sexta-feira, 31 de julho de 2020

8ª Sexta-feira Depois de Pentecostes

31 de Julho de 2020 (CC) / 18 de Julho (CE)
Santo Emiliano, mártir († 362); Valentina e Paulo,
Pacientíssimo João, o Recluso, do Mosteiro de Pechersk; Jacinto; de Amastridea; 
Pamba, Eremita de Pechersk; Pambos, Eremita; Grande Mártir Atanásio; 
Leôncio, Louco por Cristo, de Ustiug; João, Arcebispo de Constantinopla;
Theneva, de Glasgow; Santo Ícone da Mãe de Deus de  Kaluzhsk.

Tom 6


Durante o reinado de Juliano o Apóstata, na cidade da Trácia de Dorostolon, vivia um homem jovem, Emiliano, servo do prefeito da cidade. Quando o imperador apóstata começou - pelo fogo e pela espada - a causar danos ao Cristianismo em todo o domínio do Império Romano e, quando o representante do imperador veio a Dorostolon para matar os cristãos, lá não encontrou um único cristão. Regozijando-se com isso, o Legado Imperial promoveu um grande banquete para os cidadãos de Dorostolon e ordenou que sacrifícios fossem oferecidos aos ídolos e alegria tomou conta da cidade inteira, dia e noite. Naquela noite, Santo Emiliano pegou uma marreta e com ela saiu destruindo todos os ídolos que encontrara nos templos pagãos, nos mercados e nas ruas da cidade.

No dia seguinte houve terror na cidade. Todo mundo procurou o destruidor de seus deuses. Um camponês estava passando pelo templo naquela manhã e foi apreendido. Emiliano, vendo que um homem inocente iria sofrer, disse para si mesmo: 
"Se eu esconder minha ação, que benefício iria receber de Deus? não serei eu tido como o assassino deste homem inocente?" 
Assim, Emiliano apareceu ante o Legado do Imperador e confessou tudo. O Legado enfurecido perguntou a Emiliano: 
“O que levou você a fazer isso?” 
O mártir de Cristo respondeu: 
"Deus e minha alma me ordenaram a destruir os pilares sem vida que vocês chamam de deuses."

O juiz, então, ordenou que Emiliano fosse açoitado e, depois de flagelação e outras torturas, ordenou que fosse enterrado vivo. Assim terminou a vida terrena de São Emiliano e sendo recebido na vida celeste em 18 de julho, 362 dC.  
Tropárion de Santo Emiliano Modo 4
Em seu sofrimento, ó Senhor, / Teu mártir Emiliano recebeu uma coroa imperecível de Ti, ó nosso Deus; / pois, repleto de Teu poder, / desbancou seus algozes e esmagou a débil ousadia dos demônios. // Por suas súplicas, salva as nossas almas, Senhor.

Kondákion de Santo Emiliano Modo 3
Inflamado com o divino zelo, não temeste o fogo do ministério, / antes, destemidamente ascendente à tua própria vontade, / e foste consumido pelas chamas, / fazendo-te oferta ao Mestre com o glorioso sacrifício do martírio. // Ó Emiliano, suplica a Cristo Deus, que nos conceda a Sua grande misericórdia.


Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém! 

1 Coríntios 11:8-22

8 Porque o homem não proveio da mulher, mas a mulher do homem; 9 nem foi o homem criado por causa da mulher, mas sim, a mulher por causa do homem. 10 Portanto, a mulher deve trazer sobre a cabeça um sinal de submissão, por causa dos anjos. 11 Todavia, no Senhor, nem a mulher é independente do homem, nem o homem é independente da mulher.  12 pois, assim como a mulher veio do homem, assim também o homem nasce da mulher, mas tudo vem de Deus. 13 julgai entre vós mesmos: é conveniente que uma mulher com a cabeça descoberta ore a Deus? 14 Não vos ensina a própria natureza que se o homem tiver cabelo comprido, é para ele uma desonra; 15 mas se a mulher tiver o cabelo comprido, é para ela uma glória? Pois a cabeleira lhe foi dada em lugar de véu. 16 Mas, se alguém quiser ser contencioso, nós não temos tal costume, nem tampouco as igrejas de Deus. 17 Nisto, porém, que vou dizer-vos não vos louvo; porquanto vos ajuntais, não para melhor, mas para pior. 18 Porque, antes de tudo, ouço que quando vos ajuntais na igreja há entre vós dissensões; e em parte o creio. 19 E até importa que haja entre vós facções, para que os aprovados se tornem manifestos entre vós. 20 De sorte que, quando vos ajuntais num lugar, não é para comer a ceia do Senhor; 21 porque quando comeis, cada um toma antes de outrem a sua própria ceia; e assim um fica com fome e outro se embriaga. 22 Não tendes porventura casas onde comer e beber? Ou desprezais a igreja de Deus, e envergonhais os que nada têm? Que vos direi? Louvar-vos-ei? Nisto não vos louvo.

Mateus 17:10-18

10 Perguntaram-lhe os discípulos: Por que dizem então os escribas que é necessário que Elias venha primeiro? 11 Respondeu ele: Na verdade Elias havia de vir e restaurar todas as coisas; 12 digo-vos, porém, que Elias já veio, e não o reconheceram; mas fizeram-lhe tudo o que quiseram. Assim também o Filho do homem há de padecer às mãos deles. 13 Então entenderam os discípulos que lhes falava a respeito de João, o Batista. 14 Quando chegaram à multidão, aproximou-se de Jesus um homem que, ajoelhando-se diante dele, disse:  15 Senhor, tem compaixão de meu filho, porque é epiléptico e sofre muito; pois muitas vezes cai no fogo, e muitas vezes na água. 16 Eu o trouxe aos teus discípulos, e não o puderam curar. 17 E Jesus, respondendo, disse: Ó geração incrédula e perversa! até quando estarei convosco? até quando vos sofrerei? Trazei-mo aqui.18 Então Jesus repreendeu ao demônio, o qual saiu do menino, que desde aquela hora ficou curado.

