quarta-feira, 31 de agosto de 2016

11ª Quarta-feira Depois de Pentecostes

PÓS-FESTA DA DORMIÇÃO DA MÃE DE DEUS
31 de Agosto de 2016 (CC) / 18 de Agosto (CE)
Santos Mártires Florus e Laurus († Sé. II).
Modo 1




Os Santos Mártires Florus e Laurus eram irmãos gêmeos e muito unidos pela fé e amor a Cristo. Naturais de Bizâncio, tinham como mestre e pai espiritual comum São Proklo. Depois da morte de São Proklo, Florus e Laurus saíram de Iliria e foram morar na cidade de Ulpiana onde exerceram a profissão de construtores e, na medida de suas possibilidades, pregavam o Evangelho. Nesta cidade encontrava-se um sacerdote idólatra de nome Meratios. Seu filho, Atanásio, desde muito pequeno, havia perdido a visão de um de seus olhos, sem que tivessem encontrado uma solução nas ciências médicas de seu tempo. Este pai, desesperado, aproximou-se certo dia dos irmãos artesãos e eles, com uma única invocação do nome de Deus, alcançaram a graça de ver restaurada a visão desta criança. Depois disso, tanto o sacerdote como o seu filho, se converteram à fé cristã. Ao tomar conhecimento do fato, o prefeito Liko ordenou que os irmãos fossem aprisionados e, depois de serem duramente golpeados, foram jogados num poço onde entregaram suas almas a Deus.


2 Coríntios 3:4-11

4 E é por Cristo que temos tal confiança em Deus; 5 não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus, 6 o qual também nos capacitou para sermos ministros dum novo pacto, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica. 7 Ora, se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, veio em glória, de maneira que os filhos de Israel não podiam fixar os olhos no rosto de Moisés, por causa da glória do seu rosto, a qual se estava desvanecendo, 8 como não será de maior glória o ministério do espírito? 9 Porque, se o ministério da condenação tinha glória, muito mais excede em glória o ministério da justiça.10 Pois na verdade, o que foi feito glorioso, não o é em comparação com a glória inexcedível. 11 Porque, se aquilo que se desvanecia era glorioso, muito mais glorioso é o que permanece.   

Mateus 23:29-39

29 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque edificais os sepulcros dos profetas e adornais os monumentos dos justos, 30 e dizeis: Se tivéssemos vivido nos dias de nossos pais, não teríamos sido cúmplices no derramar o sangue dos profetas. 31 Assim, vós testemunhais contra vós mesmos que sois filhos daqueles que mataram os profetas. 32 Enchei vós, pois, a medida de vossos pais. 33 Serpentes, raça de víboras! como escapareis da condenação do inferno? 34 Portanto, eis que eu vos envio profetas, sábios e escribas: e a uns deles matareis e crucificareis; e a outros os perseguireis de cidade em cidade; 35 para que sobre vós caia todo o sangue justo, que foi derramado sobre a terra, desde o sangue de Abel, o justo, até o sangue de Zacarias, filho de Baraquias, que mataste entre o santuário e o altar. 36 Em verdade vos digo que todas essas coisas hão de vir sobre esta geração. 37 Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, apedrejas os que a ti são enviados! quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e não o quiseste! 38 Eis aí abandonada vos é a vossa casa. 39 Pois eu vos declaro que desde agora de modo nenhum me vereis, até que digais: Bendito aquele que vem em nome do Senhor.   



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terça-feira, 30 de agosto de 2016

11ª Terça-feira Depois de Pentecostes

PÓS-FESTA DA DORMIÇÃO DA MÃE DE DEUS
30 de Agosto de 2016 (CC) / 17 de Agosto (CE)
Santo Mártir Miron, de Cyzicuz († 250)
Modo 1




Miron era um padre na cidade de Achaia. Era de origem rica e proeminente, porém, muito gentil e humilde por natureza - um amante de Deus e do homem. 
Durante o reinado do imperador Décio, na Festa da Natividade de Cristo, pagãos invadiram a igreja durante a liturgia, e arrastando Miron para fora, o torturaram pelo fogo. Durante esta tortura, um anjo lhe apareceu e o encorajou. Os pagãos, então, começaram a descascar sua pele em tiras, da cabeça aos pés. O mártir agarrou uma tira de sua pele, e com esta bateu na face do seu algoz e juiz. Como que possesso, Antipater,  o juiz, pegou uma espada e matou-se. 
Finalmente, os pagãos levaram Miron para a cidade de Cyzicus, e ali o mataram à espada, no ano de 250 dC.



2 Coríntios 2:14-3:3

14 Graças, porém, a Deus que em Cristo sempre nos conduz em triunfo, e por meio de nós difunde em todo lugar o cheiro do seu conhecimento; 15 porque para Deus somos um aroma de Cristo, nos que se salvam e nos que se perdem. 16 Para uns, na verdade, cheiro de morte para morte; mas para outros cheiro de vida para vida. E para estas coisas quem é idôneo? 17 Porque nós não somos falsificadores da palavra de Deus, como tantos outros; mas é com sinceridade, é da parte de Deus e na presença do próprio Deus que, em Cristo, falamos. 1 Começamos outra vez a recomendar-nos a nós mesmos? Ou, porventura, necessitamos, como alguns, de cartas de recomendação para vós, ou de vós? 2 Vós sois a nossa carta, escrita em nossos corações, conhecida e lida por todos os homens, 3 sendo manifestos como carta de Cristo, ministrada por nós, e escrita, não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne do coração.

Mateus 23:23-28

23 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, e tendes omitido o que há de mais importante na lei, a saber, a justiça, a misericórdia e a fé; estas coisas, porém, devíeis fazer, sem omitir aquelas. 24 Guias cegos! que coais um mosquito, e engolis um camelo. 25 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque limpais o exterior do copo e do prato, mas por dentro estão cheios de rapina e de intemperança. 26 Fariseu cego! limpa primeiro o interior do copo, para que também o exterior se torne limpo. 27 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas por dentro estão cheios de ossos e de toda imundícia. 28 Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e de iniquidade. 


