o pecado, vivamos para Deus.

O amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado, e a participação do corpo e sangue de Cristo, quando comemos o pão e bebemos o cálice, no-lo recorda, insinuando-nos, com isso, que também nós devemos morrer ao mundo e ter nossa vida escondida com a de Cristo em Deus, crucificando nossa carne com seus pecados e concupiscências.

Devemos dizer, portanto, que todos os fiéis que amam a Deus e ao seu próximo, ainda que não cheguem a beber o cálice de uma morte corporal, devem beber, contudo, o cálice do amor do Senhor, embriagados com o qual mortificarão seus membros na terra e, revestidos de Nosso Senhor Jesus Cristo, já não se entregarão aos desejos e prazeres da carne nem viverão dedicados aos bens visíveis, mas aos invisíveis. Deste modo, beberão o cálice do Senhor e alimentarão com ele a caridade, sem a qual, ainda que exista quem entregue seu próprio corpo às chamas, de nada lhe aproveitará. Mas, quando possuímos o dom desta caridade, chegamos a converter-nos realmente naquilo mesmo que sacramentalmente celebramos em nosso sacrifício.

São Fulgêncio de Ruspe (séc. VI)



“Para Nós o Pão É o Verbo De Deus”

Nós, para quem o Verbo se fez carne ao final do século e na tarde do mundo, dizemos que o Senhor pode ser reconhecido na carne que assumiu da Virgem. De fato, esta carne do Verbo de Deus não é comida nem pela manhã, nem ao meio-dia, mas pela tarde. A chegada do Senhor na carne teve lugar pela tarde, como disse João: Meus filhos, é a última hora.

Pela manhã vos saciareis de pães. Para nós o pão é o Verbo de Deus. Ele é o pão vivo que desceu do céu e dá vida a este mundo. E quanto ao que diz – que este pão é dado pela manhã, ainda que sua vinda na carne, como já dissemos, teve lugar na tarde – penso que há de ser entendido deste modo: certamente, o Senhor veio à tarde de um mundo que já declinava e que estava próximo do fim de sua carreira, porém a sua chegada, visto que ele é o Sol de justiça, criou para os crentes um novo dia. Porque ele acendeu para o mundo a nova luz do conhecimento, porque de alguma forma pela manhã ele criou o seu próprio dia e como Sol de justiça produziu a sua própria manhã, e nesta manhã se saciarão de pão aqueles que cumprem os seus mandamentos. Não te espantes de que o Verbo de Deus seja chamado também carne e pão, leite e até mesmo legumes, e que seja chamado com diversos nomes segundo a capacidade dos crentes ou a possibilidade daqueles que o recebem.

Apesar disso, é possível outra interpretação: após sua ressurreição que, como já demonstramos, ocorreu pela manhã, saciou aos crentes de pães, porque nos deu os livros da lei e dos profetas antes ignorados e desconhecidos, e para o nosso ensinamento deu estas Escrituras para a Igreja, para ser ele mesmo pão no Evangelho. Porém, os livros da lei ou dos profetas ou os históricos são chamados pães, dos quais se saciam os crentes que procedem das nações. Nós mantemos que isto não ocorreu sem a autoridade profética. Já o tinha previsto Isaías deste modo: Subirão para a montanha, beberão vinho, se ungirão com unguento. Transmite tudo isso às nações, pois é o desígnio do Senhor todo-poderoso.
Por isso recebemos convenientemente carne pela tarde e pela manhã nos saciamos de pães, porque não era possível para nós comer carne pela manhã, porque ainda não tinha chegado o tempo, nem tampouco podíamos ao meio-dia. A duras penas os anjos comem carne ao meio-dia, e talvez ao tempo do meio-dia realmente lhe seja permitido esta regra.

Também podemos entendê-lo de outro modo: Para cada um de nós a manhã e o início do dia é o tempo em que somos iluminados pela primeira vez e chegamos à luz da fé. Neste tempo, quando ainda estamos no princípio, não podemos comer a carne do Verbo, isto é, ainda não somos capazes de uma perfeita e consumada doutrina. Mas após longos exercícios, depois de um grande progresso, quando já estamos próximos da tarde e quase tocamos o próprio fim da perfeição, então podemos ser capazes de um alimento mais sólido e perfeito. Portanto, agora corramos para receber o maná celestial; este maná, sabe, na boca de cada um, ao que ele quer.
Escuta ao Senhor que diz aos que se aproximam dele: Que te aconteça segundo a tua fé. Portanto, se recebes a Palavra de Deus, que é pregada na Igreja, com grande fé e perfeita devoção, esta mesma Palavra se converterá para ti naquilo que desejas.

