domingo, 29 de junho de 2025

3º Domingo Depois de Pentecostes

29 de Junho de 2025 (CC) / 16 de Junho (CE)
São Tikón, Bispo de Amato
Jejum dos Apóstolos (Peixe é permitido)
Tom 2


Tudo o que podemos dizer sobre São Tikón é que, numa época muito antiga, ocupou a sede episcopal de Amato, lugar onde está localizada agora a cidade de Limassol, em Chipre, e que durante séculos desfrutou de grande veneração pelos habitantes da ilha, a quem lhes chamam o “Milagroso”, e é considerado o padroeiro dos vinicultores. Dois são os pontos da sua vida que seus hagiógrafos destacam sempre: o primeiro, que era filho de um padeiro e, ainda menino, costumava distribuir entre os pobres o pão que seu pai mandava vender. Ao tomar conhecimento do fato, o padeiro ficou muito indignado, mas, ao abrir a porta de seu armazém onde mantinha sua farinha de trigo, ele encontrou, por um milagre, muito mais do que havia guardado, de modo a que as suas perdas foram amplamente recompensadas. 
O segundo ponto diz respeito ao tempo em que Tikón era bispo. Naquela época, possuía uma pequena vinha, mas não tinha as cepas para plantar. Certo dia apanhou um ramo que outro vinicultor havia jogado fora, considerando que já estivesse seco, e plantou em sua terra. Enquanto plantava, voltou-se para Deus pedindo-lhe que concedesse quatro dons: que a seiva voltasse a circular naquele ramo seco; que aquele ramo produzisse abundantes frutos; que as uvas fossem doces; e que amadurecessem rapidamente. E Deus lhe concedeu, tanto que, desde então, a vinha do bispo Tikón produziu muitos cachos de doces uvas e amadureciam muito antes que quaisquer outras vinhas da região. Por isso é que a festa deste santo é comemorada no dia 16 de junho com a bênção das vinhas, mas apenas na região de Limassol, já que, nas outras regiões de Chipre a colheita é feita somente algumas semanas depois.


Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém! 

MATINAS (3)

Marcos 16:9-20

Fragmento 71 -
Naquela época, tendo Jesus ressuscitado na madrugada do primeiro dia da semana, apareceu primeiramente a Maria Madalena, da qual tinha expulsado sete demônios. E ela foi e contou aos que estavam com Ele, enquanto eles lamentavam e choravam. E eles, ouvindo que Ele estava vivo, e que tinha sido visto por ela, não creram. Depois disso, Ele apareceu sob outra forma a dois deles que caminhavam para o campo. E eles foram e contaram aos outros, mas eles não deram crédito a eles. Depois apareceu aos onze, estando eles reclinados à mesa, e repreendeu-os pela sua incredulidade e dureza de coração, porque não deram crédito aos que O tinham visto já ressuscitado. E disse-lhes: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura. Aquele que crer e for batizado será salvo; mas aquele que não crer será condenado. E estes sinais seguirão aqueles que crerem: Em Meu Nome expulsarão demônios, falarão novas línguas, pegarão em serpentes e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; imporão as mãos sobre os enfermos, e eles serão curados.” Ora, depois de o Senhor lhes ter falado, foi recebido no céu, e assentou-se à direita de Deus. E eles, tendo partido, pregaram por toda parte, cooperando com eles o Senhor, e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. Amém.

LITURGIA

Tropárion da Ressurreição, no 2º Tom
Ó Vida Imortal, sofrendo a morte, / esmagaste o inferno com o fulgor da Tua Divindade. / E quando fizeste erguer os mortos das profundezas da terra, / todos os Poderes celestes Te aclamaram dizendo: // Glória a Ti, Ó Cristo nosso Deus e Autor da vida.

Tropárion de São Mateus, no 3º Tom (Santo Patrono)
Com zelo seguiste a Cristo, o Mestre, / Que em Sua bondade apareceu aos homens na Terra, / E da alfândega te chamou para Apóstolo / e Pregador do Evangelho ao universo, /por isto honramos tua preciosa memória. / Ó divinamente eloquente, Mateus. /Roga ao Deus misericordioso // que nos conceda a remissão das transgressões e a salvação das nossas almas!

Tropárion de São Tikón de Amato, Tom 1
Um habitante do deserto, um anjo em carne e osso / e um operador de milagres assim te revelaste, ó nosso pai e Teóforo, Tikón. / E adquirido dons celestiais através do jejum, da vigilância e da oração, / tu curaste os enfermos e as almas daqueles que recorrem a ti com fé. / Glória Àquele que te fortaleceu! / Glória Àquele que te coroou! // Glória Àquele que por ti a todos cura!

Kondákion da Ressurreição, no 2º Tom
Tu ressuscitaste do túmulo, Ó Poderosíssimo Salvador, / e com esse portentoso sinal o Inferno ficou chocado de medo; / os mortos ressuscitados, Adão e a Criação vendo isto, se rejubilam em Ti // e o mundo, Ó meu Salvador, Te louva, para sempre.

Kondákion de São Mateus, no 4º Tom (Santo Patrono)
Deixando os laços da alfândega para adquirir o jugo da Justiça, / tu te revelaste um sábio comerciante, rico da sabedoria do Alto. / Proclamaste a Palavra da Verdade, /e pela narrativa da hora do Juízo // despertaste as almas indolentes.

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo ...

Tom 3: Perseverando na luta por amor a Deus, ó Santo, / do Alto recebeste o poder do Consolador / para derrubar os ídolos da falsidade, / para salvar os `homens, expulsar demônios e curar doenças. / Por isto, nós te honramos como Amigo de Deus, // Ó bendito Tikón.

Agora e sempre e pelos séculos dos séculos.

Hino À Virgem
Ó Admirável Protetora dos Cristãos e nossa Medianeira ante o Criador / não desprezes as súplicas de nenhum de nós pecadores; / mas, apressa-te a auxiliar-nos como Mãe bondosa que és, / pois, te invocamos com fé. / Roga por nós junto de Deus, // tu que defendes sempre àqueles que te veneram.

Prokímenon, no 2º Tom

R. O Senhor É a minha força e o meu cântico,
Porque Ele me salvou. (Sl. 117:14)

V. O Senhor castigou-me muito, mas não me entregou à morte. (Sl. 117:118)

Romanos 5:1-10

Fragmento 88A - Irmãos, tendo sido justificados pela fé, tenhamos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo, por Quem obtivemos também nosso acesso pela fé a esta graça, na qual estamos firmes, e gloriemo-nos na esperança da glória de Deus. E não somente isso, mas também nos gloriemos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a perseverança, e a perseverança a inteireza de caráter, e a inteireza de caráter a esperança; e a esperança não nos desaponta, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado. Pois, quando ainda éramos fracos, Cristo morreu a seu tempo pelos ímpios. Porque dificilmente haverá quem morra por um justo; pois poderá ser que pelo homem bondoso alguém ouse morrer. Mas, Deus dá prova do Seu amor para conosco, em que, quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós. Logo muito mais, sendo agora justificados pelo Seu sangue, seremos por ele salvos da ira. Porque se nós, quando éramos inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de Seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida.

