sábado, 29 de outubro de 2011

20º Sábado depois de Pentecostes – Modo 2

20º Sábado depois de Pentecostes – Modo 2
29 de Outubro (CC) / 16 de Outubro (CE)
S. Longino Centurião, mártir (séc. I). 


2 Coríntios 1:8-11

8 Porque não queremos, irmãos, que ignoreis a tribulação que nos sobreveio na Ásia, pois que fomos sobremaneira oprimidos acima das nossas forças, de modo tal que até da vida desesperamos; 9 portanto já em nós mesmos tínhamos a sentença de morte, para que não confiássemos em nós, mas em Deus, que ressuscita os mortos; 10 o qual nos livrou de tão horrível morte, e livrará; em quem esperamos que também ainda nos livrará, 11 ajudando-nos também vós com orações por nós, para que, pela mercê que por muitas pessoas nos foi feita, por muitas também sejam dadas graças a nosso respeito.   

Lucas 6:1-10

1 E sucedeu que, num dia de sábado, passava Jesus pelas searas; e seus discípulos iam colhendo espigas e, debulhando-as com as mãos, as comiam. 2 Alguns dos fariseus, porém, perguntaram; Por que estais fazendo o que não é lícito fazer nos sábados? 3 E Jesus, respondendo-lhes, disse: Nem ao menos tendes lido o que fez Davi quando teve fome, ele e seus companheiros? 4 Como entrou na casa de Deus, tomou os pães da proposição, dos quais não era lícito comer senão só aos sacerdotes, e deles comeu e deu também aos companheiros? 5 Também lhes disse: O Filho do homem é Senhor do sábado. 6 Ainda em outro sábado entrou na sinagoga, e pôs-se a ensinar. Estava ali um homem que tinha a mão direita atrofiada. 7 E os escribas e os fariseus observavam-no, para ver se curaria em dia de sábado, para acharem de que o acusar. 8 Mas ele, conhecendo-lhes os pensamentos, disse ao homem que tinha a mão atrofiada: Levanta-te, e fica em pé aqui no maio. E ele, levantando-se, ficou em pé. 9 Disse-lhes, então, Jesus: Eu vos pergunto: É lícito no sábado fazer bem, ou fazer mal? salvar a vida, ou tirá-la? 10 E olhando para todos em redor, disse ao homem: Estende a tua mão. Ele assim o fez, e a mão lhe foi restabelecida.

COMENTÁRIO 
O conflito entre a legalidade e a justiça estará sempre presente na humanidade durante esta presente era, pois as questões serão sempre mediadas muito mais pelos interesses egóicos do ser humano do que pela voz interior, esta que é o arauto da lei cravada por Deus nos corações. A lei pode ser manipulada, mas a voz interior não. Nada melhor para os invejosos e omissos fariseus do que a conveniência da Lei do Sábado. Nada melhor para um cristão que come e se alimenta do pão e do fermento dos fariseus do que a interpretação jurídica das Santas Escrituras. A Lei Divina e a Justiça nunca estarão opostas, pois toda e qualquer interpretação da Lei de Deus que violente a voz interior, será sempre um reducionismo das Escrituras, uma miopia da alma. Lembremos o episódio da mulher adúltera e vejamos como a Lei e a Justiça se beijara. Todas as vezes que houver um divórcio entre estas duas, isso se dá por causa das trevas da alma, pois, a lâmpada do corpo são os olhos; de sorte que, se os nossos olhos forem sadios, todo o nosso corpo terá luz; se, porém, os nossos olhos forem maus, o nosso corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em nós existe são trevas, quão grandes serão tais trevas! 
Para curar o fariseu que existe em nós nada melhor do que o exemplo e testemunho de um fariseu que superou a si mesmo, como é o caso do venerável Apóstolo São Paulo. No texto de 2 Coríntios 1:8-11 ele revela como operar esta terapia: trazer em si a sentença de morte, pois “o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei. Os que pertencem a Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e os seus desejos. Se vivemos pelo Espírito, andemos também pelo Espírito (Gálatas 5:22-25).
Pe. Mateus (Antonio Eça) 
ORAÇÃO 
Mostra-nos o teu amor, ó Senhor, e concede-nos a tua salvação! Eu ouvirei o que Deus, o Senhor, disse: Ele promete paz ao seu povo, aos seus fiéis! Não voltem eles à insensatez! Perto está a salvação que ele trará aos que o temem, e a sua glória habitará em nossa terra.O amor e a fidelidade se encontrarão; a justiça e a paz se beijarão. A fidelidade brotará da terra, e a justiça descerá dos céus. O Senhor nos trará bênçãos, e a nossa terra dará a sua colheita. A justiça irá adiante dele e preparará o caminho para os seus passos.