Orígenes (séc. III)



“Fome de Ouvir a Palavra Do Senhor”

Eis que chegarão dias – oráculo do Senhor – em que enviarei fome ao país; não fome de pão nem sede de água, mas de ouvir a palavra do Senhor. Percebes que tipo de fome é a que atormenta aos pecadores? Percebes qual é a fome que se abaterá sobre o país? O homem terreno aspira às coisas terrenas e não é capaz de perceber o que é próprio do Espírito de Deus; padece fome da Palavra de Deus, não escuta os preceitos da lei, desconhece a correção dos profetas, ignora os consolos apostólicos, não reage à medicação do Evangelho.

Mas, para os justos e para aqueles que meditam a sua lei dia e noite, a sabedoria colocou a sua mesa, matou as suas rezes, misturou seu vinho na taça e o anuncia aos brados, não para que todos acorram, não para que venham a seu banquete os abastados, os ricos ou os sábios deste mundo, mas para que venham – se existem – os simples, ou seja, se existe algum que seja humilde de coração, que em outro lugar são denominados “pobres em espírito”, porém ricos na fé: Estes sim, estes que acorram ao banquete da sabedoria e, saciados de seus manjares, expulsem a fome que se abate sobre o país. E tu, cuidado, para que não te tomem por um egípcio e morras de fome; não aconteça que, concentrado nos negócios deste mundo, te apartes dos manjares da sabedoria que diariamente se oferecem nas igrejas de Deus.

Porque se te fazes de surdo ao que se lê ou se comenta na igreja, é inevitável que padeças fome da Palavra de Deus. Porém, se descendes da estirpe de Abraão e conservas a nobreza da raça de Israel, a lei continuamente te alimenta, te nutrem os profetas e até os apóstolos te oferecerão opulentos banquetes. Os próprios evangelhos te convidarão a sentar-te com Abraão, Isaac e Jacó no reino do Pai, para que ali comas da árvore da vida e bebas o vinho da vide verdadeira, o vinho novo, em companhia de Cristo no reino de seu Pai. Pois destes manjares não podem jejuar nem padecer fome os amigos do noivo, enquanto o noivo está com eles.

Orígenes (séc. III)


sexta-feira, 24 de abril de 2015

2ª Sexta-feira Após a Páscoa

24 de Abril de 2015 (CC) / 11 de Abril (CE)
Santo Hieromártir Antipas, bispo de Pérgamo († c. 90)




O Santo e glorioso mártir Antipas foi contemporâneo dos apóstolos que o tinham posto à frente da Igreja de Pérgamo. Na época da perseguição de Domiciano (c. 83), mesmo já sendo de idade avançada, o santo bispo foi levado à prisão pelos pagãos por negar-se a oferecer sacrifícios aos ídolos. 
O Santo foi então arrastado diante do governador que havia antes tentado persuadi-lo a renegar sua fé em Cristo, dizendo que a adoração aos ídolos era mais antiga e, portanto, mais respeitável do que aquela nova religião pregada por pescadores e gente humilde. Santo Antipas respondeu lembrando a história de Caim que, embora tenha sido antepassado da humanidade, era, no entanto, abominável e desprezível por ter assassinado seu irmão. Que, mesmo as crenças dos helênicos, também muito antigas, não eram menos desprezível para os que receberam a revelação da plenitude da Verdade nos últimos tempos. 
Ao ouvir estas palavras, o governador e os pagãos encheram-se de ódio e o jogaram numa fornalha ardente. De lá, Santo Antipas elevou uma fervorosa oração ao Senhor, dando graças por sofrer por amor e testemunhar assim que o amor de Deus é mais forte que a morte. Assim, entregou sua alma nos braços do Senhor e seu corpo foi sepultado na igreja de Pérgamo. De seu túmulo, um suave odor de bálsamo exalou durante anos, produzindo excelentes efeitos terapêuticos para o consolo dos cristãos na cidade e muitos peregrinos que para lá acorriam de todos os lados, para venerar a memória do santo. 
Logo após o martírio de Santo Antipas, São João, o Teólogo, fez referência ao seu nome no livro do Apocalipse, dizendo: «E ao anjo da igreja que está em Pérgamo escreve: Isto diz aquele que tem a espada aguda de dois fios: Conheço as tuas obras, e onde habitas, que é onde está o trono de Satanás; e reténs o meu nome, e não negaste a minha fé, ainda nos dias de Antipas, minha fiel testemunha, o qual foi morto entre vós, onde Satanás habita». (Ap 2:12-13)



