domingo, 30 de junho de 2019

2º Domingo Depois de Pentecostes

30 de Junho de 2019 (CC) / 17 de Junho (CE)
Ss. Hipácio, Abade; 
Aetius, o eunuco batizado por S.  Felipe, Diácono (Séc. I)).
Jejum dos Apóstolos (peixe, azeite e vinho permitidos)
Tom 1



No subúrbio de Calcedônia, conhecido como «La Encina», que deu seu nome ao infame pseudo-sínodo que condenou São João Crisóstomo, certo funcionário consular, de nome Rufino, construiu uma igreja dedicada a São Pedro e São Paulo e, junto dela, um monastério. A comunidade monástica que ali viveu e que dava assistência à igreja, teve o seu período de prosperidade, mas a morte do fundador causou a dispersão dos monges ficando, tanto o monastério como a igreja, abandonados e, logo conhecidos popularmente como abrigo de fantasmas e almas penadas. Como ninguém se atrevesse a entrar lá, os edifícios permaneceram abandonados por muitos anos, até que um santo asceta chamado Hipácio e seus dois companheiros, Timóteo e Mosquion, decidissem ocupá-los, depois de uma viagem a Bithynia que fizeram em busca de um lugar onde pudessem viver retirados. Habitando aquelas ruínas, em pouco tempo começou a chegar os discípulos, reunindo muito rapidamente uma grande comunidade que empreendeu a recuperação da igreja e do monastério. 
Hipácio governou o monastério por muitos anos e, depois de sua morte, o local recebeu o seu nome. A vida de Santo Hipácio chegou até nossos dias sob a forma de uma biografia escrita por Callinicos. Segundo o biógrafo, São Hipácio nasceu em Frigia, tendo sido educado por seu pai que pretendia que seu filho seguisse os seus passos. No entanto, Hipácio sempre se mostrou inclinado para a vida religiosa. Com dezoito anos de idade, depois de uma impiedosa surra que recebeu de seu pai, fugiu de casa indo para a Trácia. Lá trabalhou como pastor de ovelhas por um longo tempo. Um sacerdote que o ouviu cantar ficou impressionado com ele e passou a ensiná-lo os Salmos e Cânticos. Aconselhado por aquele sacerdote, ao que parece, Hipácio juntou-se a um solitário ex-soldado chamado Jonas, com quem viveu entregue a oração e a penitência tão rigorosa que, segundo se conta, algumas vezes os dois se abstinham de comer ou beber durante quarenta dias consecutivos.  
Mais tarde, Jonas e Hipácio se transferiram para Constantinopla, onde Jonas passou a viver. Hipácio atravessou mais uma vez o Estreito, em direção a Ásia Menor e, instalado nas ruínas do monastério de Rufino, empreendeu uma missão para fazer reviver a prática da religião. Lá, chegou a dirigir uma grande comunidade de monges, tendo sido um grande defensor da Ortodoxia. Ainda antes que os erros de Nestório fossem condenados pela Igreja o abade ordenou que o nome daquele hierarca fosse apagado dos livros oficiais de sua igreja, sob os protestos do bispo Eulálio de Calcedônia. Quando Santo Alexandre Akimetes e seus monges fugiram de Constantinopla para Bithynia, foi Hipácio quem lhes deu generosa hospitalidade em seu monastério. Santo Hipácio, conhecido como «o estudioso de Cristo», ficou famoso por seus milagres e profecias. Morreu, segundo consta, em meados do V século, com a idade de oitenta anos.`


Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém! 

MATINAS (II)

Marcos 16:1-8

1 Ora, passado o sábado, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, e Salomé, compraram aromas para irem ungi-lo. 2 E, no primeiro dia da semana, foram ao sepulcro muito cedo, ao levantar do sol. 3 E diziam umas às outras: Quem nos revolverá a pedra da porta do sepulcro? 4 Mas, levantando os olhos, notaram que a pedra, que era muito grande, já estava revolvida; 5 e entrando no sepulcro, viram um moço sentado à direita, vestido de alvo manto; e ficaram atemorizadas. 6 Ele, porém, lhes disse: Não vos atemorizeis; buscais a Jesus, o nazareno, que foi crucificado; ele ressurgiu; não está aqui; eis o lugar onde o puseram. 7 Mas ide, dizei a seus discípulos, e a Pedro, que ele vai adiante de vós para a Galileia; ali o vereis, como ele vos disse. 8 E, saindo elas, fugiram do sepulcro, porque estavam possuídas de medo e assombro; e não disseram nada a ninguém, porque temiam.

LITURGIA

Tropárion da Ressurreição
Apesar da pedra do túmulo ter sido selada pelos judeus, / e o Teu puríssimo Corpo guardado pelos soldados, / Tu ressuscitaste ao terceiro dia, ó Salvador nosso, / dando a vida ao mundo. / Por isso, ó Autor da Vida, / os Poderes Celestes Te aclamaram, dizendo: / “Glória à Tua Ressurreição, ó Cristo!/ Glória à Tua Realeza! // Glória à Tua Providência, ó Amigo do homem.

Kondákion da Ressurreição
Como Deus, Tu ressuscitaste gloriosamente do túmulo,/ ressuscitando o mundo Contigo; / a natureza humana Te canta como Deus, / pois a morte foi dissipada. / Adão rejubila, Mestre; / e Eva, doravante liberta das suas cadeias, proclama na alegria: // Ó Cristo, Tu És Aquele que concede a todos os homens a ressurreição!

Theotókion
Ó Admirável Protetora dos Cristãos / e nossa Medianeira ante o Criador, / não desprezes as súplicas de nenhum de nós pecadores. / Mas, apressa-te a auxiliar-nos como Mãe Bondosa que és, / pois, te invocamos com fé. / Roga por nós junto de Deus, / tu que sempre defendes àqueles que te veneram.

Tropárion de São Nicetas, Bispo de Calcedônia Modo 4
As evidências te revelaram ao teu rebanho como exemplo de fé, / modelo de mansidão e mestre de abstinência; / por isto alcançaste as alturas por meio da humildade / alçaste as riquezas pela pobreza. // Ó Hierarca Nicetas, nosso pai, implora a Cristo Deus que nossas almas sejam salvas.

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo...

Kondákion Modo 8
Resplandeceste por tuas obras, / e te tornaste herdeiro do trono dos Apóstolos, ó venerável Nicetas; / pleno dos ensinamentos divinos, ó pai, / tu brilhaste como o sol sobre o rebanho. // Portanto, clamamos a ti: Rejubila-te, ó Adorno de Calcedônia!

Agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

Prokímenon

Seja a Tua misericórdia, Senhor, sobre nós,
como em Ti esperamos. (Sl.32:22)

Regozijai-vos no Senhor, vós, justos,
pois aos retos convém o louvor.

Romanos 2:10-16

10 glória, porém, e honra e paz a todo aquele que pratica o bem, primeiramente ao judeu, e também ao grego; 11 pois para com Deus não há acepção de pessoas. 12 Porque todos os que sem lei pecaram, sem lei também perecerão; e todos os que sob a lei pecaram, pela lei serão julgados. 13 Pois não são justos diante de Deus os que só ouvem a lei; mas serão justificados os que praticam a lei  14 (porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem por natureza as coisas da lei, eles, embora não tendo lei, para si mesmos são lei. 15 pois mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os), 16 no dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Cristo Jesus, segundo o meu evangelho.

