sábado, 29 de fevereiro de 2020

3º Sábado do Triódion

01 de Março de 2020 (CC) - 16 de Fevereiro (CE)
Mártires Panfílio, Presbítero; Valens, Diácono; Paulo, Seleucus, Porphyrius, Juliano, Theodulus, Elias, Jeremias, Isaías, Samuel e  Daniel, de Caesarea, Palestina (307-309).
Tom 3



Em 309, época dos imperadores Valério Maximiano e Máximo, a perseguição aos cristãos, cujo início deu-se na época de Diocleciano, prosseguia. Cinco egípcios foram visitar os cristãos que, por professarem sua fé foram condenados a trabalhos forçados nas minas da Celícia. Ao regressarem os guardas os detiveram às portas da cidade de Cesárea da Palestina. Os cinco confessaram que eram cristãos e revelaram o motivo de sua viagem.

No dia seguinte, compareceram diante do Governador Firmiliano, juntamente com Panfílio. O juiz, segundo o costume, ordenou que os cinco egípcios fossem torturados antes de serem julgados. Depois de muito sofrerem, foram interrogados pelo Governador sobre seus nomes e nacionalidades. Um deles respondeu que se chamava Elias e que seus companheiros se chamavam Jeremias, Isaias e Daniel. Como Firmiliano insistiu em saber sobre sua nacionalidade, Elias respondeu que era cidadão de Jerusalém, referindo-se a Jerusalém Celeste, verdadeira Pátria de todos os cristãos. O governador então ordenou que torturassem Elias. E logo foi açoitado com as mãos atadas às costas e os pés amarrados a um tronco. Depois, o Governador mandou que os cinco fossem decapitados. E a ordem foi executada imediatamente.

Porfírio, jovem servo de Panfílio, prometeu que o corpo de seu senhor e de seus companheiros não ficariam sem sepultura. Firmiliano, quando soube da intenção de Porfírio, mandou que o prendessem. Por ter confessado que também era cristão e negado a oferecer sacrifícios aos deuses dos pagãos, o juiz mandou que Porfírio fosse cruelmente açoitado, a ponto de seus ossos e entranhas ficarem expostos. Porfírio sofreu calado, sem exalar um suspiro. Em seguida, o Governador mandou que acendessem um fogueira em forma de circulo e que o colocassem no centro. Lá permaneceu por muito tempo, sofrendo a ação das chamas enquanto entoava louvores a Deus e invocava o Nome de Jesus, até que a morte pôs fim a seu lento e glorioso martírio.

Um outro cristão chamado Seleuco, assistia ao martírio de seu companheiro e elogiava sua fé. Os soldados o denunciaram para o Governador, que ordenou sua decapitação  
Tropárion do Mártir Panfílio e Companheiros de Martírio Modo 6Em seus sofrimentos, ó Senhor, Teus mártires receberam de Ti coroas imperecíveis, / ó, nosso Deus; / pois, tomados de Teu poder, rechaçaram os tiranos / e esmagaram a débil audácia dos demônios. / / Por suas súplicas, salva as nossas almas. 
Kondákion Modo 4Regozijando-se na sabedoria manifestada pelo céu, / quando tormentos terríveis se deparavam diante deles, / os valentes atletas conversavam entre si, / não poupando suas carnes. / Assim, eles herdaram a glória eterna, // sempre orando por nós que louvamos os seus combates.

Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

Romanos 14:19-23, 16:25-27

Sigamos, pois, as coisas que servem para a paz e para a edificação de uns para com os outros. Não destruas por causa da comida a obra de Deus. É verdade que tudo é limpo, mas mal vai para o homem que come com escândalo. Bom é não comer carne, nem beber vinho, nem fazer outras coisas em que teu irmão tropece, ou se escandalize, ou se enfraqueça. Tens tu fé? Tem-na em ti mesmo diante de Deus. Bem-aventurado aquele que não se condena a si mesmo naquilo que aprova. Mas aquele que tem dúvidas, se come está condenado, porque não come por fé; e tudo o que não é de fé é pecado... Ora, àquele que é poderoso para vos confirmar segundo o meu evangelho e a pregação de Jesus Cristo, conforme a revelação do mistério que desde tempos eternos esteve oculto, mas que se manifestou agora, e se notificou pelas Escrituras dos profetas, segundo o mandamento do Deus eterno, a todas as nações para obediência da fé; ao único Deus, sábio, seja dada glória por Jesus Cristo para todo o sempre. Amém.

Gálatas 5:22-6:2 (Comemoração dos Falecidos)

Mateus 6:1-13

Guardai-vos de fazer a vossa esmola diante dos homens, para serdes vistos por eles; aliás, não tereis galardão junto de vosso Pai, que está nos céus. Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita; Para que a tua esmola seja dada em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, ele mesmo te recompensará publicamente. E, quando orares, não sejas como os hipócritas; pois se comprazem em orar em pé nas sinagogas, e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente. E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que por muito falarem serão ouvidos. Não vos assemelheis, pois, a eles; porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de vós lho pedirdes. Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu; O pão nosso suprassubstancial nos dá hoje; E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores; E não nos conduzas à tentação; mas livra-nos do mal; porque teu é o reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém.

Mateus 11:27-30 (Comemoração dos Falecidos)


COMENTÁRIO

"E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências" (Gl. 5:24). Hoje em dia, essa ordem das coisas tem sido pervertida: as pessoas crucificam a carne, mas não em conjunto com as suas paixões e concupiscência. Sim, por meio de suas paixões e concupiscências. Atualmente as pessoas torturam seus corpos com excessos: embriaguez, atos lascivos, dança e folia! O mais insensível dos criadores não torturariam seus animais preguiçoso desta forma. Se tivéssemos de dar liberdade à razão de nossa carne, a sua primeira fala seria contra sua dona: a alma. Ela diria que a alma ilegalmente interferiu nos assuntos da carne, trouxe paixões estranhas a ela, e a torturava por meio da satisfação dessas paixões na carne. As necessidades do nosso corpo são essencialmente simples e sem paixão. Olhe para os animais: eles não comem demais, eles não dormem em excesso, e tendo satisfeito as suas necessidades carnais no momento dado, mantém a calma durante todo o ano. Apenas a alma, que se esquece das suas melhores inclinações, tem desenvolvido - por sua intemperança - a partir das necessidades básicas do corpo, uma infinidade de inclinações não naturais, que não são naturais para o corpo também. É necessário crucificar a carne de toda forma possível, a fim de reduzir as paixões carnais  da alma, que esta última tem enxertadas em si. Isto pode ser feito apenas no sentido inverso, isto é, não lhe dando o suficiente do que é necessário, ou apenas satisfazendo as suas necessidades em um grau muito menor do que exige a natureza.