Atos 5:1-11

1 Mas um certo homem chamado Ananias, com Safira, sua mulher, vendeu uma propriedade, 2 e reteve parte do preço, sabendo-o também sua mulher; e levando a outra parte, a depositou aos pés dos apóstolos. 3 Disse então Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo e retivesses parte do preço do terreno? 4 Enquanto o possuías, não era teu? e vendido, não estava o preço em teu poder? Como, pois, formaste este desígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus. 5 E Ananias, ouvindo estas palavras, caiu e expirou. E grande temor veio sobre todos os que souberam disto. 6 Levantando-se os moços, cobriram-no e, transportando-o para fora, o sepultaram. 7 Depois de um intervalo de cerca de três horas, entrou também sua mulher, sabendo o que havia acontecido. 8 E perguntou-lhe Pedro: Dize-me vendestes por tanto aquele terreno? E ela respondeu: Sim, por tanto. 9 Então Pedro lhe disse: Por que é que combinastes entre vós provar o Espírito do Senhor? Eis aí à porta os pés dos que sepultaram o teu marido, e te levarão também a ti. 10 Imediatamente ela caiu aos pés dele e expirou. E entrando os moços, acharam-na morta e, levando-a para fora, sepultaram-na ao lado do marido. 11 Sobreveio grande temor a toda a igreja e a todos os que ouviram estas coisas.  

João 5:30-6:2

30 Eu não posso de mim mesmo fazer coisa alguma; como ouço, assim julgo; e o meu juízo é justo, porque não procuro a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. 31 Se eu der testemunho de mim mesmo, o meu testemunho não é verdadeiro. 32 Outro é quem dá testemunho de mim; e sei que o testemunho que ele dá de mim é verdadeiro. 33 Vós mandastes mensageiros a João, e ele deu testemunho da verdade; 34 eu, porém, não recebo testemunho de homem; mas digo isto para que sejais salvos. 35 Ele era a lâmpada que ardia e alumiava; e vós quisestes alegrar-vos por um pouco de tempo com a sua luz. 36 Mas o testemunho que eu tenho é maior do que o de João; porque as obras que o Pai me deu para realizar, as mesmas obras que faço dão testemunho de mim que o Pai me enviou. 37 E o Pai que me enviou, ele mesmo tem dado testemunho de mim. Vós nunca ouvistes a sua voz, nem vistes a sua forma; 38 e a sua palavra não permanece em vós; porque não credes naquele que ele enviou. 39 Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna; e são elas que dão testemunho de mim; 40 mas não quereis vir a mim para terdes vida! 41 Eu não recebo glória da parte dos homens; 42 mas bem vos conheço, que não tendes em vós o amor de Deus. 43 Eu vim em nome de meu Pai, e não me recebeis; se outro vier em seu próprio nome, a esse recebereis. 44 Como podeis crer, vós que recebeis glória uns dos outros e não buscais a glória que vem do único Deus? 45 Não penseis que eu vos hei de acusar perante o Pai. Há um que vos acusa, Moisés, em quem vós esperais. 46 Pois se crêsseis em Moisés, creríeis em mim; porque de mim ele escreveu. 47 Mas, se não credes nos escritos, como crereis nas minhas palavras? 1 Depois disto partiu Jesus para o outro lado do mar da Galileia, também chamado de Tiberíades. 2 E seguia-o uma grande multidão, porque via os sinais que operava sobre os enfermos.   


quinta-feira, 23 de abril de 2015

2ª Quinta-feira Após a Páscoa

23 de Abril de 2015 (CC) / 10 de Abril (CE)
Ss. Terêncio, Pompeu, Africanus, Maximus, Zeno, Alexandre, Theodoro 
e 33 outros Mártires de Cartago. († c. 250)




Durante a perseguição de Décio, Fortunato, o governador das províncias Africanas, publicou o decreto imperial anunciando ao povo de Cartago: «Prestai sacrifícios aos deuses, ou estejam preparados para o suplício!» E fez uma demonstração de instrumentos de tortura, pretendendo assim intimidá-los. 
Muitos cristãos, atemorizados, acabaram por renunciar a sua fé, mas quarenta deles mantiveram-se inabaláveis. Fortunato ordenou que comparecessem perante seu tribunal para censurá-los por sua obstinação. Então, um jovem cristão chamado Terêncio  falou em nome dos cristãos: «Jesus Cristo é o Filho de Deus, que morreu na cruz para nos salvar. A Ele somente adoramos». O governador respondeu: «Adorai nossos deuses, do contrário, morrereis todos!» Falo por mim mesmo e por meus irmãos, que nenhum de nós é tão covarde a ponto de abandonar a Jesus Cristo para adorar teus deuses de pedra. Faça o que quiseres de nós», disse Terêncio. 
O governador ordenou então que os quarenta cristãos fossem todos despidos e  levados para a esplanada do Templo de Hércules, onde reiterou as suas ameaças, mas como cristãos permanecessem firmes, ordenou que Terêncio, Pompeu, Africano e Maximus fossem açoitados até que invocassem o nome de Hércules. Ante a firmeza dos quatro, mandou que fossem jogados na fogueira na presença de seus companheiros. Em meio às chamas, os mártires de Cristo entoaram o hino dos Macabeus. 
Terminado o suplício, Fortunato tentou, em vão, convencer os trinta e seis outros a apostatar. Foram então enviados para a prisão suportando pesadas correntes e, um por um, alcançou a glória do martírio pela espada e pelo fogo.  Seus corpos foram recolhidos pelos cristãos e sepultados em Cartago onde permaneceram até o quarto século, quando foram transferidos para Constantinopla. Seus nomes estão registrados em diferentes datas do Synaxarion.