Aleluia

Aleluia, aleluia, aleluia!
É Deus Quem me reveste de fortaleza,
E Quem atrai os povos para Mim.

Aleluia, aleluia, aleluia!
Ele fortalece a Davi, Seu ungido,
E à sua descendência para sempre.

Aleluia, aleluia, aleluia!
 
Mateus 4:18-23

18 E Jesus, andando ao longo do mar da Galileia, viu dois irmãos - Simão, chamado Pedro, e seu irmão André, os quais lançavam a rede ao mar, porque eram pescadores. 19 Disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens. 20 Eles, pois, deixando imediatamente as redes, o seguiram. 21 E, passando mais adiante, viu outros dois irmãos - Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João, no barco com seu pai Zebedeu, consertando as redes; e os chamou. 22 Estes, deixando imediatamente o barco e seu pai, seguiram- no. 23 E percorria Jesus toda a Galileia, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino, e curando todas as doenças e enfermidades entre o povo.  

† † †

sábado, 29 de junho de 2019

2º Sábado Depois de Pentecostes

29 de Junho de 2019 (CC) / 16 de Junho (CE)
São Tikón, Bispo de Amato
Jejum dos Apóstolos (peixe, azeite e vinho permitidos)
Tom 8



Tudo o que podemos dizer sobre São Tikón é que, numa época muito antiga, ocupou a sede episcopal de Amato, lugar onde está localizada agora a cidade de Limassol, em Chipre, e que durante séculos desfrutou de grande veneração pelos habitantes da ilha, a quem lhes chamam o “Milagroso”, e é considerado o padroeiro dos vinicultores. Dois são os pontos da sua vida que seus hagiógrafos destacam sempre: o primeiro, que era filho de um padeiro e, ainda menino, costumava distribuir entre os pobres o pão que seu pai mandava vender. Ao tomar conhecimento do fato, o padeiro ficou muito indignado, mas, ao abrir a porta de seu armazém onde mantinha sua farinha de trigo, ele encontrou, por um milagre, muito mais do que havia guardado, de modo a que as suas perdas foram amplamente recompensadas.
 
O segundo ponto diz respeito ao tempo em que Tikón era bispo. Naquela época, possuía uma pequena vinha, mas não tinha as cepas para plantar. Certo dia apanhou um ramo que outro vinicultor havia jogado fora, considerando que já estivesse seco, e plantou em sua terra. Enquanto plantava, voltou-se para Deus pedindo-lhe que concedesse quatro dons: que a seiva voltasse a circular naquele ramo seco; que aquele ramo produzisse abundantes frutos; que as uvas fossem doces; e que amadurecessem rapidamente. E Deus lhe concedeu, tanto que, desde então, a vinha do bispo Tikón produziu muitos cachos de doces uvas e amadureciam muito antes que quaisquer outras vinhas da região. Por isso é que a festa deste santo é comemorada no dia 16 de junho com a bênção das vinhas, mas apenas na região de Limassol, já que, nas outras regiões de Chipre a colheita é feita somente algumas semanas depois.


Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém! 

Romanos 3:19-26

19 Ora, nós sabemos que tudo o que a lei diz, aos que estão debaixo da lei o diz, para que se cale toda boca e todo o mundo fique sujeito ao juízo de Deus; 20 porquanto pelas obras da lei nenhum homem será justificado diante dele; pois o que vem pela lei é o pleno conhecimento do pecado. 21 Mas agora, sem lei, tem-se manifestado a justiça de Deus, que é atestada pela lei e pelos profetas; 22 isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos os que creem; pois não há distinção. 23 Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus; 24 sendo justificados gratuitamente pela sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus, 25 ao qual Deus propôs como propiciação, pela fé, no seu sangue, para demonstração da sua justiça por ter ele na sua paciência, deixado de lado os delitos outrora cometidos; 26 para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e também justificador daquele que tem fé em Jesus.  

Mateus 7:1-8

1 Não julgueis, para que não sejais julgados. 2 Porque com o juízo com que julgais, sereis julgados; e com a medida com que medis vos medirão a vós. 3 E por que vês o argueiro no olho do teu irmão, e não reparas na trave que está no teu olho? 4 Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, quando tens a trave no teu? 5 Hipócrita! tira primeiro a trave do teu olho; e então verás bem para tirar o argueiro do olho do teu irmão. 6 Não deis aos cães o que é santo, nem lanceis aos porcos as vossas pérolas, para não acontecer que as calquem aos pés e, voltando-se, vos despedacem. 7 Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei e abrir-se-vos-á. 8 Pois todo o que pede, recebe; e quem busca, acha; e ao que bate, abrir-se-lhe-á.
† † †

sexta-feira, 28 de junho de 2019

2ª Sexta-feira Depois de Pentecostes

28 de Junho de 2019 (CC) / 15 de Junho (CE)
Santos Profeta Amós;
Jonas, Metropolita de Moscou e de toda Russia; 
Estêvão, Discípulo de São Paulo;
Lázaro Príncipe da Sérvia;
Bem Aventurado Agostinho, Bispo de Hipona
Jejum dos Apóstolos (peixe, azeite e vinho permitidos)
Tom 8



Amós nasceu na vila de Tecua próximo a Belém. Ele era de origem e vida simples. Amós era um pastor de suínos que trabalhava para um homem rico de Jerusalém. Mas Deus que não olha quem é quem pela aparência externa, mas, sim, pela pureza de seu coração, e que tomou tanto Moisés como Davi de suas ovelhas e os designou como líderes do povo; escolheu este Amós como um de Seus profetas. 
Amós reprovou o rei Uzias e seus sacerdotes pagãos por causa da idolatria que eles praticavam e incentivavam, e dissuadiu o povo da adoração aos bezerros de ouro em Betel, ensinando-os a adorar o Único Deus Vivo. Quando o chefe dos sacerdotes pagãos perseguiu Amós, este profetizou que os Assírios iriam conquistar Israel, que eles iriam matar o rei e os filhos de Amazias e que os soldados assírios violentariam a esposa de Amazia perante seus próprios olhos porque ele levara o povo ao adultério com os ídolos. O filho do sacerdote pagão golpeou o profeta na face com sua vara com tanta força que Amós caiu. Quase morto, Amós foi levado para sua vila de Tecua, onde rendeu sua santa alma a Deus. Amós viveu no oitavo século antes de Cristo. Tudo que ele profetizou acerca de Israel, do Rei Amazias e de sua casa, cumpriu-se. 
Santo Estêvão, Discípulo de São Paulo 
As informações acerca de Santo estêvão que temos, são extraídas dos dizeres do Apóstolo Paulo (1 Coríntios 16:15-17): 
"Agora vos rogo, irmãos (sabeis que a família de Estêvão é as primícias da Acaia, e que se tem dedicado ao ministério dos santos), que também vos sujeiteis aos tais, e a todo aquele que auxilia na obra e trabalha. Folgo, porém, com a vinda de Estêvão, de Fortunato e de Acaico; porque estes supriram o que da vossa parte me faltava."
O Venerável Mártir Doulas 
Doulas viveu uma santa vida em um mosteiro no Egito. Um de seus irmãos, cheio de inveja, o acusou de sacrilégio, de roubo de artigos eclesiásticos. Assim, removeram o hábito do inocente Doulas e lhe entregaram ao príncipe para julgamento. O príncipe ordenou que Doulas fosse açoitado e quis cortar suas mãos de acordo com a lei para tal crime, mas, naquele momento, seu irmão se arrependeu e declarou a inocência de Doulas. Após vinte anos de exílio e humilhação, Doulas voltou a seu mosteiro e, no terceiro dia, repousou no Senhor. Seu corpo desapareceu de forma misteriosa.