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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

3ª Sexta-feira do Triodion

28 de Fevereiro de 2020 (CC) - 15 de Fevereiro (CE)
Santo Onésimos, Apóstolo [dos 70] (séc. I)
Tom 3


Santo Onésimos era escravo de Filêmon, homem importante de Colossos, na Frigia, que se converteu à fé cristã  através do apóstolo São Paulo. Quando fugia da justiça, acusado de roubar seu senhor, Onésimo entrou em contato com São Paulo que se achava em Roma. São Paulo o converteu, o batizou e o enviou à casa de Filêmon com uma carta de recomendação. Filêmon perdoou então seu escravo arrependido e o reenviou a São Paulo. São Jerônimo e outros autores escrevem que Onésimo e Tiquio foram os portadores da carta que São Paulo escreveu aos colossenses. Os dois foram sempre orientados pelo Apóstolo Paulo e se transformaram em pregadores do Evangelho e, mais tarde, foram consagrados bispos. Onésimo foi consagrado Bispo de Éfeso por São Paulo. Após o episcopado de Timóteo, afirma-se que o antigo escravo  e Bispo de Efeso, Onésimo, foi levado prisioneiro à Roma e lá morreu apedrejado. Suas relíquias posteriormente foram trasladadas para Éfeso onde são veneradas até hoje.  
Tropárion de São Onésimo Modo 1
Iluminado na mente por Paulo, tu te tornaste um servo do Verbo de Deus/ e um Apóstolo inspirado. / Ó Onésimo, servo de Cristo, / tu recompensas com o dom da vida àqueles que clamam fielmente a ti. / Glória Àquele que te glorificou! / Glória Àquele que te coroou, // glória a Aquele que por ti opera curas para todos.

Kondákion de São Onésimo Modo 4
Tu resplandeceste como um raio de luz, ó bendito Onésimo, / resplandecente raio de Paulo, o sol brilhante que iluminou o mundo. / Portanto, todos nós te honramos, Ó glorioso Onésimo.


Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

HORA SEXTA

Zacarias 8:7-17

7 Assim diz o Senhor dos exércitos: Eis que salvarei o meu povo, tirando-o da terra do oriente e da terra do ocidente; 8 e os trarei, e eles habitarão no meio de Jerusalém; eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus em verdade e em justiça. 9 Assim diz o Senhor dos exércitos: Sejam fortes as vossas mãos, ó vós, que nestes dias ouvistes estas palavras da boca dos profetas, que estiveram no dia em que foi posto o fundamento da casa do Senhor dos exércitos, a fim de que o templo fosse edificado. 10 Pois antes daqueles dias não havia salário para os homens, nem lhes davam ganho os animais; nem havia paz para o que saia nem para o que entrava, por causa do inimigo; porque eu incitei a todos os homens, cada um contra o seu próximo. 11 Mas agora não me haverei para com o resto deste povo como nos dias passados, diz o Senhor dos exércitos; 12 porquanto haverá a sementeira de paz; a vide dará o seu fruto, e a terra dará a sua novidade, e os céus darão o seu orvalho; e farei que o resto deste povo herde todas essas coisas. 13 E há de suceder, ó casa de Judá, e ó casa de Israel, que, assim como éreis uma maldição entre as nações, assim vos salvarei, e sereis uma bênção; não temais, mas sejam fortes as vossas mãos. 14 Pois assim diz o Senhor dos exércitos: Como intentei fazer-vos o mal, quando vossos pais me provocaram a ira, diz o Senhor dos exércitos, e não me compadeci, 15 assim tornei a intentar nestes dias fazer o bem a Jerusalém e à casa de Judá; não temais. 16 Eis as coisas que deveis fazer: Falai a verdade cada um com o seu próximo; executai juízo de verdade e de paz nas vossas portas; 17 e nenhum de vós intente no seu coração o mal contra o seu próximo; nem ame o juramento falso; porque todas estas são coisas que eu aborreço, diz o senhor. 

VÉSPERAS

Zacarias 8:19-23


19 Assim diz o Senhor dos exércitos: O jejum do quarto mês, bem como o do quinto, o do sétimo, e o do décimo mês se tornarão para a casa de Judá em regozijo, alegria, e festas alegres; amai, pois, a verdade e a paz. 20 Assim diz o Senhor dos exércitos: Ainda sucederá que virão povos, e os habitantes de muitas cidades; 21 e os habitantes de uma cidade irão à outra, dizendo: Vamos depressa suplicar o favor do Senhor, e buscar o Senhor dos exércitos; eu também irei. 22 Assim virão muitos povos, e poderosas nações, buscar em Jerusalém o Senhor dos exércitos, e suplicar a bênção do Senhor. 23 Assim diz o Senhor dos exércitos: Naquele dia sucederá que dez homens, de nações de todas as línguas, pegarão na orla das vestes de um judeu, dizendo: Iremos convosco, porque temos ouvido que Deus está convosco. 

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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

3ª Quinta-feira do Triódion

27 de Fevereiro de 2020 (CC) - 14 de Fevereiro (CE)
Ss. Marão e Auxêncio de Bithynia, eremita († 473)
Tom 3


São Marão optou por morar isoladamente, longe da cidade de Cirrus, na Síria, onde, em espírito de mortificação, vivia quase sempre sob as intempéries. Tinha apenas uma pequena cabana coberta com peles de cabra para abrigar-se, em caso de necessidade. Certa vez, entrou nas ruínas de um templo pagão e o dedicou ao culto do verdadeiro Deus transformando-o em casa de oração. São João Crisóstomo o estimava muito e, freqüentemente, lhe escrevia, desde a época em que estava desterrado em Cucusus. Recomendava-se às suas orações e lhe pedia que sempre enviasse noticias com a maior freqüência possível. São Marão tinha tido por mestre São Zebino que era um homem de oração assídua. Dizia-se dele que passava dias e noites inteiras em oração, sem experimentar cansaço. Geralmente rezava de pé, mesmo quando já era ancião, apoiando-se em um báculo. Aos que por ele procuravam, era breve, tanto quanto possível, para ter mais tempo de conversar com Deus. 

Comemoração de Santo Auxêncio 
Santo Auxêncio passou a maior parte de sua longa vida como ermitão em Bithynia. Em sua juventude foi um dos guardas de Teodósio, o Jovem. Seus deveres militares, que cumpria com fidelidade, não o impedia de cumprir com suas obrigações religiosas. Todo o seu tempo livre passava na solidão e em oração. Visitava com freqüência os santos monges ermitãos que moravam próximos e lhes pedia pousada a fim de poder, com eles passar uma noite, fazendo exercícios penitenciais e cantando louvores a Deus. Tempo depois, levado por um forte desejo de perfeição e temor da vanglória, adotou a vida eremítica. Fundou seu eremitério na montanha de Oxia, distante 12 quilômetros de Constantinopla. Nesse lugar foi muito procurado e tinha forte influência por sua fama de santidade. 
No Quarto Concilio Ecumênico realizado em Calcedônia, Concílio este que condenou a heresia de Eutíquio, Auxêncio foi chamado pelo imperador Marciano para depor, justificando de acusações que sobre ele caíram. Novamente em liberdade, não retornou a Oxia, indo para uma cela mais próxima de Calcedônia, em Skopas. Ali permaneceu, entregando-se a uma vida mais austera, instruindo os seus seguidores até sua morte que aconteceu, provavelmente, em 14 de fevereiro de 473. O historiador Sozemeno escreveu sobre sua vida, sua fé e sua intimidade com fervorosos ascetas. 

Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

HORA SEXTA

Judas 1:11-25


11 Ai deles! porque foram pelo caminho de Caim, e por amor do lucro se atiraram ao erro de Balaão, e pereceram na rebelião de Coré. 12 Estes são os escolhidos em vossos ágapes, quando se banqueteiam convosco, pastores que se apascentam a si mesmos sem temor; são nuvens sem água, levadas pelos ventos; são árvores sem folhas nem fruto, duas vezes mortas, desarraigadas; 13 ondas furiosas do mar, espumando as suas próprias torpezas, estrelas errantes, para as quais tem sido reservado para sempre o negrume das trevas. 14 Para estes também profetizou Enoque, o sétimo depois de Adão, dizendo: Eis que veio o Senhor com os seus milhares de santos, 15 para executar juízo sobre todos e convencer a todos os ímpios de todas as obras de impiedade, que impiamente cometeram, e de todas as duras palavras que ímpios pecadores contra ele proferiram. 16 Estes são murmuradores, queixosos, andando segundo as suas concupiscências; e a sua boca diz coisas muito arrogantes, adulando pessoas por causa do interesse. 17 Mas vós, amados, lembrai-vos das palavras que foram preditas pelos apóstolos de nosso Senhor Jesus Cristo; 18 os quais vos diziam: Nos últimos tempos haverá escarnecedores, andando segundo as suas ímpias concupiscências. 19 Estes são os que causam divisões; são sensuais, e não têm o Espírito. 20 Mas vós, amados, edificando-vos sobre a vossa santíssima fé, orando no Espírito Santo, 21 conservai-vos no amor de Deus, esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo para a vida eterna. 22 E apiedai-vos de alguns que estão na dúvida, 23 e salvai-os, arrebatando-os do fogo; e de outros tende misericórdia com temor, abominação até a túnica manchada pela carne. 24 Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos ante a sua glória imaculados e jubilosos, 25 ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, e agora, e para todo o sempre. Amém. 


Lucas 23:2-34, 44-56

2 E começaram a acusá-lo, dizendo: Achamos este homem pervertendo a nossa nação, proibindo dar o tributo a César, e dizendo ser ele mesmo Cristo, rei. 3 Pilatos, pois, perguntou-lhe: És tu o rei dos judeus? Respondeu-lhe Jesus: É como dizes. 4 Então disse Pilatos aos principais sacerdotes, e às multidões: Não acho culpa alguma neste homem. 5 Eles, porém, insistiam ainda mais, dizendo: Alvoroça o povo ensinando por toda a Judéia, começando desde a Galileia até aqui. 6 Então Pilatos, ouvindo isso, perguntou se o homem era galileu; 7 e, quando soube que era da jurisdição de Herodes, remeteu-o a Herodes, que também naqueles dias estava em Jerusalém. 8 Ora, quando Herodes viu a Jesus, alegrou-se muito; pois de longo tempo desejava vê-lo, por ter ouvido falar a seu respeito; e esperava ver algum sinal feito por ele; 9 e fazia-lhe muitas perguntas; mas ele nada lhe respondeu. 10 Estavam ali os principais sacerdotes, e os escribas, acusando-o com grande veemência. 11 Herodes, porém, com os seus soldados, desprezou-o e, escarnecendo dele, vestiu-o com uma roupa resplandecente e tornou a enviá-lo a Pilatos. 12 Nesse mesmo dia Pilatos e Herodes tornaram-se amigos; pois antes andavam em inimizade um com o outro. 13 Então Pilatos convocou os principais sacerdotes, as autoridades e o povo, 14 e disse-lhes: Apresentastes-me este homem como pervertedor do povo; e eis que, interrogando-o diante de vós, não achei nele nenhuma culpa, das de que o acusais; 15 nem tampouco Herodes, pois no-lo tornou a enviar; e eis que não tem feito ele coisa alguma digna de morte. 16 Castigá-lo-ei, pois, e o soltarei. 17 [E era-lhe necessário soltar-lhes um pela festa.] 18 Mas todos clamaram à uma, dizendo: Fora com este, e solta-nos Barrabás! 19 Ora, Barrabás fora lançado na prisão por causa de uma sedição feita na cidade, e de um homicídio. 20 Mais uma vez, pois, falou-lhes Pilatos, querendo soltar a Jesus. 21 Eles, porém, bradavam, dizendo: Crucifica-o! crucifica-o! 22 Falou-lhes, então, pela terceira vez: Pois, que mal fez ele? Não achei nele nenhuma culpa digna de morte. Castigá-lo-ei, pois, e o soltarei. 23 Mas eles instavam com grandes brados, pedindo que fosse crucificado. E prevaleceram os seus clamores. 24 Então Pilatos resolveu atender-lhes o pedido; 25 e soltou-lhes o que fora lançado na prisão por causa de sedição e de homicídio, que era o que eles pediam; mas entregou Jesus à vontade deles. 26 Quando o levaram dali tomaram um certo Simão, cireneu, que vinha do campo, e puseram-lhe a cruz às costas, para que a levasse após Jesus. 27 Seguia-o grande multidão de povo e de mulheres, as quais o pranteavam e lamentavam. 28 Jesus, porém, voltando-se para elas, disse: Filhas de Jerusalém, não choreis por mim; chorai antes por vós mesmas, e por vossos filhos. 29 Porque dias hão de vir em que se dirá: Bem-aventuradas as estéreis, e os ventres que não geraram, e os peitos que não amamentaram! 30 Então começarão a dizer aos montes: Caí sobre nós; e aos outeiros: Cobri-nos. 31 Porque, se isto se faz no lenho verde, que se fará no seco? 32 E levavam também com ele outros dois, que eram malfeitores, para serem mortos. 33 Quando chegaram ao lugar chamado Caveira, ali o crucificaram, a ele e também aos malfeitores, um à direita e outro à esquerda. 34 Jesus, porém, dizia: Pai, perdoa-lhes; porque não sabem o que fazem. Então repartiram as vestes dele, deitando sortes sobre elas... 44 Era já quase a hora sexta, e houve trevas em toda a terra até a hora nona, pois o sol se escurecera; 45 e rasgou-se ao meio o véu do santuário. 46 Jesus, clamando com grande voz, disse: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. E, havendo dito isso, expirou. 47 Quando o centurião viu o que acontecera, deu glória a Deus, dizendo: Na verdade, este homem era justo. 48 E todas as multidões que presenciaram este espetáculo, vendo o que havia acontecido, voltaram batendo no peito. 49 Entretanto, todos os conhecidos de Jesus, e as mulheres que o haviam seguido desde a Galileia, estavam de longe vendo estas coisas. 50 Então um homem chamado José, natural de Arimatéia, cidade dos judeus, membro do sinédrio, homem bom e justo, 51 o qual não tinha consentido no conselho e nos atos dos outros, e que esperava o reino de Deus, 52 chegando a Pilatos, pediu-lhe o corpo de Jesus; 53 e tirando-o da cruz, envolveu-o num pano de linho, e pô-lo num sepulcro escavado em rocha, onde ninguém ainda havia sido posto. 54 Era o dia da preparação, e ia começar o sábado. 55 E as mulheres que tinham vindo com ele da Galileia, seguindo a José, viram o sepulcro, e como o corpo foi ali depositado. 56 Então voltaram e prepararam especiarias e unguentos. E no sábado repousaram, conforme o mandamento.

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COMENTÁRIO

Ai, proclama o Santo Apóstolo Judas, daqueles que se conduzem corrompendo a sociedade, que sem constrangimento vivem a se engordar em festas, lambuzando-se em suas próprias torpezas, andando segundo as suas próprias concupiscências, falando palavras arrogantes e apartando-se da unidade da fé.