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segunda-feira, 29 de agosto de 2016

11ª Segunda-feira Depois de Pentecostes

PÓS-FESTA DA DORMIÇÃO DA MÃE DE DEUS
29 de Agosto de 2016 (CC) / 16 de Agosto (CE)
Trasladação de Edessa para Constantinopla 
da imagem “ Aquiropita” do Nosso Senhor Jesus Cristo (944); 
S. Diomedes, mártir (início do séc. IV).
Modo 1






Segundo a tradição, o primeiro ícone de Jesus Cristo surgiu durante sua vida terrena. Faz-se referência a esta imagem como a «Sagrada Face», ou melhor, «O ícone não feito por mãos humanas». A tradição relata que, durante o tempo do Salvador, Abgar, o governante de Edessa, sofria de lepra. Embora nunca tenha visto o Salvador, Abgar acreditava em Jesus como o Filho de Deus por ter ouvido falar sobre os grandes milagres realizados por ele, e lhe teria escrito uma carta pedindo para que fosse curá-lo, a qual enviou à Palestina através do seu próprio retratista e pintor Ananias, tendo lhe encomendado também um retrato (pintura) do Divino Mestre.  No entanto, quando Ananias chegou a Jerusalém e viu o Senhor, lhe foi impossível aproximar-se dele devido à grande multidão que o cercava. Ao vê-lo, Jesus lhe chamou pelo nome, entregando-lhe uma carta para Abgar na qual fazia elogios à sua grande fé e prometia enviar um de seus discípulos para curá-lo a lepra e guiá-lo à salvação.  O Senhor, em seguida, pediu um lenço e água. Lavou o seu rosto e o enxugou com o lenço, e seu divino semblante ficou plasmado no lenço. Ananias levou a Edessa este lenço e a carta do Salvador. Com muita reverência Abgar recebeu o que Jesus lhe havia enviado e a sua cura foi imediata; apenas um pequeno vestígio da sua terrível aflição permaneceu em seu rosto até a chegada do discípulo prometida pelo Senhor. Este discípulo foi São Tadeu (21 de agosto) um dos dos Setenta Discípulos, que lhe anunciou o Evangelho, batizou o devoto Abgar e todas as pessoas de Edessa.  Esta é, portanto, a tradição sobre a imagem que hoje se venera, como a «Imagem não feita por mãos humanas», a «Sagrada Face» 
Santo Mártir Diomedes

Diomedes era um proeminente médico, nascido em Tarso. Curando as pessoas, Diomedes ensinou-lhes a fé cristã. O Imperador Diocleciano ordenou que ele fosse decapitado em Nicéia, no ano 298 dC. Aqueles que o decapitou e trouxeram a cabeça para o Imperador ficaram cegos. Então, eles devolveram a cabeça ao corpo, e ofereceram uma oração de arrependimento, e foram curados. 



2 Coríntios 2:4-15

4 Porque em muita tribulação e angústia de coração vos escrevi, com muitas lágrimas, não para que vos entristecêsseis, mas para que conhecêsseis o amor que abundantemente vos tenho. 5 Ora, se alguém tem causado tristeza, não me tem contristado a mim, mas em parte (para não ser por demais severo) a todos vós.    6 Basta a esse tal esta repreensão feita pela maioria. 7 De maneira que, pelo contrário, deveis antes perdoar-lhe e consolá-lo, para que ele não seja devorado por excessiva tristeza. 8 Pelo que vos rogo que confirmeis para com ele o vosso amor. 9 É pois para isso também que escrevi, para, por esta prova, saber se sois obedientes em tudo. 10 E a quem perdoardes alguma coisa, também eu; pois, o que eu também perdoei, se é que alguma coisa tenho perdoado, por causa de vós o fiz na presença de Cristo, para que Satanás não leve vantagem sobre nós; 11 porque não ignoramos as suas maquinações. 12 Ora, quando cheguei a Trôade para pregar o evangelho de Cristo, e quando se me abriu uma porta no Senhor, 13 não tive descanso no meu espírito, porque não achei ali irmão Tito; mas, despedindo-me deles, parti para a Macedônia. 14 Graças, porém, a Deus que em Cristo sempre nos conduz em triunfo, e por meio de nós difunde em todo lugar o cheiro do seu conhecimento; 15 porque para Deus somos um aroma de Cristo, nos que se salvam e nos que se perdem.

Mateus 23:13-22

13 Mas ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque fechais aos homens o reino dos céus; pois nem vós entrais, nem aos que entrariam permitis entrar. 14 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque devorais as casas das viúvas e sob pretexto fazeis longas orações; por isso recebereis maior condenação. 15 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito; e, depois de o terdes feito, o tornais duas vezes mais filho do inferno do que vós. 16 Ai de vós, guias cegos! que dizeis: Quem jurar pelo ouro do santuário, esse fica obrigado ao que jurou. 17 Insensatos e cegos! Pois qual é o maior; o ouro, ou o santuário que santifica o ouro? 18 E: Quem jurar pelo altar, isso nada é; mas quem jurar pela oferta que está sobre o altar, esse fica obrigado ao que jurou. 19 Cegos! Pois qual é maior: a oferta, ou o altar que santifica a oferta? 20 Portanto, quem jurar pelo altar jura por ele e por tudo quanto sobre ele está; 21 e quem jurar pelo santuário jura por ele e por aquele que nele habita; 22 e quem jurar pelo céu jura pelo trono de Deus e por aquele que nele está assentado.

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domingo, 28 de agosto de 2016

Festa Dormição da Mãe de Deus

10º DOMINGO DEPOIS DE PENTECOSTES
28 de Agosto de 2016 (CC) / 15 de Agosto (CE)
Modo 1





Eis o que a Igreja recebeu da antiga tradição patrística, em relação à Dormição da Toda Santa Mãe de Deus:

Chegado o tempo em que era agradável a Nosso Senhor conduziu para junto de Si sua divina Mãe, Ele anuncia-lhe, através ao Arcanjo Gabriel, três dias antes, de sua passagem desta vida transitória à vida eterna e bem-aventurada. Ouvindo a mensagem, a Virgem dirigiu-se ao monte das Oliveiras para orar e agradecer a Deus. Depois retorna à sua casa e prepara o necessário ao seu enterro. Entretanto, os Apóstolos, avisados pelo Espírito Santo e transportados em nuvens luminosas, reúnem-se na casa da Santa Virgem, vindos das mais diferentes extremidades da terra, onde se encontravam, dispersos, a pregar o Evangelho. Ela lhes explica, então, a razão daquele chamado tão inesperado, os consola maternalmente e depois levanta as mãos aos céus, ora pela paz no mundo, abençoa os Apóstolos e, subindo ao leito, cruza os braços e rende assim sua alma toda santa às mãos de seu Filho e seu Deus.

