sexta-feira, 31 de março de 2017

5ª Sexta-feira da Grande Quaresma

31 de Março de 2017 (CC) / 18 de Março (CE)
São Cirilo, Bispo de Jerusalém († c. 386)
Modo 7




Ignora-se o que tenha feito São Cirilo antes de ser bispo de Jerusalém. Sabe-se, no entanto, que Deus o honrou no início de seu episcopado com uma maravilha que causou grande admiração em todo império romano: no dia 7 de maio do ano 351 apareceu no ar uma cruz luminosa que, nem mesmo a luz do sul podia obscurecê-la. Estendia-se do Monte Calvário ao Monte das Oliveiras, distante um do outro cerca de 3 quilômetros, com a mesma largura. Todos os que se encontravam em Jerusalém, cristãos e pagãos, testemunharam este milagroso evento que começou às 9h da manhã e durou durante várias horas. Cirilo relatou este acontecimento ao imperador Constantino numa carta que está conservada ainda hoje. Ignora-se o que São Cirilo tenha feito desde esta aparição até o fim do ano 357, quando foi deposto em razão de intrigas e ódio de Acácio, bispo de Cesaréia, com quem estava em questão, já que era acusado de pretender usurpar os direitos àquela Metrópole. Esta controvérsia foi agravada porque Cirilo representava uma forte oposição à heresia ariana, apoiada por Acácio, e defender com determinação a ortodoxia da doutrina cristã.  
Acácio era um homem inquieto. Freqüentemente citava São Cirilo em seus julgamentos, mas o bispo de Jerusalém não comparecia, já que não o reconhecia como seu superior. Mas Acácio desfrutava de grande crédito na corte e era apoiado pelos grandes e pelos prelados que pensavam como ele. Assim, conseguiu que São Cirilo fosse deposto por ter se recusado a comparecer e responder as acusações apresentadas contra ele. Uma destas acusações sustentava que Cirilo havia vendido os tesouros da Igreja. É verdade que, estando o território de Jerusalém num período de grandes dificuldades, o povo padecendo de fome recorria a São Cirilo pedindo-lhe ajuda e, como não dispusesse de dinheiro, vendia alguns vasos sagrados e ícones para poder atender estas necessidades básicas de seu povo. Cirilo não se preocupou com esta acusação por considerá-la injusta e em desacordo com as regras, apelando a outro tribunal e enviando a ata desta apelação aos que o haviam deposto. Tendo se reunido os bispos no Concílio de Selêucia em setembro de 359, Cirilo se apresentou e pediu para que a justiça fosse feita. Foi ouvido favoravelmente e restabelecido na sé de Jerusalém, enquanto Acácio foi deposto. Mas, um ano depois, em 360, Acácio, que não havia perdido o seu crédito, voltou-se novamente contra São Cirilo e conseguiu depô-lo num arranjo de intrigas. O Santo Bispo morreu no ano 386, quando já contava 35 anos de seu episcopado.


Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

HORA SEXTA 

Isaías 45:11-17

11 Assim diz o Senhor, o Santo de Israel, aquele que o formou: Perguntai-me as coisas futuras; demandai-me acerca de meus filhos, e acerca da obra das minhas mãos. 12 Eu é que fiz a terra, e nela criei o homem; as minhas mãos estenderam os céus, e a todo o seu exército dei as minhas ordens. 13 Eu o despertei em justiça, e todos os seus caminhos endireitarei; ele edificará a minha cidade, e libertará os meus cativos, não por preço nem por presentes, diz o Senhor dos exércitos. 14 Assim diz o Senhor: A riqueza do Egito, e as mercadorias da Etiópia, e os sabeus, homens de alta estatura, passarão para ti, e serão teus; irão atrás de ti; em grilhões virão; e, prostrando-se diante de ti, far-te-ão as suas súplicas, dizendo: Deus está contigo somente; e não há nenhum outro Deus. 15 Verdadeiramente tu és um Deus que te ocultas, ó Deus de Israel, o Salvador. 16 Envergonhar-se-ão, e também se confundirão todos; cairão juntos em ignomínia os que fabricam ídolos. 17 Mas Israel será salvo pelo Senhor, com uma salvação eterna; pelo que não sereis jamais envergonhados nem confundidos em toda a eternidade.


VÉSPERAS 

Gênesis 22:1-18

1 E aconteceu, depois destas coisas, que Deus postou  Abraão à prova, dizendo-lhe: "Abraão, Abraão;" e ele respondeu: "Eis! Eu estou aqui." 2 E Ele disse: "Toma o teu filho amado, a quem tens amado, Isaque, e vai para a terra montanhosa, e oferece-o ali como uma oferta de holocausto sobre um dos montes que Eu te mostrarei." 3 Abraão se levantou pela manhã e albardou o seu jumento, tomou consigo dois servos e Isaque, seu filho; e tendo cortado madeira para uma oferta de holocausto, levantou-se e partiu, e veio até o lugar do qual Deus lhe falara, 4 chegando ali ao terceiro dia. Abraão ergueu os olhos e avistou o lugar, de longe.  5 Então Abraão disse aos seus servos: "Assentai-vos aqui com o jumento, e eu e o moço prosseguiremos até lá e, tendo adorado, retornaremos para vós."  6 Abraão tomou a lenha da oferta de holocausto e a pôs sobre Isaque, seu filho, e tomou em suas mãos tanto o fogo como a faca; e os dois foram, juntos. 7 Isaque disse ao seu pai, Abraão: "Pai!" E ele respondeu: "Que é, filho?" Ele disse: "Eis o fogo e a lenha; onde está a ovelha para uma oferta de holocausto?" 8 Abraão respondeu: "Deus proverá para si um cordeiro para a oferta de holocausto, meu filho." E havendo ido juntos, 9 chegaram ao lugar do qual Deus falara com ele. Ali Abraão construiu o altar e pôs a lenha sobre ele e, depois de ter atado juntos os pés de seu filho Isaque, deitou-o sobre o altar em cima da madeira. 10 Abraão estendeu a mão a fim de pegar a faca para matar seu filho. 11 Mas um anjo do Senhor o chamou do céu, dizendo: "Abraão, Abraão." Ele respondeu: "Eis que estou aqui." 12 E ele disse: "Não estendas a mão sobre a criança nem faças nada a ele, pois agora sei que temes a Deus e, por minha causa, tu não poupaste teu filho amado." 13 Então Abraão levantou os olhos fixando-os e, eis! um carneiro estava preso pelos chifres em uma planta de Sabek; Abraão tomou o carneiro e ofereceu-o como uma oferta de holocausto no lugar do seu filho Isaque. 14 Abraão chamou o nome daquele lugar, "Vi o Senhor;" para que se possa dizer, nos dias de hoje, "no monte em que o Senhor foi visto." 15 E um anjo do Senhor chamou Abraão pela segunda vez do céu, dizendo: 16 "Eu jurei por mim mesmo, diz o Senhor: Porquanto fizeste isto, e por minha consideração não poupaste teu filho amado, 17 certamente eu te abençoarei muitíssimo e multiplicarei a tua descendência como as estrelas do céu e como a areia que está na beira do mar; e a tua descendência herdará as cidades dos seus inimigos. 18 Em tua semente todas as nações da terra serão abençoadas, porque ouviste a minha voz."