Aleluia, no 2º Tom

O Senhor Te ouça no dia da tribulação; 
Te proteja o Nome do Deus de Jacó!

Aleluia, aleluia, aleluia!

Salva, Senhor, o Teu povo 
e abençoa a Tua herança!

Aleluia, aleluia, aleluia!

Mateus 6:22-33

Fragmento 18 - O Senhor disse: A lâmpada do corpo são os olhos. Portanto, se os teus olhos forem sadios, todo teu corpo terá luz; se, porém, os teus olhos forem enfermos, o teu corpo será tenebroso. De sorte que, se a luz que em ti há são trevas, quão grandes são tais trevas! Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar a um e amar o outro, ou há de dedicar-se a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas. Por isso vos digo: Não estejais ansio-sos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer, ou pelo que haveis de beber; nem, quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que o vestuário? Olhai para as aves do céu, que não semeiam, nem ceifam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não valeis vós muito mais do que elas? Ora, qual de vós, por mais ansioso que esteja, pode acrescentar um prazo mínimo à sua vida?  E pelo que haveis de ves-tir, por que andais ansiosos? Olhai para os lírios do campo, como crescem; não trabalham nem fiam; contudo vos digo que nem mesmo Salomão em toda a sua glória se vestiu como um deles. Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós, homens de pouca fé? Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que havemos de comer? ou: Que havemos de beber? ou: Com que nos havemos de vestir? (Pois a todas estas coisas os povos procuram). O vosso Pai celestial sabe que precisais de tudo isso. Mas buscai primeiro o Seu reino e a Sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.

Versos da Comunhão

Louvai ao Senhornos céus, 
Louvai-O nas alturas!

Ele faz dos seus anjos espíritos,
e dos seus ministros chamas de fogo. 

Aleluia, Aleluia, Aleluia!

† † †

A Justificação pela Fé 
«Orthodox Study Bible» (Bíblia Ortodoxa de Estudos), traz a seguinte observação: 
«Na maior parte da história da igreja, a salvação foi vista como compreendendo toda a vida: Os cristãos criam em Cristo, eram batizados e eram nutridos em sua salvação na Igreja. Os entendimentos dos ensinamentos da fé eram centrados em torno da Santíssima Trindade, da Encarnação do Filho de Deus e da expiação. 
Na Europa Ocidental durante o século XVI e antes, no entanto, uma justificável preocupação surgiu entre os Reformadores sobre a compreensão predominante de que a salvação dependia de obras humanas meritórias, e não da graça e misericórdia de Deus. A redescoberta deles de Romanos 5 os induziu a criarem o slogan: ‘Sola Fides’ (justificação apenas pela fé). 
O debate provocado pelos Reformadores no Ocidente, despertou um questionamento no Oriente Ortodoxo: Que novidade é esta que polariza a fé e as obras? Pois, desde a Era Apostólica ficou estabelecido que a salvação foi concedida pela misericórdia de Deus para homens e mulheres justos. Todos os batizados em Cristo foram chamados a n’Ele crer e a praticar boas obras. Uma oposição de fé versus obras não tem precedentes no pensamento Ortodoxo.» 
De fato, embora o Ensino Ortodoxo fale em «justificação pela fé», no entanto, o sentido não coincide totalmente com a fala Protestante, e nem é assimilado nas nossas Paróquias, na mesma forma que se dá nas Comunidades Protestantes.  
«A justificação pela fé é dinâmica, não estática. Para os cristãos ortodoxos, a fé é viva, dinâmica, contínua, nunca estática ou meramente pontual no tempo. A fé não é algo que um cristão exerce apenas em um momento crítico, esperando que tal experiência cubra todo o resto de sua vida.  
A verdadeira fé não é apenas uma decisão, é uma forma de vida. Assim, o cristão ortodoxo vê a salvação em pelo menos três aspectos: 1. Eu fui salvo, juntando-me a Cristo no Santo Batismo; (Rom. 6:1-6); Eu estou sendo salvo, crescendo em Cristo através da vida sacramental da Igreja (Efésios 4:1-13); e serei salvo, pela misericórdia de Deus no Juízo Final (Rom. 5:1,2). 
‘Justificação pela Fé’, embora para os Ortodoxos não seja a principal doutrina do Novo Testamento, como é para os Protestantes, não representa nenhum problema.» (Orthodox Study Bible).  
Contudo, a Ortodoxia faz uma objeção ao ensino Protestante de uma justificação unicamente pela fé, pois isto contradiz a Escritura que afirma: 
«Vede, então, que um homem é justificado também pelas obras e não somente por fé» (Tiago 2:24). Somos "justificados pela fé, além das obras da lei" (Romanos 3:28), mas, em lugar algum a Escritura diz que somos justificados pela fé «sozinha». Pelo contrário, a fé por si, se não tem obras, «está morta» (Tiago 2:17).  
Percebendo a fragilidade do ensino da justificação tão somente pela fé, é que Martinho Lutero, para se livrar desta debilidade, resolveu desqualificar a Carta de São Tiago, chamando-a de «Epístola de Palha». E aqui está sua grande contradição: logo ele, que defendia a «Sola Escritura», quando esta contradiz o seu raciocínio, ele preferiu ficar com o seu entendimento em detrimento do ensino bíblico, desqualificando o Texto Sagrado. 
Retomando o ensino Ortodoxo. «Como cristãos, não estamos mais sob as exigências da Lei do Antigo Testamento (Rm 3:20), porque Cristo cumpriu a Lei (Gál 2,21; 3: 5, 24). Pela misericórdia de Deus, somos trazidos para um novo relacionamento em aliança com Ele. Nós, os que cremos, recebemos entrada em Seu Reino por Sua graça. Através da Sua misericórdia, somos justificados pela fé e capacitados por Deus para sempre, realizando obras ou ações de justiça que Lhe trazem glória. (Orthodox Study Bible)

HOMILIA

“Sobretudo Buscai o Reino de Deus e a Sua Justiça”

Ao ouvir estas palavras, que conclusões os discípulos tomarão e que decisões práticas adotarão? Certamente estas: abandonarão nas mãos de Deus a preocupação pelo alimento, e lembrar o que disse aquele santo varão: entrega a Deus teu cuidado, que ele te sustentará. Sim, ele dá abundantemente aos santos o necessário para a vida e certamente não mente ao dizer: Não estejais preocupados pela vida pensando o que vais comer, nem pelo corpo pensando com o que vais vestir... Vosso Pai já sabe que tendes necessidade de tudo isto. Sobretudo buscai o Reino de Deus e sua justiça; e tudo o mais vos será dado por acréscimo.