Os Apóstolos conduzem o seu santo Corpo e o enterram no Getsêmani. Porém, três dias mais tarde, durante uma reunião onde, segundo o hábito, partiam o pão em nome de Jesus, a Virgem lhes aparece no Céu e lhes diz: “Salve!” Eles assim ficam sabendo que ela subira aos céus com o seu corpo.

A festa de hoje tem por origem o aniversário da dedicação de um Santuário da Virgem, situado entre Jerusalém e Belém, que comemorava, talvez, uma “estação” onde, segundo as tradições, a Virgem Maria, fatigada da viagem, teria repousado antes de chegar a Belém para dar à luz à criança.

A celebração dessa solenidade no dia 15 de agosto foi fixada com um edito do imperador do Oriente, Maurício (582-602), confirmando uma tradição, sem dúvida, mais antiga. 

A primeira evidência clara acerca dessa festa remonta à época do 3° Concílio Ecumênico em Éfeso (431). No entanto, essa evidência refere-se a uma festa pré-existente da Dormição de Maria. No início do 5° século, por exemplo, uma antologia armênia chama o 15 de agosto “o dia de Maria, a Mãe de Deus.” Porém, festas desse tipo tanto no Oriente quanto no Ocidente eram dedicadas à memória de Maria em geral e não à sua Dormição, em particular. Gradualmente, entretanto, essas festas começam à convergir para o dia presumível de sua morte, 15 de agosto, talvez como resultado indireto da construção, no Getsêmani, de uma igreja em sua honra, que incluía seu próprio túmulo, segundo a Tradição. Ao final do século VI, no entanto, a festa de Dormição foi estendida a todo Império Bizantino, pelo Imperador Maurício. No Ocidente, a festa foi introduzida, juntamente com outras três festas marianas, pelo papa Sérgio I, coincidindo as datas de sua celebração.  

A Festa da Dormição da Santíssima Mãe de Deus, “Kóimésis” em grego e “Uspénie” em eslavo eclesiástico, palavras que aludem justamente ao ato de dormir, tem como tradicional representação iconográfica a Virgem estendida no leito de morte, rodeada pelos Apóstolos para o último sono vindos prodigiosamente dos lugares onde pregavam o evangelho, tendo ao centro Jesus Cristo que acolhe a sua alma, representada como uma menina envolta em faixas e por Ele sustentada.

A partir do dia 1º de agosto, a Igreja prepara-se para a festa com um jejum (do qual também fala São Teodoro Estudita, morto no ano 826); e dado que, além da pré-festa do dia 14 de agosto, os textos litúrgicos falam do trânsito de Maria Santíssima ao céu até o dia 23 de agosto, pode-se afirmar que este é o mês mariano dos Fiéis Ortodoxos.

A Igreja Ortodoxa não comunga do "dogma" romano da Assunção de Maria. Até o meado do séc. XX a Igreja Romana também não professava essa doutrina. Foi o Papa Pio XII que definiu solenemente o dogma da Assunção no dia 1 de novembro de 1950 por meio da Constituição “Munificentissimus Deus”.



MATINAS

Lucas 1:39-49, 56

E, naqueles dias, levantando-se Maria, foi apressada às montanhas, a uma cidade de Judá,
E entrou em casa de Zacarias, e saudou a Isabel.E aconteceu que, ao ouvir Isabel a saudação de Maria, a criancinha saltou no seu ventre; e Isabel foi cheia do Espírito Santo.E exclamou com grande voz, e disse: Bendita és tu entre as mulheres, e bendito o fruto do teu ventre.E de onde me provém isto a mim, que venha visitar-me a mãe do meu Senhor? Pois eis que, ao chegar aos meus ouvidos a voz da tua saudação, a criancinha saltou de alegria no meu ventre. Bem-aventurada a que creu, pois hão de cumprir-se as coisas que da parte do Senhor lhe foram ditas. Disse então Maria: A minha alma engrandece ao Senhor, E o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador; Porque atentou na baixeza de sua serva; Pois eis que desde agora todas as gerações me chamarão bem-aventurada, Porque me fez grandes coisas o Poderoso; E santo é seu nome... E Maria ficou com ela quase três meses, e depois voltou para sua casa.


† † †

Tropário da Ressurreição
Alegrem-se os Céus e exulte a Terra,
pois o Senhor mostrou a força de Seu braço,
vencendo a morte pela morte.
Ele Que É o Primogênito dentre os mortos
arrancou-nos das profundezas do Inferno,
e concedeu ao mundo a Sua infinita misericórdia.

Tropário – Modo 1
Em tua maternidade conservaste a virgindade
e em tua dormição não abandonaste o mundo, ó Mãe de Deus.
Foste levada para a vida sendo a Mãe da Vida,
e por tuas orações resgatas nossas almas da morte.

Kondákion da Ressurreição
Hoje, Tu, ó Compassivo, ressuscitaste do túmulo,
e nos conduziste para fora dos portões da morte.
Hoje Adão dança de alegria e Eva rejubila,
e com eles os Profetas e os Patriarcas louvam sem cessar
o divino poder de Tua autoridade.

Kontákion – Modo 2
Nem o túmulo nem a morte prevaleceram sobre a Mãe de Deus,
que, sem cessar, reza por nós e permanece firme esperança de intercessão.
Com efeito, aquele que habitou um seio sempre virgem
assumiu para a vida aquela que é a Mãe da Vida.

Prokímenon

Cantai louvores ao nosso Deus, cantai louvores!
Cantai louvores ao nosso Rei, cantai louvores! (Sl. 46:6)

Aplaudi com as mãos, todos os povos; 
cantai a Deus com voz de triunfo (Sl. 46:1)

Filipenses 2:5-11

5 Tende em vós aquele sentimento que houve também em Cristo Jesus, 6 o qual, subsistindo em forma de Deus, não considerou o ser igual a Deus coisa a que se devia aferrar, 7 mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, tornando-se semelhante aos homens; 8 e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz. 9 Pelo que também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu o nome que é sobre todo nome; 10 para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, 11 e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai.   

ALELUIA

Aleluia, aleluia, aleluia!
Junto de Ti, Senhor, me refugiei; 
não seja eu confundido para sempre, por Tua justiça, livra-me!

Aleluia, aleluia, aleluia!
Sê para mim um Deus protetor 
e uma casa de refúgio que me abrigue. 

