terça-feira, 31 de janeiro de 2012

34ª Terça-feira depois de Pentecostes – Modo 8

34ª Terça-feira depois de Pentecostes – Modo 8
31 de Janeiro de 2012 (CC) / 18 de Janeiro (CE)
Ss. Atanásio e Cirilo, bispo de Alexandria (séc. IV e V).


1 Pedro 3:10-22

10 Pois, quem quer amar a vida, e ver os dias bons, refreie a sua língua do mal, e os seus lábios não falem engano;    11 aparte-se do mal, e faça o bem; busque a paz, e siga-a.    12 Porque os olhos do Senhor estão sobre os justos, e os seus ouvidos atento à sua súplica; mas o rosto do Senhor é contra os que fazem o mal.    13 Ora, quem é o que vos fará mal, se fordes zelosos do bem?    14 Mas também, se padecerdes por amor da justiça, bem-aventurados sereis; e não temais as suas ameaças, nem vos turbeis;    15 antes santificai em vossos corações a Cristo como Senhor; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a todo aquele que vos pedir a razão da esperança que há em vós;    16 tendo uma boa consciência, para que, naquilo em que falam mal de vós, fiquem confundidos os que vituperam o vosso bom procedimento em Cristo.    17 Porque melhor é sofrerdes fazendo o bem, se a vontade de Deus assim o quer, do que fazendo o mal.    18 Porque também Cristo morreu uma só vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; sendo, na verdade, morto na carne, mas vivificado no espírito;    19 no qual também foi, e pregou aos espíritos em prisão;    20 os quais noutro tempo foram rebeldes, quando a longanimidade de Deus esperava, nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca; na qual poucas, isto é, oito almas se salvaram através da água,    21 que também agora, por uma verdadeira figura - o batismo, vos salva, o qual não é o despojamento da imundícia da carne, mas a indagação de uma boa consciência para com Deus, pela ressurreição de Jesus Cristo,    22 que está à destra de Deus, tendo subido ao céu; havendo-se lhe sujeitado os anjos, e as autoridades, e as potestades.   

Marcos 12:18-27

18 Então se aproximaram dele alguns dos saduceus, que dizem não haver ressurreição, e lhe perguntaram, dizendo:    19 Mestre, Moisés nos deixou escrito que se morrer alguém, deixando mulher sem deixar filhos, o irmão dele case com a mulher, e suscite descendência ao irmão.    20 Ora, havia sete irmãos; o primeiro casou-se e morreu sem deixar descendência;    21 o segundo casou-se com a viúva, e morreu, não deixando descendência; e da mesma forma, o terceiro; e assim os sete, e não deixaram descendência.    22 Depois de todos, morreu também a mulher.    23 Na ressurreição, de qual deles será ela esposa, pois os sete por esposa a tiveram?    24 Respondeu-lhes Jesus: Porventura não errais vós em razão de não compreenderdes as Escrituras nem o poder de Deus?    25 Porquanto, ao ressuscitarem dos mortos, nem se casam, nem se dão em casamento; pelo contrário, são como os anjos nos céus.    26 Quanto aos mortos, porém, serem ressuscitados, não lestes no livro de Moisés, onde se fala da sarça, como Deus lhe disse: Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó?    27 Ora, ele não é Deus de mortos, mas de vivos. Estais em grande erro.

domingo, 29 de janeiro de 2012

34ª Segunda-feira depois de Pentecostes – Modo 8

34ª Segunda-feira depois de Pentecostes – Modo 8
30 de Janeiro de 2012 (CC) / 17 de Janeiro (CE)
S. Antão, o Grande, anacoreta († 356).


1 Pedro 2:21-3:9

     21 Porque para isso fostes chamados, porquanto também Cristo padeceu por vós, deixando-vos exemplo, para que sigais as suas pisadas.    22 Ele não cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano;    23 sendo injuriado, não injuriava, e quando padecia não ameaçava, mas entregava-se àquele que julga justamente;    24 levando ele mesmo os nossos pecados em seu corpo sobre o madeiro, para que mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados.    25 Porque éreis desgarrados, como ovelhas; mas agora tendes voltado ao Pastor e Bispo das vossas almas.    1 Semelhantemente vós, mulheres, sede submissas a vossos maridos; para que também, se alguns deles não obedecem à palavra, sejam ganhos sem palavra pelo procedimento de suas mulheres,    2 considerando a vossa vida casta, em temor.    3 O vosso adorno não seja o enfeite exterior, como as tranças dos cabelos, o uso de joias de ouro, ou o luxo dos vestidos,    4 mas seja o do íntimo do coração, no incorruptível traje de um espírito manso e tranquilo, que és, para que permaneçam as coisas    5 Porque assim se adornavam antigamente também as santas mulheres que esperavam em Deus, e estavam submissas a seus maridos;    6 como Sara obedecia a Abraão, chamando-lhe senhor; da qual vós sois filhas, se fazeis o bem e não temeis nenhum espanto.    7 Igualmente vós, maridos, vivei com elas com entendimento, dando honra à mulher, como vaso mais frágil, e como sendo elas herdeiras convosco da graça da vida, para que não sejam impedidas as vossas orações.    8 Finalmente, sede todos de um mesmo sentimento, compassivos, cheios de amor fraternal, misericordiosos, humildes,    9 não retribuindo mal por mal, ou injúria por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo; porque para isso fostes chamados, para herdardes uma bênção.   

Marcos 12:13-17

     13 Enviaram-lhe então alguns dos fariseus e dos herodianos, para que o apanhassem em alguma palavra.    14 Aproximando-se, pois, disseram-lhe: Mestre, sabemos que és verdadeiro, e de ninguém se te dá; porque não olhas à aparência dos homens, mas ensinas segundo a verdade o caminho de Deus; é lícito dar tributo a César, ou não? Daremos, ou não daremos?    15 Mas Jesus, percebendo a hipocrisia deles, respondeu-lhes: Por que me experimentais? trazei-me um denário para que eu o veja.    16 E eles lho trouxeram. Perguntou-lhes Jesus: De quem é esta imagem e inscrição? Responderam-lhe: De César.    17 Disse-lhes Jesus: Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus. E admiravam-se dele.


COMEMORAÇÃO DE SANTO ANTÃO

Antônio, O Grande, nasceu no Egito por volta do ano de 250 numa família nobre e rica e os pais o educaram na fé cristã. Quando ele tinha 18 anos, os pais dele morreram e ele ficou só com a irmã, a qual ainda dependia dele. Uma vez, indo para a igreja, ficou a meditar sobre os apóstolos, como eles deixaram tudo neste mundo para seguir ao Senhor e O servir. Ao entrar na igreja, Antônio ouviu as palavras: "Se queres ser perfeito, vai, vende o que possuis, dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu. Depois vem e segue-Me" (Mateus 19:21). Antônio ficou perplexo com estas palavras, que foram como se dirigidas diretamente a ele. Em breve depois disto, Antônio deixou toda a sua herança em benefício dos pobres de sua aldeia, mas não sabia, para quem deixar a sua irmã. Com esta preocupação foi novamente para a igreja, e lá ouviu de novo as palavras do Senhor, como se dirigidas diretamente a ele: "Não vos preocupeis, portanto, pelo dia de amanhã, pois o dia de amanhã terá por si mesmo as suas preocupações. Para cada dia é suficiente o seu cuidado" (Mateus 6:34). Antônio deixou a sua irmã aos cuidados de umas virgens cristãs que ele conhecia e, depois, deixou a cidade, para viver na solidão e servir a Deus.