Era extremamente útil e inclusive necessário que aqueles que são investidos da dignidade apostólica tivessem uma alma livre da ambição de riquezas e nada desprezassem tanto como a acumulação de ofertas, contentando-se mais com o que Deus lhes proporciona, pois, como está escrito: a cobiça é a raiz de todos os males. Convinha, portanto, que a todo custo se mantivessem à margem e plenamente libertados daquele vício que é a raiz e mãe de todos os males, esgotando, por assim dizer, todo o seu empenho em ocupações realmente necessárias: em não cair sob o jugo de satanás. Desta forma, caminhando à margem das preocupações mundanas, subestimarão os apetites carnais e desejarão unicamente o que Deus quer.

E assim como os mais valentes soldados, saindo ao combate, não levam consigo mais que as armas necessárias para a guerra, assim também aqueles a quem Cristo enviava em ajuda da terra e a assumir a luta, a favor dos que estavam em perigo, contra os poderes que dominam este mundo de trevas; ainda mais, a lutar contra o próprio satanás em pessoa, convinha que estivessem libertados das fadigas deste mundo e de toda preocupação mundana de maneira que, bem cingidos, e com as armas espirituais nas mãos, pudessem lutar intrepidamente contra os que obstruem a glória de Cristo e semearam de ruínas a terra inteira; é um fato que induziram aos seus habitantes a adorar a criatura em vez do Criador e a oferecer culto aos elementos do mundo.

Tendo embraçado o escudo da fé, estejais revestidos da couraça da justiça e da espada do Espírito Santo, isto é, toda a Palavra de Deus. Com estes instrumentos, era inevitável que fossem intoleráveis para seus inimigos, sem levar entre seus apetrechos nada merecedor de mancha ou de culpa, ou seja, o afã de possuir, ajuntar lucros ilícitos e andar preocupados em guardá-los, todas estas coisas que afastam a alma humana de uma vida grata a Deus nem a permitem elevar-se a ele, mas antes lhe cortam as asas e a afundam em aspirações materiais e terrenas.

São Cirilo de Alexandria, Patriarca de Alexandria (séc. V)

† † †

sábado, 28 de junho de 2025

3º Sábado Depois de Pentecostes

28 de Junho de 2025 (CC) / 15 de Junho (CE)
Santos Profeta Amós;
Jonas, Metropolita de Moscou e de toda Russia; 
Estêvão, Discípulo de São Paulo;
Lázaro Príncipe da Sérvia;
Bem Aventurado Agostinho, Bispo de Hipona e sua mãe, Mônica
Jejum dos Apóstolos (Peixe é permitido)
Tom 1

Amós nasceu na vila de Tecua próximo a Belém. Ele era de origem e vida simples. Amós era um pastor de suínos que trabalhava para um homem rico de Jerusalém. Mas Deus que não olha quem é quem pela aparência externa, mas, sim, pela pureza de seu coração, e que tomou tanto Moisés como Davi de suas ovelhas e os designou como líderes do povo; escolheu este Amós como um de Seus profetas. 
Amós reprovou o rei Uzias e seus sacerdotes pagãos por causa da idolatria que eles praticavam e incentivavam, e dissuadiu o povo da adoração aos bezerros de ouro em Betel, ensinando-os a adorar o Único Deus Vivo. Quando o chefe dos sacerdotes pagãos perseguiu Amós, este profetizou que os Assírios iriam conquistar Israel, que eles iriam matar o rei e os filhos de Amazias e que os soldados assírios violentariam a esposa de Amazia perante seus próprios olhos porque ele levara o povo ao adultério com os ídolos. O filho do sacerdote pagão golpeou o profeta na face com sua vara com tanta força que Amós caiu. Quase morto, Amós foi levado para sua vila de Tecua, onde rendeu sua santa alma a Deus. Amós viveu no oitavo século antes de Cristo. Tudo que ele profetizou acerca de Israel, do Rei Amazias e de sua casa, cumpriu-se. 
Santo Estêvão, Discípulo de São Paulo 
As informações acerca de Santo estêvão que temos, são extraídas dos dizeres do Apóstolo Paulo (1 Coríntios 16:15-17): 
"Agora vos rogo, irmãos (sabeis que a família de Estêvão é as primícias da Acaia, e que se tem dedicado ao ministério dos santos), que também vos sujeiteis aos tais, e a todo aquele que auxilia na obra e trabalha. Folgo, porém, com a vinda de Estêvão, de Fortunato e de Acaico; porque estes supriram o que da vossa parte me faltava."
O Venerável Mártir Doulas 
Doulas viveu uma santa vida em um mosteiro no Egito. Um de seus irmãos, cheio de inveja, o acusou de sacrilégio, de roubo de artigos eclesiásticos. Assim, removeram o hábito do inocente Doulas e lhe entregaram ao príncipe para julgamento. O príncipe ordenou que Doulas fosse açoitado e quis cortar suas mãos de acordo com a lei para tal crime, mas, naquele momento, seu irmão se arrependeu e declarou a inocência de Doulas. Após vinte anos de exílio e humilhação, Doulas voltou a seu mosteiro e, no terceiro dia, repousou no Senhor. Seu corpo desapareceu de forma misteriosa.

O Santo Mártir Lazar (Lázaro), Príncipe Sérvio 
Lazar era um dos nobres Sérvios que governaram o Império Sérvio após a morte do Tsar Dushan. E com a morte do Tsar Ursoh, o Patriarca Éfrem coroou Lazar como Rei Sérvio. Lazar mandou uma delegação a Constantinopla com o monge Isaías para implorar ao Patriarca para remover o anátema do povo sérvio.  
Lazar lutou contra as forças turcas em diversas ocasiões. Finalmente, sucumbiu (lutando) no campo de Kosovo Polje (Pássaro Negro) em 15 de Junho de 1389 contra o Imperador Turco Amurat, por quem foi decapitado. Seu corpo foi transladado e enterrado em Ravanica, em sua igreja memorial (Zaduzbina), próxima a Cuprija e mais tarde foi transladado para Ravanica em Srem e de lá, durante a Segunda Guerra Mundial (1942) foi transladado a Belgrado e colocado na Catedral de São Miguel Arcanjo. Em 1989, pela ocasião do aniversário de seiscentos anos de seu martírio, as relíquias de São Lazar foram novamente transladadas para o mosteiro de Ravanica em Cuprija). São Lazar restaurou os mosteiros de Hilendar (Mt. Athos) e Gornjak. Ele construiu Ravanica e Lazarica (em Krusevac) e foi um benfeitor do mosteiro russo de São Panteleon (Mt. Athos) como bem muitas outras igrejas e mosteiros. Seu corpo permanece incorrupto até hoje e estende conforto a todos àqueles que pedem sua intercessão.

