Santos 45 Mártires de Nicópolis, na Armênia, entre eles,
Leôncio, Maurício, Daniel, Antônio, Alexandre,
Aniceto, Sisinius, Meneus e Belerad (†319);
Antônio de Pechersk;
Deposição da Preciosa Túnica de Nosso Senhor Jesus Cristo, em Moscou;
Siloan de Pechersk; Mártires Ianor e Apolônio;
10.000 Mártires do Egito; Partênios e Eumênios, de Kudumas;
Santo Ícone da Mãe de Deus, de Konevsk.
Leôncio, Maurício, Daniel, Antônio, Alexandre,
Aniceto, Sisinius, Meneus e Belerad (†319);
Antônio de Pechersk;
Deposição da Preciosa Túnica de Nosso Senhor Jesus Cristo, em Moscou;
Siloan de Pechersk; Mártires Ianor e Apolônio;
10.000 Mártires do Egito; Partênios e Eumênios, de Kudumas;
Santo Ícone da Mãe de Deus, de Konevsk.
Modo 6
Estes santos foram martirizados no início do século 4º, na época do imperador Licínio, na cidade de Nikópolis, na Armênia. Após tomarem conhecimento de um decreto contra os cristãos publicados por ordem do imperador Licínio, os Santos Mártires se apresentaram diante do imperador e confessaram sua fé. Licínio, depois de escutá-los, interrogou-lhes por que não adoravam aos deuses (pagãos), ao que responderam: «Cristo nos ensinou a não prestarmos adoração a deuses que não existem», Ouvindo a resposta, Licínio ordenou que amarrassem pés e mãos e conduzissem todos à prisão, privando-os de água e pão. Os Santos passaram a noite em oração.
Na manhã seguinte, Licínio ordenou que fossem trazidos à sua presença, Perguntou-lhes, então, se haviam se arrependido de sua posição de não adorar aos deuses pagãos. Eles, num só coração e a uma só voz responderam: «Somos cristãos», Movido de ódio o imperador ordenou que lhes cortassem as mãos e os pés e, depois, foram todos lançados ao fogo. Assim, unidos pela mesma fé no mesmo sentimento, foram dignos de receber o título de Mártires de nossa Santa Igreja.
Venerável Antônio, do Mosteiro das Cavernas, em Kiev
O fundador e pai do monaquismo na Rússia, Antônio, nasceu na pequena cidade de Lyubech, perto de Chernigov. Em idade já adiantada, deixou sua casa e foi a Athos, a Santa Montanha, onde foi tonsurado monge e viveu asceticamente no Mosteiro de Esphigmenou. Em obediência a uma aparição celestial, o Abade enviou Antônio à Rússia para estabelecer o monaquismo lá. Antônio escolheu uma caverna perto de Kiev. Quando aqueles que desejavam a vida monástica se reuniram ao seu redor, Antônio nomeou seu discípulo Theodosius como Abade, mas, ele mesmo permaneceu na caverna como um hesicasta (silencioso). Pela benção de Deus, o mosteiro cresceu e tornou-se a mãe do monaquismo russo. Antônio suportou muitos males dos homens e dos demônios, mas, triunfou sobre todos por sua humildade. Ele possuía o grande dom da clarividência e da cura dos doentes. Antônio repousou no Senhor no ano 1073 dC, com a idade de noventa anos, deixando sua semente espiritual (berçário), a qual ao longo dos tempos, veio a produzir bons frutos para os Ortodoxos da Rússia.
Deposição da Honorável Túnica de Nosso Senhor Jesus Cristo
No momento do sofrimento de nosso Senhor Jesus pela humanidade, havia entre as fileiras do Exército Romano em Jerusalém, um georgiano chamado Elioz, da cidade de Mtskheta. Sua mãe tinha ouvido falar de Cristo, e n'Ele cria em seu coração. Ao ver seu filho ir para o exército na Palestina, ela o aconselhou a não fazer nada contra Cristo. Quando o Senhor foi pregado na Cruz, o som do martelo no Gólgota chegou aos ouvidos da mãe de Elioz na cidade de Mtskheta. Ao ouvir esse som, ela gritou:
«Ai de mim, que eu não morri antes disto. A morte teria me resgatado desse som terrível!» E, dizendo isso, caiu morta.