Atos 4:23-31

23 E soltos eles, foram para os seus, e contaram tudo o que lhes haviam dito os principais sacerdotes e os anciãos. 24 Ao ouvirem isto, levantaram unanimemente a voz a Deus e disseram: Senhor, tu que fizeste o céu, a terra, o mar, e tudo o que neles há; 25 que pelo Espírito Santo, por boca de nosso pai Davi, teu servo, disseste: Por que se enfureceram os gentios, e os povos imaginaram coisas vãs? 26 Levantaram-se os reis da terra, e as autoridades ajuntaram- se à uma, contra o Senhor e contra o seu Ungido. 27 Porque verdadeiramente se ajuntaram, nesta cidade, contra o teu santo Servo Jesus, ao qual ungiste, não só Herodes, mas também Pôncio Pilatos com os gentios e os povos de Israel; 28 para fazerem tudo o que a tua mão e o teu conselho predeterminaram que se fizesse. 29 Agora pois, ó Senhor, olha para as suas ameaças, e concede aos teus servos que falam com toda a intrepidez a tua palavra, 30 enquanto estendes a mão para curar e para que se façam sinais e prodígios pelo nome de teu santo Servo Jesus. 31 E, tendo eles orado, tremeu o lugar em que estavam reunidos; e todos foram cheios do Espírito Santo, e anunciavam com intrepidez a palavra de Deus.  

João 5:24-30

24 Em verdade, em verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna e não entra em juízo, mas já passou da morte para a vida. 25 Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora, e agora é, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, e os que a ouvirem viverão. 26 Pois assim como o Pai tem vida em si mesmo, assim também deu ao Filho ter vida em si mesmos; 27 e deu-lhe autoridade para julgar, porque é o Filho do homem. 28 Não vos admireis disso, porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz e sairão: 29 os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida, e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo. 30 Eu não posso de mim mesmo fazer coisa alguma; como ouço, assim julgo; e o meu juízo é justo, porque não procuro a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou.   


quarta-feira, 22 de abril de 2015

2ª Quarta-feira Após a Páscoa

22 de Abril de 2015 (CC) / 09 de Abril (CE)
S. Eupsíquio de Cesaréia, mártir († 362)




Santo Eupsíquio, nascido na Cesaréia, na Capadócia, era ainda recém casado quando Juliano, o  apóstata, a caminho de Antioquia, passou  por aquela cidade. O imperador ficou impressionado ao ver que quase todos os habitantes da cidade eram cristãos. Tomado de cólera quando soube da destruição do templo da deusa Fortuna, condenou à morte ou ao exílio todos os que julgava serem os autores daquele ato. Segundo o historiador Sozemeno, Eupsíquio estava entre esses mártires que morreram no ano de 362. O imperador ordenou então que os habitantes da cidade reconstruíssem o templo. Contudo,  em vez de obedecer, os cristãos ergueram uma igreja dedicada ao verdadeiro Deus, sob a proteçãoo de São Eupsíquio. Oito anos mais tarde, São Basílio de Cesaréia celebrou a festa do santo mártir no dia 09 de abril, convidando para o evento vários bispos da região. O nome Eupsíquio está associado a Damaso.