O Bem Aventurado Agostinho, Bispo de Hipona
O Beato Agostinho nasceu na África, na cidade de Tagaste (Thagaste). Ele foi criado por sua mãe, a piedosa cristã Monica, e recebeu sua educação em Cartago. Na qualidade de professor de retórica, Agostinho chegou a Mediolanum (Milão, na Itália) durante o período do episcopado de Santo Ambrósio (+† 397, Com. 7 de dezembro). Sob a orientação de Santo Ambrósio, Agostinho estudou as Sagradas Escrituras. A Palavra de Deus produziu na sua alma uma crise radical – ele recebeu o Santo Batismo, deu todas as suas riquezas aos pobres e se dedicou à vida monástica. 
No ano 391 Valeriano, bispo de Ipponésia (Hipótamo), ordenou Santo Agostinho à dignidade de Presbítero; e em 395, – à dignidade de Bispo, nomeando-o bispo-vigário da cátedra de Ipponesia. Após a morte do Bispo Valeriano, Santo Agostinho tomou o seu lugar. 
Durante os seus 35 anos como bispo, muitas das obras do Beato Agostinho foram dedicadas ao combate às heresias donatista, maniqueísta e pelagiana. 
O beato Agostinho escreveu muitas obras (no depoimento de seu aluno e biógrafo Possídias, o número se aproximava de 1.030). De suas obras as mais conhecidas são: “A Cidade de Deus” (“De civitate Dei”), “As Confissões”, 17 Livros contra os Pelagianos e o “Manual do Conhecimento Cristão” (“o Enchiridion”). O Beato Agostinho preocupava-se acima de tudo em que as suas composições fossem inteligentes e edificantes. 
“É melhor – disse ele – que condenem a nossa gramática, do que que as pessoas não entendam”. 
O Bem-aventurado Agostinho morreu em 28 de agosto de 430.


Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém! 

Romanos 3:28-4:3

28 concluímos pois que o homem é justificado pela fé sem as obras da lei. 29 É porventura Deus somente dos judeus? Não é também dos gentios? Também dos gentios, certamente, 30 se é que Deus é um só, que pela fé há de justificar a circuncisão, e também por meio da fé a incircuncisão. 31 Anulamos, pois, a lei pela fé? De modo nenhum; antes estabelecemos a lei. 1 Que diremos, pois, ter alcançado Abraão, nosso pai segundo a carne? 2 Porque, se Abraão foi justificado pelas obras, tem de que se gloriar, mas não diante de Deus. 3 Pois, que diz a Escritura? Creu Abraão a Deus, e isso lhe foi imputado como justiça.  

Mateus 7:24-8:4

24 Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em prática, será comparado a um homem prudente, que edificou a casa sobre a rocha.    25 E desceu a chuva, correram as torrentes, sopraram os ventos, e bateram com ímpeto contra aquela casa; contudo não caiu, porque estava fundada sobre a rocha. 26 Mas todo aquele que ouve estas minhas palavras, e não as põe em prática, será comparado a um homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia. 27 E desceu a chuva, correram as torrentes, sopraram os ventos, e bateram com ímpeto contra aquela casa, e ela caiu; e grande foi a sua queda. 28 Ao concluir Jesus este discurso, as multidões se maravilhavam da sua doutrina; 29 porque as ensinava como tendo autoridade, e não como os escribas. 1 Quando Jesus desceu do monte, grandes multidões o seguiam. 2 E eis que veio um leproso e o adorava, dizendo: Senhor, se quiseres, podes tornar-me limpo. 3 Jesus, pois, estendendo a mão, tocou-o, dizendo: Quero; sê limpo. No mesmo instante ficou purificado da sua lepra. 4 Disse-lhe então Jesus: Olha, não contes isto a ninguém; mas vai, mostra-te ao sacerdote, e apresenta a oferta que Moisés determinou, para lhes servir de testemunho.   

† † †

sexta-feira, 27 de junho de 2025

3ª Sexta-feira Depois de Pentecostes


27 de Junho de 2025 (CC) / 14 de Junho (CE)
Santo Profeta Eliseu; 
São Metódio, Patriarca de Constantinopla
Jejum (Peixe é permitido)
Tom 1



Eliseu viveu novecentos anos antes de Cristo. Quando o Senhor quis tomar o Profeta Elias (Elias) para Si, Ele revelou a Elias que tinha designado Eliseu, filho de Safate, da tribo de Rúben da cidade de Abel-Meolá, como seu sucessor no serviço profético. Elias informou Eliseu da vontade de Deus e depôs sobre ele o seu manto, implorando a Deus por uma porção dupla da graça do espírito para Eliseu. E este, imediatamente deixou sua casa e família e seguiu Elias. 
Quando o Senhor levou Elias em uma carruagem de fogo, Eliseu permaneceu no serviço profético ainda com maior poder do que Elias. Por sua pureza e zelo, Eliseu igualou-se aos maiores profetas, e pelo poder milagroso que lhe foi dado por Deus, ultrapassou todos eles: Ele separou as águas do Jordão como Moisés uma vez dividira o Mar Vermelho; tornou potável as águas amargas em Jericó; tirou água para as trincheiras escavadas durante a guerra com os moabitas; multiplicou o óleo nos vasos da pobre viúva; ressuscitou o filho morto da mulher sunamita; alimentou uma centena de pessoas com vinte pequenos pães; curou o comandante Naamã da lepra; e fez a lepra do General vir sobre o seu servo Geazi por causa da ganância deste; cegou todo o exército sírio e também forçou outro exército a fugir; predisse muitos eventos para o país, bem como para os indivíduos. Eliseu morreu em uma idade muito avançada.  
São Metódio, Patriarca de Constantinopla
A Igreja possui uma grande devoção a São Metódio, Patriarca de Constantinopla, devido ao importante papel que desempenhou na luta contra os iconoclastas, por sua decisiva contribuição para a sua derrota final, bem como pela sua resistência heróica diante das perseguições que sofreu e, portanto, é honrado com os títulos do “Confessor” e “o Grande”. 
Metódio, que era natural de Sicília, em Siracusa, sua cidade natal, recebeu uma excelente educação e transferiu-se para Constantinopla com objetivo de obter um posto na corte. Lá, porém, ele conheceu um monge por quem passou a ter um grande afeto e, movido por seu aconselhamento espiritual, decidiu deixar o mundo e entrar para a vida religiosa. Construiu, mais tarde, um monastério na ilha de Kios, e quando apenas começava a formar a sua comunidade, foi chamado à Constantinopla pelo então Patriarca Nicéforo. Em 815, durante a segunda fase das perseguições iconoclastas, sob o reinado de Leão o Armênio, adotou uma atitude bastante firme e corajosa em defesa da veneração às imagens sagradas. Imediatamente após a deposição e exílio de São Nicéforo, Metódio partiu para Roma, provavelmente com a missão de informar ao Papa São Pascoal I, sobre a situação em Constantinopla, permanecendo por lá até a morte do Rei Leão V de Constantinopla. Acalentava-se grande esperança de que o seu sucessor, Miguel, o Tartamudo, fosse ficar favorável aos cristãos e, em 821, São Metódio retornou à Constantinopla com uma carta do Papa São Pascoal ao imperador, na qual solicitava a reposição de São Nicéforo ao trono de Constantinopla. Entretanto, logo que Miguel Tartamudo leu a carta, encheu-se de cólera, acusando Metódio de agitador profissional e de tentar criar sedição, ordenando que fosse banido, após receber uma grande surra. Alega-se que, em vez de baní-lo, foi aprisionado por sete anos numa espécie de túmulo ou mausoléu, juntamente com outros dois ladrões. Um deles morreu logo, mas o santo e seu outro companheiro de infortúnio foram abandonados em sua estreita prisão até que se cumprisse toda a sentença. 
Metódio, ao ser libertado, estava como um esqueleto, mantendo apenas um sopro de vida e, mesmo assim, conservava íntegro o seu espírito. Num curto espaço de tempo, já se encontrava plenamente restabelecido. Teve início, então, uma nova perseguição, patrocinada, desta vez, pelo imperador Teófilo. Metódio foi levado à sua presença e frontalmente acusado de novo de ter se envolvido em atividades subversivas no passado e de ter incitado o papa a escrever a famosa carta. O santo respondeu firmemente que tudo era falso, aproveitando a oportunidade para expressar as suas opiniões sobre o culto às imagens com estas palavras:  
“Se uma imagem tem tão pouco valor aos vossos olhos, e se renegais e condenais as imagens de Cristo, por que, do mesmo modo, não condenais também a veneração às vossas próprias representações? Ao contrário, longe de condenar o culto às vossas imagens, multiplicais continuamente!” 
Com a morte do imperador, em 842, sucedeu-o no trono a sua viúva, Theodora como regente de seu pequeno filho Miguel III. A Imperatriz se declarou favorável à veneração das imagens sagradas, tornando-se sua protetora. Durante um período de 30 anos, portanto, cessaram as perseguições, e os clérigos exilados puderam retornar, as imagens sagradas foram restituídas às igrejas de Constantinopla, e grande foi a alegria entre todos. João, o Gramático, iconoclasta declarado, foi deposto do trono, e São Metódio foi restabelecido em sua cátedra de Constantinopla. 
Entre os principais acontecimentos que marcaram o Patriarcado de São Metódio, destaca-se a realização de um Sínodo em Constantinopla, que ratificou os cânones promulgados pelo Concílio de Nicéia sobre os ícones; a instituição de uma festa da Ortodoxia denominada o “Triunfo da Ortodoxia”, que até os dias atuais é celebrada no primeiro domingo da Grande Quaresma; e o traslado das relíquias de seu predecessor, São Nicéforo, para Constantinopla. Além disso, este período de reconciliação ficou marcado por uma forte disputa entre os monges estuditas, que antes haviam sido os mais fervorosos apoiadores de São Metódio. Ao que parece, a causa destas desavenças teria sido a condenação de certos escritos de São Teodoro, o Estudita, pelo Patriarca. 
Após quatro anos no Trono Patriarcal de Constantinopla, São Metódio morreu, vítima de hidropesía, em 14 de junho de 847. O santo foi um escritor bastante profícuo. Mas, lamentavelmente, das muitas obras de poesia, teologia e controvérsias que lhe são atribuídas, restaram apenas alguns fragmentos que, ainda assim, podem não ser autênticos. No entanto, nos tempos modernos, graças a certas provas manuscritas recentemente descobertas, as autoridades no assunto estão inclinadas a crer que São Metódio seja, de fato, autor de alguns escritos hagiográficos que ainda estão conservados, especialmente “A Vida de São Teófanes”.


Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém! 

MATINAS

João 21:15-25

Fragmento 67 - 
Naqueles dias, depois de terem jantado, disse Jesus a Simão Pedro: “Simão, filho de Jonas, tu Me amas mais do que estes?” Disse-Lhe Pedro: “Senhor, Tu sabes que eu Te amo”. Disse-lhe Jesus: “Apascenta os Meus cordeiros”. Ainda lhe disse outra vez: Simão, filho de Jonas, tu Me amas? Disse-Lhe Pedro: “Senhor, Tu sabes que eu Te amo”. Disse-lhe Jesus: “Apascenta as Minhas ovelhas”. Disse-lhe terceira vez: “Simão, filho de Jonas, tu Me amas?” Pedro entristeceu-se porque foi perguntado pela terceira vez: “Tu Me amas?” E disse-Lhe: “Senhor, Senhor, Tu sabes tudo; Tu sabes que eu Te amo”. Disse-lhe Jesus: “Apascenta as Minhas ovelhas. Em verdade, em verdade te digo: Quando eras jovem, te vestias a ti mesmo, e andavas onde querias; mas, quando envelheceres, estenderás as tuas mãos, e outro te vestirá, e te levará para onde não queres”. E disse isto, significando de que morte Pedro iria glorificar a Deus. E, dito isto, disse-lhe: “Segue-Me”. E Pedro, voltando-se, vê andando atrás d’Ele o discípulo a quem Jesus amava, e que na ceia, se recostara ao peito de Jesus, e que dissera: “Senhor, Senhor, quem há de Te trair?” Vendo Pedro a este, disse a Jesus: “Senhor, Senhor, e o que será deste?” Disse-lhe Jesus: “Se Eu quero que ele permaneça até que Eu venha, que te importa isto? Segue-Me tu”. E fez-se ouvir essa palavra entre os irmãos de que aquele discípulo não havia de morrer. Mas Jesus não lhe disse que ele não morreria, mas: “Se Eu quero que ele permaneça até que Eu venha, que te importa isto?” Este é o discípulo que testifica destas coisas e as escreveu; e sabemos que o seu testemunho é verdadeiro. Há, porém, muito mais coisas que Jesus fez; mas, se cada uma delas fossem narradas detalhadamente, então, acho que o próprio mundo não acomodaria todos os livros escritos. Amém.

2 Coríntios 11:21 - 12:9

Fragmento 193 - Irmãos, envergonhado o digo, como se nós fôssemos fracos, mas no que qualquer tem ousadia (com insensatez falo) também eu tenho ousadia. São hebreus? Também eu. São israelitas? Também eu. São descendência de Abraão? Também eu. São ministros de Cristo? Eu ainda mais (falo como fora de mim): Em trabalhos, muito mais; em açoites, mais do que eles; em prisões, muito mais; em perigo de morte, muitas vezes. Recebi dos judeus cinco quarentenas de açoites menos um. Três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo; em viagens muitas vezes, em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos entre os da minha nação, em perigos entre os gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos; em trabalhos e fadiga, em vigílias muitas vezes, em fome e sede, em jejum muitas vezes, em frio e nudez. Além das coisas exteriores, me oprime cada dia o cuidado de todas as igrejas. Quem enfraquece, que eu também não enfraqueça? Quem se escandaliza, que eu me não abrase? Se convém gloriar-me, gloriar-me-ei no que diz respeito à minha fraqueza. O Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que É eternamente bendito, sabe que não minto. Em Damasco, o que governava sob o Rei Aretas, pôs guardas às portas da cidade dos damascenos, para me prenderem. E fui descido num cesto por uma janela da muralha; e assim escapei das suas mãos. Em verdade não convém gloriar-me; mas passarei às visões e revelações do Senhor. Conheço um homem em Cristo que há catorze anos (se no corpo, não sei, se fora do corpo, não sei; Deus o sabe) foi arrebatado ao terceiro céu. E sei que o tal homem (se no corpo, se fora do corpo, não sei; Deus o sabe), foi arrebatado ao paraíso; e ouviu palavras inefáveis, que ao homem não é lícito falar. De alguém assim me gloriarei eu, mas de mim mesmo não me gloriarei, senão nas minhas fraquezas. Porque, se quiser gloriar-me, não serei néscio, porque direi a verdade; mas deixo isto, para que ninguém cuide de mim mais do que em mim vê ou de mim ouve. E, para que não me exaltasse pela excelência das revelações, foi-me dado um espinho na carne, a saber, um mensageiro de Satanás para me esbofetear, a fim de não me exaltar. Acerca do qual três vezes orei ao Senhor para que se desviasse de mim. E disse-me:

“A minha graça te basta, porque o Meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”. 