Naquele instante, Elioz estava em baixo da cruz, e com os outros soldados lançava sortes para obter a túnica de Cristo. Elioz ganhou a vestimenta, e trouxe para Mtskheta, dando-a como presente a sua irmã Sidônia. Ouvindo sobre a morte do Senhor, e que seu irmão participou do derramamento de sangue inocente, ela morreu, segurando firme a túnica do Senhor em suas mãos, de modo que ninguém conseguiu arrancá-la, e eles foram obrigados a enterrar a túnica com ela. Uma árvore de cedro brotou de seu túmulo e derramou uma mirra curativa, muito aromática. Com o tempo, a árvore de cedro foi cortada e esculpida em um pilar. Nas orações de Santa Nina, um anjo levantou esta coluna, que ardia como uma coluna de fogo, plena de graça, e veio a descansar no pedestal esculpido sobre o toco da árvore. O rei Miro, ao ser batizado, erigiu uma igreja lá, dedicando-a aos Santos Apóstolos. E ficou em repouso no pedestal esculpido no coto. O rei Mirian, ao ser batizado, erigiu uma igreja lá, dedicando-a aos Santos Apóstolos. No ano de 1625, d.C., Shah Abbas pegou a túnica e enviou-a a Moscou, como presente para o Príncipe Michael Fiodorovich e para o Patriarca Philaret, a qual foi posta na Catedral da Dormição da Santíssima Virgem, em Moscou.
Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!
MATINAS (VII)
No primeiro dia da semana Maria Madalena foi ao sepulcro de madrugada, sendo ainda escuro, e viu que a pedra fora removida do sepulcro. Correu, pois, e foi ter com Simão Pedro, e o outro discípulo, a quem Jesus amava, e disse-lhes: Tiraram do sepulcro o Senhor, e não sabemos onde o puseram. Saíram então Pedro e o outro discípulo e foram ao sepulcro. Corriam os dois juntos, mas o outro discípulo correu mais ligeiro do que Pedro, e chegou primeiro ao sepulcro; e, abaixando-se viu os panos de linho ali deixados, todavia não entrou. Chegou, pois, Simão Pedro, que o seguia, e entrou no sepulcro e viu os panos de linho ali deixados, e que o lenço, que estivera sobre a cabeça de Jesus, não estava com os panos, mas enrolado num lugar à parte. Então entrou também o outro discípulo, que chegara primeiro ao sepulcro, e viu e creu. Porque ainda não entendiam a escritura, que era necessário que ele ressurgisse dentre os mortos. Tornaram, pois, os discípulos para casa.
LITURGIA
Tropárion da Ressurreição
Enquanto Maria estava diante do sepulcro / à procura de Teu imaculado Corpo, / os anjos apareceram em teu túmulo / e as sentinelas desfaleceram. / Sem ser vencido pela morte, submeteste ao Teu domínio o reino dos mortos, / e vieste ao encontro da Virgem revelando a vida. // Senhor que ressurgistes dos mortos, glória a Ti!
Kondakion da Ressurreição
Levantando com Sua vivificante mão todos os mortos dos vales tenebrosos, / Cristo Deus, Doador da vida, / quis conceder a Ressurreição ao gênero humano; / pois Ele É o Salvador, a Ressurreição, a Vida // e o Deus de todos.
Theotókion
Clamando com a Tua bendita Mãe, / voluntariamente, vieste padecer, irradiando na cruz, / desejaste encontrar Adão, dizendo aos anjos: / Alegrem-se Comigo, porque foi encontrado o dracma perdido. / Ó Deus nosso, que com sabedoria tudo consolidaste, // glória a Ti!
Tropárion dos 45 Santos Mártires de Nicópolis da Armênia Modo 4
Em seus sofrimentos, ó Senhor, / Teus mártires de Ti receberam coroas imperecíveis, ó, nosso Deus! / Pois, tomados por Teu poder; reduziram a nada aos carrascos / e esmagaram a débil audácia dos demônios. / Por suas súplicas, salve as nossas almas.
Glória ao †Pai e ao Filho e ao Espírito Santo...
Kondákion Modo 8
Por causa de Cristo, ó mártires, padecestes muitos tormentos. / Certamente reduzistes a nada o politeísmo idólatra / e destruístes-vos a toda impiedade e toda falsidade, / pisoteando-as pelo poder de Cristo. / Cantai ante todos, com fé: Alleluia!
Agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém
Prokímenon
E abençoa a Tua herança. (Sl 27:9)
Clamo a Ti, Senhor, meu Rochedo,
Presta ouvido aos meus rogos. (Sl 27:1)
Romanos 15:1-7
Ora nós, que somos fortes, devemos suportar as fraquezas dos fracos, e não agradar a nós mesmos. Portanto cada um de nós agrade ao seu próximo, visando o que é bom para edificação. Porque também Cristo não se agradou a si mesmo, mas como está escrito: Sobre mim caíram as injúrias dos que te injuriavam. Porquanto, tudo que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que, pela constância e pela consolação provenientes das Escrituras, tenhamos esperança. Ora, o Deus de constância e de consolação vos dê o mesmo sentimento uns para com os outros, segundo Cristo Jesus. Para que unânimes, e a uma boca, glorifiqueis ao Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto recebei-vos uns aos outros, como também Cristo nos recebeu, para glória de Deus.