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quinta-feira, 30 de julho de 2020

8ª Quinta-feira Depois de Pentecostes

30 de Julho de 2020 (CC) / 17 de Julho (CE)
Grande Mártir Marina, de Antioquia na Psídia († c. 268)
Tom 6

Santa Marina nasceu em Antioquia de Pissídia (Ásia Menor, hoje Turquia). Seu pai era sacerdote pagão. Marina conheceu fé cristã através de sua ama de leite. Naquele tempo o imperador Diocleciano (284-305) instituiu a perseguição aos cristãos de modo que muitos cristãos eram obrigados a se esconderem nas cavernas dos desertos. Quando Marina completou doze anos, ela se batizou. Quando o seu pai soube disso, renegou-a.

Certa vez, quando tinha a idade de quinze anos, Marina pastava as ovelhas quando o governador daquela região passando por lá, ficou encantado com a sua beleza e fez-lhe proposta de casamento. Marina não escondeu que era cristã. O governador a entregou para uma importante senhora, para que tomasse conta dela, esperando que esta convencesse a jovem a renegar a Cristo. Mas Marina renegou tal coisa e recusou-se a oferecer o sacrifícios aos ídolos.

Marina foi submetida a várias torturas: ela foi açoitada com varas, raspavam seu corpo com tridente, enfiavam pregos em sua carne e a queimavam com fogo. Vendo tais sofrimentos da jovem, o povo chorava de pena dela. A graça de Deus curava as feridas de Marina, mas os torturadores não se conscientizavam do milagre. No dia seguinte ela sofria queimaduras novamente, depois começaram a afogá-la em um grande barril.

Em determinado momento de tortura a terra tremeu, as algemas caíram das mãos de Marina e uma viva luz incomum começou a brilhar acima da sua cabeça e nesta luz pairava uma pomba com uma coroa dourada em seu bico. O povo espantado começou a glorificar a Deus. O administrador mandou executar Marina e aqueles que passaram a acreditar em Cristo. Naquele dia, junto com Marina, foram degoladas quinze mil pessoas. Feotino - que presenciou o fato - descreveu seu martírio.

Os restos mortais da grande mártir Marina foram guardados em Constantinopla até serem tomados pelas Cruzados em 1204. A mão de Santa Marina encontra-se em Afon no mosteiro de Vatoped. A igreja ocidental venera Marina, chamando-a de Margarida de Antioquia. Muitas igrejas são dedicadas ao seu nome.
Leituras Comemorativas 
2 Coríntios 6:1-10
Lucas 7:36-50


Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém! 

1 Coríntios 10:28-11:7

28 Mas, se alguém vos disser: Isto foi oferecido em sacrifício; não comais por causa daquele que vos advertiu e por causa da consciência; 29 consciência, digo, não a tua, mas a do outro. Pois, por que há de ser julgada a minha liberdade pela consciência de outrem? 30 E, se eu com gratidão participo, por que sou vilipendiado por causa daquilo por que dou graças? 31 Portanto, quer comais quer bebais, ou façais, qualquer outra coisa, fazei tudo para glória de Deus. 32 Não vos torneis causa de tropeço nem a judeus, nem a gregos, nem a igreja de Deus; 33 assim como também eu em tudo procuro agradar a todos, não buscando o meu próprio proveito, mas o de muitos, para que sejam salvos. 1 Sede meus imitadores, como também eu o sou de Cristo. 2 Ora, eu vos louvo, porque em tudo vos lembrais de mim, e guardais os preceitos assim como vo-los entreguei. 3 Quero porém, que saibais que Cristo é a cabeça de todo homem, o homem a cabeça da mulher, e Deus a cabeça de Cristo. 4 Todo homem que ora ou profetiza com a cabeça coberta desonra a sua cabeça. 5 Mas toda mulher que ora ou profetiza com a cabeça descoberta desonra a sua cabeça, porque é a mesma coisa como se estivesse rapada. 6 Portanto, se a mulher não se cobre com véu, tosquie-se também; se, porém, para a mulher é vergonhoso ser tosquiada ou rapada, cubra-se com véu. 7 Pois o homem, na verdade, não deve cobrir a cabeça, porque é a imagem e glória de Deus; mas a mulher é a glória do homem.

Mateus 16:24-28

24 Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-me; 25 pois, quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; mas quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á. 26 Pois que aproveita ao homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua vida? ou que dará o homem em troca da sua vida? 27 Porque o Filho do homem há de vir na glória de seu Pai, com os seus anjos; e então retribuirá a cada um segundo as suas obras. 28 Em verdade vos digo, alguns dos que aqui estão de modo nenhum provarão a morte até que vejam vir o Filho do homem no seu reino.

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quarta-feira, 29 de julho de 2020

8ª Quarta-feira Depois de Pentecostes

29 de Julho de 2020 (CC) / 16 de Julho (CE)
Santo Atenógenes e cc., mártires (séc. IV)
Tom 6


 
Este Santo foi de Sebastia da Capadócia e, de acordo com as Synaxaristes, tornou-se bispo de Pidachthoa. Ele e dez dos seus discípulos foram torturados e decapitados pelo Governador do Philomarchus nos tempos de Diocleciano.

Há um segundo Athenogenes Mártir comemorado hoje, mencionado por São Basílio no capítulo 29 de seu tratado "Sobre o Espírito Santo", onde narra que este Athenogenes fora lançado ao fogo. São Basílio diz que diante das chamas ele cantou o hino vespertino “Luz Jubilosa” em louvor da Santíssima Trindade.


Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém! 