De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo.

Mateus 16:13-19

Fragmento 67A - 
Naquela ocasião, chegando Jesus aos limites de Cesária de Filipe, interrogou os Seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do Homem? E eles disseram: Uns, João o Batista; outros, Elias; e outros, Jeremias, ou um dos Profetas. Disse-lhes Ele: E vós, quem dizeis que Eu Sou? E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu És o Cristo, o Filho do Deus vivo. E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foram a carne e o sangue que te revelaram isto, mas Meu Pai, que está nos céus. Pois também Eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela; e Eu te darei as chaves do Reino dos Céus; e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus.

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quinta-feira, 26 de junho de 2025

3ª Quinta-feira Depois de Pentecostes


26 de Junho de 2025 (CC) / 13 de Junho (CE)
Santa Mártir Aquilina; Antipatros; Mártir Atonina;
Jejum dos Apóstolos (Azeite é permitido)
Tom 1

A Santa Mártir Aquilina, natural da cidade fenícia de Biblos, padeceu sob o imperador Diocleciano (284-305). Seus pais a criaram na piedade cristã. Quando a menina tinha apenas 12 anos, convenceu um amigo pagão a se converter a Cristo. Uma das servas do Governador imperial Volusian denunciou que a menina estava ensinando seus pares a não honrar a religião de seus pais. Aquilina confessou firmemente sua fé em Cristo diante do Governador e disse que não O renunciaria. Volusian tentou, por meio de persuasão e lisonja, influenciar a jovem confessora, mas vendo sua segurança, então deu ordens para torturá-la. Eles bateram a esbofetearam e depois, deixando-a nua, chicotearam-na. O torturador perguntou zombeteiramente: 
“Onde está então o teu Deus? Deixe-o vir e tirar-te das minhas mãos”. 
A santa respondeu: "O Senhor está invisivelmente aqui comigo, e quanto mais eu sofrer, mais Ele me dará força e resistência”. 
Com varas em brasa, eles perfuraram a cabeça da mártir nas orelhas. A santa mártir caiu como morta. O torturador decidiu que a menina havia realmente morrido e deu ordem para jogar seu corpo fora da cidade para ser devorado por cães. À noite um santo Anjo apareceu a Santa Aquilina, despertou-a e disse: 
“Levanta-te e fica bem. Vai e denuncia Volusian, que ele próprio e a sua intenção se desfazem diante de Deus”. 
A mártir, louvando a Deus e tendo sido restaurada ilesa, foi à corte do Governador e apresentou-se diante de Volusian. Ao ver Santa Aquilina, Volusian assustado chamou seus servos e ordenou que a vigiassem até de manhã. Pela manhã proferiu a sentença de morte contra Santa Aquilina sob a alegação de ser feiticeira e de não obedecer aos decretos imperiais. Quando levaram a santa à execução, ela orou e deu graças a Deus, por ter-lhe concedido sofrer pelo Seu Santo Nome. Uma voz foi ouvida em resposta à sua oração, convocando-a ao Reino Celestial, após o que a mártir entregou seu espírito a Deus (†293). O carrasco temeu desobedecer às ordens do Governador e, embora já morta, cortou-lhe a cabeça. Os cristãos enterraram piedosamente o corpo da mártir. Mais tarde, suas relíquias foram levadas para Constantinopla e colocadas dentro de uma igreja com seu nome.


Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

Romanos 8:22-27

Fragmento 98 – Irmãos, sabemos que toda a criação, conjuntamente, geme e está com dores de parto até agora; e não só ela, mas até nós, que temos os primeiros frutos do Espírito, também gememos em nós mesmos, aguardando avidamente a nossa adoção, a redenção do nosso corpo. Porque nesta esperança fomos salvos. Ora, a esperança que se vê não é esperança; pois o que alguém vê, como o espera? Mas, se esperamos o que não vemos, com paciência o aguardamos. Do mesmo modo também o Espírito nos ajuda em nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o Espírito mesmo intercede por nós com gemidos inexprimíveis. E aquele que esquadrinha os corações sabe qual é a intenção do Espírito, o Qual, segundo a vontade de Deus, intercede pelos santos.
 (8:24) No Reino de Cristo, a esperança é muito mais do que uma projeção otimista; ela está assentada sobre uma profunda convicção dos acontecimentos futuros, uma certeza tal que nos capacita a suportar com paciência os sofrimentos do presente, antevendo o gozo futuro. 
 (8:26) Nós, os crentes, não sabemos como orar de forma eficaz. O Espírito vem em nossas orações corrigir nossas debilidades, ensinando-nos como orar e intercedendo diretamente por nós quando nossas orações são inadequadas. Os Santos Padres identificam três fases da oração: 1. A simples repetição de orações prontas (rezas); 2. A do uso de rezas, mas com concentração e assimilação dos seus conteúdos e; 3. A oração sem palavras, quando se está cheio do Espírito Santo, onde as percepções da qual a alma partilha, não podem ser expressadas por palavras. Esta é a mais alta forma de oração.  