Provérbios 17:17-18:5

17 O amigo ama em todo o tempo; e para a angústia nasce o irmão. 18 O homem falto de entendimento compromete-se, tornando-se fiador na presença do seu vizinho. 19 O que ama a contenda ama a transgressão; o que faz alta a sua porta busca a ruína. 20 O perverso de coração nunca achará o bem; e o que tem a língua dobre virá a cair no mal.  21 O que gera um tolo, para sua tristeza o faz; e o pai do insensato não se alegrará. 22 O coração alegre serve de bom remédio; mas o espírito abatido seca os ossos. 23 O ímpio recebe do regaço a peita, para perverter as veredas da justiça. 24 O alvo do inteligente é a sabedoria; mas os olhos do insensato estão nas extremidades da terra. 25 O filho insensato é tristeza para seu, pai, e amargura para quem o deu à luz. 26 Não é bom punir ao justo, nem ferir aos nobres por causa da sua retidão. 27 Refreia as suas palavras aquele que possui o conhecimento; e o homem de entendimento é de espírito sereno. 28 Até o tolo, estando calado, é tido por sábio; e o que cerra os seus lábios, por entendido. 1 Aquele que vive isolado busca seu próprio desejo; insurge-se contra a verdadeira sabedoria. 2 O tolo não toma prazer no entendimento, mas tão somente em revelar a sua opinião. 3 Quando vem o ímpio, vem também o desprezo; e com a desonra vem o opróbrio. 4 Aguas profundas são as palavras da boca do homem; e a fonte da sabedoria é um ribeiro que corre. 5 Não é bom ter respeito à pessoa do ímpio, nem privar o justo do seu direito.

† † †

quinta-feira, 30 de março de 2017

5ª Quinta-feira da Grande Quaresma

30 de Março de 2017 (CC) / 17 de Março (CE)
Santo Alexis, homem de Deus († séc. IV ou V)
Modo 7



No século IV viviam em Roma Eufêmio e Aglaya, um rico casal conhecido por sua compaixão e caridade. Alimentavam todos os dias os pobres, órfãos, viúvas e peregrinos. Quando havia poucas pessoas para alimentar, Eufêmio dizia com tristeza que era indigno de caminhar sobre a terra. Todos amavam Eufêmio e sua esposa, um casal que ainda não havia sido agraciado com filhos. Sofriam por isso, e rogavam a Deus que lhes concedesse um filho para que lhes alegrasse em sua velhice. Deus ouviu suas preces dando-lhes um filho a quem batizaram com o nome de Alexis. Seus pais tudo fizeram para lhe dar uma boa educação e para que crescesse bondoso e piedoso. E, tendo como guia seus devotos pais, desde muito cedo Alexis amava o Senhor, orava constantemente, jejuava e se vestia com modéstia. Chegando a maioridade, seus pais lhe encontraram uma noiva com quem se casou. Após o casamento, ainda nas núpcias, quando estavam sós, Alexis aproximou-se de sua esposa virgem, lhe deu um anel de ouro, um cinturão de muito valor, dizendo-lhe: «Guarda isto, e que Deus esteja entre nós até que sua bondade nos faça novos». Em seguida, deixou-a sós. Despiu suas ricas vestes nupciais, vestiu-se como um simples aldeão e se foi da casa de seus pais. Fez isto inspirado nas palavras de Cristo: «E todo aquele que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou terras, por amor de meu nome, receberá cem vezes tanto, e herdará a vida eterna» (Mt 19,29). Presume-se que tenha consentido se casar antes de sair da casa de seus pais, para assegurar a sua noiva um futuro melhor.  
Vagando por vários países, Alexis chegou finalmente à cidade de Edessa. Ali estava guardado o antigo ícone do Salvador, não feito por mãos humanas. Em Edessa, Alexis deu aos pobres suas últimas moedas e começou a viver como mendigo, próximo à Igreja da Santíssima Virgem, vivendo da generosidade dos que passavam por ali. Rezava dia e noite e comungava sempre aos domingos. Assim, viveu durante 17 anos na miséria, fazendo exercícios espirituais. 
Pouco a pouco, muitos habitantes de Edessa ficaram conhecendo e apreciavam a profunda espiritualidade do mendigo que vivia sentado à porta da igreja. Um dos servidores da igreja viu em sonho a Santíssima Virgem que lhe pediu que deixasse entrar na sua igreja um homem de Deus, pois as suas orações chegavam a Deus e, assim como repousa sobre a cabeça do o rei a coroa, sobre ele repousa o Espírito Santo. O servidor da igreja ficou confuso, pois não sabia quem era o tal «o homem de Deus». A visão, porém, se repetiu, e a Mãe de Deus indicou que era o mendigo que vivia sentado à porta da Igreja. 
Depois disso, o apreço e a admiração por Alexis aumentou, e era comum se referiam a ele como um exemplo. Então, para afastar-se das futilidades e da vangloria, ele se foi de Edessa. Chegou ao Mar Mediterrâneo e embarcou para algum outro país. Durante a travessia,  a embarcação foi surpreendida por uma grande tormenta e, depois de alguns dias, o maltratado barco chegou à Itália, próximo de Roma, onde anos atrás vivia Alexis.  
Em terra, dirigiu-se a casa de seus pais e, no caminho, encontrou seu pai que retornava da Igreja. Inclinando-se diante do pai, Alexis disse: «tem piedade deste mendigo e dá-me um lugar em tua casa, e o Senhor te abençoará e te concederá o Reino dos Céus; e se tens alguém de tua família viajando, Deus te devolverá». Aquelas palavras recordaram Eufêmio de que seu filho havia desaparecido, e caiu em lágrimas. Disse ao mendigo que lhe daria uma pequena casa em sua estância.  
Assim, Alexis começou a viver nas imediações da casa paterna sem ser reconhecido, pois tendo vivido tantos anos nas privações, tornou-se irreconhecível. Na pequena casa, Alexis continuava a viver da mesma forma como vivera em Edessa: orava constantemente a Deus, comungava a cada domingo, suportava a mendicância e se conformava com muito pouco. No entanto, era difícil ver em seu pai, mãe e esposa, a dor pela perda de seu filho e esposo. Assim se passaram mais 17 anos. 
Quando Alexis pressentiu que chegava a hora de sua morte, escreveu sobre um papel sua vida, iniciando pelo dia em que se afastou da casa de seus pais. Ao terminar de escrever, esperava pela morte.  
No domingo seguinte, o bispo da cidade de Roma, Inocêncio, na presença do imperador Honório oficiava a Divina Liturgia. Havia muitos fiéis presentes. Durante a Liturgia, escutou-se uma voz que dizia: «Busquem o homem de Deus na casa de Eufêmio». O imperador perguntou a Eufêmio: «Por que não nos disseste que em tua casa vive um homem de Deus?». Eufêmio respondeu: «Não sei do que estão falando!» 
Então o imperador Honório e o Papa Inocêncio decidiram ir à casa de Eufêmio para conhecer quem era aquele homem de Deus. Quando chegaram à estância, souberam pelos criados que na pequena casa vivia um homem que rezava e jejuava. Entraram na pequena casa e viram um homem morto caído ao chão. Seu rosto resplandecia e de seu corpo exalava um aroma. 
O imperador viu o papel na mão de Alexis, tomou e começou a ler. Finalmente Eufêmio e todos os presentes souberam que aquele mendigo que há tanto tempo vivera ali era o seu filho perdido. Os pais sofreram muito por saber tão tardiamente que aquele era seu filho. Mas lhes consolava saber que ele tinha alcançado a santidade.

Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

HORA SEXTA 

Isaías 41:4-14

4 Quem operou e fez isto, chamando as gerações desde o princípio? Eu, o Senhor, que sou o primeiro, e que com os últimos sou o mesmo. 5 As ilhas o viram, e temeram; os confins da terra tremeram; aproximaram-se, e vieram. 6 um ao outro ajudou, e ao seu companheiro disse: Esforça-te. 7 Assim o artífice animou ao ourives, e o que alisa com o martelo ao que bate na bigorna, dizendo da coisa soldada: Boa é. Então com pregos a segurou, para que não viesse a mover-se. 8 Mas tu, ó Israel, servo meu, tu Jacó, a quem escolhi, descendência de Abraão, 9 tomei desde os confins da terra, e te chamei desde os seus cantos, e te disse: Tu és o meu servo, a ti te escolhi e não te rejeitei; 10 não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a destra da minha justiça. 11 Eis que envergonhados e confundidos serão todos os que se irritam contra ti; tornar-se-ão em nada; e os que contenderem contigo perecerão. 12 Quanto aos que pelejam contigo, buscá-los-ás, mas não os acharás; e os que guerreiam contigo tornar-se-ão em nada e perecerão. 13 Porque eu, o Senhor teu Deus, te seguro pela tua mão direita, e te digo: Não temas; eu te ajudarei. 14 Não temas, ó bichinho de Jacó, nem vós, povozinho de Israel; eu te ajudo, diz o Senhor, e o teu redentor é o Santo de Israel.  


VÉSPERAS 


Genesis 17:1-9

1 Abrão tinha noventa e nove anos. E o Senhor apareceu a Abrão e disse-lhe: "Eu sou o teu Deus. Sê agradável diante de mim, e sê perfeito, 2 e eu estabelecerei a minha aliança entre mim e ti, e multiplicar-te-ei."  3 Então caiu Abrão sobre o seu rosto; e Deus lhe falou, dizendo:  4 "Quanto a Mim, eis que o meu pacto é contigo, e serás pai de uma multidão de nações.  5 O teu nome não será mais chamado Abrão, porém teu nome será Abraão; porque Eu te fiz pai de muitas nações.  6 Eu irei aumentar-te extraordinariamente; Farei de ti nações, e reis sairão de ti.  7 E Eu estabelecerei a minha aliança contigo e com a tua descendência depois de ti nas suas gerações por aliança perpétua, para ser o teu Deus e o Deus de tua descendência depois de ti.  8 Eu darei a ti e à tua descendência depois de ti a terra onde és peregrino, até mesmo toda a terra de Canaã, em perpétua possessão; e Eu serei o seu Deus." 9 E disse Deus a Abraão: "Também tu deverás, plenamente, manter a minha aliança, tu e a tua descendência depois de ti nas suas gerações. 

Provérbios 15:20-16:9

20 O filho sábio alegra a seu pai; mas o homem insensato despreza a sua mãe. 21 A estultícia é alegria para o insensato; mas o homem de entendimento anda retamente. 22 Onde não há conselho, frustram-se os projetos; mas com a multidão de conselheiros se estabelecem. 23 O homem alegra-se em dar uma resposta adequada; e a palavra a seu tempo quão boa é! 24 Para o sábio o caminho da vida é para cima, a fim de que ele se desvie do Sheol que é em baixo. 25 O Senhor desarraiga a casa dos soberbos, mas estabelece a herança da viúva. 26 Os desígnios dos maus são abominação para o Senhor; mas as palavras dos limpos lhe são aprazíveis. 27 O que se dá à cobiça perturba a sua própria casa; mas o que aborrece a peita viverá. 28 O coração do justo medita no que há de responder; mas a boca dos ímpios derrama coisas más. 29 Longe está o Senhor dos ímpios, mas ouve a oração dos justos. 30 A luz dos olhos alegra o coração, e boas-novas engordam os ossos. 31 O ouvido que escuta a advertência da vida terá a sua morada entre os sábios. 32 Quem rejeita a correção menospreza a sua alma; mas aquele que escuta a advertência adquire entendimento. 33 O temor do Senhor é a instrução da sabedoria; e adiante da honra vai a humildade. 1 Ao homem pertencem os planos do coração; mas a resposta da língua é do Senhor. 2 Todos os caminhos do homem são limpos aos seus olhos; mas o Senhor pesa os espíritos. 3 Entrega ao Senhor as tuas obras, e teus desígnios serão estabelecidos. 4 O Senhor fez tudo para um fim; sim, até o ímpio para o dia do mal. 5 Todo homem arrogante é abominação ao Senhor; certamente não ficará impune. 6 Pela misericórdia e pela verdade expia-se a iniquidade; e pelo temor do Senhor os homens se desviam do mal. 7 Quando os caminhos do homem agradam ao Senhor, faz que até os seus inimigos tenham paz com ele. 8 Melhor é o pouco com justiça, do que grandes rendas com injustiça. 9 O coração do homem propõe o seu caminho; mas o Senhor lhe dirige os passos.

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quarta-feira, 29 de março de 2017

5ª Quarta-feira da Grande Quaresma

29 de Março de 2017 (CC) / 16 de Março (CE)
S. Mártir Sabino (†287)
Modo 7


Sabino foi um sírio da cidade de Hermópolis e um funcionário da referida cidade. Na hora de uma perseguição contra os cristãos, ele se retirou para uma montanha com um grande número de outros cristãos e abrigavam-se em uma cabana. Lá, Sabino passou seu tempo em jejum e oração. Um mendigo, a quem Sabino muito tinha ajudado, trazia-lhe comida. Porém, assim como Judas fez a Cristo, assim também este infeliz traiu seu benfeitor por duas peças de ouro. Sabino, juntamente com seis outros, foi detido, preso pelos soldados e levado para ser julgado. Depois de tormentos graves, foi lançado para dentro do rio Nilo, onde ele entregou a alma a Deus no ano 287 d.C. 


Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

HORA SEXTA 

Isaías 41:4-14

4 Quem operou e fez isto, chamando as gerações desde o princípio? Eu, o Senhor, que sou o primeiro, e que com os últimos sou o mesmo. 5 As ilhas o viram, e temeram; os confins da terra tremeram; aproximaram-se, e vieram. 6 um ao outro ajudou, e ao seu companheiro disse: Esforça-te. 7 Assim o artífice animou ao ourives, e o que alisa com o martelo ao que bate na bigorna, dizendo da coisa soldada: Boa é. Então com pregos a segurou, para que não viesse a mover-se. 8 Mas tu, ó Israel, servo meu, tu Jacó, a quem escolhi, descendência de Abraão, 9 tomei desde os confins da terra, e te chamei desde os seus cantos, e te disse: Tu és o meu servo, a ti te escolhi e não te rejeitei; 10 não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a destra da minha justiça. 11 Eis que envergonhados e confundidos serão todos os que se irritam contra ti; tornar-se-ão em nada; e os que contenderem contigo perecerão. 12 Quanto aos que pelejam contigo, buscá-los-ás, mas não os acharás; e os que guerreiam contigo tornar-se-ão em nada e perecerão. 13 Porque eu, o Senhor teu Deus, te seguro pela tua mão direita, e te digo: Não temas; eu te ajudarei. 14 Não temas, ó bichinho de Jacó, nem vós, povozinho de Israel; eu te ajudo, diz o Senhor, e o teu redentor é o Santo de Israel.  

VÉSPERAS 

Genesis 17:1-9

1 Abrão tinha noventa e nove anos. E o Senhor apareceu a Abrão e disse-lhe: "Eu sou o teu Deus. Sê agradável diante de mim, e sê perfeito, 2 e eu estabelecerei a minha aliança entre mim e ti, e multiplicar-te-ei."  3 Então caiu Abrão sobre o seu rosto; e Deus lhe falou, dizendo:  4 "Quanto a Mim, eis que o meu pacto é contigo, e serás pai de uma multidão de nações.  5 O teu nome não será mais chamado Abrão, porém teu nome será Abraão; porque Eu te fiz pai de muitas nações.  6 Eu irei aumentar-te extraordinariamente; Farei de ti nações, e reis sairão de ti.  7 E Eu estabelecerei a minha aliança contigo e com a tua descendência depois de ti nas suas gerações por aliança perpétua, para ser o teu Deus e o Deus de tua descendência depois de ti.  8 Eu darei a ti e à tua descendência depois de ti a terra onde és peregrino, até mesmo toda a terra de Canaã, em perpétua possessão; e Eu serei o seu Deus." 9 E disse Deus a Abraão: "Também tu deverás, plenamente, manter a minha aliança, tu e a tua descendência depois de ti nas suas gerações. 

Provérbios 15:20-16:9

20 O filho sábio alegra a seu pai; mas o homem insensato despreza a sua mãe. 21 A estultícia é alegria para o insensato; mas o homem de entendimento anda retamente. 22 Onde não há conselho, frustram-se os projetos; mas com a multidão de conselheiros se estabelecem. 23 O homem alegra-se em dar uma resposta adequada; e a palavra a seu tempo quão boa é! 24 Para o sábio o caminho da vida é para cima, a fim de que ele se desvie do Sheol que é em baixo. 25 O Senhor desarraiga a casa dos soberbos, mas estabelece a herança da viúva. 26 Os desígnios dos maus são abominação para o Senhor; mas as palavras dos limpos lhe são aprazíveis. 27 O que se dá à cobiça perturba a sua própria casa; mas o que aborrece a peita viverá. 28 O coração do justo medita no que há de responder; mas a boca dos ímpios derrama coisas más. 29 Longe está o Senhor dos ímpios, mas ouve a oração dos justos. 30 A luz dos olhos alegra o coração, e boas-novas engordam os ossos. 31 O ouvido que escuta a advertência da vida terá a sua morada entre os sábios. 32 Quem rejeita a correção menospreza a sua alma; mas aquele que escuta a advertência adquire entendimento. 33 O temor do Senhor é a instrução da sabedoria; e adiante da honra vai a humildade. 1 Ao homem pertencem os planos do coração; mas a resposta da língua é do Senhor. 2 Todos os caminhos do homem são limpos aos seus olhos; mas o Senhor pesa os espíritos. 3 Entrega ao Senhor as tuas obras, e teus desígnios serão estabelecidos. 4 O Senhor fez tudo para um fim; sim, até o ímpio para o dia do mal. 5 Todo homem arrogante é abominação ao Senhor; certamente não ficará impune. 6 Pela misericórdia e pela verdade expia-se a iniquidade; e pelo temor do Senhor os homens se desviam do mal. 7 Quando os caminhos do homem agradam ao Senhor, faz que até os seus inimigos tenham paz com ele. 8 Melhor é o pouco com justiça, do que grandes rendas com injustiça. 9 O coração do homem propõe o seu caminho; mas o Senhor lhe dirige os passos.

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terça-feira, 28 de março de 2017

5ª Terça-feira da Grande Quaresma

28 de Março de 2017 (CC) / 15 de Março (CE)
Ss. Mártires Agapius e sete outros com ele († 303)
Apóstolo [dos 70] Aristóbulo; Neomártir Manoel
Modo 7




Estes mártires padeceram em Cesareia, na Palestina pela mão do Prícibe Urbano durante o tempo do Imperador Diocleciano.Todos eles eram muito jovens, e nenhum deles era cristão, exceto Agapius. Sequer eram batizados com água, mas a eles fora dado um batismo de sangue. Um dia, este sete jovens estavam observando como os cristãos eram torturados: um no fogo, outro na forca, e um terceiro jogado às feras. Vendo a grande tolerância com que estes cristãos suportavam toda a sua dor e sofrimento, os sete rapazes arderam de zelo por Cristo. Então, eles amarraram suas mãos atrás das costas e foram até Urbano, dizendo:  
"Nós também somos cristãos". 
A lisonja e ameaças de Urbano foram em vão. Esses jovens foram acompanhados por um cidadão ilustre desta cidade, Agapius, que já havia sofrido muito por Cristo. Eles se tornaram ainda mais inflamado em sua fé e amor pelo Senhor. Todos foram decapitados no ano de 303 dC, e assumiram suas moradas nas mansões do Rei Celestial. 


Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

HORA SEXTA 

Isaías 40:18-31

18 A quem, pois, podeis assemelhar a Deus? ou que figura podeis comparar a ele? 19 Quanto ao ídolo, o artífice o funde, e o ourives o cobre de ouro, e forja cadeias de prata para ele. 20 O empobrecido, que não pode oferecer tanto, escolhe madeira que não apodrece; procura para si um artífice perito, para gravar uma imagem que não se pode mover. 21 Porventura não sabeis? porventura não ouvis? ou desde o princípio não se vos notificou isso mesmo? ou não tendes entendido desde a fundação da terra? 22 E ele o que está assentado sobre o círculo da terra, cujos moradores são para ele como gafanhotos; é ele o que estende os céus como cortina, e o desenrola como tenda para nela habitar. 23 E ele o que reduz a nada os príncipes, e torna em coisa vã os juízes da terra. 24 Na verdade, mal se tem plantado, mal se tem semeado e mal se tem arraigado na terra o seu tronco, quando ele sopra sobre eles, e secam-se, e a tempestade os leva como à pragana. 25 A quem, pois, me comparareis, para que eu lhe seja semelhante? diz o Santo. 26 Levantai ao alto os vossos olhos, e vede: quem criou estas coisas? Foi aquele que faz sair o exército delas segundo o seu número; ele as chama a todas pelos seus nomes; por ser ele grande em força, e forte em poder, nenhuma faltará. 27 Por que dizes, ó Jacó, e falas, ó Israel: O meu caminho está escondido ao Senhor, e o meu juízo passa despercebido ao meu Deus? 28 Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o Senhor, o Criador dos confins da terra, não se cansa nem se fatiga? E inescrutável o seu entendimento. 29 Ele dá força ao cansado, e aumenta as forças ao que não tem nenhum vigor. 30 Os jovens se cansarão e se fatigarão, e os mancebos cairão, 31 mas os que esperam no Senhor renovarão as suas forças; subirão com asas como águias; correrão, e não se cansarão; andarão, e não se fatigarão.

VÉSPERAS

Gênesis 15:1-15

1 Depois destas coisas, o Senhor dirigiu sua palavra a Abrão numa visão, dizendo: "Não temas, Abrão; Eu te protejo com escudo; tua recompensa será muito grande." 2 Disse Abrão: "Senhor, que me darás? Considerando que eu estou partindo sem um filho; mas o filho de Maseque, nascido em minha casa, Eliezer de Damasco, é o meu herdeiro." 3 E disse mais Abrão: "Eis que Tu não me concedeste nenhuma semente, mas o meu servo, nascido em minha casa, deverá herdar de mim." 4 Imediatamente, ouviu-se a voz do Senhor, dizendo-lhe: "Este não será o teu herdeiro, porém aquele que sairá de ti será o teu herdeiro." 5 Então o levou para fora e falou-lhe: "Olha agora para cima, para o céu, e conta as estrelas, se fores capaz de numerá-las; e disse-lhe: "Assim será a tua descendência." 6 Abrão creu em Deus, o que lhe foi imputado por justiça. 7 E Ele lhe disse: "Eu sou o Deus que te tirou da terra dos Caldeus, para te dar esta terra em herança." 8 Então, ele perguntou: "Soberano Senhor, como poderei saber que irei possuí-la?" 9 E Ele lhe disse: "Toma-me uma novilha em seu terceiro ano, e uma cabra em seu terceiro ano, e um carneiro em seu terceiro ano; e uma pomba e um pombo." 10 Tomou-lhe, então, todos estes, e partiu-os pelo meio e colocou-os em frente uns dos outros; porém as aves não partiram. 11 Aves desceram sobre os corpos, sobre suas partes divididas; e sentou-se Abrão a vigiar. 12 Ao por do sol um transe veio sobre Abrão; eis que um grande terror sombrio caiu sobre ele. 13 Então, foi dito a Abrão: "Sabe, com certeza, que a tua descendência será peregrina em uma terra que não a sua, e os escravizarão e os afligirão, e os humilharão por quatrocentos anos. 14 Mas Eu julgarei o povo a quem eles irão servir; E, depois disso, virão para cá com muitas posses. 15 Porém, tu partirás ao encontro de teus pais em paz, e serás sepultado em boa velhice.

Provérbios 15:7-19

7 Os lábios dos sábios difundem conhecimento; mas não o faz o coração dos tolos. 8 O sacrifício dos ímpios é abominável ao Senhor; mas a oração dos retos lhe é agradável. 9 O caminho do ímpio é abominável ao Senhor; mas ele ama ao que segue a justiça. 10 Há disciplina severa para o que abandona a vereda; e o que aborrece a repreensão morrerá. 11 O Sheol e o Abadom estão abertos perante o Senhor; quanto mais o coração dos filhos dos homens! 12 O escarnecedor não gosta daquele que o repreende; não irá ter com os sábios. 13 O coração alegre aformoseia o rosto; mas pela dor do coração o espírito se abate. 14 O coração do inteligente busca o conhecimento; mas a boca dos tolos se apascenta de estultícia. 15 Todos os dias do aflito são maus; mas o coração contente tem um banquete contínuo. 16 Melhor é o pouco com o temor do Senhor, do que um grande tesouro, e com ele a inquietação. 17 Melhor é um prato de hortaliça, onde há amor, do que o boi gordo, e com ele o ódio. 18 O homem iracundo suscita contendas; mas o longânimo apazigua a luta. 19 O caminho do preguiçoso é como a sebe de espinhos; porém a vereda dos justos é uma estrada real. 

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segunda-feira, 27 de março de 2017

5ª Segunda-feira da Grande Quaresma

27 de Março de 2017 (CC) / 14 de Março (CE)
São Bento de Núrsia, mon. († c. 543)
Modo 7





São Bento nasceu no ano 480, no ducado de Espoleto, próximo à cidade de Núrsia, Itália. Deus o predestinou a ser o precursor e pai de um grande número de santos. Desde menino, Deus o conduziu à solidão onde viveu por três anos, desconhecido de todos os homens, exceto de um monge chamado Romano que lhe levava um pouco de pão. Mesmo tendo o cuidado para manter-se escondido, a fama de sua santidade espalhou-se e em pouco tempo tornando-o conhecido entre os monges que desejavam fazê-lo seu abade. Bento resistiu por muito tempo em aceitar tal função, pois dizia que sua maneira de viver não se ajustava àquele cargo. Por fim, deu-se por vencido e se encarregou do governo do monastério. Contudo, muitos se arrependeram de tê-lo eleito seu superior. Descontentes por sua rigidez tentaram tirar-lhe a vida, colocando veneno em sua bebida. Quando o abade Bento abençoou aquela bebida, a taça se despedaçou e ele então compreendeu qual era a intenção. Reuniu todos os monges e declarou que lhes perdoava por aquele delito; renunciou ao cargo de abade e voltou a viver na solidão. Não passou muito tempo e a fama de sua santidade e de seus milagres se espalhou por toda a parte. Muitos se sentiam atraídos e tinham o desejo de serem dirigidos por ele. Bento fundou 12 monastérios com 12 monges em cada um, sendo um o superior. Profetizou o dia de sua morte e, seis dias antes, iniciou a preparação de sua sepultura. Naquele dia predito uma febre alta o tomou aumentando a cada dia. No dia de sua morte foi levado à Igreja por seus discípulos onde recebeu o corpo e o sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo. Depois disso levantou os olhos e as mãos para o céu entregando a sua alma nas mãos do Criador. Era o mês março de 543 e ele estava então com 62 anos.




Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

HORA SEXTA 

Isaías 37:33-38:6

33 Portanto, assim diz o Senhor acerca do rei da Assíria: Não entrará nesta cidade, nem lançará nela flecha alguma; tampouco virá perante ela com escudo, ou levantará contra ela tranqueira. 34 Pelo caminho por onde veio, por esse voltará; mas nesta cidade não entrará, diz o Senhor.  35 Porque eu defenderei esta cidade, para a livrar, por amor de mim e, por amor do meu servo Davi. 36 Então saiu o anjo do Senhor, e feriu no arraial dos assírios a cento e oitenta e cinco mil; e quando se levantaram pela manhã cedo, eis que todos estes eram corpos mortos. 37 Assim Senaqueribe, rei da Assíria, se retirou, e se foi, e voltou, e habitou em Nínive. 38 E sucedeu que, enquanto ele adorava na casa de Nisroque, seu deus, Adrameleb, que e Sarezer, seus filhos, o mataram à espada; e escaparam para a terra de Arará. E Ezar-Hadom, seu filho, reinou em seu lugar. 1 Naqueles dias Ezequias adoeceu e esteve à morte. E veio ter com ele o profeta Isaías, filho de Amoz, e lhe disse: Assim diz o Senhor: Põe em ordem a tua casa, porque morrerás, e não viverás. 2 Então virou Ezequias o seu rosto para a parede, e orou ao Senhor, 3 e disse: Lembra-te agora, ó Senhor, peço-te, de que modo tenho andado diante de ti em verdade, e com coração perfeito, e tenho feito o que era reto aos teus olhos. E chorou Ezequias amargamente. 4 Então veio a palavra do Senhor a Isaías, dizendo: 5 Vai e dize a Ezequias: Assim diz o Senhor, o Deus de Davi teu pai: Ouvi a tua oração, e vi as tuas lágrimas; eis que acrescentarei aos teus dias quinze anos. 6 Livrar-te-ei das mãos do rei da Assíria, a ti, e a esta cidade; eu defenderei esta cidade.


VÉSPERAS

Gênesis 13:12-18

12 Abrão habitou na terra de Canaã. Ló habitou em uma cidade das redondezas, e armou sua tenda em Sodoma. 13 Mas os homens de Sodoma eram maus e excessivamente pecaminosos diante de Deus. 14 Deus disse a Abrão, depois que Ló foi e separou-se dele: "Olha para cima com os teus olhos, e do lugar onde estás agora, olha para o norte e o sul, o leste e o mar; 15 porque, toda a terra que vês Eu irei dá-la a ti e à tua descendência, para sempre. 16 E farei a tua descendência como o pó da terra; se alguém for capaz de contar o pó da terra, então será a tua descendência também contada. 17 Levanta-te a percorrer a terra, tanto no comprimento como na largura, pois hei de concedê-la e a ti e à tua descendência, para sempre." 18 Então Abrão, desmanchando a sua tenda, foi e habitou junto ao carvalho de Manre, que estava em Hebrom; e, lá, ele construiu um altar ao Senhor.

Provérbios 14:27-15:4

27 O temor do Senhor é uma fonte de vida, para o homem se desviar dos laços da morte. 28 Na multidão do povo está a glória do rei; mas na falta de povo está a ruína do príncipe. 29 Quem é tardio em irar-se é grande em entendimento; mas o que é de ânimo precipitado exalta a loucura. 30 O coração tranquilo é a vida da carne; a inveja, porém, é a podridão dos ossos. 31 O que oprime ao pobre insulta ao seu Criador; mas honra-o aquele que se compadece do necessitado. 32 O ímpio é derrubado pela sua malícia; mas o justo até na sua morte acha refúgio. 33 No coração do prudente repousa a sabedoria; mas no coração dos tolos não é conhecida. 34 A justiça exalta as nações; mas o pecado é o opróbrio dos povos. 35 O favor do rei é concedido ao servo que procede sabiamente; mas sobre o que procede indignamente cairá o seu furor. 1 A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira. 2 A língua dos sábios destila o conhecimento; porém a boca dos tolos derrama a estultícia.  3 Os olhos do Senhor estão em todo lugar, vigiando os maus e os bons. 4 Uma língua suave é árvore de vida; mas a língua perversa quebranta o espírito.

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domingo, 26 de março de 2017

Domingo de São João Clímaco

4º Domingo da Grande Quaresma
26 de Março de 2017 (CC) / 13 de Março (CE)
Traslado das relíquias de São Nicéforo, Patriarca de Constantinopla (847)
Modo 7



São João Clímaco nasceu por volta de 579 e morreu no Egito, no ano 649. Aos 60 anos foi eleito abade do Mosteiro do Sinai. Seu nome "Clímaco" é um codinome derivado da obra escrita em grego, intitulada "Klimax tou Paradeisou". Sua obra ficou tão afamada que rapidamente o autor era referido como "João da Escada" ou, "João Clímaco".

Escreveu esta obra quando ainda era abade. Em 30 capítulos ou 30 degraus, como preferia chamar, explicava quais os vícios perigosos para os monges e quais as grandes virtudes que os distinguiam. O próprio João Clímaco comparava sua obra à escada de Jacó ou também aos 30 anos da vida de Jesus.

A obra encontrou aceitação e rápida divulgação: atesta-se a existência de 33 manuscritos gregos, muitas traduções latinas, siríacas, armênias, eslavas e árabes. Junto à obra, como apêndice, está um importante documento que orienta os abades a exercer santamente sua autoridade dentro do monastério.

Para São João Clímaco, o ideal monástico é uma vida hesycasta onde trava-se uma guerra invisível e constante contra os maus pensamentos para que eles não atrapalhem a vida de oração do monge. Ele era um bom conhecedor dos Antigos Padres - dos solitários do deserto egípcio aos Padres da Palestina. Considerava a vida monástica como necessária para a vida da Igreja, não só como um apostolado, mas como exemplo de vida a ser seguida.

Para João Clímaco, os monges devem influenciar a Igreja por viverem uma vida angelical, embora ainda possuíssem um corpo material e corruptível. Dizia que o chamado à vida monástica é para poucos e não para todos.