O Santo Mártir Lazar (Lázaro), Príncipe Sérvio 
Lazar era um dos nobres Sérvios que governaram o Império Sérvio após a morte do Tsar Dushan. E com a morte do Tsar Ursoh, o Patriarca Éfrem coroou Lazar como Rei Sérvio. Lazar mandou uma delegação a Constantinopla com o monge Isaías para implorar ao Patriarca para remover o anátema do povo sérvio.  
Lazar lutou contra as forças turcas em diversas ocasiões. Finalmente, sucumbiu (lutando) no campo de Kosovo Polje (Pássaro Negro) em 15 de Junho de 1389 contra o Imperador Turco Amurat, por quem foi decapitado. Seu corpo foi transladado e enterrado em Ravanica, em sua igreja memorial (Zaduzbina), próxima a Cuprija e mais tarde foi transladado para Ravanica em Srem e de lá, durante a Segunda Guerra Mundial (1942) foi transladado a Belgrado e colocado na Catedral de São Miguel Arcanjo. Em 1989, pela ocasião do aniversário de seiscentos anos de seu martírio, as relíquias de São Lazar foram novamente transladadas para o mosteiro de Ravanica em Cuprija). São Lazar restaurou os mosteiros de Hilendar (Mt. Athos) e Gornjak. Ele construiu Ravanica e Lazarica (em Krusevac) e foi um benfeitor do mosteiro russo de São Panteleon (Mt. Athos) como bem muitas outras igrejas e mosteiros. Seu corpo permanece incorrupto até hoje e estende conforto a todos àqueles que pedem sua intercessão.

O Bem Aventurado Agostinho, Bispo de Hipona 
Agostinho converteu-se do paganismo ao Cristianismo, graças aos conselhos, lágrimas e orações de sua mãe Mônica. Ele foi um grande mestre da Igreja e um influente escritor, no entanto, alguns dos seus ensinamentos foram rejeitados pela Igreja. Apesar de cometer erros teológicos, Agostinho desenvolveu uma vida muito piedosa e, como bispo de Hipona, glorificou o Senhor por 35 anos, e faleceu com 76 anos de vida na terra (354-430).


Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém! 

Romanos 5:17-6:2

17 Porque, se pela ofensa de um só, a morte veio a reinar por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por um só, Jesus Cristo. 18 Portanto, assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação e vida. 19 Porque, assim como pela desobediência de um só homem muitos foram constituídos pecadores, assim também pela obediência de um muitos serão constituídos justos. 20 Sobreveio, porém, a lei para que a ofensa abundasse; mas, onde o pecado abundou, superabundou a graça; 21 para que, assim como o pecado veio a reinar na morte, assim também viesse a reinar a graça pela justiça para a vida eterna, por Jesus Cristo nosso Senhor. 1 Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que abunde a graça? 2 De modo nenhum. Nós, que já morremos para o pecado, como viveremos ainda nele?  

Mateus 9:14-17

14 Então vieram ter com ele os discípulos de João, perguntando: Por que é que nós e os fariseus jejuamos, mas os teus discípulos não jejuam? 15 Respondeu-lhes Jesus: Podem porventura ficar tristes os convidados às núpcias, enquanto o noivo está com eles? Dias virão, porém, em que lhes será tirado o noivo, e então hão de jejuar. 16 Ninguém põe remendo de pano novo em vestido velho; porque semelhante remendo tira parte do vestido, e faz-se maior a rotura. 17 Nem se deita vinho novo em odres velhos; do contrário se rebentam, derrama-se o vinho, e os odres se perdem; mas deita-se vinho novo em odres novos, e assim ambos se conservam.

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quinta-feira, 27 de junho de 2019

2ª Quinta-feira Depois de Pentecostes

27 de Junho de 2019 (CC) / 14 de Junho (CE)
Jejum dos Apóstolos (peixe, azeite e vinho permitidos)
Santo Profeta Eliseo; 
Metódio, Patriarca de Constantinopla
Tom 8