Mateus 10:23-31


Fragmento 37 - O Senhor disse aos Seus discípulos: “Quando, porém, vos perseguirem numa cidade, fugi para outra; porque em verdade vos digo que não acabareis de percorrer as cidades de Israel antes que venha o Filho do homem. Não é o discípulo mais do que o seu mestre, nem o servo mais do que o seu senhor. Basta ao discípulo ser como seu mestre, e ao servo como seu senhor. Se chamaram Belzebu ao Dono da casa, quanto mais aos Seus domésticos? Portanto, não os temais; porque nada há encoberto que não haja de ser descoberto, nem oculto que não haja de ser conhecido. O que vos digo às escuras, dizei-o às claras; e o que escutais ao ouvi-do, dos eirados pregai-o. E não temais os que matam o corpo, e não podem matar a alma; temei antes Àquele que pode fazer perecer na Gehenna tanto a alma como o corpo. Não se vendem dois passarinhos por um asse? E nenhum deles cairá em terra sem a vontade de vosso Pai. E até mesmo os cabelos da vossa cabeça estão todos contados. Não temais, pois; mais valeis vós do que muitos passarinhos”.
 (10:23) Oposições e perseguições não devem servir de motivos para que os discípulos deixem de realizar a missão, e, sim, devem se constituir em motivações para se avançar. A expressão "não acabareis de percorrer as cidades de Israel antes que venha o Filho do homem", não deve ser entendida como sendo uma referência à segunda vinda de Cristo, mas, possivelmente, se refere à destruição no ano 70, quando as tropas romanas devastaram as cidades de Israel e destruiu completamente o Templo de Jerusalém, a qual é entendida como juízo Divino sobre Israel por haver rejeitado o Messias. E isto se deu de forma repentina, sem que a missão entre os judeus estivesse concluída, devido à forte oposição e perseguição do Sinédrio à Igreja. 
 (10:26) "Não temais", é repetido por três vezes (v. 26, 27 e 31), visando encorajar o testemunho do Evangelho frente às adversidades. Os cristãos, tanto naquela época como hoje, não devem se deixar intimidar por oposições ou perseguições, em sua missão de ensinar o Evangelho.   
(10:28) Na história judaica, a palavra "gehenna" é utilizada para designar o Vale de Hinom, local que abrigava práticas religiosas condenadas (2 Cr 28:3; Jer. 39:35) e, mais tarde, tornou-se um "lixão" na periferia de Jerusalém, onde a combustão era frequente. Devido à essas associes, "gehenna" adquiriu a conotação de castigo eterno após a morte.

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quarta-feira, 25 de junho de 2025

3ª Quarta-feira Depois de Pentecostes

25 de Junho de 2025 (CC) / 12 de Junho (CE)
Santo Onofre, o Grande (400 d.C.)
Venerável Monge Pedro do Monte Athos (734 d.C.)
Jejum dos Apóstolos (Pão, vegetais e frutas)
Tom 1


Entre os muitos eremitas que viveram nos desertos do Egito durante os séculos 4º e 5º, havia um santo varão chamado Onofre. O pouco que se sabe dele vem de um relato atribuído a certo abade Pafnucio, sobre as visitas que fez aos eremitas de Tebaida. Ao que parece, vários dos ascetas que conheceram Pafnucio lhe pediram que escrevesse sobre essa relação, tendo circulado várias versões, sem que por isso a essência da história fosse desvirtuada. Pafnucio empreendeu a peregrinação com o objetivo de estudar a vida eremítica e descobrir se ele mesmo sentia verdadeira inclinação para ela. Com esse propósito, deixou seu monastério e, durante 16 dias, andou pelo deserto, tendo alguns encontros edificantes e algumas aventuras estranhas. 
No 17º dia, porém, ficou assombrado ao avistar-se com uma criatura que, a primeira vista, pensou ser um animal. 
“Era uma homem ancião, com os cabelos e as barbas tão longas que tocavam o chão. Tinha o corpo coberto por um pelo espesso como a pele de uma fera, e de seus ombros pendia um manto de folhas”… 
A aparição de semelhante criatura foi tão assustadora que Pafnucio se bateu em fuga. No entanto, a estranha criatura o chamou, pedindo para que parasse, assegurando-lhe que era mesmo um homem e um servo de Deus. Um pouco receoso, a princípio, Pafnucio se aproximou do desconhecido e, logo os dois se viram envolvidos numa conversação, e Pafnucio descobriu que aquele estranho se chamava Onofre, que tinha sido um monge num monastério onde viveu com muitos outros irmãos e que, seguindo sua inclinação para à vida solitária se retirou para o deserto onde já estava há setenta anos. Em resposta às perguntas de Pafnucio o eremitão admitiu que, em várias ocasiões, tinha padecido de fome e sede, dos rigores do clima e da violência das tentações, mas Deus também lhe havia dado consolos inumeráveis e lhe havia alimentado através de uma palmeira que crescia perto de sua cela. 
Mais adiante, Onofre conduziu o peregrino até a sua cova (caverna) onde morava e ali passaram o resto do dia em amistosas conversas sobre as coisas santas. De repente, ao cair da tarde, apareceu diante deles uma torta de pão e uma jarra de água e, depois de compartilhar a comida, ambos se sentiram extraordinariamente reconfortados. Durante toda aquela noite Onofre e Pafnucio oraram juntos. No dia seguinte, ao despontar o sol, Pafnucio, alarmado, percebeu que se havia operado uma mudança no eremitão, que estva notavelmente prestes a morrer. Aproximado-se de Onofre para ajudá-lo, este começou a falar: 
“Nada temas, irmão Pafnucio, o Senhor, em sua infinita misericórdia, te enviou aqui para que me sepultasses”. 
O visitante sugeriu ao eremita agonizante que ele mesmo ocuparia a sua caverna quando ele partisse. Onofre reagiu, porém, dizendo que isso não era da vontade de Deus. Instantes depois suplicou que lhe encomendassem a alma e também às orações dis fiéis, por quem prometia interceder e, abençoando Pafnucio, se deixou cair por terra entregando a Deus o seu espírito. O visitante lhe preparou uma mortalha com a metade de sua túnica, depositou o corpo no côncavo de uma rocha, cobrindo-o com pedras. Logo que terminou sua tarefa, viu desmoronar diante de si a caverna onde o santo tinha vivido, e desaparecer a palmeira que lhe havia alimentado. Pafnucio compreendeu assim que não devia permanecer por mais tempo naquele lugar e, de pronto, partiu de de retorno. 
Venerável Pedro do Monte Athos