Não foi de uma hora para outra que santo Antônio se afastou do mundo. No começo, morou perto da cidade junto com um ancião piedoso, que vivia na solidão, e tentava imitá-lo em tudo. Antônio visitava também outros eremitas que viviam nos arredores da cidade e se beneficiava com os conselhos deles. Já naquele tempo ele ficou famoso por sua austeridade, tanto, que era chamado de "amigo de Deus." Depois disto, ele se atreve a se afastar mais. Antônio convidou o ancião a vir junto, mas quando este se recusou, se despediu do ancião e foi viver uma gruta afastada. De vez em quando um dos seus amigos lhe trazia comida. Por fim, santo Antônio se afastou definitivamente dos lugares habitados, cruzou o Nilo e passou a viver nas ruínas de uma fortaleza militar abandonada. Antônio levou consigo pão suficiente para seis meses, e depois o recebia dos seus amigos somente duas vezes por ano, e isto através de um buraco no telhado.

É impossível relatar todas as tentações e aflições sofridas por este grande asceta. Ele sofreu de fome e sede, de frio e de calor. A mais terrível tentação, de acordo com o próprio Antônio, se encontrava no coração: a terrível saudade do mundo e a aflição nos pensamentos. Somados a isto vieram ainda as tentações e os horrores dos demônios. Por vezes o santo asceta morria de tristeza e quase desanimava. Nestas situações aparecia-lhe o Próprio Senhor, ou lhe mandava um anjo, para animá-lo. "Onde estavas, bom Jesus? Porque não viestes logo no começo para acabar com os meus sofrimentos?" — clamou Antônio, quando o Senhor, após uma tentação particularmente difícil, lhe apareceu. "Eu estava aqui, — lhe disse o Senhor, — e esperava até que Eu visse a tua ascese."

Luta de Santo Antão com os demônios
Uma vez, no meio de uma terrível luta com os pensamentos, Antônio clamou: "Senhor, eu quero me salvar, e os pensamentos não me deixam." De repente viu que alguém, muito parecido com ele, estava sentado e trabalhando; depois se levantou e começou a rezar, depois disto novamente sentou e trabalhou. "Faça assim, e se salvarás," — lhe disse o anjo do Senhor.

Antônio vivia já há vinte anos na solidão quando alguns dos seus amigos, sabendo do lugar onde ele se encontrava, vieram para viver junto com ele. Eles bateram na porta durante muito tempo, pedindo-o a sair, e quando decidiram arrombar a porta, Antônio abriu a abriu e saiu da sua reclusão voluntária. Eles ficaram admirados porque não o acharam enfraquecido ou desgastado, levando uma vida onde padecia as maiores privações. A paz celestial reinava na alma dele e se espelhava em seu rosto. Antônio era calmo, discreto, igualmente atencioso com todos e em breve se tornou orientador de muitos. O deserto ficou cheio de vida: nos arredores, nos montes apareceram habitações de monges; muitas pessoas cantavam, liam, jejuavam, rezavam, trabalhavam e ajudavam aos pobres. Santo Antônio não impunha regras definidas aos seus discípulos sobre a vida monástica. Ele se preocupou com os ânimos deles, para que fossem piedosos, recomendando-lhes entregar-se à vontade de Deus, rezar, não se preocupar com nada do mundo e trabalhar incansavelmente.

Mas lá no deserto, o assédio das multidões passou a incomodar santo Antônio, e ele começou a procurar de novo a solidão. "Para onde queres fugir?" — lhe perguntou uma voz do céu, quando à beira do Nilo esperava por um barco para se afastar das pessoas. "Para a Tebaida lá encima," respondeu Antônio. Mas a mesma voz retrucou: "Seja lá encima na Tebaida, ou lá embaixo na Bucolia, não encontrarás sossego nenhum. Vá até o deserto interno" (assim se chamava o deserto nas margens do Mar Vermelho). Antônio se dirigiu para lá, seguindo um grupo de sarracenos.

Após três dias de caminhada,  achou um monte alto, inabitado, com uma fonte de água e algumas palmeiras lá embaixo. Antônio se instalou no monte. Lá desbravou um pequeno campo, de modo que agora ninguém precisava vir para lhe trazer pão. De vez em quando Antônio visitava os monges. Para seu sustento, um camelo levava água e pão durante estas difíceis travessias no deserto. Mas os seus admiradores o acharam até neste seu último retiro. Começaram a vir muitas pessoas pedindo suas orações e seus conselhos. Traziam-lhe enfermos: ele rezava por todos e os curava.

Santo Antônio já vivia no deserto quase setenta anos, quando contra a sua própria vontade,  começou a ser tentado por um pensamento orgulhoso: O de ser o mais experiente de todos os eremitas. Antônio pediu a Deus afastar este pensamento dele e recebeu a revelação de que havia um eremita, que vivia lá há muito mais tempo e que servia a Deus melhor do que ele.


Antônio levantou de madrugada e se pôs a procurar este asceta desconhecido. Andou o dia todo, mas não encontrou ninguém além de animais selvagens. Em frente sua frente se descortinava uma imensidão, mas ele não perdia a esperança. No dia seguinte continuou a sua busca. Uma loba, que corria para uma nascente, cruzou o seu caminho. Antônio a seguiu e chegando à fonte, viu uma gruta. Com a sua aproximação, a porta da gruta se fechou. Até meio-dia clamou santo Antônio ao asceta desconhecido, pedindo lhe sair. Enfim, a porta se abriu e de lá saiu um ancião, com cabelos e barba completamente brancos. Este era são Paulo de Tebaida. Ele vivia no deserto já cerca de noventa anos. Após um osculo fraternal, Paulo perguntou ao Antônio: em que condições se acha a humanidade? Quem reina no mundo? Será que ainda existem idolatras? Com grande alegria ele ouviu a boa nova que não havia mais perseguições e que o cristianismo triunfara no Império Romano; mas se entristeceu muito quando soube da heresia de Ário. Enquanto os dois anciões conversavam, desceu um corvo e lhes trouxe pão. "Como é generoso e misericordioso Nosso Senhor," exclamou Paulo. "Há quantos anos recebo diariamente Dele metade de um filão e hoje, por causa de tua visita, Ele nos mandou um filão inteiro."

No dia seguinte Paulo revelou a Antônio que dentro em breve deveria deixar este mundo e pediu-lhe que lhe trouxesse o manto do bispo Atanásio, (celebre defensor da Ortodoxia contra a heresia de Ário), para cobrir os seus restos mortais. Antônio se apressou a cumprir o desejo do santo ancião. Depois ele voltou para o seu deserto muito agitado e só podia responder uma coisa às perguntas dos irmãos monges: "Eu sou um pecador que pensava ser um monge! Eu vi Elias, eu vi João, eu vi Paulo no paraíso." Voltando para são Paulo, ele o viu ascendendo para o céu rodeado por inúmeros anjos, profetas e apóstolos.