Eliseu viveu novecentos anos antes de Cristo. Quando o Senhor quis tomar o Profeta Elias (Elias) para Si, Ele revelou a Elias que tinha designado Eliseu, filho de Safate, da tribo de Rúben da cidade de Abel-Meolá, como seu sucessor no serviço profético. Elias informou Eliseu da vontade de Deus e depôs sobre ele o seu manto, implorando a Deus por uma porção dupla da graça do espírito para Eliseu. E este, imediatamente deixou sua casa e família e seguiu Elias. 
Quando o Senhor levou Elias em uma carruagem de fogo, Eliseu permaneceu no serviço profético ainda com maior poder do que Elias. Por sua pureza e zelo, Eliseu igualou-se aos maiores profetas, e pelo poder milagroso que lhe foi dado por Deus, ultrapassou todos eles: Ele separou as águas do Jordão como Moisés uma vez dividira o Mar Vermelho; tornou potável as águas amargas em Jericó; tirou água para as trincheiras escavadas durante a guerra com os moabitas; multiplicou o óleo nos vasos da pobre viúva; ressuscitou o filho morto da mulher sunamita; alimentou uma centena de pessoas com vinte pequenos pães; curou o comandante Naamã da lepra; e fez a lepra do General vir sobre o seu servo Geazi por causa da ganância deste; cegou todo o exército sírio e também forçou outro exército a fugir; predisse muitos eventos para o país, bem como para os indivíduos. Eliseu morreu em uma idade muito avançada.  
São Metódio, Patriarca de Constantinopla
A Igreja possui uma grande devoção a São Metódio, Patriarca de Constantinopla, devido ao importante papel que desempenhou na luta contra os iconoclastas, por sua decisiva contribuição para a sua derrota final, bem como pela sua resistência heróica diante das perseguições que sofreu e, portanto, é honrado com os títulos do “Confessor” e “o Grande”. 
Metódio, que era natural de Sicília, em Siracusa, sua cidade natal, recebeu uma excelente educação e transferiu-se para Constantinopla com objetivo de obter um posto na corte. Lá, porém, ele conheceu um monge por quem passou a ter um grande afeto e, movido por seu aconselhamento espiritual, decidiu deixar o mundo e entrar para a vida religiosa. Construiu, mais tarde, um monastério na ilha de Kios, e quando apenas começava a formar a sua comunidade, foi chamado à Constantinopla pelo então Patriarca Nicéforo. Em 815, durante a segunda fase das perseguições iconoclastas, sob o reinado de Leão o Armênio, adotou uma atitude bastante firme e corajosa em defesa da veneração às imagens sagradas. Imediatamente após a deposição e exílio de São Nicéforo, Metódio partiu para Roma, provavelmente com a missão de informar ao Papa São Pascoal I, sobre a situação em Constantinopla, permanecendo por lá até a morte do Rei Leão V de Constantinopla. Acalentava-se grande esperança de que o seu sucessor, Miguel, o Tartamudo, fosse ficar favorável aos cristãos e, em 821, São Metódio retornou à Constantinopla com uma carta do Papa São Pascoal ao imperador, na qual solicitava a reposição de São Nicéforo ao trono de Constantinopla. Entretanto, logo que Miguel Tartamudo leu a carta, encheu-se de cólera, acusando Metódio de agitador profissional e de tentar criar sedição, ordenando que fosse banido, após receber uma grande surra. Alega-se que, em vez de baní-lo, foi aprisionado por sete anos numa espécie de túmulo ou mausoléu, juntamente com outros dois ladrões. Um deles morreu logo, mas o santo e seu outro companheiro de infortúnio foram abandonados em sua estreita prisão até que se cumprisse toda a sentença. 
Metódio, ao ser libertado, estava como um esqueleto, mantendo apenas um sopro de vida e, mesmo assim, conservava íntegro o seu espírito. Num curto espaço de tempo, já se encontrava plenamente restabelecido. Teve início, então, uma nova perseguição, patrocinada, desta vez, pelo imperador Teófilo. Metódio foi levado à sua presença e frontalmente acusado de novo de ter se envolvido em atividades subversivas no passado e de ter incitado o papa a escrever a famosa carta. O santo respondeu firmemente que tudo era falso, aproveitando a oportunidade para expressar as suas opiniões sobre o culto às imagens com estas palavras:  
“Se uma imagem tem tão pouco valor aos vossos olhos, e se renegais e condenais as imagens de Cristo, por que, do mesmo modo, não condenais também a veneração às vossas próprias representações? Ao contrário, longe de condenar o culto às vossas imagens, multiplicais continuamente!” 
Com a morte do imperador, em 842, sucedeu-o no trono a sua viúva, Theodora como regente de seu pequeno filho Miguel III. A Imperatriz se declarou favorável à veneração das imagens sagradas, tornando-se sua protetora. Durante um período de 30 anos, portanto, cessaram as perseguições, e os clérigos exilados puderam retornar, as imagens sagradas foram restituídas às igrejas de Constantinopla, e grande foi a alegria entre todos. João, o Gramático, iconoclasta declarado, foi deposto do trono, e São Metódio foi restabelecido em sua cátedra de Constantinopla. 
Entre os principais acontecimentos que marcaram o Patriarcado de São Metódio, destaca-se a realização de um Sínodo em Constantinopla, que ratificou os cânones promulgados pelo Concílio de Nicéia sobre os ícones; a instituição de uma festa da Ortodoxia denominada o “Triunfo da Ortodoxia”, que até os dias atuais é celebrada no primeiro domingo da Grande Quaresma; e o traslado das relíquias de seu predecessor, São Nicéforo, para Constantinopla. Além disso, este período de reconciliação ficou marcado por uma forte disputa entre os monges estuditas, que antes haviam sido os mais fervorosos apoiadores de São Metódio. Ao que parece, a causa destas desavenças teria sido a condenação de certos escritos de São Teodoro, o Estudita, pelo Patriarca. 
Após quatro anos no Trono Patriarcal de Constantinopla, São Metódio morreu, vítima de hidropesía, em 14 de junho de 847. O santo foi um escritor bastante profícuo. Mas, lamentavelmente, das muitas obras de poesia, teologia e controvérsias que lhe são atribuídas, restaram apenas alguns fragmentos que, ainda assim, podem não ser autênticos. No entanto, nos tempos modernos, graças a certas provas manuscritas recentemente descobertas, as autoridades no assunto estão inclinadas a crer que São Metódio seja, de fato, autor de alguns escritos hagiográficos que ainda estão conservados, especialmente “A Vida de São Teófanes”. 


Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém! 

Romanos 5:10-16

10 Porque se nós, quando éramos inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida. 11 E não somente isso, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual agora temos recebido a reconciliação. 12 Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porquanto todos pecaram. 13 Porque antes da lei já estava o pecado no mundo, mas onde não há lei o pecado não é levado em conta. 14 No entanto a morte reinou desde Adão até Moisés, mesmo sobre aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de Adão o qual é figura daquele que havia de vir. 15 Mas não é assim o dom gratuito como a ofensa; porque, se pela ofensa de um morreram muitos, muito mais a graça de Deus, e o dom pela graça de um só homem, Jesus Cristo, abunde em muitos. 16 Também não é assim o dom como a ofensa, que veio por um só que pecou; porque o juízo veio, na verdade, de uma só ofensa para condenação, mas o dom gratuito veio de muitas ofensas para justificação.

Mateus 8:23-27

23 E, entrando ele no barco, seus discípulos o seguiram. 24 E eis que se levantou no mar tão grande tempestade que o barco era coberto pelas ondas; ele, porém, estava dormindo. 25 Os discípulos, pois, aproximando-se, o despertaram, dizendo: Salva-nos, Senhor, que estamos perecendo. 26 Ele lhes respondeu: Por que temeis, homens de pouca fé? Então, levantando-se repreendeu os ventos e o mar, e seguiu-se grande bonança. 27 E aqueles homens se maravilharam, dizendo: Que homem é este, que até os ventos e o mar lhe obedecem?
† † †

quarta-feira, 26 de junho de 2019

2ª Quarta-feira Depois de Pentecostes

26 de Junho de 2019 (CC) / 13 de Junho (CE)
Santa Mártir Aquilina; Antipatros; Mártir Atonina;
Trifólios, Bispo de Levkysa, Chipre
Tom 8



Aquilina era natural de Byblosa, Fenicia, filha de pais cristãos e batizada por Eutálio, bispo daquela diocese. Quando estava com doze anos, teve início a perseguição de Diocleciano, e a menina foi detida e levada perante o juiz Volusiano. Tendo confessado abertamente a sua fé, e quando todas as ameaças resultaram inúteis diante da postura firme e fé inquebrantável da santa, foi esbofeteada pelos soldados, açoitada com chicotes e, por fim, decapitada. A cabeça e o corpo da pequena mártir foram jogados nos campos, longe da cidade. Diz a tradição que um anjo apareceu e, juntou o corpo à cabeça de Aquilina, devoulveu-lhe à vida. No dia seguinte, retornando à cidade, Aquilina se apresentou diante do juiz Volusiano. Este, ao ver a sua vítima viva diante de si, ficou paralisado e mudo de assombro, porém, tão logo se recompôs, ordenou que a menina fosse novamente levada à prisão e decapitada. No dia seguinte, porém, quando os soldados entraram na cela para executar a sentença, encontraram Aquilina morta. O juiz insistiu para que sua ordem fosse levado a cabo. Os soldados executam então a terrível sentença, decapitando pela segunda vez a menina e,em vez de sangue, do corte brotou leite.

Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém! 
Romanos 4:13-25

13 Porque não foi pela lei que veio a Abraão, ou à sua descendência, a promessa de que havia de ser herdeiro do mundo, mas pela justiça da fé. 14 Pois, se os que são da lei são herdeiros, logo a fé é vã e a promessa é anulada. 15 Porque a lei opera a ira; mas onde não há lei também não há transgressão. 16 Porquanto procede da fé o ser herdeiro, para que seja segundo a graça, a fim de que a promessa seja firme a toda a descendência, não somente à que é da lei, mas também à que é da fé que teve Abraão, o qual é pai de todos nós. 17 (como está escrito: Por pai de muitas nações te constituí) perante aquele no qual creu, a saber, Deus, que vivifica os mortos, e chama as coisas que não são, como se já fossem. 18 O qual, em esperança, creu contra a esperança, para que se tornasse pai de muitas nações, conforme o que lhe fora dito: Assim será a tua descendência; 19 e sem se enfraquecer na fé, considerou o seu próprio corpo já amortecido (pois tinha quase cem anos), e o amortecimento do ventre de Sara; 20 contudo, à vista da promessa de Deus, não vacilou por incredulidade, antes foi fortalecido na fé, dando glória a Deus, 21 e estando certíssimo de que o que Deus tinha prometido, também era poderoso para o fazer. 22 Pelo que também isso lhe foi imputado como justiça. 23 Ora, não é só por causa dele que está escrito que lhe foi imputado; 24 mas também por causa de nós a quem há de ser imputado, a nós os que cremos naquele que dos mortos ressuscitou a Jesus nosso Senhor; 25 o qual foi entregue por causa das nossas transgressões, e ressuscitado para a nossa justificação.


Mateus 7:21-23

21 Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. 22 Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitos milagres? 23 Então lhes direi claramente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade.  


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MEDITACÃO

Busquemos a Deus, Único Bem Verdadeiro

Onde está o coração do homem está também o seu tesouro; pois Deus não costuma negar o bem aos que lhe pedem. Porque o Senhor é bom, e é bom sobretudo para os que nele esperam, unamo-nos a ele, permaneçamos com ele de toda a nossa alma, de todo o coração e de todas as forças, para vivermos na sua luz, vermos a sua glória e gozarmos da graça da felicidade eterna. Elevemos nossos corações para esse bem, permaneçamos e vivamos unidos a ele, que está acima de tudo quanto possamos pensar ou imaginar; e concede a paz e a tranquilidade perpétuas, uma paz que ultrapassa toda a nossa compreensão e sentimento.

É esse o bem que tudo penetra; todos vivemos nele e dele dependemos; nada lhe é superior, porque é divino. Só Deus é bom e, portanto, o que é bom é divino e o que é divino é bom; por isso se diz no salmo: Vós abris a mão e todos se fartam de bens (Sl 103,28). É, com efeito, da bondade de Deus que nos vêm todos os bens, sem nenhuma mistura de mal. Esses bens são os que a Escritura promete aos fiéis, dizendo: Comereis dos bens da terra (Is 1,19).

Nós morremos com Cristo e trazemos em nosso corpo a morte de Cristo, para que também a vida de Cristo se manifeste em nós. Portanto, já não é a nossa própria vida que vivemos, mas a vida de Cristo: vida de inocência, vida de castidade, vida de sinceridade e de todas as virtudes. Também ressuscitamos com Cristo; vivamos, pois, unidos a ele, subamos com ele, a fim de que a serpente não possa encontrar na terra o nosso calcanhar e feri-lo. Fujamos daqui. Podes fugir com o espírito, embora permaneças com o corpo; podes ficar aqui e estar ao mesmo tempo junto do Senhor, se teu coração estiver unido a ele, se teus pensamentos se fixarem nele, se percorreres seus caminhos, guiado pela fé e não pelas aparências, se te refugiares junto dele – que é nosso refúgio e nossa força, como disse Davi: Eu procuro meu refúgio em vós, Senhor, que eu não seja envergonhado para sempre (Sl 70,1).

Já que Deus é o nosso refúgio, e Deus está nos céus e no mais alto dos céus, é preciso fugir daqui para as alturas onde reina a paz, onde repousaremos de nossas fadigas, onde celebraremos o banquete do grande sábado, como disse Moisés: O repouso sabático da terra será para vós ocasião de festim (Lv 25,6). Descansar em Deus e contemplar as suas delícias é, na verdade, um banquete, cheio de alegria e felicidade. Fujamos, como os cervos, para as fontes das águas. Que a nossa alma sinta a mesma sede de Davi. Qual é esta fonte? Escuta o que ele diz: Em vós está a fonte da vida (Sl 35,10). Diga minha alma a esta fonte: Quando terei a alegria de ver a face de Deus? (Sl 41,3). Porque a fonte é o próprio Deus.


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terça-feira, 25 de junho de 2019

2ª Terça-feira Depois de Pentecostes

25 de Junho de 2019 (CC) / 12 de Junho (CE)
Santo Onofre
Tom 8


Entre os muitos eremitas que viveram nos desertos do Egito durante os séculos 4º e 5º, havia um santo varão chamado Onofre. O pouco que se sabe dele vem de um relato atribuído a certo abade Pafnucio, sobre as visitas que fez aos eremitas de Tebaida. Ao que parece, vários dos ascetas que conheceram Pafnucio lhe pediram que escrevesse sobre essa relação, tendo circulado várias versões, sem que por isso a essência da história fosse desvirtuada. Pafnucio empreendeu a peregrinação com o objetivo de estudar a vida eremítica e descobrir se ele mesmo sentia verdadeira inclinação para ela. Com esse propósito, deixou seu monastério e, durante 16 dias, andou pelo deserto, tendo alguns encontros edificantes e algumas aventuras estranhas. 
No 17º dia, porém, ficou assombrado ao avistar-se com uma criatura que, a primeira vista, pensou ser um animal. 
“Era uma homem ancião, com os cabelos e as barbas tão longas que tocavam o chão. Tinha o corpo coberto por um pelo espesso como a pele de uma fera, e de seus ombros pendia um manto de folhas”… 
A aparição de semelhante criatura foi tão assustadora que Pafnucio se bateu em fuga. No entanto, a estranha criatura o chamou, pedindo para que parasse, assegurando-lhe que era mesmo um homem e um servo de Deus. Um pouco receoso, a princípio, Pafnucio se aproximou do desconhecido e, logo os dois se viram envolvidos numa conversação, e Pafnucio descobriu que aquele estranho se chamava Onofre, que tinha sido um monge num monastério onde viveu com muitos outros irmãos e que, seguindo sua inclinação para à vida solitária se retirou para o deserto onde já estava há setenta anos. Em resposta às perguntas de Pafnucio o eremitão admitiu que, em várias ocasiões, tinha padecido de fome e sede, dos rigores do clima e da violência das tentações, mas Deus também lhe havia dado consolos inumeráveis e lhe havia alimentado através de uma palmeira que crescia perto de sua cela. 
Mais adiante, Onofre conduziu o peregrino até a sua cova (caverna) onde morava e ali passaram o resto do dia em amistosas conversas sobre as coisas santas. De repente, ao cair da tarde, apareceu diante deles uma torta de pão e uma jarra de água e, depois de compartilhar a comida, ambos se sentiram extraordinariamente reconfortados. Durante toda aquela noite Onofre e Pafnucio oraram juntos. No dia seguinte, ao despontar o sol, Pafnucio, alarmado, percebeu que se havia operado uma mudança no eremitão, que estva notavelmente prestes a morrer. Aproximado-se de Onofre para ajudá-lo, este começou a falar: 
“Nada temas, irmão Pafnucio, o Senhor, em sua infinita misericórdia, te enviou aqui para que me sepultasses”. 
O visitante sugeriu ao eremita agonizante que ele mesmo ocuparia a sua caverna quando ele partisse. Onofre reagiu, porém, dizendo que isso não era da vontade de Deus. Instantes depois suplicou que lhe encomendassem a alma e também às orações dis fiéis, por quem prometia interceder e, abençoando Pafnucio, se deixou cair por terra entregando a Deus o seu espírito. O visitante lhe preparou uma mortalha com a metade de sua túnica, depositou o corpo no côncavo de uma rocha, cobrindo-o com pedras. Logo que terminou sua tarefa, viu desmoronar diante de si a caverna onde o santo tinha vivido, e desaparecer a palmeira que lhe havia alimentado. Pafnucio compreendeu assim que não devia permanecer por mais tempo naquele lugar e, de pronto, partiu de de retorno.


Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

Romanos 4:4-12

4 Ora, ao que trabalha não se lhe conta a recompensa como dádiva, mas sim como dívida; 5 porém ao que não trabalha, mas crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é contada como justiça; 6 assim também Davi declara bem-aventurado o homem a quem Deus atribui a justiça sem as obras, dizendo: 7 Bem-aventurados aqueles cujas iniquidades são perdoadas, e cujos pecados são cobertos. 8 Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não imputará o pecado. 9 Vem, pois, esta bem-aventurança sobre a circuncisão somente, ou também sobre a incircuncisão? Porque dizemos: A Abraão foi imputada a fé como justiça. 10 Como, pois, lhe foi imputada? Estando na circuncisão, ou na incircuncisão? Não na circuncisão, mas sim na incircuncisão. 11 E recebeu o sinal da circuncisão, selo da justiça da fé que teve quando ainda não era circuncidado, para que fosse pai de todos os que crêem, estando eles na incircuncisão, a fim de que a justiça lhes seja imputada, 12 bem como fosse pai dos circuncisos, dos que não somente são da circuncisão, mas também andam nas pisadas daquela fé que teve nosso pai Abraão, antes de ser circuncidado.

Mateus 7:15-21

15 Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós disfarçados em ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores. 16 Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos? 17 Assim, toda árvore boa produz bons frutos; porém a árvore má produz frutos maus. 18 Uma árvore boa não pode dar maus frutos; nem uma árvore má dar frutos bons. 19 Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada no fogo. 20 Portanto, pelos seus frutos os conhecereis. 21 Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.  


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segunda-feira, 24 de junho de 2019

2ª Segunda-feira Depois de Pentecostes

24 de Junho de 2019 (CC) / 11 de Junho (CE)
Santos Apóstolos Bartolomeu e Barnabé
Monge Siloam, Megaloeschema, de Pechersk
Jejum dos Apóstolos (Pedro e Paulo)
Peixe é permitido
Modo 8