Aleluia, aleluia, aleluia!

Lucas 10:38-42; 11:27-28

38 Ora, quando iam de caminho, entrou Jesus numa aldeia; e certa mulher, por nome Marta, o recebeu em sua casa. 39 Tinha esta uma irmã chamada Maria, a qual, sentando-se aos pés do Senhor, ouvia a sua palavra. 40 Marta, porém, andava preocupada com muito serviço; e aproximando-se, disse: Senhor, não se te dá que minha irmã me tenha deixado a servir sozinha? Dize-lhe, pois, que me ajude. 41 Respondeu-lhe o Senhor: Marta, Marta, estás ansiosa e perturbada com muitas coisas; 42 entretanto poucas são necessárias, ou mesmo uma só; e Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada. 27 Ora, enquanto ele dizia estas coisas, certa mulher dentre a multidão levantou a voz e lhe disse: Bem-aventurado o ventre que te trouxe e os peitos em que te amamentaste. 28 Mas ele respondeu: Antes bem-aventurados os que ouvem a palavra de Deus, e a observam.

† † †

HOMILIA



“...Eis aquela cuja festa celebramos hoje em sua santa e divina Dormição.

Acorrei, pois, e subamos a montanha mística. Ultrapassando as imagens da vida presente e da matéria, penetrando na treva divina e incompreensível, ingressando na luz de Deus, celebremos o seu infinito poder. Aquele que, de Sua transcendência superessencial e imaterial, desceu ao seio virgíneo para ser concebido e Se encarnar, sem deixar o seio do Pai; aquele que através da Paixão marchou voluntariamente para a morte, conquistando pela morte a imortalidade e voltando ao Pai; como não pôde ele atrair ao Pai sua Mãe segundo a carne? Como não elevaria da terra ao céu aquela que fora um verdadeiro céu sobre a terra?

Hoje a escada espiritual e viva, pela qual o Altíssimo desceu, se fez visível e conversou entre os homens (Baruc 3:38): ei-la que sobe, pelos degraus da morte, da terra ao céu.

Hoje a mesa terrestre que sem núpcias trouxera o Pão Celeste da Vida e a Brasa da Divindade, foi levada da terra aos céus; e para a Porta oriental - para a Porta de Deus - se ergueram as portas do céu.

Hoje, da Jerusalém terrestre, a Cidade viva de Deus foi conduzida à Jerusalém do alto; aquela que concebera como seu primogênito e unigênito o Primogênito de toda a criatura e o Unigênito do Pai, vem habitar na Igreja das primícias (Hb 12, 23); a Arca do Senhor, viva e racional, é transportada ao repouso de seu Filho (Sl 132:8).

As portas do paraíso se abrem para acolher a terra portadora de Deus, onde germinou a Árvore da Vida Eterna, redentora da desobediência de Eva e da morte infligida a Adão. É o Cristo, causa da vida universal, quem recebe a gruta escondida, a montanha não trabalhada, donde se destacou, sem intervenção humana, a pedra que enche a terra.

Aquela que foi o leito nupcial onde se deu a Divina encarnação do Verbo, veio repousar em túmulo glorioso, como em tálamo nupcial, para de lá se elevar até a câmara das núpcias celestes, onde reina em plena luz com seu Filho e seu Deus, deixando-nos também como lugar de núpcias seu túmulo sobre a terra. Lugar de núpcias, esse túmulo? Sim, e o mais esplendoroso de todos, a refulgir não por revérberos de ouro, de prata ou de gemas, porém pela Divina Luz, irradiação de Espírito Santo. Proporciona, não uma união conjugal aos esposes da terra, mas a vida santa às almas que se prendem pelos laços do Espírito, proporciona uma condição junto de Deus, melhor e mais suave que outra qualquer.

Seu túmulo é mais gracioso do que o Éden: neste, sem querermos repetir tudo o que lá se passou, houve a sedução do inimigo, sua mentira apresentada como conselho amigo, a fraqueza de Eva, sua credulidade, o engodo - doce e amargo - ao qual seu espírito se deixou prender e pelo qual em seguida aliciou o marido; a desobediência, a expulsão, a morte, mas - para não trazermos com tais lembranças assunto de tristeza à nossa festa - houve o túmulo que elevou ao céu o corpo de um mortal, ao contrário daquele primeiro jardim, que derrubou do céu nosso primeiro pai. Pois não foi ali que o homem, feito à imagem Divina, ouviu a sentença: "tu és terra e em terra te hás de tornar"? (Gn 3, 19)

O túmulo de Maria, mais precioso que o antigo tabernáculo, encerrou o candelabro espiritual e vivo, brilhante de Divina luz, a Mesa Portadora de Vida, que recebeu, não os pães da proposição, mas o pão celeste, não o fogo material mas o fogo imaterial da Divindade.

Esse túmulo é mais feliz que a arca mosaica, pois teve por partilha a verdade, já não as sombras e as figuras; acolheu a urna áurea do maná celeste, a mesa viva do Verbo encarnado por obra do Espírito Santo, dedo onipotente de Deus, Verbo subsistente; acolheu o altar dos perfumes, a brasa divina que aromatizou toda a Criação.

Fujam portanto os demônios, gemam os míseros nestorianos - como outrora os egípcios - com seu chefe, o novo faraó, o cruel flagelo, o tirano, pois foram engolidos pelo abismo da blasfêmia. Nós, porém, salvos, que atravessamos a pé enxuto o mar da impiedade, cantemos à Mãe de Deus o canto do Êxodo. Miriam, que é a Igreja, tome nas mãos o tamborim e entoe o hino de festa; saiam as jovens do Israel espiritual com tamborins e coros (Ex 15, 20), exultando de alegria! Que os reis da terra, os juízes e os príncipes, os jovens e as virgens, os velhos e as crianças, celebrem a Mãe de Deus! Que reuniões e discursos de toda espécie, raças e povos na diversidade de suas línguas, componham um cântico novo! Que o ar ressoe de flautas e trombetas espirituais, inaugurando com brilho de fogos o dia da salvação! Alegrai-vos, ó céus, e vós, nuvens, fazei chover a alegria! Saltai, novilhos do rebanho eleito, apóstolos divinos que, como montanhas altas e sublimes, aspirais às mais altas contemplações; e vós, também, ó cordeiros de Deus, povo santo, filhos da Igreja, que pelo desejo vos alçais como colinas até as altas montanhas!...