"Paulo, por que não esperaste por mim? — exclamou Antônio. — Foi tão tarde que eu te conheci e tu me deixas tão cedo!" Porém, quando Antônio entrou na gruta de Paulo, o achou ajoelhado, calado e imóvel. Antônio se ajoelhou também e começou rezar. Após algumas horas de orações ele viu, que Paulo ficava imóvel porque já estava morto. Antônio lavou o corpo do santo monge com grande devoção e o cobriu com o manto do bispo Atanásio. De repente apareceram dois leões, que com as suas garras cavaram um buraco fundo, onde Antônio enterrou o santo asceta.

Santo Antônio morreu muito velho (tinha 106 anos, no ano de 356), e pela sua ascese foi cognominado Grande.

Santo Antônio foi o fundador da vida monástica eremítica. Alguns eremitas, sob orientação espiritual de um "abba" (abba é uma palavra aramaica e significa "pai") viviam separadamente um do outro em cabanas ou grutas (ermidas), rezando, jejuando e trabalhando. Algumas ermidas, reunidas sob a orientação de um abba, se chamava de "lavra”. Mas ainda durante a vida de Antônio, o Grande, apareceu um outro tipo de vida monástica. Os ascetas se juntavam numa comunidade, dividiam o trabalho conforme a força e talento de cada um, dividiam a comida e se submetiam a regras iguais para todos. Estas comunidades se chamavam de cenóbios ou mosteiros. Os abbas destas comunidades passaram a ser chamados de arquimandritas. Pacômio, o Grande, foi o fundador destes mosteiros.

Tropário de Santo Antão Modo 4

Com os teus modos imitando o zeloso Elias
Seguindo ao Batista por caminhos justos,
Ó Padre Antônio, tu vivias no deserto fortalecendo o mundo com as tuas orações.
Ora a Cristo Deus que salve as nossas almas.

Domingo de Zaqueu – Modo 8

33º Domingo depois de Pentecostes – Modo 8
29 de Janeiro de 2012 (CC) / 16 de Janeiro (CE)
Domingo de Zaqueu
Veneração das Cadeias de S. Pedro

MATINAS (XI)

João 21:15-25

     15 Depois de terem comido, perguntou Jesus a Simão Pedro: Simão Pedro: Simão, filho de João, amas-me mais do que estes? Respondeu- lhe: Sim, Senhor; tu sabes que te amo. Disse-lhe: Apascenta os meus cordeirinhos.    16 Tornou a perguntar-lhe: Simão, filho de João, amas-me? Respondeu-lhe: Sim, Senhor; tu sabes que te amo. Disse-lhe: Pastoreia as minhas ovelhas.    17 Perguntou-lhe terceira vez: Simão, filho de João, amas-me? Entristeceu-se Pedro por lhe ter perguntado pela terceira vez: Amas- me? E respondeu-lhe: Senhor, tu sabes todas as coisas; tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta as minhas ovelhas.    18 Em verdade, em verdade te digo que, quando eras mais moço, te cingias a ti mesmo, e andavas por onde querias; mas, quando fores velho, estenderás as mãos e outro te cingirá, e te levará para onde tu não queres.    19 Ora, isto ele disse, significando com que morte havia Pedro de glorificar a Deus. E, havendo dito isto, ordenou-lhe: Segue-me.    20 E Pedro, virando-se, viu que o seguia aquele discípulo a quem Jesus amava, o mesmo que na ceia se recostara sobre o peito de Jesus e perguntara: Senhor, quem é o que te trai?    21 Ora, vendo Pedro a este, perguntou a Jesus: Senhor, e deste que será?    22 Respondeu-lhe Jesus: Se eu quiser que ele fique até que eu venha, que tens tu com isso? Segue-me tu.    23 Divulgou-se, pois, entre os irmãos este dito, que aquele discípulo não havia de morrer. Jesus, porém, não disse que não morreria, mas: se eu quiser que ele fique até que eu venha, que tens tu com isso?    24 Este é o discípulo que dá testemunho destas coisas e as escreveu; e sabemos que o seu testemunho é verdadeiro.    25 E ainda muitas outras coisas há que Jesus fez; as quais, se fossem escritas uma por uma, creio que nem ainda no mundo inteiro caberiam os livros que se escrevessem.


   
LITURGIA

1 Timóteo 4:9-15

     9 Fiel é esta palavra e digna de toda aceitação.    10 Pois para isto é que trabalhamos e lutamos, porque temos posto a nossa esperança no Deus vivo, que é o Salvador de todos os homens, especialmente dos que crêem.    11 Manda estas coisas e ensina-as.    12 Ninguém despreze a tua mocidade, mas sê um exemplo para os fiéis na palavra, no procedimento, no amor, na fé, na pureza.    13 até que eu vá, aplica-te à leitura, à exortação, e ao ensino.    14 Não negligencies o dom que há em ti, o qual te foi dado por profecia, com a imposição das mãos do presbítero.    15 Ocupa-te destas coisas, dedica-te inteiramente a elas, para que o teu progresso seja manifesto a todos.
   
Lucas 19:1-10

     1 Tendo Jesus entrado em Jericó, ia atravessando a cidade.    2 Havia ali um homem chamado Zaqueu, o qual era chefe de publicanos e era rico.    3 Este procurava ver quem era Jesus, e não podia, por causa da multidão, porque era de pequena estatura.    4 E correndo adiante, subiu a um sicômoro a fim de vê-lo, porque havia de passar por ali.    5 Quando Jesus chegou àquele lugar, olhou para cima e disse-lhe: Zaqueu, desce depressa; porque importa que eu fique hoje em tua casa.    6 Desceu, pois, a toda a pressa, e o recebeu com alegria.    7 Ao verem isso, todos murmuravam, dizendo: Entrou para ser hóspede de um homem pecador.    8 Zaqueu, porém, levantando-se, disse ao Senhor: Eis aqui, Senhor, dou aos pobres metade dos meus bens; e se em alguma coisa tenho defraudado alguém, eu lho restituo quadruplicado.    9 Disse-lhe Jesus: Hoje veio a salvação a esta casa, porquanto também este é filho de Abraão.    10 Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido.