Ai! Pois eis que o Senhor virá com milhares de Seus santos anjos, para executar juízo sobre sobre todos e expor a todos os ímpio com suas malícias e impiedades cometidas (Judas 1: 11-19). 


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quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

3ª Quarta-feira do Triódion

26 de Fevereiro de 2020 (CC) - 13 de Fevereiro (CE)
São Martiniano de Cesaréia, monge; Santas Zoê e Fotini († fim do séc. IV)
Tom 3


Ainda muito jovem, São Martiniano estabeleceu-se no deserto, próximo a Cesaréia, na Palestina. Seu jovem corpo era atormentado pelas paixões carnais e sua alma turbava-se ante as tentações diabólicas que eram vencidas através dos freqüentes jejuns, orações e trabalhos. Assim viveu durante 25 anos. Graças a sua continência, uma prostituta chamada Zoê, que veio especialmente para tentá-lo, se converteu à santidade.  
Certa vez ele pisou com os pés descalços sobre brasas ardentes e, com muito esforço e suportando a dor, gritou: «e como será então o fogo do inferno?» Surpreendida pela força espiritual e pelos sofrimentos do eremita, Zoê se arrependeu e pediu que orasse por ela. Martiniano orientou então que ela fosse ao Monastério de Santa Paula, em Belém. Lá, Zoê viveu durante 12 anos até seu falecimento, esforçando-se espiritualmente para expiar seus pecados. Até o último dia de sua vida, Zoê não bebia vinho e se alimentava de pão e água, dormindo no chão.  
São Martiniano passou durante muitos anos em uma ilha desabitada; não tinha sequer um teto. Recebia alimentação do dono de um barco para o qual confeccionava cestos. Nesta mesma ilha onde São Martiniano vivia, uma jovem, de nome Fotini, havia se refugiado após o naufrágio de seu barco, levada pelas ondas. Após recebê-la na ilha e evitar as tentações, São Martiniano foi para o mar e, por graça de Deus, alcançou o Sul da Grécia por onde peregrinou durante dois meses até chegar a Atenas onde faleceu em paz no ano 122. Santa Fotini ficou na ilha onde viveu durante mais seis anos até seu falecimento. 

Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

HORA SEXTA

Joel 2:12-26

12 Todavia ainda agora diz o Senhor: Convertei-vos a mim de todo o vosso coração; e isso com jejuns, e com choro, e com pranto. 13 E rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes; e convertei-vos ao Senhor vosso Deus; porque ele é misericordioso e compassivo, tardio em irar-se e grande em benignidade, e se arrepende do mal. 14 Quem sabe se não se voltará e se arrependerá, e deixará após si uma bênção, em oferta de cereais e libação para o Senhor vosso Deus? 15 Tocai a trombeta em Sião, santificai um jejum, convocai uma assembleia solene; 16 congregai o povo, santificai a congregação, ajuntai os anciãos, congregai os meninos, e as crianças de peito; saia o noivo da sua recamara, e a noiva do seu tálamo. 17 Chorem os sacerdotes, ministros do Senhor, entre o alpendre e o altar, e digam: Poupa a teu povo, ó Senhor, e não entregues a tua herança ao opróbrio, para que as nações façam escárnio dele. Por que diriam entre os povos: Onde está o seu Deus? 18 Então o Senhor teve zelo da sua terra, e se compadeceu do seu povo. 19 E o Senhor, respondendo, disse ao seu povo: Eis que vos envio o trigo, o vinho e o azeite, e deles sereis fartos; e vos não entregarei mais ao opróbrio entre as nações; 20 e removerei para longe de vós o exército do Norte, e o lançarei para uma terra seca e deserta, a sua frente para o mar oriental, e a sua retaguarda para o mar ocidental; subirá o seu mau cheiro, e subirá o seu fedor, porque ele tem feito grandes coisas. 21 Não temas, ó terra; regozija-te e alegra-te, porque o Senhor tem feito grandes coisas. 22 Não temais, animais do campo; porque os pastos do deserto já reverdecem, porque a árvore dá o seu fruto, e a vide e a figueira dão a sua força. 23 Alegrai-vos, pois, filhos de Sião, e regozijai-vos no Senhor vosso Deus; porque ele vos dá em justa medida a chuva temporã, e faz descer abundante chuva, a temporã e a serôdia, como dantes. 24 E as eiras se encherão de trigo, e os lagares trasbordarão de mosto e de azeite. 25 Assim vos restituirei os anos que foram consumidos pela locusta voadora, a devoradora, a destruidora e a cortadora, o meu grande exército que enviei contra vós. 26 Comereis abundantemente e vos fartareis, e louvareis o nome do Senhor vosso Deus, que procedeu para convosco maravilhosamente; e o meu povo nunca será envergonhado. 

VÉSPERAS

Joel 3:12-21

12 Suscitem-se as nações, e subam ao vale de Jeosafá; pois ali me assentarei, para julgar todas as nações em redor. 13 Lançai a foice, porque já está madura a seara; vinde, descei, porque o lagar está cheio, os vasos dos lagares trasbordam, porquanto a sua malícia é grande. 14 Multidões, multidões no vale da decisão! porque o dia do Senhor está perto, no vale da decisão. 15 O sol e a lua escurecem, e as estrelas retiram o seu resplendor. 16 E o Senhor brama de Sião, e de Jerusalém faz ouvir a sua voz; os céus e a terra tremem, mas o Senhor é o refúgio do seu povo, e a fortaleza dos filhos de Israel. 17 Assim vós sabereis que eu sou o Senhor vosso Deus, que habito em Sião, o meu santo monte; Jerusalém será santa, e estranhos não mais passarão por ela. 18 E naquele dia os montes destilarão mosto, e os outeiros manarão leite, e todos os ribeiros de Judá estarão cheios de águas; e sairá uma fonte da casa do Senhor, e regará o vale de Sitim. 19 O Egito se tornará uma desolação, e Edom se fará um deserto assolado, por causa da violência que fizeram aos filhos de Judá, em cuja terra derramaram sangue inocente. 20 Mas Judá será habitada para sempre, e Jerusalém de geração em geração. 21 E purificarei o sangue que eu não tinha purificado; porque o Senhor habita em Sião. 

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MEDITAÇÃO


Santo Atanásio, Bispo de Alexandria (séc. IV)

“Suas Cicatrizes Nos Curaram”

Nos conta São João que Jesus tinha dito: Destruí este templo e em três dias o erguerei. Mas ele – observa o evangelista – falava do templo do seu corpo. E se é verdade que o Pai fez tudo por sua Palavra, por seu Filho, não é menos evidente que a ressurreição de sua carne a consumou por seu próprio Filho. Portanto, por meio dele o ressuscita e por meio dele lhe dá a vida. Enquanto homem é ressuscitado segundo a carne, e enquanto homem recebe a vida, quem agiu como um homem qualquer.

Mas ele é ainda quem, em sua qualidade de Deus, levanta o seu próprio templo e comunica a vida a sua própria carne. Enquanto por um lado nos diz: Por eles me consagro para que também eles se consagrem na verdade. E quando diz: Deus meu, Deus meu, por que me abandonastes?, fala como nosso representante, já que assumiu a condição de escravo, fazendo-se semelhante aos homens. E assim, encontrado com aspecto humano, se humilhou fazendo-se obediente até a morte, e morte de cruz. E como disse Isaías: Ele suportou nossos sofrimentos e padeceu nossas dores.