...Eis a Virgem, filha de Adão e Mãe de Deus: por causa de Adão entrega seu corpo à terra, mas por causa de seu Filho eleva a alma aos tabernáculos celestes! Santificada seja a Cidade santa, que acolhe mais essa bênção eterna! Que os anjos precedam a passagem da divina morada e preparem seu túmulo, que o fulgor do Espírito a decore! Preparai aromas para embalsamar o corpo imaculado e repleto de delicioso perfume! Desça uma onda pura a fim de haurir a bênção da fonte imaculada da bênção! Alegre-se a terra de receber o corpo e exulte o espaço pela ascensão do espírito! Soprem as brisas, suaves como o orvalho e cheias de graça! Que toda a criação celebre a subida da Mãe de Deus: os grupos de jovens em sua alegria, a boca dos oradores em seus panegíricos, o coração dos sábios em suas dissertações sobre essa maravilha, os velhos de veneráveis cãs em suas contemplações. Que todas as criaturas se associem nessa homenagem, que ainda assim não seria suficiente. Todos, pois, deixemos em espírito este mundo com aquela que dele parte. Sim, todos, pelo fervor do coração, desçamos com a que desce à sepultura e ali nos coloquemos. Cantemos hinos sacros e nossas melodias se inspirem nas palavras: "Rejubila-te, cheia de graça, o Senhor é contigo!" Permanece na alegria, tu que foste predestinada a ser Mãe de Deus. Permanece na alegria, tu que foste eleita antes dos séculos por um desígnio de Deus, germe divino da terra, habitação do fogo celeste, obra-prima do Espírito Santo, fonte de água viva, paraíso da Árvore da Vida, ramo vivo que portas o Divino fruto, donde fluem o néctar e a ambrosia, rio de aromas do Espírito, terra produtora da Divina espiga, rosa resplandecente da virgindade, donde emana o perfume da graça, lírio da veste real, ovelha que geras o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, instrumento de nossa salvação, superior às potências angélicas, serva e Mãe!...”

Trechos da Homilia de São João Damasceno


sábado, 27 de agosto de 2016

10º Sábado Depois de Pentecostes

PRÉ-FESTA DA DORMIÇÃO DA SANTÍSSIMA MÃE DE DEUS
27 de Agosto de 2016 (CC) / 14 de Agosto (CE)
S. Miquéias, profeta (séc. VIII a.C.).
Jejum da Dormição da Santíssima Mãe de Deus
Modo 8





Natural de Moreset-Gat em Hebron, um pequeno povoado ao sul de Jerusalém, Miquéias foi um profeta bíblico que profetizou durante os reinados de Joatão, de Acaz e de Ezequias, reis de Judá, sendo assim contemporâneo de Isaías, outro profeta bíblico. Tendo vivido na época das invasões assírias sobre os reinos da Samaria e de Judá, os seus vaticínios são dirigidos contra ambos os reinos, aos quais ameaça com o castigo por intermédio dos assírios. 

Sobre Miquéias há referências no livro do profeta Jeremias (Jr 26, 18), quando quiseram matar Jeremias por causa de suas previsões sobre a destruição de Jerusalém. Alguns líderes o defenderam alegando que Miquéias previra o mesmo no tempo do rei Ezequias sem que, por isso, tenha sido perseguido. Apenas uma parte dos discursos de Miquéias foi preservada, sendo que o restante, muito provavelmente, foi destruído durante as perseguições aos profetas por Manassés. 

O principal pensamento do profeta Miquéias é que o Senhor, fiel ao seu compromisso com o povo eleito, o purifica mediante os desastres e o arrependimento, e o fará entrar (e através dele também os pagãos) no Reino do Messias. O livro contém as profecias sobre a destruição da Samaria e sobre o aniquilamento de Jerusalém, as promessas de salvação a Israel através do Líder de Belém e a indicação do caminho da salvação. Miquéias defende aos pobres e desditados de seu povo e acusa de crueldade e orgulho aos ricos. «Desapareceram os homens piedosos da terra, não há quem seja íntegro entre os homens. Todos andam à espreita para derramar sangue, cada um arma laços ao seu irmão. Suas mãos estão prontas para o mal: o príncipe exige (um presente), o juiz cobra as suas sentenças, o grande manifesta abertamente suas cobiças, todos tramam (suas intrigas).    O melhor dentre eles é como um silvedo, o mais íntegro, como uma sebe de espinhos. No dia anunciado por teus vigias, vem o castigo: eles serão completamente destruídos» (Mq 7, 2-4). 

O seu livro bíblico (Livro de Miquéias), classificado pela Bíblia Cristã como livro profético, divide-se em três seções: na primeira condena os pecados da Samaria e de Judá, principalmente as injustiças praticadas pelos ricos e poderosos que despojavam injustamente os pobres; a segunda começa com um vaticínio sobre a restauração de Jerusalém, sobre a qual virão as nações estrangeiras e das quais esta se libertará; a terceira corresponde a um processo contra Jerusalém devido às suas idolatrias. 

Isto é o que o Senhor espera do homem: «Já te foi dito, ó homem, o que convém, o que o Senhor reclama de ti: que pratiques a justiça, que ames a bondade, e que andes com humildade diante do teu Deus». (Mq 6, 8). O profeta termina seu livro dirigindo-se a Deus: «Qual é o Deus que, como Tu, apaga a iniqüidade e perdoa o pecado do resto de seu povo, que não se ira para sempre porque prefere a misericórdia?   Uma vez mais, tem piedade de nós! Esquece as nossas faltas e joga nossos pecados nas profundezas do mar!» (Mq 7,18-19). 

Conteúdo do livro de Miquéias: a destruição de Jerusalém e Samaria (1-2); o pecado do povo de Judá (3); o Reino do Messias (4); o nascimento de Cristo em Belém (5); o Juízo sobre os povos (6); e a misericórdia para com os fiéis (7).



Romanos 15:30-33

30 Rogo-vos, irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e pelo amor do Espírito, que luteis juntamente comigo nas vossas orações por mim a Deus, 31 para que eu seja livre dos rebeldes que estão na Judéia, e que este meu ministério em Jerusalém seja aceitável aos santos; 32 a fim de que, pela vontade de Deus, eu chegue até vós com alegria, e possa entre vós recobrar as forças. 33 E o Deus de paz seja com todos vós. Amém. 