Atos 4:13-22

13 Então eles, vendo a intrepidez de Pedro e João, e tendo percebido que eram homens iletrados e indoutos, se admiravam; e reconheciam que haviam estado com Jesus. 14 E vendo em pé com eles o homem que fora curado, nada tinham que dizer em contrário. 15 Todavia, mandando-os sair do sinédrio, conferenciaram entre si, 16 dizendo: Que havemos de fazer a estes homens? porque a todos os que habitam em Jerusalém é manifesto que por eles foi feito um sinal notório, e não o podemos negar. 17 Mas, para que não se divulgue mais entre o povo, ameacemo-los para que de ora em diante não falem neste nome a homem algum. 18 E, chamando-os, ordenaram-lhes que absolutamente não falassem nem ensinassem em nome de Jesus. 19 Mas Pedro e João, respondendo, lhes disseram: Julgai vós se é justo diante de Deus ouvir-nos antes a vós do que a Deus; 20 pois nós não podemos deixar de falar das coisas que temos visto e ouvido. 21 Mas eles ainda os ameaçaram mais, e, não achando motivo para os castigar, soltaram-nos, por causa do povo; porque todos glorificavam a Deus pelo que acontecera; 22 pois tinha mais de quarenta anos o homem em quem se operara esta cura milagrosa.  

João 5:17-24

17 Mas Jesus lhes respondeu: Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também. 18 Por isso, pois, os judeus ainda mais procuravam matá-lo, porque não só violava o sábado, mas também dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus. 19 Disse-lhes, pois, Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que o Filho de si mesmo nada pode fazer, senão o que vir o Pai fazer; porque tudo quanto ele faz, o Filho o faz igualmente. 20 Porque o Pai ama ao Filho, e mostra-lhe tudo o que ele mesmo faz; e maiores obras do que estas lhe mostrará, para que vos maravilheis. 21 Pois, assim como o Pai levanta os mortos e lhes dá vida, assim também o Filho dá vida a quem ele quer. 22 Porque o Pai a ninguém julga, mas deu ao Filho todo o julgamento, 23 para que todos honrem o Filho, assim como honram o Pai. Quem não honra o Filho, não honra o Pai que o enviou. 24 Em verdade, em verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna e não entra em juízo, mas já passou da morte para a vida.  



terça-feira, 21 de abril de 2015

2ª Terça-feira Após a Páscoa

21 de Abril de 2015 (CC) / 08 de Abril (CE)
Ss Apóstolos dos 70: 
Herodião, Agabus, Asyncritus, Rufus, Phlegon, Hermes, 
e todos que estavam com eles (Séc. I);
Celestino I, papa de Roma († 432)



Foi papa da Igreja de Roma entre os anos 422 e 432. Nasceu em Roma e, depois de ter vivido vários anos em Milão, junto de santo Ambrósio, foi eleito papa em 10 de setembro de 422, sucedendo São Bonifácio I (418-422). Enfrentou as doutrinas heréticas pelagianas que se haviam difundido, sobretudo nas Gálias e na Britânia. Confiou a Cirilo de Alexandria a tarefa de renegar Nestório e conseguiu a condenação do nestorianismo, primeiramente no sínodo de Roma (430). De acordo com Nestório, Jesus não era Deus quando nasceu e, portanto, Maria não era Mãe de Deus, mas apenas Mãe de Cristo. O Concílio de Éfeso, na Ásia Menor, entre os dias 22 de Junho a 31 de Julho, reconheceu  e proclamou oficialmente a Maternidade Divina de Maria. Construiu a basílica de Santa Maria Maior, para comemorar a vitória no Concílio. Finalmente, a heresia nestoriana foi condenada. Enviou São Patrício à Irlanda e São Germano à Bretanha, e foi o primeiro papa a enviar missionários para a Escócia. Foi o 43º sucessor no trono de Roma. Morreu em 27 de setembro, em Roma, e foi sucedido pelo Papa Sixto III (432-440), que edificou no monte Esquilino outro templo em honra de Nossa Senhora, com uma sólida e bem dimensionada estrutura, formosas colunas jônicas e três magníficas naves, que permanecem até hoje.

Atos 4:1-10

1 Enquanto eles estavam falando ao povo, sobrevieram-lhes os sacerdotes, o capitão do templo e os saduceus, 2 doendo-se muito de que eles ensinassem o povo, e anunciassem em Jesus a ressurreição dentre os mortos, 3 deitaram mão neles, e os encerraram na prisão até o dia seguinte; pois era já tarde. 4 Muitos, porém, dos que ouviram a palavra, creram, e se elevou o número dos homens a quase cinco mil. 5 No dia seguinte, reuniram-se em Jerusalém as autoridades, os anciãos, os escribas, 6 e Anás, o sumo sacerdote, e Caifás, João, Alexandre, e todos quantos eram da linhagem do sumo sacerdote. 7 E, pondo-os no meio deles, perguntaram: Com que poder ou em nome de quem fizestes vós isto?  8 Então Pedro, cheio do Espírito Santo, lhes disse: Autoridades do povo e vós, anciãos, 9 se nós hoje somos inquiridos acerca do benefício feito a um enfermo, e do modo como foi curado, 10 seja conhecido de vós todos, e de todo o povo de Israel, que em nome de Jesus Cristo, o nazareno, aquele a quem vós crucificastes e a quem Deus ressuscitou dentre os mortos, nesse nome está este aqui, são diante de vós.  