1 Coríntios 10:12-22

12. Portanto, quem pensa estar de pé veja que não caia. 13. Não vos sobreveio tentação alguma que ultrapassasse as forças humanas. Deus é fiel: não permitirá que sejais tentados além das vossas forças, mas com a tentação ele vos dará os meios de suportá-la e sairdes dela. 14. Portanto, caríssimos meus, fugi da idolatria. 15. Falo como a pessoas sensatas; julgai vós mesmos o que digo. 16. O cálice de bênção, que benzemos, não é a comunhão do sangue de Cristo? E o pão, que partimos, não é a comunhão do corpo de Cristo? 17. Uma vez que há um único pão, nós, embora sendo muitos, formamos um só corpo, porque todos nós comungamos do mesmo pão. 18. Considerai Israel segundo a carne: não entram em comunhão com o altar os que comem as vítimas? 19. Que quero afirmar com isto? Que a carne sacrificada aos ídolos ou o próprio ídolo são alguma coisa? 20. Não! As coisas que os pagãos sacrificam, sacrificam-nas a demônios e não a Deus. E eu não quero que tenhais comunhão com os demônios. 21. Não podeis beber ao mesmo tempo o cálice do Senhor e o cálice dos demônios. Não podeis participar ao mesmo tempo da mesa do Senhor e da mesa dos demônios. 22. Ou queremos provocar a ira do Senhor? Acaso somos mais fortes do que ele?

Mateus 16:20-24

20. Depois, ordenou aos seus discípulos que não dissessem a ninguém que ele era o Cristo. 21. Desde então, Jesus começou a manifestar a seus discípulos que precisava ir a Jerusalém e sofrer muito da parte dos anciãos, dos príncipes dos sacerdotes e dos escribas; seria morto e ressuscitaria ao terceiro dia. 22. Pedro então começou a interpelá-lo e protestar nestes termos: Que Deus não permita isto, Senhor! Isto não te acontecerá! 23. Mas Jesus, voltando-se para ele, disse-lhe: Afasta-te, Satanás! Tu és para mim um escândalo; teus pensamentos não são de Deus, mas dos homens! 24. Em seguida, Jesus disse a seus discípulos: Se alguém quiser vir comigo, renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me. 

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terça-feira, 28 de julho de 2020

8ª Terça-feira Depois de Pentecostes

28 de Julho de 2020 (CC) / 25 de Junho (CE)
Santo Príncipe Vladimir de Kiev (Luminar da Russia, Igual aos Apóstolos (1015 dC)
Tom 6



No final do século IX, o povo russo começava a viver sob a influência do Cristianismo, depois da conversão da futura santa Olga de Kiev.
Neto de Santa Olga, Vladimir era o filho mais novo de Sviatoslav de Kiev, com sua empregada Malusha. Malusha, era uma profetisa que viveu até os 100 anos de idade e fora trazida de sua caverna ao palácio para prever o futuro.

O irmão de Malusha, Dobrynya, era tutor de Vladimir e seu conselheiro mais fiel. Uma tradição hagiográfica, liga sua infância ao nome de sua avó, Olga Prekrasa, que era cristã e governava a capital durante as frequentes campanhas militares de Esviatoslav, seu filho.

Com a morte do pai, o príncipe Vladimir, hábil e audacioso, começou a governar as terras que herdara. Guerreou contra o irmão que estava em Kiev e o venceu. Subiu ao trono de Kiev em 980. No início, idólatra e animado por um zeloso ardor pelos deuses vikings, chegou a dedicar um templo ao deus do trovão e do relâmpago, Perun, onde sacrifícios humanos eram realizados.

O príncipe levava uma vida devassa. Ao retornar de uma campanha vitoriosa contra os Jatvagues (983), ele decidiu dar graças aos deuses, por meio de um sacrifício. As vítimas escolhidas foram um mercador varegue, chamado Teodoro, e seu filho João, que eram cristãos e parentes de sua avó Olga. As circunstâncias dessas mortes e a firmeza no testemunho da fé de ambos impressionaram Vladimir.

A maneira como eles se entregaram à morte, surpreendeu o príncipe Vladimir, tocando-lhe, fortemente, a consciência. Após haver consultado seus conselheiros, ele enviou embaixadores a diversos países, para obter informações de como os povos viviam a religião. Quando os emissários, enviados à Constantinopla, capital do Império Romano do Oriente (dito Bizantino), assistiram às diversas cerimônias que eram realizadas na Igreja de Santa Sofia, e ficaram impressionados:  
"Nós não conseguíamos entender se estávamos no Céu ou na Terra. Pois, não existe, aqui na Terra, um espetáculo como aquele, nem tamanha beleza. Nós não somos capazes de definir tal magnificência. Sabemos, apenas, que é lá que Deus vive com os homens e que sua cultura ultrapassa a de todos os outros países. Jamais esqueceremos o que vimos em beleza e compreendemos que, doravante, será impossível, para nós, viver na Rússia de forma diferente!"

Convencido de que a glória manifestada através das celebrações e das liturgias era o resplendor da Verdade, o príncipe Vladimir decidiu tornar-se cristão. Aceitou a Fé Cristã e mudou completamente sua atitude. A mudança ocorreu de forma rápida, mas gradual. Primeiro, ordenou aos sábios da corte que viajassem a diversos países para verificarem qual era a religião verdadeira. Em seguida, chamou religiosos dos diversos países muçulmanos, judeus, budistas e cristãos. O próprio Vladimir questionou todos eles, ouvindo, atento, suas pregações. O que mais o impressionou foi o grego que pregou o evangelho de Cristo. Os sábios voltaram tocados pela graça, com toda a manifestação de fé em Cristo que viram em Constantinopla, no templo de Santa Sofia. Então eles disseram a Vladimir:  
"Se a religião de Cristo não fosse a verdadeira, então sua avó Olga, que era sábia, não a teria aceitado".
Vladimir começou a estudar o Evangelho e foi batizado em 989. Logo em seguida, recebeu o sacramento do matrimonio com a princesa Ana, filha de Basílio de Constantinopla. Desde então, chegavam cada vez mais sacerdotes missionários que percorriam seus domínios catequizando o povo e ministrando o batismo. O Cristianismo consolidou-se ainda mais quando Vladimir casou-se com a piedosa neta do Imperador da Germânia, após o falecimento da princesa Ana.

Modificando completamente seu caráter, e adotando a doçura e singeleza das atitudes evangélicas, Vladimir suprimiu a pena de morte e passou a levar uma vida agradável a Deus, que fez com que seu povo passasse a defini-lo como o "Sol resplandecente". Ele substituiu os templos pagãos por Igrejas e mandou erigir um esplêndido santuário dedicado à Dormição da Mãe de Deus, exatamente no local onde foram martirizados São Teodoro e o filho, João.