Mateus 17:24-18:4

24 Tendo eles chegado a Cafarnaum, aproximaram-se de Pedro os que cobravam as didracmas, e lhe perguntaram: O vosso mestre não paga as didracmas? 25 Disse ele: Sim. Ao entrar Pedro em casa, Jesus se lhe antecipou, perguntando: Que te parece, Simão? De quem cobram os reis da terra imposto ou tributo? dos seus filhos, ou dos alheios? 26 Quando ele respondeu: Dos alheios, disse-lhe Jesus: Logo, são isentos os filhos. 27 Mas, para que não os escandalizemos, vai ao mar, lança o anzol, tira o primeiro peixe que subir e, abrindo-lhe a boca, encontrarás um estáter; toma-o, e dá-lho por mim e por ti. 1 Naquela hora chegaram-se a Jesus os discípulos e perguntaram: Quem é o maior no reino dos céus?  2 Jesus, chamando uma criança, colocou-a no meio deles, 3 e disse: Em verdade vos digo que se não vos converterdes e não vos fizerdes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus. 4 Portanto, quem se tornar humilde como esta criança, esse é o maior no reino dos céus.


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sexta-feira, 26 de agosto de 2016

10ª Sexta-feira Depois de Pentecostes

CONCLUSÃO DA FESTA DA TRANSFIGURAÇÃO
26 de Agosto de 2016 (CC) / 13 de Agosto (CE)
Trasladação das relíquias de S. Máximo, o Confessor (c.680).
Jejum da Dormição da Santíssima Mãe de Deus
Modo 8


Chama-se São Máximo, «o Confessor» em razão de seus trabalhos e sofrimentos que padeceu pela fé cristã.  Máximo foi um dos mais destacados teólogos do século VII, verdadeira coluna e  luminar da Ortodoxia contra a heresia monotelita. Nasceu no ano 580 em Constantinopla. Ainda jovem entrou para o serviço da corte chegando a ser o principal dos secretários do imperador Heracleo. Porém, depois de algum tempo, renunciou ao cargo (provavelmente porque o imperador defendesse certas opiniões heréticas), e tomou o hábito monacal em Crisópolis (atual Skutari). Ali escreveu algumas de suas obras de mística e foi eleito abade. No ano 638 morreu São Sofrônio, Patriarca de Jerusalém, a quem Máximo tinha como seu mestre, pai e professor. Máximo então se converteu no grande defensor da Ortodoxia contra o monotelismo do imperador Heracleo, e também do seu sucessor, Constante II. 
São Máximo, grande confessor da fé e notável autor místico, morreu aos oitenta e dois anos. Deixou muitos escritos, alguns comentários alegóricos sobre a Sagrada Escritura e sobre as obras de Dionisio Areopagita, um diálogo entre dois monges acerca da vida espiritual e a «Mystagogia» que é uma explanação sobre os símbolos da liturgia.


2 Coríntios 1:12-20

12 Porque a nossa glória é esta: o testemunho da nossa consciência, de que em santidade e sinceridade de Deus, não em sabedoria carnal, mas na graça de Deus, temos vivido no mundo, e mormente em relação a vós. 13 Pois outra coisa não vos escrevemos, senão as que ledes, ou mesmo reconheceis; e espero que também até o fim as reconhecereis; 14 como também já em parte nos reconhecestes, que somos a vossa glória, assim vós sereis a nossa no dia do Senhor Jesus. 15 E nesta confiança quis primeiro ir ter convosco, para que recebêsseis um segundo benefício; 16 e por vós passar à Macedônia, e da Macedônia voltar a vós, e ser por vosso intermédio encaminhado à Judéia. 17 Ora, deliberando isto, usei porventura de leviandade? ou o que delibero, faço-o segundo a carne, para que haja comigo o sim, sim e o não não? 18 Antes, como Deus é fiel, a nossa palavra a vós não é sim e não,  19 porque o Filho de Deus, Cristo Jesus, que entre vós foi pregado por nós, isto é, por mim, Silvano e Timóteo, não foi sim e não; mas nele houve sim. 20 Pois, tantas quantas forem as promessas de Deus, nele está o sim; portanto é por ele o amém, para glória de Deus por nosso intermédio. 

Mateus 22:23-33

23 No mesmo dia vieram alguns saduceus, que dizem não haver ressurreição, e o interrogaram, dizendo: 24 Mestre, Moisés disse: Se morrer alguém, não tendo filhos, seu irmão casará com a mulher dele, e suscitará descendência a seu irmão. 25 Ora, havia entre nós sete irmãos: o primeiro, tendo casado, morreu: e, não tendo descendência, deixou sua mulher a seu irmão; 26 da mesma sorte também o segundo, o terceiro, até o sétimo. 27 depois de todos, morreu também a mulher. 28 Portanto, na ressurreição, de qual dos sete será ela esposa, pois todos a tiveram? 29 Jesus, porém, lhes respondeu: Errais, não compreendendo as Escrituras nem o poder de Deus; 30 pois na ressurreição nem se casam nem se dão em casamento; mas serão como os anjos no céu. 31 E, quanto à ressurreição dos mortos, não lestes o que foi dito por Deus: 32 Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó? Ora, ele não é Deus de mortos, mas de vivos. 33 E as multidões, ouvindo isso, se maravilhavam da sua doutrina. 


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COMENTÁRIO 

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

10ª Quinta-feira Depois de Pentecostes

PÓS-FESTA DA TRANSFIGURAÇÃO
25 de Agosto de 2016 (CC) / 12 de Agosto (CE)
Santos Mártires Fócio e Aniceto, († 305).
Jejum da Dormição da Santíssima Mãe de Deus
Modo 8