João 3:16-21

16 Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. 17 Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. 18 Quem crê nele não é julgado; mas quem não crê, já está julgado; porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus. 19 E o julgamento é este: A luz veio ao mundo, e os homens amaram antes as trevas que a luz, porque as suas obras eram más. 20 Porque todo aquele que faz o mal aborrece a luz, e não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas. 21 Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que seja manifesto que as suas obras são feitas em Deus.  

segunda-feira, 20 de abril de 2015

2ª Segunda-feira Após a Páscoa


20 de Abril de 2015 (CC) / 07 de Abril (CE)
Ss. Jorge, o Confessor († 816) e Kaliópios († 304)



São Jorge, o Confessor  
Por causa de suas grandes virtudes, que ele alcançou através de uma longa e difícil mortificação, Jorge foi escolhido e investido como Metropolita de Mitilne. Este santo governou seu rebanho espiritual prudente e zelosamente até uma velhice madura. Quando uma perseguição começou sob Leão V, o Armênio, que, ao destruir os santos ícones, chamou este santo ancião à Constantinopla para uma assembleia de bispos convocada por ele e, cuja intenção era para descontinuar a veneração dos ícones; Jorge não apenas recusou cumprir o desejo do maligno Imperador, também - com outros corajosos bispos – se pôs em defesa dos santos ícones. Por isto, São Jorge foi ridicularizado e condenado ao exílio pelo Imperador para a região de Cherson. Lá suportou todas as sortes de aflições físicas e privações pelos anos restantes de sua vida.

Jorge morreu e foi transladado para vida eterna no ano 816. Por causa de sua grande santidade e amor para com o Senhor Jesus, o santo foi um grande operador de milagres, tanto em sua vida como depois de sua morte.


O Santo Mártir Kaliópios  
Kaliópios foi o único filho concedido por Deus a um senador de Perga, na Panfilia em virtude das muitas lágrimas do senador em oração. 

Em sua tenra juventude, sua devota mãe, Teoclea, o ensinou a honrar a Deus e a viver uma vida casta. Kaliópios era ainda criança quando um terrível perseguição começou durante o reino do Imperador Maximiano. Para poupa-lo da morte, sua mãe o colocou em um bote, deu-lhe uma grande quantia de dinheiro e o mandou para a cidade de Pompeiópolis. Entretanto, Deus em Sua Divina Providência, planejou o contrário. Chegando em Pompeiópolis, Kaliópios caiu no meio de uma tumultuosa celebração politeísta. Quando se recusou participar desta festa ridícula, à insistência da turba enlouquecida, foi empurrado ao comandante Maximus, perante o qual Kaliópios confessou ser cristão. O comandante ordenou que o santo fosse espancado com canas e queimado no fogo. Totalmente tomado por ferimentos, Kaliópios foi jogado na prisão. Tomando ciência das torturas de seu filho, Teoclea distribuiu toda sua propriedade aos pobres e necessitados e foi estar com seu filho na prisão. Ao entrar na prisão, Teoclea se prostrou perante seu filho e tratou de suas feridas. 

Finalmente, o comandante pronunciou a sentença final: Kaliópios deveria ser crucificado. Alegria e dor se misturaram no coração de sua mãe. Quando eles trouxeram seu filho para o lugar da execução, ela deu cinco peças de ouro aos executores para ter seu filho crucificado, não como o Senhor foi, mas sim de cabeça para baixo, como fora com o Apóstolo Pedro. Teoclea fez isso cheia de humildade perante o Senhor. Kaliópios foi crucificado de cabeça para baixo na Quinta Feira Santa. Sua mãe permaneceu debaixo da cruz dando louvores a Deus. No segundo dia, quando eles removeram seu corpo sem vida da cruz, Teoclea caiu sobre seu filho e ela mesmo, morreu. Assim, os dois se apresentaram perante o Trono do Rei da Glória juntos. Kaliópios e Teoclea honrosamente padeceram no ano 304. 