Vladimir morreu em Berestovo, perto de Kiev, em 1015. Seu corpo foi desmembrado em várias partes que foram distribuídas entre numerosas fundações sagradas onde são veneradas como relíquias. Uma das maiores catedrais de Kievan é dedicada a ele. 
Leituras Comemorativas  
Gálatas 1:11-19
João 10:1-9


Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém! 

MATINAS (VI)

1 Coríntios 10:5-12

5 Mas Deus não se agradou da maior parte deles; pelo que foram prostrados no deserto. 6 Ora, estas coisas nos foram feitas para exemplo, a fim de que não cobicemos as coisas más, como eles cobiçaram. 7 Não vos torneis, pois, idólatras, como alguns deles, conforme está escrito: O povo assentou-se a comer e a beber, e levantou-se para folgar. 8 Nem nos prostituamos, como alguns deles fizeram; e caíram num só dia vinte e três mil. 9 E não tentemos o Senhor, como alguns deles o tentaram, e pereceram pelas serpentes. 10 E não murmureis, como alguns deles murmuraram, e pereceram pelo destruidor. 11 Ora, tudo isto lhes acontecia como exemplo, e foi escrito para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dos séculos. 12 Aquele, pois, que pensa estar em pé, olhe não caia.   

Mateus 16:6-12

6 E Jesus lhes disse: Olhai, e acautelai-vos do fermento dos fariseus e dos saduceus. 7 Pelo que eles arrazoavam entre si, dizendo: É porque não trouxemos pão. 8 E Jesus, percebendo isso, disse: Por que arrazoais entre vós por não terdes pão, homens de pouca fé? 9 Não compreendeis ainda, nem vos lembrais dos cinco pães para os cinco mil, e de quantos cestos levantastes? 10 Nem dos sete pães para os quatro mil, e de quantas alcofas levantastes? 11 Como não compreendeis que não nos falei a respeito de pães? Mas guardai-vos do fermento dos fariseus e dos caduceus  12 Então entenderam que não dissera que se guardassem, do fermento dos pães, mas da doutrina dos fariseus e dos saduceus.

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segunda-feira, 27 de julho de 2020

8ª Segunda-feira Depois de Pentecostes

27 de Julho de 2020 (CC) / 14 de Julho (CE)
Santos Áquila [Apóstolo dos 70] e Priscila (Séc. I)
Tom 6



Santo Áquila, natural de Ponto, na Ásia Menor, era judeu e produzia tendas para o comércio. No ano 52, ele e sua esposa Priscila estavam em Corinto onde se encontrava o Apóstolo São Paulo. Eles ofereceram hospitalidade ao Apóstolo que, aceitando, permaneceu com eles durante muitos dias, dispondo-se, inclusive a ajudá-los no trabalho (At 18, 2-3). E, aderindo à fé cristã através de São Paulo, eles o seguiram, desde aquele momento, trabalhando junto com ele e enfrentando todos os perigos e riscos por pregarem o Evangelho de Cristo, como o próprio São Paulo declara em sua Epístola aos Romanos, quando afirma:

«Saudai Priscila e Áquila, meus cooperadores em Cristo Jesus; pela minha vida eles expuseram as suas cabeças. E isso lhes agradeço, não só eu, mas também todas as igrejas dos gentios» (Rm 16,3-4).

Tropárion Modo 3
Santo apóstolo Áquila dos Setenta;
Rogai ao Misericordioso;
Conceder às nossas almas o perdão dos pecados.

Kondákion Modo 4
A Igreja sempre te viu como uma estrela resplandecente, Ó apóstolo Áquila,
Teus milagres manifestaram grande iluminação.
Por isso clamamos a Cristo:
"Salva aqueles que, com fé honram Teu apóstolo,
Ó Misericordiosíssimo."


Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém! 
 
1 Coríntios 9:13-18

13 Não sabeis vós que os que administram o que é sagrado comem do que é do templo? E que os que servem ao altar, participam do altar? 14 Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho. 15 Mas eu de nenhuma destas coisas tenho usado. Nem escrevo isto para que assim se faça comigo; porque melhor me fora morrer, do que alguém fazer vã esta minha glória. 16 Pois, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, porque me é imposta essa obrigação; e ai de mim, se não anunciar o evangelho! 17 Se, pois, o faço de vontade própria, tenho recompensa; mas, se não é de vontade própria, estou apenas incumbido de uma mordomia. 18 Logo, qual é a minha recompensa? É que, pregando o evangelho, eu o faça gratuitamente, para não usar em absoluto do meu direito no evangelho.  

Mateus 16:1-6

1 Então chegaram a ele os fariseus e os saduceus e, para o experimentarem, pediram-lhe que lhes mostrasse algum sinal do céu. 2 Mas ele respondeu, e disse-lhes: Ao cair da tarde, dizeis: Haverá bom tempo, porque o céu está rubro. 3 E pela manhã: Hoje haverá tempestade, porque o céu está de um vermelho sombrio. Ora, sabeis discernir o aspecto do céu, e não podeis discernir os sinais dos tempos? 4 Uma geração má e adúltera pede um sinal, e nenhum sinal lhe será dado, senão o de Jonas. E, deixando-os, retirou-se. 5 Quando os discípulos passaram para o outro lado, esqueceram- se de levar pão. 6 E Jesus lhes disse: Olhai, e acautelai-vos do fermento dos fariseus e dos saduceus.