Os santos mártires Fócio e Aniceto, seu sobrinho, eram naturais de Nicomédia da Bithynia. Quando Diocleciano (235-284) começou a planejar as perseguições aos cristãos, planejando criar na cidade uma praça de execução para pôr medo aos que se sentissem movidos à fé e, diante do senado, prioferiu insultos contra eles, Aniceto, que estava presente naquele momento, não só não se deixou intimidar como reagiu valorosamente, afirmando-se cristão e, dirigindo-se ao imperador disse: 
«Então pensas que agindo deste modo, pondo-se contra os cristãos e insultando-os com palavras desrespeitosas,  possas ter qualquer êxito? Saiba que os cristãos constituem hoje a porção mais sadia do Império Romano, e é impossível, até mesmo absurdo, que possam crer nos ídolos. Portanto, não importa as medidas que venhas a adotar contra os cristãos, o prejudicado serás tu. Quanto a eles, serão venerados como mártires». 
Diocleciano, furioso com as palavras de Aniceto, ordenou que ele fosse lançado como alimento a um feroz leão. No entanto, diante de Aniceto, o ímpeto selvagem do animal foi abrandado, e nenhum mal lhe causou. Houve depois um forte terremoto e muitas estátuas dos ídolos do templo de Hércules foram jogadas em pedaços ao chão, e muitos pereceram. 
Aniceto foi então preso a uma roda giratória e, por debaixo dela, acenderam fogo. Porém, uma vez mais foi preservado incólume, tendo a roda parado de girar e o fogo se apagado milagrosamente. Em seguida jogaram-no num forno com estanho em ebulição, mas o estanho se esfriou imediatamente e Deus o preservou para a edificação de muitos. 
Fócio então correu a abraçar seu tio. Os idólatras, ao verem o que se passava, amarraram os dois e os levaram à prisão.  Três dias depois, Diocleciano voltou a persuadi-los a prestarem culto aos seus ídolos, prometendo-lhes em troca glória e riquezas. Os santos responderam: 
«Que pereçam tua glória e tuas riquezas!» 
Foram então amarrados pelas pernas à cavalos selvagens e arrastados pela terra. Mais uma vez permaneceram ilesos. Finalmente, Diocleciano ordenou que fossem jogados numa grande fornalha.  E assim, entregaram suas almas a Deus.  Muitos outros cristãos, inspirados e encorajados pela vida dos santos Aniceto e Fócio, e com suas palavras: «somos cristãos!», morreram com esta mesma oração nos lábios. 
Os corpos dos santos Aniceto e Fócio foram preservados incólumes da ação do fogo, até mesmo seus cabelos. Vendo tudo isto, muitos, muitos pagãos abandonaram seus cultos idólatras aderindo à fé em Cristo. Isto se deu no ano 305.



2 Coríntios 1:1-7

1 Paulo, apóstolo de Cristo Jesus pela vontade de Deus, e o irmão Timóteo, à igreja de Deus que está em Corinto, com todos os santos que estão em toda a Acáia: 2 Graça a vós, e paz da parte de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo. 3 Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e Deus de toda a consolação, 4 que nos consola em toda a nossa tribulação, para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação, pela consolação com que nós mesmos somos consolados por Deus. 5 Porque, como as aflições de Cristo transbordam para conosco, assim também por meio de Cristo transborda a nossa consolação. 6 Mas, se somos atribulados, é para vossa consolação e salvação; ou, se somos consolados, para vossa consolação é a qual se opera suportando com paciência as mesmas aflições que nós também padecemos; 7 e a nossa esperança acerca de vós é firme, sabendo que, como sois participantes das aflições, assim o sereis também da consolação. 

Mateus 21:43-46

43 Portanto eu vos digo que vos será tirado o reino de Deus, e será dado a um povo que dê os seus frutos. 44 E quem cair sobre esta pedra será despedaçado; mas aquele sobre quem ela cair será reduzido a pó. 45 Os principais sacerdotes e os fariseus, ouvindo essas parábolas, entenderam que era deles que Jesus falava. 46 E procuravam prendê-lo, mas temeram o povo, porquanto este o tinha por profeta.


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COMENTÁRIO 


“Ai da Alma Na Qual Não Habita Cristo!”


Assim como Deus em outro tempo, irritado contra os judeus, entregou Jerusalém à afronta de seus inimigos e seus adversários os submeteram, de maneira que já não restaram nela nem festas nem sacrifícios; assim também agora, encolerizado contra a alma que viola os seus mandatos, a entrega em poder dos mesmos inimigos que a seduziram até torná-la feia.

E da mesma forma que uma casa, se não habita nela seu dono, se cobre de trevas, de ignomínia e de afronta, e fica toda cheia de sujeira e imundície; assim também a alma, privada de seu Senhor e da presença alegre de seus anjos, fica repleta das trevas do pecado, da fealdade das paixões e de todo tipo de desonra.

Ai do caminho pelo qual ninguém passa, e no qual não se ouve nenhuma voz humana, porque se torna asilo de animais! Ai da alma pela qual o Senhor não caminha, nem afugenta dela com a sua voz as bestas espirituais da maldade! Ai da casa na qual não habita o seu dono! Ai da terra privada de colono que a cultive! Ai do barco privado de piloto, porque, acometido pelas ondas e tempestades do mar, acaba por naufragar! Ai da alma que não traz em si o verdadeiro piloto, Cristo, porque, colocada em um cruel mar de trevas, sacudida pelas ondas de suas paixões e atacada pelos espíritos malignos como por uma tempestade de inverno, acabará naufragando!

Ai da alma privada do cultivo dedicado de Cristo, que é aquele que lhe faz produzir os bons frutos do Espírito, porque, encontrando-se abandonada, cheia de espinhos e de abrolhos, em vez de produzir fruto, acaba na fogueira! Ai da alma na qual não habita Cristo, seu Senhor, porque ao encontrar-se abandonada, cheia de espinhos e de abrolhos, em vez de produzir fruto, acaba na fogueira! Ai da alma na qual não habita Cristo, seu Senhor, porque ao encontrar-se abandonada e cheia dos maus odores de suas paixões, torna-se hospedagem de todos os vícios!

Assim como o colono, quando se dispõe a cultivar a terra, necessita dos instrumentos e vestes apropriados, assim também Cristo, o rei celestial e verdadeiro agricultor, ao visitar a humanidade desolada pelo pecado, tendo-se revestido de um corpo humano e levando a cruz como instrumento, cultivou a alma abandonada, arrancou dela os espinhos e abrolhos dos maus espíritos, extraiu a cizânia do pecado e lançou ao fogo toda a erva má; e, tendo-a assim trabalhado incansavelmente com o madeiro da cruz, plantou nela o belíssimo horto do Espírito: horto que produz para Deus, seu Senhor, um fruto agradável e suavíssimo.