Traslado das relíquias de São Nicéforo, Patriarca de Constantinopla 
Este santo é comemorado no dia 02 de junho. Depois que o imperador Constantino IV e a imperatriz Irene restabeleceram a veneração das santas imagens, o jovem Nicéforo lhes foi apresentado e, de pronto, por suas grandes qualidades, conquistou-lhes a simpatia. Na corte, distinguiu-se por sua oposição aos iconoclastas, tendo sido secretário no Segundo Concílio de Nicéia e comissário imperial. Mesmo sendo em brilhante orador, filósofo, músico, com todas as qualidades de um estadista, sempre teve uma forte inclinação para a vida religiosa, isolada, e mesmo estando envolvido nos assuntos públicos, construiu um monastério num lugar isolado próximo ao Mar Negro. 
Após a morte de Tarasios, patriarca de Constantinopla, não foi encontrado ninguém mais apto a sucedê-lo que Nicéforo. Sendo leigo, houve algumas objeções à sua eleição, qualificando-a como contrária aos cânones, e só a pedido expresso do imperador, pode ser persuadido a ser ordenado sacerdote e a aceitar o cargo. Durante a sua consagração, realizada em 12 de Abril, no ano 802, manteve em mãos o tratado que ele havia escrito em defesa do veneração aos ícones e, no final da cerimônia, depositou-o ao lado do altar, como uma promessa de que seria sempre defensor da tradição da Igreja. Não demorou muito tempo até que o novo patriarca tivesse de enfrentar-se novamente com os que lhe eram hostis. 
Suas principais obras foram uma Apologia para o ensino ortodoxo em relação com os santos ícones e outro extenso tratado em duas partes: a primeira, uma defesa da Igreja contra a acusação de idolatria; e a segunda, conhecida como «Antiherética», uma refutação aos escritos de Constantino V sobre as imagens sagradas. Além de vários outros tratados, a maioria sobre a iconoclastia, deixou duas obras históricas conhecidas como Breviarium e Cronografia;  a primeira é uma breve história do reinado, de Mauricio à Constantino IV e Irene; a outra, uma crônica com os principais acontecimentos, desde o início do mundo. Na compilação dos concílios é possível ainda encontrar-se os dezessete cânones de Nicéforo, sendo que no segundo declara ilícito viajar aos domingo sem necessidade. 
Em 2 de junho do ano 828 o santo morreu, e em 13 de Março do  ano 846, por ordem da Imperatriz Teodora e do Patriarca São Metódio, os restos mortais de São Nicéforo foram transferidos da Ilha de Prokenesis para Constantinopla, tendo sido depositado Igreja dos Santos Apóstolos.  

Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

MATINAS (VII)

João 20:1-10

1 No primeiro dia da semana Maria Madalena foi ao sepulcro de madrugada, sendo ainda escuro, e viu que a pedra fora removida do sepulcro.  2 Correu, pois, e foi ter com Simão Pedro, e o outro discípulo, a quem Jesus amava, e disse-lhes: Tiraram do sepulcro o Senhor, e não sabemos onde o puseram. 3 Saíram então Pedro e o outro discípulo e foram ao sepulcro. 4 Corriam os dois juntos, mas o outro discípulo correu mais ligeiro do que Pedro, e chegou primeiro ao sepulcro; 5 e, abaixando-se viu os panos de linho ali deixados, todavia não entrou. 6 Chegou, pois, Simão Pedro, que o seguia, e entrou no sepulcro e viu os panos de linho ali deixados, 7 e que o lenço, que estivera sobre a cabeça de Jesus, não estava com os panos, mas enrolado num lugar à parte. 8 Então entrou também o outro discípulo, que chegara primeiro ao sepulcro, e viu e creu. 9 Porque ainda não entendiam a escritura, que era necessário que ele ressurgisse dentre os mortos. 10 Tornaram, pois, os discípulos para casa.


COMEMORAÇÃO DE SÃO JOÃO CLÍMACO (DA ESCADA)

Tropárion da Ressurreição
Pela Tua Cruz, destruíste a morte, / abriste as portas do Paraíso ao ladrão, / converteste em alegria o pranto das Miróforas / e lhes disseste que aos Apóstolos anunciassem / que ressuscitaste dos mortos, ó Cristo Deus, // revelando ao mundo a grande misericórdia. 

Kondákion da Ressurreição
O domínio da morte já não pode submeter o homem, / pois Cristo, descendo, aboliu e destruiu o seu poder, / o Hades está vencido, e os profetas se alegram, clamando em uníssono: / «O Salvador apareceu àqueles que têm fé! // Corram, Fiéis, para a Ressurreição!» 

Theotókion
Como templo da nossa ressurreição, / ó Toda-gloriosa retira do túmulo e da desolação aqueles que esperam em ti, / tu nos salvaste da escravidão do pecado, / gerando a nossa Salvação, // permanecendo sempre virgem.

Tropárion do Quarto Domingo da Grande Quaresma: Venerável João Clímaco Modo 1
Tu provaste ser um homem livre habitando o deserto, / um anjo em um corpo, / e um operador de prodígios, / Ó nosso Pai João, por quem em Deus fomos gerados, / pelo jejum, a vigília e a oração, obtiveste dons celestiais, / que curaram os doentes e as almas daqueles que recorrem a ti com fé. / Glória Àquele que te fortaleceu, / glória Ao que te coroou, / glória a Quem, por meio de ti // opera curas para todos.


Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo...

Kondákion de São João Clímaco Modo 1
Ó Sábio, ofertando em teu livro, frutos de aprendizagem de perene esplendor,  / tu deleitas os corações daqueles que o estudam seriamente. / Pois ele é uma escada cujos degraus conduzem da terra para as gloriosas habitações celestes, // as almas que com fé te veneram.

Agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

Kondákion Modo I

O Coro dos Patriarcas honra a tua santa memória / com louvores e hinos, ó Nicéforo, / posto que de ti herdaram a alma e a sua tradução, ó Glorioso/. Por isso, hoje a santa Igreja, glorificando a Cristo Rei, // exalta Àquele que é o Único monte da humanidade.

Prokímenon

O Senhor dará poder ao Seu povo 
O Senhor abençoará Seu povo com a paz.

Oferecei ao Senhor, ó filhos de Deus,
Oferecei ao Senhor tenros cordeiros.

Efésios 5:9-19

9 (Porque o fruto do Espírito está em toda a bondade, e justiça e verdade); 10 Aprovando o que é agradável ao Senhor. 11 E não comuniqueis com as obras infrutuosas das trevas, mas antes condenai-as. 12 Porque o que eles fazem em oculto até dizê-lo é torpe. 13 Mas todas estas coisas se manifestam, sendo condenadas pela luz, porque a luz tudo manifesta. 14 Por isso diz: Desperta, tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá. 15 Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios, 16 Remindo o tempo; porquanto os dias são maus. 17 Por isso não sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor. 18 E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito; 19 Falando entre vós em salmos, e hinos, e cânticos espirituais; cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração...


Aleluia

Aleluia, aleluia, aleluia!
É bom exaltar o Senhor
E cantar louvores ao teu Nome, ó Altíssimo (Sl 91:1) 

Aleluia, aleluia, aleluia!
Proclamar pela manhã o Teu amor
E aTua fidelidade pela noite (Sl 91:2). 


Aleluia, aleluia, aleluia! 

Mateus 4:25-5:12

25 E seguia-o uma grande multidão da Galileia, de Decápolis, de Jerusalém, da Judéia, e de além do Jordão. 1 E Jesus, vendo a multidão, subiu a um monte, e, assentando-se, aproximaram-se dele os seus discípulos; 2 E, abrindo a sua boca, os ensinava, dizendo: 3 Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus; 4 Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados; 5 Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; 6 Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; 7 Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; 8 Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; 9 Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; 10 Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; 11 Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa. 12 Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós.