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domingo, 26 de julho de 2020

7º Domingo Depois de Pentecostes

26 de Julho de 2020 (CC) / 13 de Julho (CE)
Comemoração dos Santos Padres dos Seis Primeiros Concílios Ecumênicos
Sinaxe do Arcanjo Gabriel;
Santo Estêvão, do Mosteiro de São Savas (724), 
Juliano, Bispo de Cenomanis (Le Mans), na Gália. (Séc. I)

Tom 6


Na nona seção do Credo de fé de Nicéia-Constantinopla, elaborado pelos santos padres do Primeiro e Segundo Concílios Ecumênicos, confessamos nossa fé em "Uma, Santa, Católica-Conciliar (" Sobornyi)) e na Igreja Apostólica". Em virtude da natureza católica-conciliar ("Sobornyi") da Igreja, um  Concílio de Todas as igrejas ou Ecumênico é a via mais eficaz da Igreja, e que possui a plenitude, para resolver as principais questões da vida religiosa. Um Concílio Ecumênico é composto por arquipastores e pastores da Igreja, e representantes de todas as Igrejas Locais, de todas as terras do "oikumene" (isto é, de todo o mundo habitado, a base ecumênica / ecumênica da "Universalidade" (" Vselennost '") da Igreja, está implícita na palavra grega "kath'olon", de onde vem a palavra "católico", que abrange a evangelização de todo o mundo). 
A Igreja Ortodoxa reconhece sete Santos Concílios Ecumênicos: O Primeiro Concílio Ecumênico (Nicéia - 29 de maio, e também comemorado de maneira móvel, no 7º domingo após a Páscoa), foi convocado no ano 325 contra a heresia de Ário, na cidade de Nicéia na Bitínia, sob o santo Igual aos Apóstolos Constantino, o Grande.

O Segundo Concílio Ecumênico (Constantinopla I) (Com. 22 de maio) foi convocado no ano 381 contra a heresia das Macedônias, pelo Imperador Teodósio, o Grande.

O Terceiro Concílio Ecumênico (Éfeso) (Com. 9 de setembro) - foi convocado no ano 431 contra a heresia de Nestório, na cidade de Éfeso pelo Imperador Teodósio, o Jovem.

O Quarto Concílio Ecumênico (Calcedônia) (Com. 16 de julho) - foi convocado no ano 451, contra a heresia monofisita, na cidade de Chalcedon, sob o Imperador Marciano.

O Quinto Concílio Ecumênico (Constantinopla II) (Com. 25 de julho) - "Concernente aos Três Capítulos", foi convocado no ano de 553, sob o imperador Justiniano, o Grande.

O sexto Concílio Ecumênico (Constantinopla III) (Com. 23 de janeiro) - durante os anos 680-681, foi contra a heresia monotelita, sob o Imperador Constantino Pogonatos.

O Sétimo Concílio Ecumênico (Nicéia II) (Comm. Como festa móvel no domingo mais próximo de 11 de outubro) - foi convocado como o Primeiro Concílio, em Nicéia, mas no ano 787 contra a heresia iconoclasta, sob o imperador Constantino e sua mãe Irene . (As contas sobre os conselhos também estão localizadas nos dias da comemoração).

O significado de uma veneração especial da Igreja pelos Santos Padres dos Concílios Ecumênicos consiste nisso: os Concílios Ecumênicos, e somente eles, são eles mesmos totalmente expressivos da fé, vontade e mente da Igreja Católica Ecumênica - de uma Igreja Ortodoxa. Plenitude, em virtude das promessas imutáveis ​​de nosso Senhor Jesus Cristo, e pela graça do Espírito Santo, e pela Apostolicidade inerente à hierarquia - elas possuem os meios para produzir definições infalíveis e "de benefício para todos". as áreas da fé cristã e da piedade da Igreja.

As definições dogmáticas conciliares - "orosoi", em grego, são empregadas na Igreja Ortodoxa como possuindo uma autoridade inalienável e constante, e essas definições sempre começam com a fórmula apostólica: "Ele agradou o Espírito Santo e a nós" (Atos 15: 28 )

Os Concílios Ecumênicos eram convocados na Igreja todas as vezes em relação a uma necessidade especial, em conexão com o surgimento de opiniões e heresias divergentes, a fim de buscar o ensino de fé e tradição da Igreja Ortodoxa. Mas, assim, o Espírito Santo considerou oportuno que os dogmas - as verdades da fé, imutáveis ​​em seu conteúdo e escopo, são constantemente e consequentemente revelados pela mentalidade conciliar da Igreja, e recebem precisão pelos santos padres dentro da teologia. conceitos e termos exatamente nessa medida, conforme necessário pela própria Igreja para sua economia de salvação. A Igreja, ao expor seus dogmas, está lidando com as preocupações de um dado momento histórico, "não revelando tudo às pressas e sem pensar, nem mesmo escondendo alguma coisa" (São Gregório, o Teólogo).

Um breve resumo da teologia dogmática dos Primeiros Seis Concílios Ecumênicos é formulado e contido na Primeira regra canônica do Concílio de Trullo (também conhecida como Quinisext), realizada no ano de 692. Os 318 Santos Padres do Primeiro Concílio Ecumênico são mencionados neste Cânon I de Trullo como tendo: "com a obstinação da fé revelada e declarada para nós a unicidade da essência nas três Pessoas Hipstaseis da natureza original de Deus e ... instruindo para ser adorado - com uma única adoração - o Pai, o Filho e o Espírito Santo, eles rejeitaram e dissiparam o falso ensino sobre graus desiguais da Divindade ". Os 150 Santos Padres do Segundo Concílio Ecumênico deixaram sua marca na teologia da Igreja em relação ao Espírito Santo ", repudiando os ensinamentos das Macedônias, que queriam separar a Unidade Invisível, de modo que não houvesse perfeitamente o mistério da nossa esperança". Os 200 Padres portadores de Deus do Terceiro Concílio Ecumênico expuseram os ensinamentos sobre "o Cristo Único, o Filho de Deus Encarnado" e confessaram que "verdadeiramente o criador de Deus [Theotokos, Bogoroditsa, isto é, Mãe de Deus] sem semente foi dado. nascimento a Ele, sendo a Imaculada e a Virgem Eterna ". O ponto de fé dos 630 Padres escolhidos por Deus do Quarto Concílio Ecumênico promulgou "Um Cristo, o Filho de Deus ... glorificado em duas naturezas". Os 165 Santos Padres portadores de Deus do Quinto Concílio Ecumênico "coletivamente deram anátema e repudiou Theodore de Mopsuetia, o professor de Nestório, Orígenes, Didymas e Euagrios, renovadores do ensino helênico sobre a transmigração de almas e a transmutação de corpos e impiedades levantadas contra a ressurreição dos mortos ". A confissão de fé dos 170 Santos Padres do Sexto Concílio Ecumênico "explicou que devemos confessar duas volições naturais, ou duas vontades [nota: uma divina e a outra humana] e duas operações naturais (energias ) naquele que foi encarnado por nossa salvação, nosso único Senhor Jesus Cristo, verdadeiro Deus ".Em momentos decisivos da história da Igreja, os santos Concílios Ecumênicos promulgaram suas definições dogmáticas, como delimitações confiáveis ​​na militância espiritual pela pureza da Ortodoxia, que durará até esse momento, pois "todos entrarão na unidade da fé no conhecimento de o Filho de Deus "(Ef. 4:13). Na luta com novas heresias, a Igreja não abandona seus antigos conceitos dogmáticos nem os substitui por algum tipo de nova formulação. As fórmulas dogmáticas dos Santos Concílios Ecumênicos nunca precisam ser substituídas, elas permanecem sempre contemporâneas à Tradição viva da Igreja. Portanto, a Igreja proclama:

"A fé de todos na Igreja de Deus foi glorificada pelos homens, que eram luminares no mundo, apegando-se à Palavra da Vida, para que ela seja observada com firmeza e que ela permaneça inabalável até o fim dos tempos, em conjunto. com seus escritos e dogmas concedidos por Deus. Rejeitamos e anatematizamos todos, a quem eles rejeitaram e anatomizaram, como inimigos da Verdade. E se alguém não se apega nem admite os dogmas piedosos mencionados, e não pensa nem prega , que seja um anátema "(do Canon I do Concílio de Trullo, atribuído ao Sexto Concílio Ecumênico).

Além da atividade dogmática, os Santos Padres dos Concílios Ecumênicos exerceram grandes esforços para o fortalecimento da disciplina eclesiástica. Os conselhos locais promulgaram suas regras disciplinares de cânone, como é óbvio, de acordo com as circunstâncias da época e do local, diferindo frequentemente entre si em vários detalhes. A unidade universal da Igreja Ortodoxa exigia unidade também na prática canônica, ou seja, uma deliberação conciliar e afirmação das normas canônicas mais importantes pelos pais dos Concílios Ecumênicos. Assim, de acordo com o julgamento conciliar, foram aceitos pela Igreja: 20 cânones do primeiro, 7 cânones do segundo, 8 cânones do terceiro e 30 cânones do quarto conselho ecumênico. O Quinto e o Sexto Concílio Ecumênico se preocuparam com a resolução de questões exclusivamente dogmáticas e não deixaram para trás nenhum cânone disciplinar. A necessidade de estabelecer de forma codificada na Igreja as práticas costumeiras ao longo dos anos 451-680 e, finalmente, afirmar o agregado de um códice canônico para a Igreja Ortodoxa, ocasionou a convocação de um Conselho especial, cuja atividade era inteiramente dedicado à aplicação geral das regras da igreja. Isso foi convocado no ano de 692. O Conselho "no Palácio Imperial" ou "Sob os Arcos" (em grego "en trullo") passou a ser chamado Conselho de Trullo. Eles também o chamaram de "Qunisext" [que significa "quinto e sexto"], considerando que concluiu em assuntos canônicos as atividades dos Quinto e Sexto Concílios, ou melhor, mais ainda - que era simplesmente do próprio Sexto Conselho, ou seja, uma continuação direta do Sexto Concílio Ecumênico, separado por apenas alguns anos.

O Conselho Trullo, com suas 102 regras canônicas (mais do que todos os Concílios Ecumênicos combinados), teve um tremendo significado na história da teologia canônica da Igreja Ortodoxa. Pode-se dizer que pelos pais deste Concílio houve uma compilação completa do códice básico a partir das fontes relevantes dos cânones da Igreja Ortodoxa. Listando em ordem cronológica, e tendo sido aceitos pela Igreja - os Cânones dos Santos Apóstolos, os Cânones dos Santos Concílios Ecumênicos e Locais, e os Padres Santos, o Conselho Trullo declarou: "Não se permita que ninguém altere ou anular os cânones mencionados acima, nem substituí-los, ou aceitar outros, feitos de inscrição espúria "(2º Conselho Canon de Trullo, atribuído ao Sexto Conselho Ecumênico).

Os cânones da igreja, santificados pela autoridade dos Seis Concílios Ecumênicos (incluindo as regras do Sétimo Concílio Ecumênico em 787, e também os Conselhos de Constantinopla de 861 e 879, que foram acrescentados posteriormente pelo santo Patriarca Photios), formam a base do os livros de "The Rudder" ou "Kormchaya Kniga" (um códice de direito canônico conhecido como "Syntagma" ou "Nomokanon" de 14 títulos). Em seu repositório de graça, é expressa uma norma canônica, uma conexão a cada período de tempo para orientação na prática da igreja para todas as Igrejas Ortodoxas Locais. 
Novas condições históricas podem levar à mudança deste ou daquele aspecto externo particular da vida da Igreja, o que causa a necessidade de atividade canônica criativa no raciocínio conciliar da Igreja, no que diz respeito à inclusão de normas externas da vida da igreja em conformidade com as circunstâncias históricas. Os detalhes da regulamentação canônica não são de nenhuma maneira concretizados nas várias épocas da organização da igreja. Mas, em meio a todos os esforços para abandonar a letra literal de um cânon ou cumpri-la e desenvolvê-la, a Igreja se volta repetidamente para raciocinar e orientar o legado eterno dos Santos Concílios Ecumênicos - para o tesouro empobrável das verdades dogmáticas e canônicas. 
Sobor (Sinaxe) do Arcanjo São Gabriel
A Sobor do Arcanjo Gabriel é comemorada no dia seguinte à Anunciação (Blagoveschenie), ie. 26 de março. Esta festa é comemorada pela segunda vez em 13 de julho. A razão de sua criação se deu, provavelmente, por causa da dedicação no século XVII, de uma igreja em Constantinopla, construída em nome do Santo Arquistrategos (Chefe das Hostes Celestiais). 
O Arcanjo Gabriel foi escolhido pelo Senhor para anunciar à Virgem Maria a Encarnação do Filho de Deus, a partir Dela, para grande regozijo de toda a humanidade. Portanto, no dia após a Festa da Anunciação (dia em que a Toda Pura Virgem é glorificada), damos graças ao Senhor e podemos venerar Seu mensageiro Gabriel, um dos que contribuíram para o mistério da nossa salvação.
Gabriel, o Santo Archistrategos, é um fiel servo do Deus todo-Poderoso. Ele anunciou a futura Encarnação do Filho de Deus para os do Antigo Testamento; inspirou o Profeta Moisés a escrever o Pentateuco (cinco primeiros livros do Antigo Testamento); ele anunciou as vindouras tribulações do Povo Escolhido ao Profeta Daniel (Dan. 8:16, 9:21-24); ele apareceu a Santa Anna (25 de julho) trazendo a notícia de que ela daria à luz a Virgem Maria.