COMENTÁRIO
Os textos de hoje nos falam de esforço e desejo. O maior inimigo destes dois é a preguiça. Os Pais do Deserto, especialmente Evágrio Pôntico, já a classificavam como uma das principais doenças da alma, uma das oito pulsões geradas a partir do pecado que nos alijam de todo o bem. Geralmente a preguiça é alimentada pela gula. Todos os querem vencer a preguiça, necessitam primeiramente combater a gula. 
O texto evangélico nos fala de Zaqueu, um homem de baixa estatura, cujo esforço e desejo lhe possibilitaram a superação de suas limitações e dos obstáculos, gerando como recompensa a Presença de Cristo em sua casa e a conquista da salvação de sua alma. 
No calendário litúrgico da Igreja este texto se insere no que chamamos de “O Domingo de Zaqueu” que consiste numa preparação para vivermos a Grande Quaresma da Páscoa que é um período de intenso esforço espiritual, mas, também de grandes recompensas. 
A visita de Jesus a Jericó nos mostra que a Graça de Deus visita e é oferecida a todos os homens, no entanto, assim como outrora Raabe, somente um homem teve sua salvação assegurada: Zaqueu, como fruto de sua fé e esforço pessoal (Tiago 2:24). 
Na perspectiva mistagógica podemos dizer que Zaqueu aponta para a pequenez do nosso ser e incapacidade de chegar a Deus por nossos próprios recursos. A multidão aponta a dimensão do satânico. A palavra “Shatam”significa “aquele que põe obstáculos, o Adversário”; assim devemos entender que o caminho para Deus é uma jornada de lutas e combates. Porém nesta jornada dispomos de recursos que o Criador nos provê para possibilitar a nossa união com Ele.

O primeiro desses recursos é o desejo. “Zaqueu desejava ver Jesus”. O desejo é uma das principais características da alma. O desejo é a força propulsora da dinâmica humana. Os Santos Padres são unânimes na afirmação de que Deus nos fez seres desejantes, pois este seria o recurso que nos possibilitaria alcançar a theósis, ou seja, a nossa semelhança com Ele. A alma anelante por Deus se vê impulsionada por uma forca capaz de vencer todo e qualquer obstáculo. E é isto que se dá com Zaqueu. 
O segundo recurso é uma árvore. No Éden se encontravam duas árvores: uma que gerava a morte e outra que gerava a vida. Na Nova Jerusalém, a Jerusalém Celeste, a Árvore da Vida (Cristo) aparece no meio do Rio (o Espírito Santo) que banha a Cidade; a Árvore dá doze frutos (os Apóstolos) que servem para a cura das nações (suas missões entre os povos). 
Portanto, podemos dizer que o sicômoro (árvore frondosa típica da região) aponta para a Santa Tradição Apostólica (1 Tess. 2:13; 4:1; 2 Tess. 2:15), na qual uma vez apoiados, não somente poderemos ver a Cristo, mas também por Ele ser notado, ouvir a Sua voz e gozar de Sua Presença em nosso íntimo (comunhão). 
A refeição que ocorre na casa de Zaqueu aponta para a Graça de Deus que nos visita e pela qual ceiamos com Ele e Ele ceia conosco (Ap 3:20; João 14:23). Esta comunhão nos possibilita o despojamento dos véus que estão postos na alma, nos dando uma nítida visão daquilo que somos e nos impulsiona a buscar a conformidade (semelhança) com a Imagem de Cristo. Zaqueu confessou publicamente seus pecados e iniciou sua jornada em direção a Deus, livre das amarras que reduziam sua alma à estatura do seu corpo físico e impediam sua transfiguração na Imagem de Cristo. 

ORAÇÃO 
Ó Deus, tu és o meu Deus, de madrugada te buscarei; a minha alma tem sede de ti; a minha carne te deseja muito em uma terra seca e cansada, onde não há água; Para ver a tua força e a tua glória, como te vi no santuário. Porque a tua benignidade é melhor do que a vida, os meus lábios te louvarão. Assim eu te bendirei enquanto viver; em teu nome levantarei as minhas mãos. A minha alma se fartará, como de tutano e de gordura; e a minha boca te louvará com alegres lábios. Quando me lembrar de ti na minha cama, e meditar em ti nas vigílias da noite. Porque tu tens sido o meu auxílio; então, à sombra das tuas asas me regozijarei. A minha alma te segue de perto; a tua destra me sustenta. Mas aqueles que procuram a minha alma para a destruir, irão para as profundezas da terra. Cairão à espada; serão uma ração para as raposas. Mas o rei se regozijará em Deus; qualquer que por ele jurar se gloriará; porque se taparão as bocas dos que falam a mentira. Salmos 62:1-11 (63:1-11)

sábado, 28 de janeiro de 2012

33º Sábado depois de Pentecostes – Modo 7

33º Sábado depois de Pentecostes – Modo 7
28 de Janeiro de 2012 (CC) / 15 de Janeiro (CE)
S. Paulo de Tebe, eremita (c. séc. IV) S. João Calibita (séc. V).


1 Tessalonicenses 5:14-23

14 Exortamo-vos também, irmãos, a que admoesteis os insubordinados, consoleis os desanimados, ampareis os fracos e sejais longânimos para com todos.    15 Vede que ninguém dê a outrem mal por mal, mas segui sempre o bem, uns para com os outros, e para com todos.    16 Regozijai-vos sempre.    17 Orai sem cessar.    18 Em tudo dai graças; porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco.    19 Não extingais o Espírito;    20 não desprezeis as profecias,    21 mas ponde tudo à prova. Retende o que é bom;    22 Abstende-vos de toda espécie de mal.    23 E o próprio Deus de paz vos santifique completamente; e o vosso espírito, e alma e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.   

Lucas 17:3-10

3 Tende cuidado de vós mesmos; se teu irmão pecar, repreende-o; e se ele se arrepender, perdoa-lhe.    4 Mesmo se pecar contra ti sete vezes no dia, e sete vezes vier ter contigo, dizendo: Arrependo-me; tu lhe perdoarás.    5 Disseram então os apóstolos ao Senhor: Aumenta-nos a fé.    6 Respondeu o Senhor: Se tivésseis fé como um grão de mostarda, diríeis a esta amoreira: Desarraiga-te, e planta-te no mar; e ela vos obedeceria.    7 Qual de vós, tendo um servo a lavrar ou a apascentar gado, lhe dirá, ao voltar ele do campo: chega-te já, e reclina-te à mesa?    8 Não lhe dirá antes: Prepara-me a ceia, e cinge-te, e serve-me, até que eu tenha comido e bebido, e depois comerás tu e beberás?    9 Porventura agradecerá ao servo, porque este fez o que lhe foi mandado?    10 Assim também vós, quando fizerdes tudo o que vos for mandado, dizei: Somos servos inúteis; fizemos somente o que devíamos fazer.

COMENTÁRIO

A Igreja é a família de Deus. Todos os que fomos batizados em Cristo somos um só Corpo e participantes de um único e mesmo Corpo de Cristo. Todos – sem exceção – somos os irmãos. A Hierarquia não é uma classe senhorial, uma casta ou coisa semelhante. Os Hierarcas são irmãos mais velhos aos quais o Pai confiou o cuidado dos outros irmãos; assim, lhes devemos honra e respeito pela vocação que lhes fora designada. Este sentimento de pertença, de identidade comum e de verdadeiros laços fraternos, vem desaparecendo das consciências, tanto do povo como da hierarquia, os quais - pela falta de vigilância – vêm se deixando moldar pelo mundo que cada vez mais assume a configuração de uma sociedade fragmentária, individualista e competitiva. Assim, pecamos contra o Grande Mandamento deixado pelo Senhor Jesus Cristo: “Amai-vos uns aos outros assim como Eu vos amei”.