Aleluia
Aleluia, aleluia, aleluia!
Quem habita ao abrigo do Altíssimo
E vive à sombra do Senhor Onipotente. (Sl 90:1)
Aleluia, aleluia, aleluia!
Diz ao Senhor: sois meu refúgio e proteção,
Sois o meu Deus no qual confio inteiramente. (Sl 90:2)
Aleluia, aleluia, aleluia!
Mateus 9:27-35
Partindo Jesus dali, seguiram-no dois cegos, que clamavam, dizendo: Tem compaixão de nós, Filho de Davi. E, tendo ele entrado em casa, os cegos se aproximaram dele; e Jesus perguntou-lhes: Credes que eu posso fazer isto? Responderam-lhe eles: Sim, Senhor. Então lhes tocou os olhos, dizendo: Seja-vos feito segundo a vossa fé. E os olhos se lhes abriram. Jesus ordenou-lhes terminantemente, dizendo: Vede que ninguém o saiba. Eles, porém, saíram, e divulgaram a sua fama por toda aquela terra. Enquanto esses se retiravam, eis que lhe trouxeram um homem mudo e endemoninhado. E, expulso o demônio, falou o mudo e as multidões se admiraram, dizendo: Nunca tal se viu em Israel. Os fariseus, porém, diziam: É pelo príncipe dos demônios que ele expulsa os demônios. E percorria Jesus todas as cidades e aldeias, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino, e curando toda sorte de doenças e enfermidades.
† † †
COMENTÁRIO
Mateus é o único Evangelista que narra este milagre como sendo dois cegos curados e não um, conforme as narrativas de Marcos e Lucas.
Deixarei de lado as considerações que trabalham as razões desta divergência textual, pois isto exige muitos arrazoados, o que tornaria este comentário longo e enfadonho para muitos. Detenhamo-nos em considerar as dimensões místicas desta peculiaridade de Mateus.
Conforme o ensino dos Santos Pais da Igreja, a alma humana possui duas dimensões: a racional (lógica) e a intuitiva (mística). Pela primeira o homem entende e domina as coisas visíveis e sensíveis; pela segunda o homem adentra o mundo invisível e se eleva para Deus. São os dois olhos da alma, os quais ficaram cegos pelo pecado.
Por isto a ciência e a sabedoria deste mundo estão entenebrecidas, e tornam-se ridículos perante Deus os seres humanos que se gloriam de seus entendimentos, e com isto sentem-se mais elevados e nobres que os demais. São cegos que enxergam vultos e deduzem que a realidade é tal qual suas visões turvas. Quando alguém se converte ao Senhor o véu dos seus olhos lhes é paulatinamente retirado, passando a enxergar a glória de Deus manifestada em Sua criação visível e invisível (2 Cor. 3:16-18).
Para livrar os sábios segundo a carne do seu torpor, Deus confere primeiramente a restauração da visão aos que por esses são tidos como desprezíveis e inferiores. E é esta graça que se manifesta aos dois homens cegos que jaziam nas proximidades de Jericó. São cegos dos olhos, mas não da alma, pois embora não enxergassem a forma física de Jesus, enxergavam sua identidade, e à esta Identidade que se dirigem clamando a plenos pulmões: «Senhor, Filho de Davi, tem compaixão de nós!»
Aquilo que os olhos «sadios» dos Escribas e Doutores da Lei (sábios segundo este mundo), não puderam enxergar, dois «insignificantes» cegos o puderam. Então, Cristo em Seu amor e compaixão pelos homens, fez com que a luz presente nas almas daqueles homens se estendesse aos seus olhos debilitados, curando totalmente suas cegueiras.
A cura dos dois cegos simboliza o poder de Cristo para sanar as almas dos homens em todas as suas dimensões: a racional e a intuitiva, fazendo com que as duas, fragmentadas pelo pecado, voltem a se unirem, elevando o homem à glória que lhe foi preparada.
Padre Mateus (Antonio Eça)
ORAÇÃO
Tendo os olhos espirituais cegos, eu me aproximo de Ti, ó Cristo, e com arrependimento clamo: Tem piedade de mim, Tu que iluminas com luz resplandecente aos que estão nas trevas.
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