O Monge Pedro do Monte Athos, era grego de nascimento, e serviu como soldado no exército imperial em Constantinopla. No ano de 667, durante a guerra com os sírios, São Pedro foi levado cativo e trancado em uma fortaleza na cidade de Samara, no rio Eufrates. 
Por muito tempo ele definhou na prisão e ponderou sobre quais pecados dele haviam incorrido no castigo de Deus. São Pedro lembrou que certa vez teve a intenção de deixar o mundo e ir para um mosteiro, mas não o fez. Ele começou a observar estrito jejum na prisão e a orar fervorosamente, e implorou a São Nicolau, o Prodigioso, que intercedesse diante de Deus por ele. São Nicolau apareceu em sonho a São Pedro e o aconselhou a pedir ajuda a São Simeão, o Receptor de Deus. E encorajando o prisioneiro com paciência e esperança, São Nicolau mais uma vez apareceu a ele em um sonho. Na terceira vez, não foi em sonho que ele apareceu com São Simeão, o Receptor de Deus. São Simeão tocou seu cajado nas correntes de São Pedro, e as correntes derreteram, literalmente como cera. As portas da prisão se abriram e São Pedro emergiu para a liberdade. São Simeão, o Receptor de Deus, tornou-se invisível, mas São Nicolau levou São Pedro às fronteiras das terras gregas. E, lembrando-o do voto que fizera, São Nicolau também se tornou invisível. São Pedro então viajou para Roma para assumir a forma monástica no túmulo do apóstolo Pedro. E mesmo aqui São Nicolau não partiu sem sua ajuda: ele apareceu em sonho ao Patriarca de Roma e o informou sobre as circunstâncias da libertação de São Pedro do cativeiro, e ordenou ao Patriarca que tonsurasse o ex-prisioneiro no monaquismo. 
No dia seguinte, em meio a uma numerosa multidão de pessoas durante os serviços divinos, o Patriarca exclamou em voz alta: "Pedro, tu que vieste das terras gregas e a quem São Nicolau libertou da prisão em Samara, vem a mim ". São Pedro ficou diante do Patriarca, que o tonsurou para o monasticismo no túmulo do Apóstolo Pedro. O Patriarca ensinou a São Pedro as regras da vida monástica e manteve o monge com ele. E então, dando-lhe a bênção, o enviou para lá, de onde Deus o havia abençoado para viajar. 
São Pedro embarcou em um navio, navegando para o Oriente. Os armadores, durante o tempo de desembarque, imploraram a São Pedro que viesse rezar em uma certa casa, onde o proprietário e toda a família estavam doentes. São Pedro os curou por meio de sua oração. 
A Santíssima Mãe de Deus apareceu então em sonho a São Pedro e indicou o lugar onde ele deveria viver até o fim de seus dias - o Santo Monte Athos. Quando o navio navegou ao lado de Athos, ele parou por conta própria. São Pedro percebeu que este era o lugar que ele tinha que ir, e então desembarcou. Isso foi no ano de 681. O Monge Pedro então habitou nos lugares desolados da Montanha Sagrada, sem ver outra pessoa por 53 anos. Suas roupas estavam esfarrapadas, mas seu cabelo e barba cresceram e cobriram seu corpo no lugar das roupas. 
A princípio, o Monge Pedro foi repetidamente submetido a ataques demoníacos. Tentando forçar o santo a abandonar sua caverna; os demônios assumiam a forma ora de soldados armados, ora de feras ferozes e víboras que pareciam prestes a despedaçar o eremita. Mas por meio de orações fervorosas a Deus e à Theotókos, o Monge Pedro venceu os ataques demoníacos. Então o inimigo começou a recorrer à astúcia. Aparecendo sob o disfarce de um rapaz, enviado a ele de sua casa natal, e com lágrimas implorava-lhe que deixasse o deserto e voltasse para sua própria casa. O monge estava em prantos, mas sem hesitar respondeu: "Aqui me conduziram o Senhor e a Santíssima Mãe de Deus, e sem Sua permissão não sairei daqui". Ouvindo o Nome da Mãe de Deus, o demônio desapareceu. 
Depois de sete anos, o diabo apareceu diante do monge na forma de um anjo luminoso e disse que Deus o estava ordenando a ir ao mundo para iluminar e salvar as pessoas que precisavam de sua orientação. O asceta experiente respondeu novamente que sem a permissão da Mãe de Deus ele não abandonaria o deserto. O diabo desapareceu e não se preocupou mais em se aproximar do santo. A Mãe de Deus apareceu ao Monge Pedro em sonho junto com São Nicolau e disse ao bravo eremita que a cada 40 dias um anjo lhe traria o maná celestial. A partir dessa época, o Monge Pedro jejuou por 40 dias e, no quadragésimo dia, se fortalecia com o maná celestial, recebendo forças para mais quarenta dias de abstinência. 
Certa vez, um caçador, perseguindo um veado, avistou um homem nu, coberto de pelos e cingido pelos lombos com folhas. Ele se assustou e estava prestes a fugir. O Monge Pedro o deteve e contou-lhe sobre sua vida. O caçador pediu licença para ficar com ele, mas o santo o mandou para casa. O monge deu ao caçador um ano para autoexame e o proibiu de contar sobre o encontro com ele. 
Um ano depois, o caçador voltou com seu irmão, afligido por um demônio, e junto com vários outros companheiros. Quando eles entraram na caverna do Monge Pedro, eles viram que ele já havia repousado para Deus. O caçador em meio a soluços amargos contou a seus companheiros sobre a vida do Monge Pedro, e seu irmão, com apenas um toque no corpo do santo, recebeu a cura. O Monge Pedro morreu no ano de 734. Suas relíquias sagradas estavam situadas em Athos, no mosteiro de São Clemente. Durante o período iconoclasta, as relíquias foram escondidas e, no ano de 969, e transferidas para a aldeia trácia de Photokami. Com o nome do Monge Pedro do Monte Athos está ligado o sagrado testemunho da Mãe de Deus sobre seu apêndice terreno - o Santo Monte Athos, que ainda agora permanece em vigor: 
"Ao Monte Athos haja paz, pois isso é concedido por mim, por Meu Filho e Deus, para que seja separado dos sussurros mundanos e reúnam os espirituais no poder de suas façanhas, com fé e amor na alma, invocando meu Nome, para então passar sua vida terrena sem dores de parto , e por suas ações agradáveis a Deus para receber a vida eterna; pois amo muito este lugar e desejo nele o aumento de monges, e eles possuindo a misericórdia de meu Filho e de Deus, nunca faltará monges, se eles observarem os mandamentos salvadores: e eu os espalharei sobre a Montanha ao sul e ao norte, e eles a possuirão até o fim do mundo, e seu nome por toda a terra eu farei digno de louvor e assim defender aqueles, que lá com paciência vivem em ascetismo e em jejum".

Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém! 

Romanos 8:2-13

Fragmento 96A - Irmãos, a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte. Porquanto o que era impossível à lei, visto que se achava fraca pela carne, Deus enviando o Seu Próprio Filho em semelhança da carne do pecado, e por causa do pecado, na carne condenou o pecado; para que a justa exigência da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito. Pois os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne, mas os que são segundo o Espírito para as coisas do Espírito. Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz, porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem em verdade o pode ser; e os que estão na carne não podem agradar a Deus. Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é d’Ele. Ora, se Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está morto por causa do pecado, mas o espírito vive por causa da justiça. E, se o Espírito d’Aquele que dos mortos ressuscitou a Jesus habita em vós, Aquele que dos mortos ressuscitou a Cristo Jesus há de vivificar também os vossos corpos mortais, pelo Seu Espírito que em vós habita. Portanto, irmãos, somos devedores, não à carne para vivermos segundo a carne; porque se viverdes segundo a carne, haveis de morrer; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis. 

Mateus 10:16-22

Fragmento 36 - O Senhor disse aos Seus discípulos: Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos; portanto, sede prudentes como as serpentes e simples como as pombas. Acautelai-vos dos homens; porque eles vos entregarão aos sinédrios, e vos açoitarão nas suas sinagogas; e por Minha causa sereis levados à presença dos governadores e dos reis, para lhes servir de testemunho, a eles e aos gentios. Mas, quando vos entregarem, não cuideis de como, ou o que haveis de falar; por-que naquela hora vos será dado o que haveis de dizer. Porque não sois vós que falais, mas o Espírito de vosso Pai é que fala em vós. Um irmão entregará à morte a seu irmão, e um pai a seu filho; e filhos se levantarão contra os pais e os matarão. E sereis odiados de todos por causa do Meu Nome, mas aquele que perseverar até o fim, esse será salvo.

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