Padre Mateus (Antonio Eça)


ORAÇÃO

Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu; o pão nosso suprassubstancial nos dá hoje; e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores; e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mau.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

33ª Sexta-feira depois de Pentecostes – Modo 7

33ª Sexta-feira depois de Pentecostes – Modo 7
27 de Janeiro de 2012 (CC) / 14 de Janeiro (CE)
Conclusão da Santa Teofanía Ss. Monges, mártires do Sinai († 305, 370,400).


1 Pedro 1:1-2, 10-12; 2:6-10

     1 Pedro, apóstolo de Jesus Cristo, aos peregrinos da Dispersão no Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia.    2 eleitos segundo a presciência de Deus Pai, na santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo: Graça e paz vos sejam multiplicadas.    10 Desta salvação inquiririam e indagaram diligentemente os profetas que profetizaram da graça que para vós era destinada,    11 indagando qual o tempo ou qual a ocasião que o Espírito de Cristo que estava neles indicava, ao predizer os sofrimentos que a Cristo haviam de vir, e a glória que se lhes havia de seguir.    12 Aos quais foi revelado que não para si mesmos, mas para vós, eles ministravam estas coisas que agora vos foram anunciadas por aqueles que, pelo Espírito Santo enviado do céu, vos pregaram o evangelho; para as quais coisas os anjos bem desejam atentar.    6 Por isso, na Escritura se diz: Eis que ponho em Sião uma principal pedra angular, eleita e preciosa; e quem nela crer não será confundido.    7 E assim para vós, os que credes, é a preciosidade; mas para os descrentes, a pedra que os edificadores rejeitaram, esta foi posta como a principal da esquina,    8 e: Como uma pedra de tropeço e rocha de escândalo; porque tropeçam na palavra, sendo desobedientes; para o que também foram destinados.    9 Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as grandezas daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;    10 vós que outrora nem éreis povo, e agora sois de Deus; vós que não tínheis alcançado misericórdia, e agora a tendes alcançado.   

Marcos 12:1-12

     1 Então começou Jesus a falar-lhes por parábolas. Um homem plantou uma vinha, cercou-a com uma sebe, cavou um lagar, e edificou uma torre; depois arrendou-a a uns lavradores e ausentou-se do país.    2 No tempo próprio, enviou um servo aos lavradores para que deles recebesse do fruto da vinha.    3 Mas estes, apoderando-se dele, o espancaram e o mandaram embora de mãos vazias.    4 E tornou a enviar-lhes outro servo; e a este feriram na cabeça e o ultrajaram.    5 Então enviou ainda outro, e a este mataram; e a outros muitos, dos quais a uns espancaram e a outros mataram.    6 Ora, tinha ele ainda um, o seu filho amado; a este lhes enviou por último, dizendo: A meu filho terão respeito.    7 Mas aqueles lavradores disseram entre si: Este é o herdeiro; vinde, matemo-lo, e a herança será nossa.    8 E, agarrando-o, o mataram, e o lançaram fora da vinha.    9 Que fará, pois, o senhor da vinha? Virá e destruirá os lavradores, e dará a vinha a outros.    10 Nunca lestes esta escritura: A pedra que os edificadores rejeitaram, essa foi posta como pedra angular;    11 pelo Senhor foi feito isso, e é maravilhoso aos nossos olhos?    12 Procuravam então prendê-lo, mas temeram a multidão, pois perceberam que contra eles proferira essa parábola; e, deixando-o, se retiraram.

COMENTÁRIO

Uma das realidades mais tristes narrada pelas Santas Escrituras está no Evangelho de São João quando este diz:  “Veio para aqueles que eram seus, e os seus não o receberam”. Deus foi rejeitado por Adão e agora, também por aqueles, em favor dos quais tantas maravilhas operou e tantos benefícios inenarráveis concedeu. Estamos falando da nação de Israel, povo com o qual o Senhor Deus fizera no passado uma Aliança, por meio de Moisés. Este povo se comportou como uma mulher adúltera, traindo esta aliança e indo após outros deuses. Profetas lhes foram enviados: a uns insultaram e perseguiram, e a outros mataram. Enfim, o próprio Deus vem a eles para servi-los, e no entanto, eles Lhe dão um tratamento pior do que deram aos profetas. Em sua ira Deus desfaz a Aliança com o povo de Israel e a estabelece com todas as outras nações da terra, ou seja, com todos aqueles que em qualquer nação acolham a Sua palavra, transmitida pelos santos Apóstolos. A estes que O recebem, Ele os ajunta em uma só massa e os chama de “minha Igreja”, ou seja ― “o meu povo escolhido”.

Assim, a tristeza da pena de São João se transforma em alegria quando diz: “... mas, a todos os que o receberam, deu-lhes o poder de serem gerados filhos de Deus”.

Padre Mateus (Antonio Eça)


ORAÇÃO

Celebrai com júbilo ao Senhor, todos os habitantes da terra. Servi ao Senhor com alegria, e apresentai-vos a ele com cântico. Sabei que o Senhor é Deus! Foi ele quem nos fez, e somos dele; somos o seu povo e ovelhas do seu pasto. Entrai pelas suas portas com ação de graças, e em seus átrios com louvor; dai-lhe graças e bendizei o seu nome. Porque o Senhor é bom; a sua benignidade dura para sempre, e a sua fidelidade de geração em geração.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

33ª Quinta-feira depois de Pentecostes – Modo 7

33ª Quinta-feira depois de Pentecostes – Modo 7
26 de Janeiro de 2012 (CC) / 13 de Janeiro (CE)
Ss. Hermilo e Estratonico, mártires († c. 310).