O Santo Apóstolo Bartolomeu (também chamada de Natanael) foi um dos doze apóstolos de Jesus. Após o Pentecostes, tendo recebido, junto com os demais, o Espírito Santo, que desceu sobre eles em forma de línguas de fogo quando se encontravam reunidos no cenáculo com Maria, São Bartolomeu seguiu com o apóstolo Felipe para pregar o Evangelho na Síria e Ásia Menor. Os dois partiram dali, primeiro pregando juntos, depois, se separando, enquanto visitavam várias cidades individualmente. Mais tarde, outra vez juntos, levaram a muita gente a salvação pela fé em Jesus Cristo. 
Durante a passagem por Lidia e Misia, ao difundir as boas novas da Palavra de Deus, sofreram todo o tipo de perseguição, suportaram muitas provações, açoites e tribulações nas mãos dos infiéis. Apesar de tudo isso, porém, seguiram adiante com a tarefa de anunciar o Evangelho e difundir a fé cristã por onde passavam. Numa das aldeias de Lidia encontraram-se com São João, o Teólogo, o Discípulo amado de Cristo, e em sua companhia viajaram par a terra de Frígia. Ao entrar na cidade de Hierápolis, começaram desde logo a anunciar o Evangelho de Cristo. Por esta época, a cidade se encontrava repleta de ídolos que eram adorados por todos os seus habitantes. Entre estas falsas divindades, havia uma víbora para a qual tinham edificado um templo especial. Ali se ofereciam alimentos e outros tantos e variados sacrifícios. Esta gente adorava, igualmente, outras serpentes e víboras. São Felipe e sua irmã se protegeram a si mesmos com orações contra os ataques das víboras, e foram ajudados por São Bartolomeu e São João, o Teólogo que ainda estava com eles neste momento. Todos juntos venceram a serpente com orações poderosas, quais lanças, e com o poder de Cristo as mataram. Depois disso, São João, o Teólogo, separou-se deles deixando-lhes em Hierápolis para que ali anunciassem a Palavra de Deus. Ele seguiu para outras cidades para difundir as jubilosas boas novas do Evangelho de Cristo. Felipe, Bartolomeu e Mariamna permaneceram em Hierápolis, esforçando-se com muito empenho, para expulsar a obscuridade da idolatria, e para que a luz do conhecimento da verdade pudesse brilhar entre os desviados. Dedicaram-se, dia e noite, a este trabalho, ensinando a Palavra de Deus aos incrédulos, instigando aos fracos e encaminhando aos errantes pelo caminho da verdade. 
Nesta cidade, havia um homem de nome Eustáquio, cego há quarenta anos. Os santos apóstolos, valendo-se do poder da oração, recobraram luz aos seus olhos físicos e, pregando a Cristo, iluminaram também a cegueira espiritual da qual era vítima. Depois de batizar Eustáquio, os santos permaneceram por alguns dias em sua casa. A notícia da recuperação da visão ao cego se espalhou logo pela cidade, uma grande multidão acorreu para junto da casa onde estavam. Os santos apóstolos ensinavam a todos que chegavam a boa-nova de Jesus Cristo, conduzindo-os à fé. Muitos enfermos foram levados aos apóstolos e foram curados pela oração e os demônios foram expulsos de tal modo que uma inumerável multidão aderiu à fé, se fazendo batizar. 
A esposa do governador desta cidade, um homem chamado Nicanor, tinha sido mordida por uma serpente e se encontrava enferma, já à beira da morte. Sabendo que os santos apóstolos estavam hospedados na casa de Eustáquio, e que curavam toda espécie de males somente com a palavra, na ausência de seu marido, pediu aos seus servos que a levassem aos encontro dos santos. Ali, recebeu uma dupla cura: a do corpo, atingido pela mordida da serpente; e a do espírito, libertando-se do engano demoníaco ao acolher os ensinamentos dos santos apóstolos e crer em Cristo. 
No seu retorno, o governador foi informado por seus escravos que a sua mulher havia recebido ensinamentos sobre a fé em Cristo de alguns estrangeiros que estavam hospedados na casa de Eustáquio. Furioso, Nicanor mandou que fossem trazidos à sua presença os santos apóstolos e que a casa de Eustáquio fosse queimada. Reuniu depois uma grande multidão de pessoas e, à vista de todos, os três santos, Bartolomeu, Felipe e sua irmã Mariamna, foram arrastados pela cidade, sendo por todos ridicularizados e esbofeteados e, finalmente, colocados na prisão. O governador, então, tomou seu lugar no tribunal da cidade para presidir o julgamento daqueles que pregavam os ensinamentos de Cristo. Apresentaram-se todos os sacerdotes dos ídolos e da serpente que havia sido morta, e expuseram suas queixas contra os santos apóstolos, dizendo: - “Ó senhor, com estes estrangeiros veio a desonra para nossos deuses, porque desde que apareceram em nossa cidade, os altares de nossos grandes deuses foram esquecidos, e as pessoas já não se lembram de oferecer-lhes seus sacrifícios como de costume. Nossa grande deusa, a serpente, foi morta, e a cidade inteira está cheia de iniqüidades, portanto, morte aos feiticeiros!  
O governador ordenou então que Felipe fosse despojado de suas vestes, desconfiado que escondesse por debaixo delas seus mágicos poderes de encanto. Nada encontraram. O mesmo fizeram com Bartolomeu, porém, tampouco encontraram alguma coisa. Quando se aproximaram de Mariamna para fazer o mesmo, despir-lhe de suas vestes deixando seu corpo virginal descoberto, ela se transformou diante de todos, repentinamente, numa chama ardente, pondo em fuga apavorados os ímpios. Os santos apóstolos foram condenados pelo governador à crucifixão. 
O primeiro foi São Felipe; perfuraram-lhe os orifícios entre os ossos do tornozelo por onde passaram cordas, crucificando-o com a cabeça para baixo diante do portal do templo da serpente. Enquanto estava suspenso à cruz, atiravam-lhe pedras. Depois foi a vez do santo Apóstolo Bartolomeu, que foi crucifixado na parede do templo. De repente, um terremoto sacudiu violentamente a terra que se abriu engolindo o governador, os sacerdotes idólatras e um grande número de infiéis. Os que sobreviveram, crentes e pagãos, cheios de temor rogavam aos santos que tivesse piedade deles e suplicasse ao verdadeiro Deus para não permitir que a terra também lhes tragasse. Rapidamente, começaram a retirar da cruz os apóstolos. São Bartolomeu estava crucificado não muito acima do solo e, por isso, pode ser retirado mais depressa. Felipe, porém, estava suspenso muito acima e não pode ser retirado. Era, pois, da vontade de Deus que seu apóstolo, depois dos tormentos, sofrimentos e morte na cruz, passasse da terra ao céu para onde ele mesmo havia dirigido seus passos durante toda a sua vida. Assim, São Felipe orou a Deus por seus inimigos, para que seus pecados fossem perdoados e suas mentes fossem iluminadas para aprenderem o conhecimento da verdade. O Senhor atendeu seu pedido e, imediatamente, a terra trouxe de volta e com vida, as vítimas que haviam sido tragadas, com exceção do governador e dos sacerdotes da serpente. Todos então confessaram e glorificaram em alta voz o poder de Cristo, expressando o desejo de serem batizados. 
Quando se apressavam para retirar Felipe da Cruz, perceberam que este já havia entregue à Deus a sua alma, e desceram seu corpo já desfalecido. Mariamna, sua irmã, que havia, durante todo tempo, presenciado os sofrimentos de irmão Felipe, abraçou-o, beijando com amor o seu corpo, alegrando-se por ele ter sido honrado em sofrer por amor a Cristo. 
São Bartolomeu batizou aos que aderiram ao Senhor, pela fé, e consagrou bispo a Eustáquio. Os cristãos recém convertidos sepultaram, com grande honra, o corpo do santo apóstolo Felipe. No lugar onde o sangue do apóstolo foi derramado cresceu, em três dias, uma videira como sinal de que Felipe estava junto do Senhor, pelo sangue derramado em nome de Cristo. Depois que o corpo de São Felipe foi sepultado, São Bartolomeu e a bem-aventurada virgem Mariamna, permaneceram em Hierápolis por alguns dias mais para consolidar a fé em Cristo da igreja recém formada, separando-se mais tarde. Santa Mariamna foi a Licaonia onde, depois de anunciar triunfalmente a palavra de Deus, repousou no Senhor (comemoração em 7 de fevereiro). São Bartolomeu ainda esteve na Índia onde passou muito tempo trabalhando na pregação do evangelho de Jesus Cristo e, pelas cidades e aldeias por onde passava, curava os doentes e iluminava com sua fé aos pagãos que encontrava. Depois de estabelecer muitas igrejas, traduziu o Evangelho Segundo São Mateus que trazia consigo, para a língua local. Também deixou um Evangelho escrito em hebraico que, um século mais tarde, foi levado para Alexandria pelo filósofo cristão Panteno. 
Da Índia, São Bartolomeu foi para Armênia Maior. Ao chegar neste lugar, os ídolos, ou melhor, os demônios que os habitavam, calaram-se, lamentando com suas últimas palavras, a presença atormentadora de Bartolomeu e que muito logo lhes expulsaria. Na realidade, os espíritos imundos foram expulsos, não só dos ídolos, mas também daquelas pessoas, só com a aproximação do apóstolo e, por isso, muitos se converteram a Cristo. 
Polimio, o rei desta terra, tinha uma filha que estava possuída pelo demônio que exclamava através de seus lábios: “Bartolomeu, também nos expulsarás deste lugar?” O rei, ao ouvir isto, ordenou que Bartolomeu fosse trazido imediatamente à sua casa. Estando já o apóstolo ao lado da jovem possuída, o demônio fugiu naquele instante, deixando livre e curada a filha do rei. Este, desejando demonstrar sua gratidão para com o santo, enviou-lhe camelos carregados de ouro, prata e pedras preciosas raras. O apóstolo, em sua grande humildade, nada conservou do que havia recebido. Devolvendo tudo ao rei, disse: “Eu não busco estas coisas, mas as almas dos homens, para lhes mostrar e conduzi-las à mansão celestial e, assim, me tornar um grande mercador aos olhos do Senhor.” O rei Polimio, impactado com estas palavras e a atitude do apóstolo, passou a crer em Cristo juntamente com toda a sua família, recebendo, ele, a rainha e a filha curada, o batismo pelas mãos do santo apóstolo. O mesmo aconteceu com um grande número de nobres de sua corte e outras pessoas deste lugar e de todos os outros lugares do reino, seguindo o exemplo do seu rei. 
Ao ver o que estava acontecendo, os sacerdotes idólatras ficaram encolerizados contra Bartolomeu, lamentando pela destruição de seus cultos e divindades, a queda da idolatria e o abandono dos templos de onde obtinham seus lucros. Convenceram então o irmão do rei, Astiago, a vingar-se pelas “ofensas” praticadas contras as suas divindades. Astiago, esperando o momento oportuno, apresentou o santo apóstolo na cidade de Albano e o fez crucificar com a cabeça para baixo. O santo apóstolo, por amor a Cristo, padeceu suspenso na cruz sem, no entanto, deixar de proclamar a Palavra de Deus. Com coragem e determinação, firmou seus fiéis na fé, exortando aos descrentes a conhecerem a verdade e a abandonar a obscuridade dos ídolos e dos demônios em direção à luz de Cristo. O tirano se recusou a dar ouvidos às suas palavras e, em vez disso, ordenou que fosse esfolado vivo. O santo, porém, suportando tudo com grande paciência, não se calou, mas seguiu ensinando e glorificando a Deus. Por último, o tirano ordenou que lhes arrancassem a cabeça e que fosse escalpelado. Só então seus lábios se aquietaram, ainda que seu corpo, ao ter sua cabeça retirada, permaneceu fixado à cruz com as pernas para o alto, dando a impressão de estar a caminho do Alto. 
Assim chegou ao final de sua vida terrena o apóstolo de Cristo, Bartolomeu, sofrendo as mais terríveis dores, para a maior glória do Senhor (por volta do ano 90 d.C.). Os fiéis que estavam presentes no momento de seu adormecimento em Cristo, retiraram seu corpo da cruz, juntando sua cabeça e pele e colocando tudo em um caixão e procederam o sepultamento que se deu na cidade de Albano (atual Baku) na Armênia Maior. Através de suas relíquias, os enfermos receberam curas milagrosas, razão pela qual, muitos descrentes foram convertidos para a Igreja Cristã. 
Comemoração de São Bartolomeu: 
Atos 11:19-26, 29-30; Lucas 10:16-21