Sendo assim, não foi vexado de dores por sua causa, mas pela nossa; nem foi abandonado por Deus, mas nós; e por nós, os abandonados, ele veio ao mundo. E quando diz: Por isso, Deus o exaltou acima de tudo e lhe deu o nome que está acima de todo nome, fala do templo de seu corpo.

Realmente, não é o Altíssimo quem é exaltado, mas a carne do Altíssimo; e é para a carne do altíssimo que se concedeu o “nome que está acima de todo nome”. E quando disse: o Espírito ainda não tinha sido dado, porque Jesus não havia sido glorificado, fala da carne de Cristo que ainda não estava glorificada. Pois não é o Senhor da glória que é glorificado, mas a carne do Senhor da glória; esta recebeu a glória junto com ele quando subiu ao céu. Por isso, o espírito de adoção ainda não fora dado aos homens, porque as primícias que o Verbo tinha assumido da natureza humana ainda não haviam subido ao céu.

Portanto, quando a Escritura utiliza expressões tais como: “o Filho recebeu”, ou “o Filho foi glorificado”, referem-se a sua humanidade, não a sua divindade. Assim, enquanto alguns textos dizem: Aquele que não poupou ao seu próprio Filho, mas que o entregou à morte por nós, outros afirmam: Como Cristo amou a sua Igreja e se entregou por ela.

Deus, que é imortal, não veio para salvar-se a si mesmo, mas para libertar-nos, a nós que estávamos mortos; nem padeceu por si mesmo, mas por nós, e de tal forma ele assumiu nossa miséria e nossa pobreza, que foi com a finalidade de enriquecer-nos com a sua riqueza. Pois sua paixão é nossa alegria; sua sepultura, nossa ressurreição; e seu batismo, nossa santificação. De fato, ele afirma: Por eles me consagro, para que também eles se consagrem na verdade. E seus sofrimentos são nossa salvação, porque suas chagas nos curaram. O castigo suportado por ele é a nossa paz, já que nosso salutar castigo recaiu sobre ele, isto é, foi castigado para merecermos a paz.

E quando na cruz exclama: Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito, encomenda ao Pai, nele mesmo, a todos os homens que nele são vivificados. Somos realmente seus membros, e ainda que sejam muitos os membros, formamos um só corpo, que é a Igreja. É o que diz São Paulo escrevendo aos gálatas: Porque todos vós sois um só em Cristo Jesus. Desta forma, nele, nos encomenda a todos.

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terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

3ª Terça-feira do Triodion

25 de Fevereiro de 2020 (CC) - 12 de Fevereiro (CE)
Ícone Iveron (Moscou) da Santíssima Theotókos (9º c.).
São Melécio, Arcebispo de Antioquia († 381)
Tom 3

Durante o reinado do imperador Theophilus (829-842), o Império Bizantino foi tomado pela heresia da iconoclasma. De acordo com a ordem do Imperador, milhares de soldados pilharam o Império, procurando em todos os cantos, cidades e aldeias ícones ocultos. 
Perto da cidade de Nicéia, vivia certa viúva piedosa que havia escondido um ícone da Santíssima Theotókos. Logo os soldados o descobriram, e um deles enfiou a lança na imagem. Mas pela graça de Deus, seu terrível ato foi ofuscado por um milagre: Sangue fluiu da ferida no rosto da Mãe de Deus. Os soldados assustados fugiram rapidamente. 
A viúva passou a noite inteira em vigília, rezando diante do ícone da Santíssima Theotókos. De manhã, de acordo com a vontade de Deus, ela levou o ícone para o mar e o lançou sobre a água. O ícone sagrado ficou em pé sobre as ondas e começou a navegar para o oeste. O tempo passou, e uma noite os monges do monastério de Iveron, no Monte Athos, contemplaram um pilar de luz, brilhando sobre o mar como o sol. A imagem milagrosa durou vários dias, enquanto os pais da Montanha Sagrada se reuniram, maravilhados. Finalmente eles desceram para a beira do mar, onde viram a coluna de luz acima do ícone da Theotókos. Mas quando eles se aproximaram, o ícone se moveu mais para o mar. 
Naquela época, um monge georgiano chamado Gabriel, trabalhava no mosteiro de Iveron. A Theotókos apareceu aos pais da Montanha Sagrada e disse-lhes que só Gabriel era digno de recuperar o Ícone sagrado do mar. Ao mesmo tempo, ela apareceu para Gabriel e disse-lhe: 
"Entre no mar, e ande sobre as ondas com fé, e todos testemunharão o meu amor e misericórdia pelo seu mosteiro." 
Os monges do Monte Athos encontraram Gabriel no mosteiro georgiano e o levou até o mar, cantando hinos e incensando com incenso sagrado. Gabriel andou sobre a água como se em terra seca, pegou o Ícone em seus braços e obedientemente o levou de volta à terra. 
Este milagre ocorreu na terça-feira brilhante.
Enquanto os monges celebravam uma Paraklesis de ação de graças, uma primavera fria e doce jorrava milagrosamente do chão onde o ícone estava. Depois, levaram o ícone para uma igreja e o colocaram no santuário com grande reverência. Mas na manhã seguinte, um dos monges ao vir acender uma lâmpada, descobriu que o ícone não estava mais onde o haviam deixado; agora estava pendurado em uma parede perto do portão de entrada. Os monges, incrédulos, a levaram para o santuário, mas, no dia seguinte o ícone foi novamente encontrado no portão do mosteiro. Este milagre se repetiu várias vezes, até que a Santíssima Virgem apareceu a Gabriel, dizendo: 
“Anuncie aos irmãos que a partir de hoje eles não devem me levar embora. Pois o que desejo não é ser protegida por vocês; em vez disso, vou resplandecer para vós, tanto nesta vida como na era vindoura. Enquanto virdes meu ícone no mosteiro, a graça e a misericórdia do meu Filho nunca faltarão!”
Cheios de alegria, os monges ergueram uma pequena igreja perto do portão do mosteiro para glorificar a Santíssima Theotókos e depuseram o ícone de maravilha dentro dele. O Ícone sagrado passou a ser conhecido como a “Mãe  de Deus Iveron e, em grego, "Portaitissa". Pela graça do milagroso ícone Iveron da Theotókos, muitos milagres ocorreram e continuam acontecendo em todo o mundo. 
Comemoração de São Melécio 
São Melécio nasceu em Melitene, no ano 310, aproximadamente. Pertencia a uma das mais distintas famílias da Armênia Menor. Distinguia-se por sua inteligência e piedade. No ano 357, foi ordenado Bispo de Sebaste. Na cidade, encontrou violenta oposição ao cristianismo e decidiu retirar-se para o deserto e, mais tarde, para Beroa na Síria. Após o desterro de Eustásio em 331, a Igreja de Antioquia estava sob o domínio dos arianos, já que vários bispos fomentavam essa heresia. Eudóxio, ainda ariano, foi expulso  por um grupo que professava a mesma heresia, em uma revolta contra as autoridades. Pouco depois, usurpou o trono de Constantinopla. Os arianos, diante deste fato, junto com alguns cristãos ortodoxos, concordaram em eleger Melécio à sede de Antioquia, no ano 361. O imperador confirmou a eleição, ainda que outros ortodoxos se negassem a reconhecê-lo, dizendo que era uma escolha ilegal uma vez que alguns arianos haviam participado da eleição. Os arianos esperavam que Melécio se declarasse em favor da heresia, o que não se confirmou. Certa vez o imperador Constâncio, vindo de Antioquia, pediu a vários prelados que explicassem um texto do Livro dos Provérbios. Jorge de Laodicéia explicou o texto no sentido ariano; Acácio de Cesaréia explicou num sentido herético e Melécio deu uma explicação no sentido ortodoxo. A explicação de Melécio enfureceu os arianos e,  por causa disso Eudóxio, em Constantinopla, influenciou o imperador para que desterrasse Melécio para a Armênia Menor.  
Substituindo a sé vacante, os arianos elegeram Euzoius que anteriormente havia sido expulso da Igreja por Santo Alexandro, arcebispo de Alexandria. Este fato marcou o Cisma de Antioquia, ainda que o verdadeiro inicio do cisma tenha acontecido com o desterro de Eustásio, trinta anos antes. Em 381, reuniu-se em Constantinopla o Segundo Concilio Ecumênico, presidido por São Melécio. Durante a realização do Concilio, o bispo faleceu após suportar com paciência muitos sofrimentos. A notícia de sua morte foi recebida com grande dor pelos padres conciliares e pelo imperador Teodósio que lhe havia dado boas vindas à cidade, com demonstração de grande afeto: «te recebo como um filho que recebe o pai depois de muito tempo ausente». Sendo sempre muito humilde, Melécio conquistou a todos que o conheciam. São João Crisóstomo afirmava que seu nome era tão venerado que muitos habitantes de Antioquia escolhiam aquele nome para os filhos; gravavam suas imagens em selos e em vasilhas e esculpiam em suas casas. Todos os Padres do Concilio e os fiéis da cidade assistiram ao seu funeral em Constantinopla. Um dos prelados mais eminentes, São Gregório de Nissa, pronunciou a oração fúnebre que fazia referência ao doce e tranqüilo olhar, ao radiante sorriso e às bondosas mãos que acompanhavam sua aprazível voz. Terminou a oração dizendo: «Agora que vês a Deus face a face, roga a Ele por nós e pelo seu povo». Cinco anos depois, São João Crisóstomo, a quem São Melécio tinha ordenado diácono, compilou e pronunciou um panegírico no dia 12 de fevereiro, dia de sua morte e de sua trasladação para Antioquia. 


Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

Judas 1:1-10

1 Judas, servo de Jesus Cristo, e irmão de Tiago, aos chamados, amados em Deus Pai, e guardados em Jesus Cristo: 2 Misericórdia, paz e amor vos sejam multiplicados. 3 Amados, enquanto eu empregava toda a diligência para escrever-vos acerca da salvação que nos é comum, senti a necessidade de vos escrever, exortando-vos a pelejar pela fé que de uma vez para sempre foi entregue aos santos. 4 Porque se introduziram furtivamente certos homens, que já desde há muito estavam destinados para este juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de nosso Deus, e negam o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo. 5 Ora, quero lembrar-vos, se bem que já de uma vez para sempre soubestes tudo isto, que, havendo o Senhor salvo um povo, tirando-o da terra do Egito, destruiu depois os que não creram; 6 aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, ele os tem reservado em prisões eternas na escuridão para o juízo do grande dia, 7 assim como Sodoma e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se prostituído como aqueles anjos, e ido após outra carne, foram postas como exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno. 8 Contudo, semelhantemente também estes falsos mestres, sonhando, contaminam a sua carne, rejeitam toda autoridade e blasfemam das dignidades. 9 Mas quando o arcanjo Miguel, discutindo com o Diabo, disputava a respeito do corpo de Moisés, não ousou pronunciar contra ele juízo de maldição, mas disse: O Senhor te repreenda 10 Estes, porém, blasfemam de tudo o que não entendem; e, naquilo que compreendem de modo natural, como os seres irracionais, mesmo nisso se corrompem. 

Lucas 22:39-42, 45-23:1

39 Então saiu e, segundo o seu costume, foi para o Monte das Oliveiras; e os discípulos o seguiam. 40 Quando chegou àquele lugar, disse-lhes: "Orai, para que não entreis em tentação." 41 E apartou-se deles cerca de um tiro de pedra; e pondo-se de joelhos, orava, 42 dizendo: "Pai, se queres afasta de mim este cálice; todavia não se faça a minha vontade, mas a tua." 45 Depois, levantando-se da oração, veio para os seus discípulos, e achou-os dormindo de tristeza; 46 e disse-lhes: "Por que estais dormindo? Lenvantai-vos, e orai, para que não entreis em tentação." 47 E estando ele ainda a falar, eis que surgiu uma multidão; e aquele que se chamava Judas, um dos doze, ia adiante dela, e chegou-se a Jesus para o beijar. 48 Jesus, porém, lhe disse: "Judas, com um beijo trais o Filho do homem?" 49 Quando os que estavam com ele viram o que ia suceder, disseram: "Senhor, feri-los-emos a espada?" 50 Então um deles feriu o servo do sumo sacerdote, e cortou-lhe a orelha direita. 51 Mas Jesus disse: "Deixei-os; basta." E tocando-lhe a orelha, o curou. 52 Então disse Jesus aos principais sacerdotes, oficiais do templo e anciãos, que tinham ido contra ele: "Saístes, como a um salteador, com espadas e varapaus? 53 Todos os dias estava eu convosco no templo, e não estendestes as mãos contra mim; mas esta é a vossa hora e o poder das trevas."54 Então, prendendo-o, o levaram e o introduziram na casa do sumo sacerdote; e Pedro seguia-o de longe. 55 E tendo eles acendido fogo no meio do pátio e havendo-se sentado à roda, sentou-se Pedro entre eles. 56 Uma criada, vendo-o sentado ao lume, fixou os olhos nele e disse: "Esse também estava com ele." 57 Mas Pedro o negou, dizendo: "Mulher, não o conheço." 58 Daí a pouco, outro o viu, e disse: "Tu também és um deles."Mas Pedro disse: "Homem, não sou." 59 E, tendo passado quase uma hora, outro afirmava, dizendo: "Certamente este também estava com ele, pois é galileu." 60 Mas Pedro respondeu: "Homem, não sei o que dizes." E imediatamente estando ele ainda a falar, cantou o galo. 61 Virando-se o Senhor, olhou para Pedro; e Pedro lembrou-se da palavra do Senhor, como lhe havia dito: "Hoje, antes que o galo cante, três vezes me negarás." 62 E, havendo saído, chorou amargamente. 63 Os homens que detinham Jesus zombavam dele, e feriam-no; 64 e, vendando-lhe os olhos, perguntavam, dizendo: "Profetiza, quem foi que te bateu?" 65 E, blasfemando, diziam muitas outras coisas contra ele. 66 Logo que amanheceu reuniu-se a assembléia dos anciãos do povo, tanto os principais sacerdotes como os escribas, e o conduziam ao sinédrio deles, onde lhe disseram: 67 "Se tu és o Cristo, dize-no-lo." Replicou-lhes ele: "Se eu vo-lo disser, não o crereis; 68 e se eu vos interrogar, de modo algum me respondereis. 69 Mas desde agora estará assentado o Filho do homem à mão direita do poder de Deus." 70 Ao que perguntaram todos: "Logo, tu és o Filho de Deus?" Respondeu-lhes: "Vós dizeis que eu sou." 71 Então disseram: "Por que ainda temos necessidade de testemunho? pois nós mesmos o ouvimos da sua própria boca." 1 E levantando-se toda a multidão deles, conduziram Jesus a Pilatos. 