Tiago 4:7-5:9

     7 Sujeitai-vos, pois, a Deus; mas resisti ao Diabo, e ele fugirá de vós.    8 Chegai-vos para Deus, e ele se chegará para vós. Limpai as mãos, pecadores; e, vós de espírito vacilante, purificai os corações.    9 Senti as vossas misérias, lamentai e chorai; torne-se o vosso riso em pranto, e a vossa alegria em tristeza.    10 Humilhai-vos perante o Senhor, e ele vos exaltará.    11 Irmãos, não faleis mal uns dos outros. Quem fala mal de um irmão, e julga a seu irmão, fala mal da lei, e julga a lei; ora, se julgas a lei, não és observador da lei, mas juiz.    12 Há um só legislador e juiz, aquele que pode salvar e destruir; tu, porém, quem és, que julgas ao próximo?    13 Eia agora, vós que dizeis: Hoje ou amanhã iremos a tal cidade, lá passaremos um ano, negociaremos e ganharemos.    14 No entanto, não sabeis o que sucederá amanhã. Que é a vossa vida? Sois um vapor que aparece por um pouco, e logo se desvanece.    15 Em lugar disso, devíeis dizer: Se o Senhor quiser, viveremos e faremos isto ou aquilo.    16 Mas agora vos jactais das vossas presunções; toda jactância tal como esta é maligna.    17 Aquele, pois, que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado.    1 Eia agora, vós ricos, chorai e pranteai, por causa das desgraças que vos sobrevirão.    2 As vossas riquezas estão apodrecidas, e as vossas vestes estão roídas pela traça.    3 O vosso ouro e a vossa prata estão enferrujados; e a sua ferrugem dará testemunho contra vós, e devorará as vossas carnes como fogo. Entesourastes para os últimos dias.    4 Eis que o salário que fraudulentamente retivestes aos trabalhadores que ceifaram os vossos campos clama, e os clamores dos ceifeiros têm chegado aos ouvidos do Senhor dos exércitos.    5 Deliciosamente vivestes sobre a terra, e vos deleitastes; cevastes os vossos corações no dia da matança.    6 Condenastes e matastes o justo; ele não vos resiste.    7 Portanto, irmãos, sede pacientes até a vinda do Senhor. Eis que o lavrador espera o precioso fruto da terra, aguardando-o com paciência, até que receba as primeiras e as últimas chuvas.    8 Sede vós também pacientes; fortalecei os vossos corações, porque a vinda do Senhor está próxima.    9 Não vos queixeis, irmãos, uns dos outros, para que não sejais julgados. Eis que o juiz está à porta.   

Marcos 11:27-33

     27 Vieram de novo a Jerusalém. E andando Jesus pelo templo, aproximaram-se dele os principais sacerdotes, os escribas e os anciãos,    28 que lhe perguntaram: Com que autoridade fazes tu estas coisas? ou quem te deu autoridade para fazê-las?    29 Respondeu-lhes Jesus: Eu vos perguntarei uma coisa; respondei-me, pois, e eu vos direi com que autoridade faço estas coisas.    30 O batismo de João era do céu, ou dos homens? respondei-me.    31 Ao que eles arrazoavam entre si: Se dissermos: Do céu, ele dirá: Então por que não o crestes?    32 Mas diremos, porventura: Dos homens? - É que temiam o povo; porque todos verdadeiramente tinham a João como profeta.    33 Responderam, pois, a Jesus: Não sabemos. Replicou-lhes ele: Nem eu vos digo com que autoridade faço estas coisas.

COMENTÁRIO

O Evangelista Marcos mostra neste episódio como Jesus enfrentou o conflito mais ferrenho de sua vida: a oposição da mais alta cúpula de Israel. E este conflito não se dá no Parlamento, nem na Corte Real e muito menos no Pretório (a sede do Governador romano), mas, no Templo, o lugar da habitação do Altíssimo, a casa de oração, da elevação da alma. Jesus enfrenta a ira dos leões com astúcia. Foi assim que Ele ensinou a se comportar em meio a lobos: “sede astutos como as serpentes...”. Os que habitavam no templo rejeitavam constantemente a Deus. Eles também foram opositores de João Batista e dissimulavam (hipocrisia) esta repugnância para manterem sua popularidade.

Muitos cristãos são ingênuos e esperam contar com o respeito e a admiração das pessoas (às vezes fazendo de tudo para agradá-las a fim de receber delas a aprovação ou elogio); não entendem que o conflito é inerente à vida cristã, posto que a fé nasce e se desenvolve em terreno hostil: o mundo (1João 5:19).
Pe. Mateus (Antonio Eça)

ORAÇÃO
SENHOR, como se têm multiplicado os meus adversários! São muitos os que se levantam contra mim. Muitos dizem da minha alma: Não há salvação para ele em Deus. Porém tu, SENHOR, és um escudo para mim, a minha glória, e o que exalta a minha cabeça. Com a minha voz clamei ao SENHOR, e ouviu-me desde o seu santo monte. Eu me deitei e dormi; acordei, porque o SENHOR me
sustentou. Não temerei dez milhares de pessoas que se puseram contra mim e me cercam. Levanta-te, SENHOR; salva-me, Deus meu; pois feriste a todos os meus inimigos nos queixos; quebraste os dentes aos ímpios. A salvação vem do SENHOR; sobre o teu povo seja a tua bênção. Salmo 3

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

33ª Quarta-feira depois de Pentecostes – Modo 7

33ª Quarta-feira depois de Pentecostes – Modo 7
25 de Janeiro de 2012 (CC) / 12 de Janeiro (CE)
S. Tatiana, mártir (séc. III).


Tiago 3:11-4:6

     11 Porventura a fonte deita da mesma abertura água doce e água amargosa?    12 Meus irmãos, pode acaso uma figueira produzir azeitonas, ou uma videira figos? Nem tampouco pode uma fonte de água salgada dar água doce.    13 Quem dentre vós é sábio e entendido? Mostre pelo seu bom procedimento as suas obras em mansidão de sabedoria.    14 Mas, se tendes amargo ciúme e sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade.    15 Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica.    16 Porque onde há ciúme e sentimento faccioso, aí há confusão e toda obra má.    17 Mas a sabedoria que vem do alto é, primeiramente, pura, depois pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade, e sem hipocrisia.    18 Ora, o fruto da justiça semeia-se em paz para aqueles que promovem a paz.    1 Donde vêm as guerras e contendas entre vós? Porventura não vêm disto, dos vossos deleites, que nos vossos membros guerreiam?    2 Cobiçais e nada tendes; logo matais. Invejais, e não podeis alcançar; logo combateis e fazeis guerras. Nada tendes, porque não pedis.    3 Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites.    4 Infiéis, não sabeis que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.    5 Ou pensais que em vão diz a escritura: O Espírito que ele fez habitar em nós anseia por nós até o ciúme?    6 Todavia, dá maior graça. Portanto diz: Deus resiste aos soberbos; dá, porém, graça aos humildes.   

Marcos 11:23-26

     23 Em verdade vos digo que qualquer que disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar; e não duvidar em seu coração, mas crer que se fará aquilo que diz, assim lhe será feito.    24 Por isso vos digo que tudo o que pedirdes em oração, crede que o recebereis, e tê-lo-eis.    25 Quando estiverdes orando, perdoai, se tendes alguma coisa contra alguém, para que também vosso Pai que está no céu, vos perdoe as vossas ofensas.    26 [Mas, se vós não perdoardes, também vosso Pai, que está no céu, não vos perdoará as vossas ofensas.]


COMENTÁRIO

A narrativa de São Marcos visa transmitir o ensino de Cristo sobre o poder da fé, mediada por um coração puro e justo. Os verdadeiros milagres não têm por finalidade o exibicionismo, alimentar a vaidade e orgulho daquele que ora, fazendo-o santo e poderoso aos olhos dos homens. Para lançar os montes no mar, é preciso antes fazer naufragar a fortaleza do ego no mar da justiça e da misericórdia. O demônio tem levantado muitos falsos profetas que operam abundantemente sinais e prodígios da mentira com o intuito de fazer tropeçar os homens (mas ainda não vimos nenhum deles transportar sequer uma duna, quanto mais uma montanha).