Atos 3:19-26

19 Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, de sorte que venham os tempos de refrigério, da presença do Senhor, 20 e envie ele o Cristo, que já dantes vos foi indicado, Jesus, 21 ao qual convém que o céu receba até os tempos da restauração de todas as coisas, das quais Deus falou pela boca dos seus santos profetas, desde o princípio. 22 Pois Moisés disse: Suscitar-vos-á o Senhor vosso Deus, dentre vossos irmãos, um profeta semelhante a mim; a ele ouvireis em tudo quanto vos disser. 23 E acontecerá que toda alma que não ouvir a esse profeta, será exterminada dentre o povo. 24 E todos os profetas, desde Samuel e os que sucederam, quantos falaram, também anunciaram estes dias. 25 Vós sois os filhos dos profetas e do pacto que Deus fez com vossos pais, dizendo a Abraão: Na tua descendência serão abençoadas todas as famílias da terra. 26 Deus suscitou a seu Servo, e a vós primeiramente vo-lo enviou para que vos abençoasse, desviando-vos, a cada um, das vossas maldades.  

João 2:1-11

1 Três dias depois, houve um casamento em Caná da Galileia, e estava ali a mãe de Jesus; 2 e foi também convidado Jesus com seus discípulos para o casamento. 3 E, tendo acabado o vinho, a mãe de Jesus lhe disse: Eles não têm vinho. 4 Respondeu-lhes Jesus: Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora. 5 Disse então sua mãe aos serventes: Fazei tudo quanto ele vos disser. 6 Ora, estavam ali postas seis talhas de pedra, para as purificações dos judeus, e em cada uma cabiam duas ou três metretas. 7 Ordenou-lhe Jesus: Enchei de água essas talhas. E encheram- nas até em cima. 8 Então lhes disse: Tirai agora, e levai ao mestre-sala. E eles o fizeram. 9 Quando o mestre-sala provou a água tornada em vinho, não sabendo donde era, se bem que o sabiam os serventes que tinham tirado a água, chamou o mestre-sala ao noivo 10 e lhe disse: Todo homem põe primeiro o vinho bom e, quando já têm bebido bem, então o inferior; mas tu guardaste até agora o bom vinho. 11 Assim deu Jesus início aos seus sinais em Caná da Galileia, e manifestou a sua glória; e os seus discípulos creram nele.  





MARIA E O MILAGRE DAS BODAS DE CANÁ


Para boa parte dos evangélicos se obstacula a compreensão do milagre das bodas de Caná, em virtude de uma tradução mal elaborada e infeliz do diálogo de Jesus com sua mãe: à obscura expressão grega (ti emoi kai soi, guinai), literalmente “que a mim e/também a ti, mulher”, várias edições protestantes apresentam a seguinte versão: “Mulher, que tenho eu contigo?”

Contudo, vozes lúcidas e honestas têm se levantado entre evangélicos em relação a este texto. Exemplo disto é o Comentarista Bíblico Evangélico americano, Pr. Dave Humpal, o qual em seu sitio de internet comenta versículo por versículo os livros do Novo testamento, e faz a seguinte observação à usual tradução evangélica do texto em questão:

“Os tradutores prestaram um grande desserviço ao traduzirem tal versículo, dando a entender que Cristo reprovava sua Mãe” (http://www.elite.net/~ebedyah/PastorsSite/gospels/john2-1-11.htm).  

Felizmente, algumas edições mais recentes de Bíblias Protestantes vêm se redimindo deste erro grotesco de tradução. Vejamos o texto de algumas versões em inglês e espanhol:

New American Bible
“Jesus said to her, Woman, how does your concern affect me? My hour has not yet come."
(Disse-lhe Jesus: No que sua preocupação me diz respeito? Minha hora ainda não é chegada).

New International Version 1984 (US)
"Dear woman, why do you involve me?" Jesus replied. "My time has not yet come."
(Cara Senhora, por que me envolves nisto? Replicou Jesus. Minha hora ainda não chegou).

New Revised Standard Version 1989
“And Jesus said to her, Woman, what concern is that to you and to me? My hour has not yet come."
(E Jesus lhe disse: Mulher, no que isto nos diz respeito?).

Reina-Valera 1995 (Espanhol) 
“Jesús le dijo: -- ¿Qué tiene que ver esto con nosotros, mujer? Aún no ha llegado mi hora.”
(Jesus lhe disse: O que isto tem a ver conosco, mulher? Minha hora ainda não chegou).

La Biblia de Las Americas 1986
“Y Jesús le dijo: Mujer, ¿qué nos va a ti y a mí en esto? Todavía no ha llegado mi hora".
(E Jesus lhe disse: Mulher, o que isto tem a ver conosco? Minha hora ainda não chegou).

New King James Version
“Jesus said to her, Woman, what does your concern have to do with Me? My hour has not yet come."
(Jesus lhe disse: Mulher, o que a sua preocupação tem a ver comigo? Minha hora ainda não chegou).