O Santo Apóstolo Barnabé 
Barnabé era um dos Setenta Apóstolos. Ele nasceu em Chipre de pais ricos da tribo de Levi e estudou junto a Saulo com Gamaliel. Primeiramente, Barnabé fora chamado de José, mas os apóstolos então o chamaram Barnabé, Filho da Consolação, porque ele era excepcionalmente capaz de confortar as almas das pessoas. Após a conversão de Saulo, Barnabé foi o primeiro a apresentar Saulo aos apóstolos e após isto, com Paulo (Saulo) e Marcos, pregou o Evangelho em Antioquia e por outros lugares. 
Com toda probabilidade, ele foi o primeiro a pregar em Roma e Milão. Barnabé padeceu na Ilha de Chipre nas mãos dos judeus, e foi sepultado por Marcos além do portão ocidental da cidade de, Salamis com o Evangelho de São Mateus em seu peito que ele, com sua própria mão, havia copiado. Sua sepultura permaneceu desconhecida por séculos e já que muitos recebiam cura de doenças neste sítio, este lugar foi chamado: “O lugar da saúde”. 
No tempo do Imperador Zeno e do Concílio de Calcedônia (451), o apóstolo apareceu ao Arcebispo Antemius, de Chipre, em três noites sucessivas em sonho e revelando-lhe a localização de sua sepultura. Esta aparição do apóstolo ocorreu exatamente no tempo quando Pedro, o Patriarca de Antioquia faminto por poder, quis que a igreja em Chipre estivesse sob a jurisdição de Antioquia. Após a aparição e descoberta das milagrosas relíquias do santo Apóstolo Barnabé, foi estabelecido que a igreja em Chipre, como uma Igreja Apostólica, deveria permanecer sempre independente. Assim, a autocefalia da Igreja em Chipre foi estabelecida. 

Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém! 
Romanos 2:28-3:18

28 Porque não é judeu o que o é exteriormente, nem é circuncisão a que o é exteriormente na carne. 29 Mas é judeu aquele que o é interiormente, e circuncisão é a do coração, no espírito, e não na letra; cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus. 1 Que vantagem, pois, tem o judeu? ou qual a utilidade da circuncisão? 2 Muita, em todo sentido; primeiramente, porque lhe foram confiados os oráculos de Deus. 3 Pois quê? Se alguns foram infiéis, porventura a sua infidelidade anulará a fidelidade de Deus?  4 De modo nenhum; antes seja Deus verdadeiro, e todo homem mentiroso; como está escrito: Para que sejas justificado em tuas palavras, e venças quando fores julgado. 5 E, se a nossa injustiça prova a justiça de Deus, que diremos? Acaso Deus, que castiga com ira, é injusto? (Falo como homem.) 6 De modo nenhum; do contrário, como julgará Deus o mundo? 7 Mas, se pela minha mentira abundou mais a verdade de Deus para sua glória, por que sou eu ainda julgado como pecador? 8 E por que não dizemos: Façamos o mal para que venha o bem? - como alguns caluniosamente afirmam que dizemos; a condenação dos quais é justa. 9 Pois quê? Somos melhores do que eles? De maneira nenhuma, pois já demonstramos que, tanto judeus como gregos, todos estão debaixo do pecado; 10 como está escrito: Não há justo, nem sequer um. 11 Não há quem entenda; não há quem busque a Deus. 12 Todos se extraviaram; juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só. 13 A sua garganta é um sepulcro aberto; com as suas línguas tratam enganosamente; peçonha de áspides está debaixo dos seus lábios; 14 a sua boca está cheia de maldição e amargura. 15 Os seus pés são ligeiros para derramar sangue. 16 Nos seus caminhos há destruição e miséria; 17 e não conheceram o caminho da paz. 18 Não há temor de Deus diante dos seus olhos.

Mateus 6:21-24; 7:9-11

21 Porque onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração. 22 A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo teu corpo terá luz; 23 se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes são tais trevas! 24 Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar a um e amar o outro, ou há de dedicar-se a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas. 9 Ou qual dentre vós é o homem que, se seu filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? 10 Ou, se lhe pedir peixe, lhe dará uma serpente? 11 Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas dádivas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos que lhas pedirem?  

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COMENTÁRIO

Quantos senhores tu tens em tua vida? Se és cristão certamente responderás: somente um. Se queres ter certeza da verdade de tua resposta, então pergunta aos teus pensamentos e consultas os teus esforços na vida a quem eles servem e terás uma testemunha fiel que não permitirá que tuas fantasias ou narcisismo te enganem.

Se as respostas que destes forem diferente da resposta dos teus lábios, então apressa-te em pedir a Deus colírio para os teus olhos,para que possas enxergar e tenhas a Luz da vida, pois, o Pai, jamais negará bem algum aos que lhe pedem.

Não são estes bens as posses e os confortos terrenos, com os quais sonham a tua alma; estes muitas vezes não são bens, ao contrário, são laços que nos conduzem ao torpor, ao desespero e ao abismo.

Bens, para Deus, é tudo aquilo que ajuda a alma a ser semelhante a Ele, aquilo que torna o nosso coração puro e justo, aquilo que pacifica a nossa alma, aquilo que nos faz mais amorosos. Lembra-te, portanto, do ensino apostólico:  "Porque não é judeu o que o é exteriormente, nem é circuncisão a que o é exteriormente na carne. Mas é judeu aquele que o é interiormente, e circuncisão é a do coração, no espírito, e não na letra; cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus."

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