São Macário, o Grande (séc. IV)

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

10ª Quarta-feira Depois de Pentecostes

PÓS-FESTA DA TRANSFIGURAÇÃO
24 de Agosto de 2016 (CC) / 11 de Agosto (CE)
S. Éuplio de Catânia, mártir († 304).
Jejum da Dormição da Santíssima Mãe de Deus
Modo 8





O Mártir Arquidiácono Euplus padeceu no ano 304 sob os imperadores Diocleciano (284-305) e Maximiano (284-305). Euplus serviu na cidade siciliana de Catania. São Euplus sempre levar consigo o Evangelho e constantemente falava aos pagãos a respeito de Cristo. Uma vez, enquanto lia e explicava o Evangelho para a multidão reunida, fora preso e levando perante o governador da cidade, Calvisiano. São Euplus confessou-se cristão e denunciou a impiedade da idolatria. Condenado a sofrer torturas, jogaram o santo ferido na prisão, onde ficaria em oração por 7 dias. O Senhor fez jorrar uma fonte de água de dentro da prisão a fim de extinguir a sede do mártir. Levado a julgamento pela segunda vez, revigorado e alegre, novamente confessou sua fé em Cristo e denunciou o torturador de derramar o sangue de cristãos inocentes. O juiz mandou arrancar as orelhas e cortar a cabeça do santo. Quando eles levaram o santo para a execução, penduraram o Evangelho em seu pescoço. Havendo pedido um tempo para a orar, o Arquidiácono recomeçou a ler e explicar o Evangelho às pessoas. Muitos dos pagãos creram em Cristo. Então um dos soldados pegou o Arquidiácono e o degolou com uma espada.



1 Coríntios 16:4-12

E, se valer a pena que eu também vá, irão comigo. Irei, porém, ter convosco depois de ter passado pela Macedônia (porque tenho de passar pela Macedônia). E bem pode ser que fique convosco, e passe também o inverno, para que me acompanheis aonde quer que eu for. Porque não vos quero agora ver de passagem, mas espero ficar convosco algum tempo, se o Senhor o permitir. Ficarei, porém, em Éfeso até o Pentecostes; porque uma porta grande e eficaz se me abriu; e há muitos adversários. E, se Timóteo for, vede que esteja sem temor convosco; porque trabalha na obra do Senhor, como eu também. Portanto, ninguém o despreze, mas acompanhai-o em paz, para que venha ter comigo; pois o espero com os irmãos. E, acerca do irmão Apolo, roguei-lhe muito que fosse com os irmãos ter convosco, mas, na verdade, não teve vontade de ir agora; irá, porém, quando se lhe oferecer boa ocasião.

Mateus 21:28-32

Mas, que vos parece? Um homem tinha dois filhos, e, dirigindo-se ao primeiro, disse: Filho, vai trabalhar hoje na minha vinha. Ele, porém, respondendo, disse: Não quero. Mas depois, arrependendo-se, foi. E, dirigindo-se ao segundo, falou-lhe de igual modo; e, respondendo ele, disse: Eu vou, senhor; e não foi. Qual dos dois fez a vontade do pai? Disseram-lhe eles: O primeiro. Disse-lhes Jesus: Em verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes entram adiante de vós no reino de Deus. Porque João veio a vós no caminho da justiça, e não o crestes, mas os publicanos e as meretrizes o creram; vós, porém, vendo isto, nem depois vos arrependestes para o crer. 



COMENTÁRIO

Novamente o Senhor disputa com eles por meio de parábolas, para dar-lhes a entender, por um lado, a ingratidão deles e, por outro, a docilidade daqueles mesmos que condenavam categoricamente.

Porque estes dois filhos manifestam o que aconteceu com os judeus e com os gentios. Porque foi assim que os gentios, que não tinham prometido obedecer e nunca ouviram a lei, em suas obras mostraram sua obediência; e os judeus, que disseram: Tudo quanto o Senhor disser o faremos e obedeceremos, mas em suas obras lhe desobedeceram. Justamente porque não pensaram que a lei lhes serviria para alguma coisa, ele lhes faz ver que ela seria motivo de maior condenação. O que vem a ser o mesmo que Paulo afirma quando diz: Nem os que ouvem a lei são justos diante de Deus, mas os que cumprem a lei serão justificados. E notemos que, para que sejam eles que se condenem a si mesmos, o Senhor lhes obriga a responder a sua pergunta, que era como pronunciar sua própria sentença. O mesmo faz em seguida na parábola da vinha.

Para consegui-lo põe a culpa em outra pessoa. Como diretamente não o queriam confessar, vai conduzindo-os para onde quer através da parábola. Mas já que eles mesmos, sem entender o que diziam, pronunciavam sua sentença, o Senhor passa a revelar-lhes aquilo que estava como que na sombra e lhes diz: Em verdade vos digo que os cobradores de impostos e as prostitutas vos precedem no Reino de Deus. Porque João veio até vós, num caminho de justiça, e vós não acreditastes nele. Ao contrário, os cobradores de impostos e as prostitutas creram nele. Vós, porém, mesmo vendo isso, não vos arrependestes para crer nele.

Se lhes houvesse dito simplesmente: “As prostitutas vos precedem”, sua palavra teria parecido dura; agora, porém, quando foram eles mesmos que deram a sua sentença, aquela dureza desaparece. Daí que acrescenta também a causa: E que causa é essa? Veio João, diz, a vós, e não a eles. Ainda mais: Veio num caminho de justiça. Por que não acusais a João de ter sido um homem negligente e inútil? Não, sua vida foi irreprovável, e seu zelo extraordinário; e, contudo, não lhe destes atenção. E juntamente com esta, outra culpa: que os publicanos lhe deram atenção. E outra ainda: que mesmo depois deles vós não crestes. Porque o seu dever era ter crido antes; mas o não ter crido, mesmo depois, já é pecado que não tem perdão possível.

Grande louvor dos publicanos e maior condenação dos fariseus: “Veio a vós, e não o recebestes; não veio aos publicanos e o receberam. E nem mesmo a estes quereis por mestres”. Olhem por quantos modos louva alguns e condena a outros: “Veio a vós, não a eles. Vós não crestes, e isto não lhes escandalizou. Eles creram, e isto não foi de vosso proveito”. De outra forma, diz: Vos precedem, não quer dizer que eles sigam, mas sim que, se querem, têm esperança de segui-los. Realmente, nada como a rivalidade desperta as pessoas rudes. Eis por que o Senhor repita a cada passo: Os últimos serão os primeiros e os primeiros os últimos.


São João Crisóstomo, Patriarca de Constantinopla (séc. V)
Sermão sobre o Evangelho de São Mateus 


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