Em sua aversão ao Catolicismo Romano, o movimento evangélico – na tentativa de negar ou esvaziar a importância da Santa Virgem perante seu Filho – não avalia as consequências teológicas de tal postura:

Ao conceber indiferença e até descaso de Jesus para com Maria, nos faz pensar que Jesus estaria quebrando o primeiro mandamento com promessa: “Honra ao teu pai e a tua mãe”. É inconcebível que um filho de Israel (muito mais ainda Jesus) pudesse pensar numa relação fragmentada com seus familiares e antepassados, principalmente com seus genitores diretos. Nem mesmo a condição messiânica pode comportar tal ideia.

Quando em outra passagem Cristo pergunta: “Quem são minha mãe, meu pai e meus irmãos?” esta fala não é dirigida num colóquio direto com a sua Mãe, mas, sim, dirigida às multidões para ensinar os laços íntimos e familiares para com Ele de todo aquele que faz a vontade de Deus. Tal afirmativa, longe de negar a sublimidade da maternidade de Maria, antes, a ratifica, pois, se mãe e irmãos do Cristo é todo aquele que ouve e guarda a Palavra de Deus, quem melhor do que Maria se encaixa nesta condição? (Lucas 1:45; Apocalipse 12:17)

Portanto, a expressão “Mulher, que temos nós com isto? A minha hora ainda não é chegada” além de expressar melhor o sentido do texto grego, torna-se harmônica com a lógica da narrativa: 

Ora, Cristo, Maria e os Discípulos eram convidados e não anfitriões. Então, é lógico que este problema diz respeito aos organizadores da festa e não aos seus comensais. Naturalmente que Ele, Jesus, compreendeu que havia subjetivamente um pedido de sua Mãe para que Ele interviesse miraculosamente, e à esta intenção Ele contrapõe que ainda não era chegada a sua hora.

Pergunta-se: Se ainda não era chegada a hora do Messias manifestar os seus sinais ao mundo, por que então Ele a antecipa? A resposta está na natureza da oração quando praticada por um justo: ela é capaz de “alterar” os desígnios Divinos, sempre como um ato de graça e misericórdia.

Exemplo disto temos no livro do Profeta Isaías, no episódio da doença do rei Ezequias (Is. 38:1-5). O profeta é enviado ao palácio real levando consigo a seguinte mensagem: 

“Assim diz o SENHOR: Põe em ordem a tua casa, porque morrerás, e não viverás” (v. 1).

Ao ouvir tal sentença o rei se humilha e chora diante de Deus; pelo que o Senhor fala ao Profeta para retornar ao palácio e dizer a Ezequias que a sua oração foi ouvida e ele não mais morreria.

Assim, também, a Mãe de Deus ao sair da presença do seu Filho, dirige-se à presença dos serventes levando consigo a certeza de que o Filho lhe atenderia e, por isto lhes diz: 

“Fazei tudo quanto ele vos disser”. 

Ora, se Ele tinha se negado a intervir, o que teria, então, a ordenar aos serventes? Contudo, o Filho de Deus chama os serviçais e ordena-lhes que encham as talhas de água e, assim, opera o milagre da transmutação da água em vinho, fazendo com que a festa prosseguisse com mais cor e glamour do que as primeiras horas.

Pelas orações da Mãe de Deus os céus se moveram em favor dos homens e, como é característica própria sua, a Santa Virgem se retira de cena a fim de que a glória seja do seu Filho, o qual é Bendito pelos séculos dos séculos. Amém.

Portanto, desta forma, principia Jesus os seus sinais em Caná da Galileia “antecipando” a hora prevista desde a eternidade para dar início à sua missão. 

Este foi o primeiro sinal Messiânico de Jesus, e nele, também podemos ver o primeiro sinal da eficácia das intercessões da Theotokos (Mãe de Deus).

Um outro sinal, dado por Cristo, ainda maior do que este, é revelado ao Apóstolo João, o qual nos relata no Livro do Apocalipse:

"E viu-se um grande sinal no céu: uma mulher vestida do sol, tendo a lua debaixo dos seus pés, e uma coroa de doze estrelas sobre a sua cabeça.
E estava grávida, e com dores de parto, e gritava com ânsias de dar à luz.
E deu à luz um filho homem que há de reger todas as nações com vara de ferro; e o seu filho foi arrebatado para Deus e para o seu trono.
E a mulher fugiu para o deserto, onde já tinha lugar preparado por Deus, para que ali fosse alimentada durante mil duzentos e sessenta dias" (Apocalipse 12:1-2, 5-6).



Extraído do Livro “A Mãe de Deus na Espiritualidade do Oriente”,
Pe. Mateus (Antonio Eça), Clube dos Autores, 2007