O Santo Arcanjo Gabriel ficou com a Santíssima Virgem Maria, quando Ela era uma criança, no Templo de Jerusalém, e zelava por ela durante toda a Sua vida terrena. Ele apareceu ao Sacerdote Zacarias, para predizer o nascimento do Precursor de jesus, João Batista.

O Senhor o enviou a são José, o Noivo, em um sonho, para lhe revelar o mistério da Encarnação do Filho de Deus, desde a Toda-Pura Virgem Maria, e também lhe revelou as ímpias intenções de Herodes, ordenando José a fugir para o Egito com o Divino Bebê e Sua Mãe.

Quando o Senhor orava no Jardim do Getsêmani, antes de Sua Paixão, o Arcanjo Gabriel, cujo nome significa "Homem de Deus" (Lc. 22:43), foi enviado do Céu para fortalecê-lo.

As Mulheres Mirróforas ouviram do Arcanjo a alegre notícia da Ressurreição de Cristo (Mt.28:1-7, Marcos 16:1-8).

Consciente das múltiplas aparições do Santo Arcanjo Gabriel e de seu zelo por fazer a vontade de Deus, e confessando a sua intercessão perante o Senhor em favor dos Cristãos, a Igreja Ortodoxa, exorta seus filhos a orar ao grande Arcanjo com a fé e o amor.

A Sinaxe do Santo Arcanjo Gabriel também é comemorada em 13 de julho. Todos os anjos são comemorado no dia 8 de novembro.

Tropárion Tom 4
Gabriel, o comandante das hostes celestiais, / nós, que somos indignos, rogamos-te / que por tuas orações, acolha sob as asas de tua glória imaterial, / e fielmente ampare a nós que prostrados, clamamos: / "Livra-nos de todos os males, posto que tu és o comandante das Hostes Celestes."

Kondákion Tom 8
Comandante supremo Gabriel, / tu és servo e glorioso intercessor / ante a Digníssima, Onipotente, Mais que Resplandecente, Infinita e Temível Trindade. / Ora incessantemente para que possamos ser libertos de todas as tribulações e angústias, / de modo que possamos exclamar: / "Rejubila-te, ò Protetor de teus servos!"
Fonte: Igreja Ortodoxa na América

Santo Estêvão, Comemorado em 13 de julho e 28 de outubro 
O Monge Estêvão Sabates,  sobrinho de São João de Damasco (4 de Dezembro), nasceu no ano de 725. Com apenas 10 anos de idade ingressou na Lavra de São Savas e passou toda a sua vida neste mosteiro, por vezes, saía para o deserto para para praticar a ascese em solidão. Ao monge Estêvão foi concedido os dons de operar maravilhas e da perspicácia: curava os expelia os demônios dos doentes, e discernia os pensamentos daqueles que vinha até ele em busca de conselho. Estêvão morreu no ano 724, prevendo antecipadamente o dia da sua morte. A vida do monge foi compilada por seu aluno Leôncio.

Comemoração de São Juliano  
Alguns pensam que este santo não é outro senão Simão, o leproso, que foi curado pelo Senhor. 

O Apóstolo Pedro o consagrou bispo e o enviou para a Gália pagã, onde São Juliano suportou grandes misérias, mas conseguiu converter muitas pessoas à fé de Cristo. 
Juliano também batizou o Príncipe Defenson, o qual se converteu de tal modo, que tratava todos os negócios do seu reino à luz da verdadeira fé.
Tropárion
São Juliano, tu que operaste maravilhas,
Intercede junto ao Deus Misericordioso
Para que Ele nos conceda o perdão
E a salvação de nossas almas.


Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém! 

MATINAS (VII)

João 20:1-10

No primeiro dia da semana Maria Madalena foi ao sepulcro de madrugada, sendo ainda escuro, e viu que a pedra fora removida do sepulcro. Correu, pois, e foi ter com Simão Pedro, e o outro discípulo, a quem Jesus amava, e disse-lhes: Tiraram do sepulcro o Senhor, e não sabemos onde o puseram.  Saíram então Pedro e o outro discípulo e foram ao sepulcro. Corriam os dois juntos, mas o outro discípulo correu mais ligeiro do que Pedro, e chegou primeiro ao sepulcro; e, abaixando-se viu os panos de linho ali deixados, todavia não entrou. Chegou, pois, Simão Pedro, que o seguia, e entrou no sepulcro e viu os panos de linho ali deixados, e que o lenço, que estivera sobre a cabeça de Jesus, não estava com os panos, mas enrolado num lugar à parte. Então entrou também o outro discípulo, que chegara primeiro ao sepulcro, e viu e creu. Porque ainda não entendiam a escritura, que era necessário que ele ressurgisse dentre os mortos. Tornaram, pois, os discípulos para casa.  

LITURGIA

Tropárion da Ressurreição
Vendo os poderes angélicos diante do Teu venerável túmulo, / os guardas ficaram como mortos / e Maria, em pé, junto do sepulcro, / pediu o Teu puríssimo Corpo. / Despojaste o Inferno, sem ser por ele atingido, / e foste ao encontro da Virgem, dando-lhe a vida. / Ó Senhor, ressuscitado dentre os mortos, // glória a Ti!