Hirmos
Ó cheia de graça, em ti rejubila-se toda a Criação. 
A assembleia dos anjos e o gênero humano te glorificam,
ó templo santificado, paraíso espiritual e glória das virgens,
na qual Deus se encarnou e da qual tornou-se Filho
Aquele que é nosso Deus antes dos séculos.
Porque fez de teu seio um trono
e as tuas entranhas, mais vastas do que os céus.
Ó cheia de graça, em ti rejubila-se toda a Criação e te glorifica!


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MEDITAÇÃO

A comemoração litúrgica chama hoje nossa atenção sobre São João Clímaco, pois esse padre, que viveu no século VII, realizou em sua vida o ideal de penitência que deveríamos manter sob a vista durante a Quaresma. “Honremos João, orgulho dos ascetas...”, é o que cantamos às Vésperas. Durante as Matinas, nós dizemos ao Santo: “Ao emagrecer teu corpo pela abstinência, tu renovaste a força de tua alma, enriquecendo-a de glória celeste”. No entanto, a Igreja dá à doutrina de São João Clímaco uma interpretação correta, quando proclama que a ascese não tem nenhum sentido nem nenhum valor se não for uma expressão de amor e quando, ainda em Vésperas, ela dirige ao Santo as seguintes palavras: “...pois a todos (nós) tu clamaste: Amai O Senhor e encontrareis a graça para sempre, pois nada é preferível ao Seu Amor...”

Nós continuamos, durante a Liturgia, a leitura da Epístola aos Hebreus (Hb. 6, 13-20). Ela nos fala da paciência e da permanência de Abraão e da realização final das promessas que Deus havia feito ao Patriarca. É impossível a Deus mentir. É por isso que, como Abraão, nós somos “encorajados”- nós que encontramos um refúgio - a agarrar fortemente a esperança que nos é oferecida.

O Evangelho (Mc. 9, 16-30) descreve a cura de um filho mudo, possuído pelo demônio, que o pai conduz a Jesus. O Senhor diz ao pai: “Se tu podes crer, tudo é possível ao que crê”. O pai do menino clama em lágrimas: “Eu creio Senhor! (porém) ajuda a minha incredulidade”. Nós não poderíamos encontrar uma melhor fórmula para expressar ao mesmo tempo a existência de nossa fé e a fraqueza dessa fé. Porém somos nós capazes de chorar com lágrimas ardentes quando dizemos à Nosso Salvador: “Eu creio... mas ajuda a minha incredulidade!”? Jesus tem piedade do pai. Ele aceita aquela fé. Ele cura o filho. Os discípulos, indo ter com o Mestre em particular, perguntam-lhe porque não puderam eles mesmos expulsar o demônio. Jesus responde: “Esta casta não pode sair com coisa alguma, a não ser com oração e jejum”. Não vamos nós, porém, acreditar, que, uma abstinência prolongada e a repetição de algumas orações sejam suficientes para dar esta força que os discípulos ainda não possuíam. A oração e o jejum, no sentido mais profundo dessas palavras, significam uma renúncia radical a si próprio, a fixação da alma nessa atitude de confiança e de humildade que tudo espera da misericórdia de Deus, a submissão de nossa vontade à vontade do Senhor, a colocação de nosso ser inteiro nas mãos do Pai. Aquele que pela graça de Deus atinge este estado pode expulsar os demônios. Não poderíamos nós tentar dar ao menos os primeiros passos nesse caminho? Se tentarmos, seremos surpreendidos pelo resultado que obteremos.

Em seu livro, João descreve o caminho do monge, desde a renúncia ao mundo até a perfeição do amor. É um caminho que se desenvolve através de trinta degraus, cada um dos quais está ligado ao seguinte. O caminho pode ser resumido em três fases sucessivas: a primeira se expressa na ruptura com o mundo, em vista de voltar ao estado da infância evangélica. Portanto, o essencial não é a ruptura, mas a ligação com aquilo que Jesus disse, ou seja, o regressar à verdadeira infância em sentido espiritual, o tornar-se como as crianças.

João comenta: "Um bom fundamento é formado por três bases e por três colunas: inocência, jejum e castidade". O desapego voluntário das pessoas e dos lugares queridos permite à alma entrar em comunhão mais profunda com Deus. Esta renúncia leva à obediência, que é o caminho para a humildade diante das humilhações que nunca faltarão por parte dos irmãos.

A segunda fase do caminho é constituída pelo combate espiritual contra as paixões. Cada degrau da escada está ligado a uma paixão principal, que é definida e diagnosticada, com a indicação da terapia e com a proposta da virtude correspondente.

A luta contra as paixões reveste-se de positividade, não permanece algo negativo graças à imagem do "fogo" do Espírito Santo: "Todos aqueles que empreendem este bom combate, duro e árduo saibam que vieram lançar-se num fogo, se verdadeiramente desejam que o fogo imaterial habite neles". O fogo do Espírito Santo, que é fogo do amor e da verdade. Só a força do Espírito Santo assegura a vitória.

A última fase do caminho é a perfeição cristã, que se desenvolve nos últimos sete degraus da Escada. Estes são os degraus mais altos da vida espiritual. Dos primeiros três: simplicidade, humildade e discernimento, João, considera mais importante o último, ou seja, a capacidade de discernir.

Cada comportamento deve ser submetido ao discernimento. Aqui entra-se no núcleo vivo da pessoa e trata-se de despertar no eremita, no cristão, a sensibilidade espiritual e o "sentido do coração", dons de Deus: "Como guia e regra em cada coisa, depois de Deus, temos que seguir a nossa consciência". Deste modo alcança-se o estado de tranquilidade da alma, de paz interior, que prepara para a oração, que em João é dúplice: a "oração corpórea" e a "oração do coração".

A primeira é própria de quem se deve fazer ajudar por atitudes do corpo: estender as mãos, bater ao peito, etc.; a segunda é espontânea, porque é efeito do despertar da sensibilidade espiritual, dom de Deus a quem se dedica à oração corpórea.

Em João ela adquire o nome de "oração de Jesus" e é constituída pela invocação exclusiva do nome de Jesus, uma invocação contínua como a respiração: "A memória de Jesus seja uma só com a tua respiração, e então conhecerás a utilidade da paz interior". No final, a oração torna-se muito direta, simplesmente a palavra "Jesus", que se faz uma só com a nossa respiração.

O último degrau da escada é dedicado à suprema "trindade das virtudes": a fé, a esperança e, sobretudo, a caridade. Da caridade, João fala também como amor humano. João está convencido de que uma intensa experiência deste amor faz progredir a alma muito mais que a dura luta contra as paixões, porque o seu poder é grande. Todavia, a caridade é vista também em estreita relação com a esperança. A força da caridade é a esperança.

A esperança nos torna capaz de viver a caridade, de suportarmos os cansaços e as decepções de todos os dias, de sermos bons para com os outros, sem esperar uma recompensa.


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