São Serafim de Sarov
A oração de um coração justo para consigo (posto que reconhece seus pecados) e para com o próximo (pois transmite para o semelhante a mesma misericórdia com que Deus lhe trata), eleva aquele que ora à plena comunhão com Deus, o Qual jamais recusará suas petições.

Os santos dão testemunho desta realidade e demonstraram tal dimensão justa da alma. Abraão não levou em conta a avareza de Ló, provendo-lhe socorro quando dele precisara em sua escravidão. José não guardou ressentimento dos seus irmãos assassinos e mercadores. Moisés não levou em consideração a afronta dos seus contemporâneos, preferindo ser anátema com eles do que se salvar sem eles. Paulo também demonstra essa mesma predisposição. Estêvão, o primeiro mártir da Igreja, suplica a Deus o perdão para seus algozes e João se recusa usar o seu poder apostólico para destruir os que se lhe opõem. Assim, São Tiago mostra em sua epístola a causa da oração inoperante: uma alma dobre.

Temos, pois, a nos rodear uma tão grande nuvem de testemunhas que nos atestam do poder de Deus operando em suas almas justas.
Pe. Mateus (Antonio Eça)


ORAÇÃO
SENHOR, o meu coração não é soberbo e nem altivos os meus olhos; não me exercito em grandes matérias, nem em coisas muito elevadas  para mim. Certamente que me tenho portado e sossegado como uma criança desmamada de sua mãe; a minha alma está como uma criança desmamada. Senhor, quem há que possa discernir os seus pecados? Perdoa a minha ignorância. Também da soberba guarda o teu servo, para que ela não domine sobre mim. Então serei sincero, e ficarei limpo de grande transgressão. Sejam agradáveis as palavras da minha boca e a meditação do meu coração perante a tua face, SENHOR, Rocha minha e Redentor meu!
Salmo 130:1,2; 18:12-14 (131;1,2; 19:12-14)

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

33ª Terça-feira depois de Pentecostes – Modo 7

33ª Terça-feira depois de Pentecostes – Modo 7
24 de Janeiro de 2012 (CC) / 11 de Janeiro (CE)
S. Teodósio Cenobiarca († c. 529).


Tiago 3:1-10

     1 Meus irmãos, não sejais muitos de vós mestres, sabendo que receberemos um juízo mais severo.    2 Pois todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, esse é homem perfeito, e capaz de refrear também todo o corpo.    3 Ora, se pomos freios na boca dos cavalos, para que nos obedeçam, então conseguimos dirigir todo o seu corpo.    4 Vede também os navios que, embora tão grandes e levados por impetuosos ventos, com um pequenino leme se voltam para onde quer o impulso do timoneiro.    5 Assim também a língua é um pequeno membro, e se gaba de grandes coisas. Vede quão grande bosque um tão pequeno fogo incendeia.    6 A língua também é um fogo; sim, a língua, qual mundo de iniquidade, colocada entre os nossos membros, contamina todo o corpo, e inflama o curso da natureza, sendo por sua vez inflamada pelo inferno.    7 Pois toda espécie tanto de feras, como de aves, tanto de répteis como de animais do mar, se doma, e tem sido domada pelo gênero humano;    8 mas a língua, nenhum homem a pode domar. É um mal irrefreável; está cheia de peçonha mortal.    9 Com ela bendizemos ao Senhor e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus.    10 Da mesma boca procede bênção e maldição. Não convém, meus irmãos, que se faça assim.   

Marcos 11:11-23

     11 Tendo Jesus entrado em Jerusalém, foi ao templo; e tendo observado tudo em redor, como já fosse tarde, saiu para Betânia com os doze.    12 No dia seguinte, depois de saírem de Betânia teve fome,    13 e avistando de longe uma figueira que tinha folhas, foi ver se, porventura, acharia nela alguma coisa; e chegando a ela, nada achou senão folhas, porque não era tempo de figos.    14 E Jesus, falando, disse à figueira: Nunca mais coma alguém fruto de ti. E seus discípulos ouviram isso.    15 Chegaram, pois, a Jerusalém. E entrando ele no templo, começou a expulsar os que ali vendiam e compravam; e derribou as mesas dos cambistas, e as cadeiras dos que vendiam pombas;    16 e não consentia que ninguém atravessasse o templo levando qualquer utensílio;    17 e ensinava, dizendo-lhes: Não está escrito: A minha casa será chamada casa de oração para todas as nações? Vós, porém, a tendes feito covil de salteadores.    18 Ora, os principais sacerdotes e os escribas ouviram isto, e procuravam um modo de o matar; pois o temiam, porque toda a multidão se maravilhava da sua doutrina.    19 Ao cair da tarde, saíam da cidade.    20 Quando passavam na manhã seguinte, viram que a figueira tinha secado desde as raízes.    21 Então Pedro, lembrando-se, disse-lhe: Olha, Mestre, secou-se a figueira que amaldiçoaste.    22 Respondeu-lhes Jesus: Tende fé em Deus.    23 Em verdade vos digo que qualquer que disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar; e não duvidar em seu coração, mas crer que se fará aquilo que diz, assim lhe será feito.

COMENTÁRIO

A leitura do Evangelho de hoje faz saltar aos nossos olhos uma faceta de Cristo pouco lembrada e até mesmo negada por muitos cristãos: a severidade e a virilidade, pois geralmente se concebem tais características como incompatíveis com a natureza do amor, principalmente quando este é compreendido única e pragmaticamente numa dimensão romântica.

O ícone denominado “Pantokrator do Sinai” (obra datada do sec. IV e preservada pelo Mosteiro de Santa Catarina, no monte Sinai) chama muita atenção, além de sua beleza, pela estranha pintura dos olhos de Cristo, que nesta tela se apresentam desenhados de formas distintas e assimétricas. Esta disposição faz com que uma de suas faces lhe confira um semblante severo e a outra uma aparência tenra. São os olhares da justiça e da misericórdia, as quais em Cristo não são realidades divergentes, mas convergentes, conforme está escrito no Salmo 84(85): “A misericórdia e a verdade se encontraram: a justiça e a paz se beijaram” (Sl 84:10).

O episódio narrado pelo Evangelista São Marcos da maldição da figueira é uma figuração teológica da nação de Israel, que regada e adubada pelos Patriarcas, por Moisés e todos os Profetas foi encontrada estéril e sem fruto quando o Emanuel lhe veio visitar. Por isto João Batista clamava: “O machado está posto na raiz das árvores e toda árvore que não der fruto será cortada e lançada ao fogo”. A observação que são Marcos faz de que não havia frutos na figueira por ainda não ser o tempo de figos, representa a chegada repentina e inesperada do Reino de Deus e do Seu Juízo. A figueira, a oliveira e a videira sempre foram usadas pelos Profetas do Velho Testamento como símbolos de Israel.