Kondákion da Ressurreição
Ressuscitando todos os mortos do vale de trevas / lá embaixo com uma mão sustentadora de vida, / Cristo nosso Deus, o Doador de vida / decidiu conceder a Ressurreição a essa nossa massa mortal. / Pois Ele É o Salvador de todos, //a Ressurreição, a vida e o Deus do mundo todo.

Tropárion dos Santos Padres dos Primeiros Seis Concílios Ecumênicos - Tom 8
Gloriosíssimo És Tu, ó Cristo nosso Deus, / que estabeleceste nossos pais sobre a terra como balizas, / e, assim, nos tens guiado para a verdadeira fé! // Ó muito compassivo, glória a Ti!

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo...

Kondákion da Festa Tom 8
A pregação dos Apóstolos e dos dogmas dos Pais selou a única fé da Igreja; / e vestida com o manto da verdade, / tecido pela teologia do alto, / fixa e glorifica corretamente o grande Mistério da Piedade.

Agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

Prokímenon

Salva, Senhor, o Teu povo,
E abençoa a Tua herança. (Sl. 27:9)

A Ti, Senhor, ergo a minha voz, meu Deus, 
Tu que És o meu Rochedo, escuta a minha súplica! (Sl. 27:1)

Romanos 15:1-7

Ora nós, que somos fortes, devemos suportar as fraquezas dos fracos, e não agradar a nós mesmos. Portanto cada um de nós agrade ao seu próximo, visando o que é bom para edificação. Porque também Cristo não se agradou a si mesmo, mas como está escrito: Sobre mim caíram as injúrias dos que te injuriavam. Porquanto, tudo que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que, pela constância e pela consolação provenientes das Escrituras, tenhamos esperança.  Ora, o Deus de constância e de consolação vos dê o mesmo sentimento uns para com os outros, segundo Cristo Jesus. Para que unânimes, e a uma boca, glorifiqueis ao Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto recebei-vos uns aos outros, como também Cristo nos recebeu, para glória de Deus.

Aleluia

Aleluia, aleluia, aleluia!
Quem habita ao abrigo do Altíssimo 
E vive à sombra do Senhor Onipotente. (Sl 90:1)   

Aleluia, aleluia, aleluia!
Diz ao Senhor: sois meu refúgio e proteção, 
Sois o meu Deus no qual confio inteiramente. (Sl 90:2)

Aleluia, aleluia, aleluia!
  
Mateus 9:27-35

Partindo Jesus dali, seguiram-no dois cegos, que clamavam, dizendo: Tem compaixão de nós, Filho de Davi. E, tendo ele entrado em casa, os cegos se aproximaram dele; e Jesus perguntou-lhes: Credes que eu posso fazer isto? Responderam-lhe eles: Sim, Senhor. Então lhes tocou os olhos, dizendo: Seja-vos feito segundo a vossa fé. E os olhos se lhes abriram. Jesus ordenou-lhes terminantemente, dizendo: Vede que ninguém o saiba. Eles, porém, saíram, e divulgaram a sua fama por toda aquela terra. Enquanto esses se retiravam, eis que lhe trouxeram um homem mudo e endemoninhado. E, expulso o demônio, falou o mudo e as multidões se admiraram, dizendo: Nunca tal se viu em Israel. Os fariseus, porém, diziam: É pelo príncipe dos demônios que ele expulsa os demônios. E percorria Jesus todas as cidades e aldeias, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino, e curando toda sorte de doenças e enfermidades.

† † †

COMENTÁRIO

Mateus é o único Evangelista que narra este milagre como sendo dois cegos curados e não um, conforme as narrativas de Marcos e Lucas.

Deixarei de lado as considerações que trabalham as razões desta divergência textual, pois isto exige muitos arrazoados, o que tornaria este comentário longo e enfadonho para muitos. Detenhamo-nos em considerar as dimensões místicas desta peculiaridade de Mateus.

Conforme o ensino dos Santos Pais da Igreja, a alma humana possui duas dimensões: a racional (lógica) e a intuitiva (mística). Pela primeira o homem entende e domina as coisas visíveis e sensíveis; pela segunda o homem adentra o mundo invisível e se eleva para Deus. São os dois olhos da alma, os quais ficaram cegos pelo pecado.

Por isto a ciência e a sabedoria deste mundo estão entenebrecidas, e tornam-se ridículos perante Deus os seres humanos que se gloriam de seus entendimentos, e com isto sentem-se mais elevados e nobres que os demais. São cegos que enxergam vultos e deduzem que a realidade é tal qual suas visões turvas. Quando alguém se converte ao Senhor o véu dos seus olhos lhes é paulatinamente retirado, passando a enxergar a glória de Deus manifestada em Sua criação visível e invisível (2 Cor. 3:16-18).

Para livrar os sábios segundo a carne do seu torpor, Deus confere primeiramente a restauração da visão aos que por esses são tidos como desprezíveis e inferiores. E é esta graça que se manifesta aos dois homens cegos que jaziam nas proximidades de Jericó. São cegos dos olhos, mas não da alma, pois embora não enxergassem a forma física de Jesus, enxergavam sua identidade, e à esta Identidade que se dirigem clamando a plenos pulmões: «Senhor, Filho de Davi, tem compaixão de nós!»

Aquilo que os olhos «sadios» dos Escribas e Doutores da Lei (sábios segundo este mundo), não puderam enxergar, dois «insignificantes» cegos o puderam. Então, Cristo em Seu amor e compaixão pelos homens, fez com que a luz presente nas almas daqueles homens se estendesse aos seus olhos debilitados, curando totalmente suas cegueiras.

A cura dos dois cegos simboliza o poder de Cristo para sanar as almas dos homens em todas as suas dimensões: a racional e a intuitiva, fazendo com que as duas, fragmentadas pelo pecado, voltem a se unirem, elevando o homem à glória que lhe foi preparada.


Padre Mateus (Antonio Eça)

ORAÇÃO

Tendo os olhos espirituais cegos, eu me aproximo de Ti, ó Cristo, e com arrependimento clamo: Tem piedade de mim, Tu que iluminas com luz resplandecente aos que estão nas trevas.

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