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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

3ª Segunda-feira do Triódion

24 de Fevereiro de 2020 (CC) - 11 de Fevereiro (CE)
São Brás, Hieromártir, Bispo de Sebaste na Armênia († c. 316); 
Santa Imperatriz Teodora da Grécia e a restauração da Veneração dos Santos Ícones; 
São Dimitri, o milagroso de Prilutsk; Príncipe Vsevolod de Pskov; Santa Higúmena Gobnet; Encontro das santas relíquias do Profeta Zacarías, Pai do Precursor; São George, o Sérvio.
Tom 3


 
São Brás (ou Blásios), bispo e mártir, nasceu em Sebaste, na Armênia, e ficou muitíssimo conhecido em todo o mundo cristão pelos milagres que operou para a glória e honra de Deus. A pureza de seus costumes, sua natural doçura, sua humildade, prudência e, sobretudo, sua grande misericórdia lhe fizeram dele um homem muito estimado de todos.

Os primeiros anos de sua vida foram dedicados, com grande proveito, ao estudo da filosofia. Seu conhecimento acerca da natureza humana o inclinaram para à medicina, a qual exerceu com perfeição. Os estudos da medicina fizeram dele um conhecedor das doenças e da fragilidade da vida, o que o levou a uma profunda reflexão  sobre a razão, mérito e solidez dos bens eternos. Tomado pela lucidez, decidiu prevenir-se de um eventual remorso pelo qual passa a maioria das pessoas no momento da morte, e optou por viver uma vida de santidade, exercitando nas virtudes cristãs. Pensava retirar-se ao deserto, mas quando faleceu o Bispo de Sebaste, o elegeram como seu sucessor, sob o aplauso de toda a cidade. A nova função serviu para ressaltar suas virtudes e obrigá-lo a viver uma vida ainda mais santa. Quanto mais se ocupava da salvação das almas de seu rebanho, mais aumentava seu desprendimento em relação a sua própria vida. Ocupou-se então de instruir seus fiéis, valendo-se mais de exemplos do que de palavras. Tão grande era seu desejo de viver recluso e de aperfeiçoar-se que sentiu a necessidade de retirar-se e passou a viver em uma gruta, situada no alto do Monte Argeu, um pouco distante da cidade. Depois de alguns dias, Deus Se manifestou através da santidade de seu fiel servo operando vários milagres por seu intermédio. Não somente pessoas de todos os lugares vinham a ele buscando a cura do corpo e da alma, como também os animais selvagens se aproximavam dele para receberem do santo bispo as suas bênçãos de cura de suas enfermidades.

Encontravam-no sempre em oração e esperavam pacientemente à porta da gruta, sem interrompê-lo, e só saiam de lá depois que recebessem de São Brás a sua bênção. No ano 315, chegou a Sebaste o Governador da Capadócia e da Armênia Menor, Agricolao, enviado pelo Imperador Licínio. Veio com ordem de executar todos os cristãos da região. Decidido a cumprir tal mandato, ao entrar na cidade ordenou que fossem jogados às feras todos os cristãos que estavam nas prisões. Para tanto, enviou soldados aos bosques à caça de leões e tigres. Os enviados do Governador entraram pelo monte Argeu e se depararam com a gruta habitada por São Brás. A entrada da gruta estava rodeada por animais selvagens e, entre as feras, São Brás orava sobre eles. Os soldados, vendo aquilo, ficaram impressionados e foram logo contar ao Governador. Surpreso com a notícia, o Governador ordenou que retornassem ao lugar e que o tal bispo fosse trazido à sua presença. Mal os soldados chegaram ao local, São Brás docemente lhes disse: 
«Vamos, meus filhos, derramar nosso sangue por meu Senhor Jesus Cristo. Há muito tempo que desejo o martírio, e esta noite o Senhor me deu a entender que se dignou aceitar meu sacrifício». 
Logo que se soube que São Brás estava sendo levado da cidade de Sebaste, a multidão tomou as ruas desejando receber dele suas bênçãos e o alivio dos males. Uma pobre mulher, desesperada e aflita, passou como pode em meio à multidão e, cheia de confiança, ajoelhou-se aos pés de São Brás apresentando-lhe seu filho que estava sofrendo com uma espinha que lhe havia atravessado a garganta e o sufocava. Vendo a dor da pobre mãe, o bispo ficou compadecido, elevou seus olhos e ergueu as mãos ao céu, pedindo fervorosamente:

«Senhor meu, Pai de misericórdia e Deus e todo o consolo, digna-te ouvir a humilde prece de teu servo e concede a graça da saúde a este menino, para que o mundo creia que só Tu És o Senhor dos vivos e dos mortos. Tu que És o Soberano e a todos ofereces a Tua misericórdia, Te suplico humildemente, que todos os que vem a mim para alcançar a cura de doenças, pela intercessão deste teu humilde servo, sejam benignamente ouvidos e favoravelmente atendidos». 

Mal tinha terminado a oração, o menino expeliu a espinha de sua garganta e ficou totalmente curado. Por este fato, São Brás é conhecido por todos e é venerado como protetor dos males da garganta e sufocamentos. Quando chegaram, São Brás foi apresentado ao Governador que, sem demora e ali mesmo, determinou que oferecesse sacrifício aos deuses. São Brás exclamou: 
«Ó Deus! Por que dás esse nome aos demônios que só têm poderes para fazer o mal? Não há outro Deus senão o Único e verdadeiro Deus, Todo Poderoso e Eterno, e é este Deus que eu adoro». 
Irritado com estas palavras, Agricolao ordenou que fosse cruelmente açoitado até a morte. São Brás, porém, expressava alegria em seu semblante e sua força espiritual o sustentava. Foi depois levado para a prisão onde operou vários milagres, o que despertou ainda mais a ira do Governador que ordenou que esfolassem seu corpo, parte por parte. Escorria muito sangue por todos os lados e algumas mulheres vieram limpar seus ferimentos. Foram, por isso, presas e forçadas a oferecer sacrifícios aos ídolos, sob pena de suas vidas. Elas pediram então para que trouxessem os ídolos, mas retrocederam e jogaram as oferendas nas águas de uma lagoa. Esta atitude lhes rendeu a coroa do martírio, sendo degoladas juntamente com seus filhos. 
O Governador, sentindo-se vencido e envergonhado, mandou que jogassem São Brás no fundo da lagoa onde as oferendas haviam sido jogadas. Protegendo-se com o sinal da cruz, São Brás começou a caminhar sobre as águas como se estivesse andando em terra firme. Chegou até a metade da lagoa e sentou-se serenamente, mostrando aos pagãos que seus deuses não tinham nenhum poder sobre ele. Alguns corajosos e incrédulos jogaram-se nas águas para tirar a prova do que estava acontecendo, mas se afogaram. Naquele momento, São Brás ouviu uma voz que vinha do fundo das águas e lhe dizia que iria receber em breve a coroa do martírio. Ao sair para terra firme o governador ordenou imediatamente que lhe cortassem a cabeça. Isto aconteceu no dia 11 de fevereiro do ano 316.


Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

3 João 1:1-15

1 O ancião ao amado Gaio, a quem eu amo em verdade. 2 Amado, desejo que te vá bem em todas as coisas, e que tenhas saúde, assim como bem vai à tua alma. 3 Porque muito me alegrei quando os irmãos vieram e testificaram da tua verdade, como tu andas na verdade. 4 Não tenho maior gozo do que este: o de ouvir que os meus filhos andam na verdade. 5 Amado, procedes fielmente em tudo o que fazes para com os irmãos, especialmente para com os estranhos, 6 os quais diante da igreja testificaram do teu amor; aos quais, se os encaminhares na sua viagem de um modo digno de Deus, bem farás; 7 porque por amor do Nome saíram, sem nada aceitar dos gentios.  8 Portanto aos tais devemos acolher, para que sejamos cooperadores da verdade.  9 Escrevi alguma coisa à igreja; mas Diótrefes, que gosta de ter entre eles a primazia, não nos recebe. 10 Pelo que, se eu aí for, trarei à memoria as obras que ele faz, proferindo contra nós palavras maliciosas; e, não contente com isto, ele não somente deixa de receber os irmãos, mas aos que os querem receber ele proíbe de o fazerem e ainda os exclui da igreja. 11 Amado, não imites o mal, mas o bem. Quem faz o bem é de Deus; mas quem faz o mal não tem visto a Deus. 12 De Demétrio, porém, todos, e até a própria verdade, dão testemunho; e nós também damos testemunho; e sabes que o nosso testemunho é verdadeiro. 13 Tinha eu muitas coisas que te escrever, mas não o quero fazer com tinta e pena. 14 Espero, porém, ver-te brevemente, e falaremos face a face. 15 Paz seja contigo. Os amigos te saúdam. Saúda os amigos nominalmente.

Lucas 19:29-40; 22:7-39

29 Ao aproximar-se de Betfagé e de Betânia, junto do monte que se chama das Oliveiras, enviou dois dos discípulos, 30 dizendo-lhes: Ide à aldeia que está defronte, e aí, ao entrar, achareis preso um jumentinho em que ninguém jamais montou; desprendei-o e trazei-o. 31 Se alguém vos perguntar: Por que o desprendeis? respondereis assim: O Senhor precisa dele. 32 Partiram, pois, os que tinham sido enviados, e acharam conforme lhes dissera. 33 Enquanto desprendiam o jumentinho, os seus donos lhes perguntaram: Por que desprendeis o jumentinho? 34 Responderam eles: O Senhor precisa dele. 35 Trouxeram-no, pois, a Jesus e, lançando os seus mantos sobre o jumentinho, fizeram que Jesus montasse. 36 E, enquanto ele ia passando, outros estendiam no caminho os seus mantos. 37 Quando já ia chegando à descida do Monte das Oliveiras, toda a multidão dos discípulos, regozijando-se, começou a louvar a Deus em alta voz, por todos os milagres que tinha visto, 38 dizendo: Bendito o Rei que vem em nome do Senhor; paz no céu, e glória nas alturas. 39 Nisso, disseram-lhe alguns dos fariseus dentre a multidão: Mestre, repreende os teus discípulos. 40 Ao que ele respondeu: Digo-vos que, se estes se calarem, as pedras clamarão... 7 Ora, chegou o dia dos pães ázimos, em que se devia imolar a páscoa; 8 e Jesus enviou a Pedro e a João, dizendo: Ide, preparai-nos a páscoa, para que a comamos. 9 Perguntaram-lhe eles: Onde queres que a preparemos? 10 Respondeu-lhes: Quando entrardes na cidade, sair-vos-á ao encontro um homem, levando um cântaro de água; segui-o até a casa em que ele entrar. 11 E direis ao dono da casa: O Mestre manda perguntar-te: Onde está o aposento em que hei de comer a páscoa com os meus discípulos? 12 Então ele vos mostrará um grande cenáculo mobiliado; aí fazei os preparativos. 13 Foram, pois, e acharam tudo como lhes dissera e prepararam a páscoa. 14 E, chegada a hora, pôs-se Jesus à mesa, e com ele os apóstolos. 15 E disse-lhes: Tenho desejado ardentemente comer convosco esta páscoa, antes da minha paixão; 16 pois vos digo que não a comerei mais até que ela se cumpra no reino de Deus. 17 Então havendo recebido um cálice, e tendo dado graças, disse: Tomai-o, e reparti-o entre vós; 18 porque vos digo que desde agora não mais beberei do fruto da videira, até que venha o reino de Deus. 19 E tomando pão, e havendo dado graças, partiu-o e deu-lho, dizendo: Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim. 20 Semelhantemente, depois da ceia, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo pacto em meu sangue, que é derramado por vós. 21 Mas eis que a mão do que me trai está comigo à mesa. 22 Porque, na verdade, o Filho do homem vai segundo o que está determinado; mas ai daquele homem por quem é traído! 23 Então eles começaram a perguntar entre si qual deles o que ia fazer isso. 24 Levantou-se também entre eles contenda, sobre qual deles parecia ser o maior. 25 Ao que Jesus lhes disse: Os reis dos gentios dominam sobre eles, e os que sobre eles exercem autoridade são chamados benfeitores. 26 Mas vós não sereis assim; antes o maior entre vós seja como o mais novo; e quem governa como quem serve. 27 Pois qual é maior, quem está à mesa, ou quem serve? porventura não é quem está à mesa? Eu, porém, estou entre vós como quem serve. 28 Mas vós sois os que tendes permanecido comigo nas minhas provações; 29 e assim como meu Pai me conferiu domínio, eu vo-lo confiro a vós; 30 para que comais e bebais à minha mesa no meu reino, e vos senteis sobre tronos, julgando as doze tribos de Israel. 31 Simão, Simão, eis que Satanás vos pediu para vos cirandar como trigo; 32 mas eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; e tu, quando te converteres, fortalece teus irmãos. 33 Respondeu-lhe Pedro: Senhor, estou pronto a ir contigo tanto para a prisão como para a morte. 34 Tornou-lhe Jesus: Digo-te, Pedro, que não cantará hoje o galo antes que três vezes tenhas negado que me conheces. 35 E perguntou-lhes: Quando vos mandei sem bolsa, alforje, ou alparcas, faltou-vos porventura alguma coisa? Eles responderam: Nada. 36 Disse-lhes pois: Mas agora, quem tiver bolsa, tome-a, como também o alforje; e quem não tiver espada, venda o seu manto e compre-a. 37 Porquanto vos digo que importa que se cumpra em mim isto que está escrito: E com os malfeitores foi contado. Pois o que me diz respeito tem seu cumprimento. 38 Disseram eles: Senhor, eis aqui duas espadas. Respondeu-lhes: Basta. 39 Então saiu e, segundo o seu costume, foi para o Monte das Oliveiras; e os discípulos o seguiam.

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