O Templo transformado em camelódromo (mercado público) exemplifica a perversão religiosa existente em Israel; e a ação viril de Cristo, o juízo devastador que cairia sobre eles, não ficando “pedra sobre pedra” quando os Romanos devastaram Jerusalém, no ano 70 dc, pondo definitivamente um fim ao culto judaico, fazendo assim, cessar o sacrifício e a possibilidade de perdão, conforme a Antiga Aliança. Assim, São Paulo adverte: “Considerai, pois, a bondade e a severidade de Deus”. E São Tiago, o irmão do Senhor, no trecho de sua Epístola que hoje lemos, se mostra cuidadoso para que os mestres cristãos não repitam os mesmos erros dos judeus, lembrando que os mestres sofrem juízo mais severo do que os demais e, que a habilidade no falar deve estar conjugada a uma disciplina pessoal capaz de subjugar as paixões que atuam na natureza humana.

Pe. Mateus (Antonio Eça)

ORAÇÃO
Guarda, Senhor, a minha alma, e livra-me; não me deixes abatido, porquanto confio em Ti. Preservem-me a inocência e a retidão, porquanto espero em Ti. Salmo 24:20,21 (25:20,21)

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

33ª Segunda-feira depois de Pentecostes – Modo 7

33ª Segunda-feira depois de Pentecostes – Modo 7
23 de Janeiro de 2012 (CC) / 10 de Janeiro (CE)
S. Gregório de Nissa, bispo († c. 394) S. Marciano de Constantinopla, mon. († c. 472).


Tiago 2:14-26

     14 Que proveito há, meus irmãos se alguém disser que tem fé e não tiver obras? Porventura essa fé pode salvá-lo?    15 Se um irmão ou uma irmã estiverem nus e tiverem falta de mantimento cotidiano.    16 e algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos e fartai-vos; e não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito há nisso?    17 Assim também a fé, se não tiver obras, é morta em si mesma.    18 Mas dirá alguém: Tu tens fé, e eu tenho obras; mostra-me a tua fé sem as obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras.    19 Crês tu que Deus é um só? Fazes bem; os demônios também o creem, e estremecem.    20 Mas queres saber, ó homem vão, que a fé sem as obras é estéril?    21 Porventura não foi pelas obras que nosso pai Abraão foi justificado quando ofereceu sobre o altar seu filho Isaque?    22 Vês que a fé cooperou com as suas obras, e que pelas obras a fé foi aperfeiçoada;    23 e se cumpriu a escritura que diz: E creu Abraão a Deus, e isso lhe foi imputado como justiça, e foi chamado amigo de Deus.    24 Vedes então que é pelas obras que o homem é justificado, e não somente pela fé.    25 E de igual modo não foi a meretriz Raabe também justificada pelas obras, quando acolheu os espias, e os fez sair por outro caminho?    26 Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta.   

Marcos 10:46-52

     46 Depois chegaram a Jericó. E, ao sair ele de Jericó com seus discípulos e uma grande multidão, estava sentado junto do caminho um mendigo cego, Bartimeu filho de Timeu.    47 Este, quando ouviu que era Jesus, o nazareno, começou a clamar, dizendo: Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim!    48 E muitos o repreendiam, para que se calasse; mas ele clamava ainda mais: Filho de Davi, tem compaixão de mim.    49 Parou, pois, Jesus e disse: Chamai-o. E chamaram o cego, dizendo-lhe: Tem bom ânimo; levanta-te, ele te chama.    50 Nisto, lançando de si a sua capa, de um salto se levantou e foi ter com Jesus.    51 Perguntou-lhe o cego: Que queres que te faça? Respondeu-lhe o cego: Mestre, que eu veja.    52 Disse-lhe Jesus: Vai, a tua fé te salvou. E imediatamente recuperou a vista, e foi seguindo pelo caminho.

domingo, 22 de janeiro de 2012

32º Domingo depois de Pentecostes – Modo 7

32º Domingo depois de Pentecostes – Modo 7
22 de Janeiro de 2012 (CC) / 09 de Janeiro (CE)
Domingo depois da Teofania
S. Polieuto, mártir († c. 250).


MATINAS (X)

João 21:1-14

     1 Depois disto manifestou-se Jesus outra vez aos discípulos junto do mar de Tiberíades; e manifestou-se deste modo:    2 Estavam juntos Simão Pedro, Tomé, chamado Dídimo, Natanael, que era de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu, e outros dois dos seus discípulos.    3 Disse-lhes Simão Pedro: Vou pescar. Responderam-lhe: Nós também vamos contigo. Saíram e entraram no barco; e naquela noite nada apanharam.    4 Mas ao romper da manhã, Jesus se apresentou na praia; todavia os discípulos não sabiam que era ele.    5 Disse-lhes, pois, Jesus: Filhos, não tendes nada que comer? Responderam-lhe: Não.    6 Disse-lhes ele: Lançai a rede à direita do barco, e achareis. Lançaram-na, pois, e já não a podiam puxar por causa da grande quantidade de peixes.    7 Então aquele discípulo a quem Jesus amava disse a Pedro: Senhor. Quando, pois, Simão Pedro ouviu que era o Senhor, cingiu-se com a túnica, porque estava despido, e lançou-se ao mar;    8 mas os outros discípulos vieram no barquinho, puxando a rede com os peixes, porque não estavam distantes da terra senão cerca de duzentos côvados.    9 Ora, ao saltarem em terra, viram ali brasas, e um peixe posto em cima delas, e pão.    10 Disse-lhes Jesus: Trazei alguns dos peixes que agora apanhastes.    11 Entrou Simão Pedro no barco e puxou a rede para terra, cheia de cento e cinquenta e três grandes peixes; e, apesar de serem tantos, não se rompeu a rede.    12 Disse-lhes Jesus: Vinde, comei. Nenhum dos discípulos ousava perguntar-lhe: Quem és tu? sabendo que era o Senhor.    13 Chegou Jesus, tomou o pão e deu-lho, e semelhantemente o peixe.    14 Foi esta a terceira vez que Jesus se manifestou aos seus discípulos, depois de ter ressurgido dentre os mortos.   


LITURGIA

Efésios 4:7-13

     7 Mas a cada um de nós foi dada a graça conforme a medida do dom de Cristo.    8 Por isso foi dito: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro, e deu dons aos homens.    9 Ora, isto - ele subiu - que é, senão que também desceu às partes mais baixas da terra?    10 Aquele que desceu é também o mesmo que subiu muito acima de todos os céus, para cumprir todas as coisas.    11 E ele deu uns como apóstolos, e outros como profetas, e outros como evangelistas, e outros como pastores e mestres,    12 tendo em vista o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo;    13 até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, ao estado de homem feito, à medida da estatura da plenitude de Cristo;   

Mateus 4:12-17

     12 Ora, ouvindo Jesus que João fora entregue, retirou-se para a Galileia;    13 e, deixando Nazaré, foi habitar em Cafarnaum, cidade marítima, nos confins de Zabulom e Naftali;    14 para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaías:    15 A terra de Zabulom e a terra de Naftali, o caminho do mar, além do Jordão, a Galileia dos gentios,    16 o povo que estava sentado em trevas viu uma grande luz; sim, aos que estavam sentados na região da sombra da morte, a estes a luz raiou.    17 Desde então começou Jesus a pregar, e a dizer: Arrependei- vos, porque é chegado o reino dos céus.