Salmos 85:7-13





COMEMORAÇÃO DO SANTO MÁRTIR LONGINO, O CENTURIÃO QUE ESTAVA AO PÉ DA CRUZ

O Santo Mártir Longinus, o Centurião, era um soldado romano que serviu na Judéia sob o comando do governador Pôncio Pilatos. Quando nosso Salvador Jesus Cristo foi crucificado, foi o destacamento de soldados sob o comando de Longinus que estava a assistir no Gólgota, bem no pé da santa Cruz. Longinus e seus soldados foram testemunhas oculares dos momentos finais da vida terrena do Senhor, bem como dos grandes e temíveis presságios que antecederam Sua morte. Estes eventos abalaram a alma do centurião. Longinus creu em Cristo e confessou perante todos:

"Verdadeiramente este era Filho de Deus" (Mt. 27:54).

De acordo com a Tradição da Igreja, Longinus foi o soldado que perfurou o lado do Salvador crucificado com uma lança, e recebeu a cura de uma enfermidade em seu olho quando o sangue e a água se derramaram sobre a ferida. Após a crucificação e sepultamento do Salvador, Longinus pôs soldados para guardarem juntamente consigo o Sepulcro do Senhor, os quais testemunharam a gloriosa Ressurreição de Cristo. Os judeus subornou-os a mentir e dizer que seus discípulos tinham roubado o corpo de Cristo, mas Longinus e dois de seus companheiros se recusaram a ser seduzidos pelo ouro judeu. Eles também se recusaram a permanecer em silêncio sobre o milagre da Ressurreição. Tendo crido no Salvador, os soldados foram batizados pelos apóstolos e decidiram deixar o serviço militar. São Longino deixou a Judéia anunciar Jesus Cristo, o Filho de Deus em sua terra natal (Cappadocia), e seus dois companheiros o seguiram. As palavras de fogo dos que tinham participado em verdade nos grandes acontecimentos da Judéia balançaram os corações e as mentes dos Capadócios  e o Cristianismo começou a se espalhar rapidamente por toda a cidade e as aldeias circundantes.

Quando souberam disso, os anciãos dos judeus convenceram Pilatos a enviar uma companhia de soldados para Capadócia a fim de matar Longinus e seus companheiros. Quando os soldados chegaram ao vilarejo de Longinus, este saiu ao encontro os soldados e os levou para sua casa. Após uma refeição, os soldados revelaram o propósito da sua visita, sem saber que o dono da casa foi o homem era quem eles estavam procurando. Em seguida, Longinus e seus amigos se identificaram e disseram aos assustados soldados para realizarem o seu dever. Os soldados queriam deixar o santos irem, aconselhando-os a fugir, mas eles se recusaram a fazer isso, mostrando a sua firme intenção de sofrer por Cristo. Os santos mártires foram decapitados e seus corpos foram enterrados no local onde foram martirizados.

A cabeça de São Longinus, no entanto, foi enviado a Pilatos. Pilatos deu ordens para lançar a cabeça do mártir em um lixo amontoado do lado de fora dos muros da cidade. Depois de um tempo uma viúva cega da Capadócia chegou a Jerusalém com seu filho para rezar nos lugares santos, e para pedir que sua vista ser restaurada. Depois que tornara-se cega, tinha procurado a ajuda de médicos para curá-la, mas todos os seus esforços foram em vão. O filho desta mulher, assim que eles chegaram em Jerusalém, adoeceu e veio a morrer alguns dias depois. Logo à noite, em sua tristeza, São Longinus lhe aparecera em um sonho e a confortava. Ele disse que ela iria ver seu filho na glória celeste, onde também ela mesma seria recebida. Ele pediu para que ela fosse para fora dos muros da cidade e lá encontraria a sua cabeça em uma grande pilha de lixo. Guias conduziram a mulher cega para o monte de lixo, e ela começou a cavar com as mãos. Tão logo tocou a cabeça do mártir, a mulher recebeu a visão, e glorificava a Deus e a Longinus. Retomando a cabeça, a mulher a levou ao lugar onde estava hospedada e a lavou. Na noite seguinte, São Longinus apareceu-lhe novamente, desta vez com seu filho. Eles foram cercados por uma luz brilhante, e São Longino disse:

"Mulher, acalme-se, eis aí o filho por quem você se lamenta. Veja a glória e a honra que lhes são dadas. Agora pegue a minha cabeça e o corpo de seu filho e os enterre num mesmo caixão. Não chores por seu filho, pois ele se alegrará para sempre em grande glória e felicidade."

A mulher, seguindo as instruções do santo, voltou para sua casa na Capadócia. Lá, ela enterrou seu filho e a cabeça de São Longino.

Tropário - Modo 1
Tu, Longinus, viste o Rei da Glória pregado na cruz a iluminar os que estão em trevas. Tu mesmo, iluminado pelos Seus raios te tornaste um mártir e consolador dos que choram. Glória Àquele que te fortaleceu! Glória Ao que te concedeu uma coroa. Glória Àquele que por tuas intercessões concede a todos a cura.

Kondakion - Modo 4
A Igreja enche-se de júbilo no dia da comemoração do sempre memorável atleta Longinus! Ela grita: "Tu És minha força e amparo, ó Cristo!"

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