quarta-feira, 9 de novembro de 2016

21ª Quarta-feira Depois de Pentecostes

09 de Novembro de 2016 (CC) / 27 de Outubro (CE)
Ss Mártires Nestor de Sulênia († 306); 
Venerável Nestor de Pechersk, o cronista; Santa Proklis e Pilatos
Modo 3







Nos tempos do martírio de São Demétrio, vivia em Constantinopla um jovem de nome Nestor, que aderiu à fé cristã através dos ensinamentos de São Demétrio. Naquela época, o imperador Maximiano, inimigo de Cristo, ordenou que se promovessem vários jogos e entretenimento para o povo. O favoritos do imperador era uma vândalo de nome Liaeo um vândalo, um homem de tamanho e força comparável à Golias. Como gladiador imperial, Liaeo desafiava para duelo todo o tipo de homem, e a todos os que o enfrentaram ele os matava, e seus massacres deleitavam o imperador idólatra em sua sede de sangue. Este construiu um estádio especial, semelhante a uma plataforma sobre colunas para os duelos de Liaeo. Sob esta plataforma, haviam lanças com pontas agudas e afiadas apontando para cima. Quando Liaeo vencia alguém num duelo, atirava sua vítima em direção à floresta de lanças. Os pagãos que ficavam parados em torno das lanças junto ao seu imperador deleitavam-se quando algum pobre desditado se contorcia sobre as lanças até a morte. Entre as vítimas inocentes de Liaeo contava-se um grande número de cristãos, pois quando ninguém se apresentava voluntariamente para duelar com Liaeo, os cristãos eram forçados pelo imperador a lutar com ele. 
Presenciando este aterrorizante deleite do mundo pagão, o coração de Nestor se encheu de dor e decidiu ir ele mesmo ao estádio do terrível Liaeo. Antes, porém, foi à prisão onde São Demétrio encontrava-se preso, e pediu a sua bênção para fazer isso. São Demétrio o abençoou, fazendo o sinal da cruz sobre sua testa e peito, e disse: «Irás vencê-lo, mas sofrerás por Cristo». O jovem Nestor dirigiu-se então ao estádio Liaeo. O imperador estava lá com uma grande multidão, e todos lamentavam a morte iminente do jovem Nestor. Tentaram convencê-lo a não lutar com Liaeo, mas Nestor fez o sinal da cruz e disse: «Grande és Tu, ó Deus de Demétrio, ajuda-me!» E com a ajuda de Deus, Nestor abateu Liaeo, jogando depois o pesado gigante sobre as pontas afiadas das lanças, onde o gladiador encontrou sua morte. Então todo o povo exclamou: «Grande é o Deus de Demétrio!» Mas o impiedoso imperador que havia tinha sido envergonhado diante do povo e, lamentando a morte de seu favorito, encheu-se de furor contra Demétrio e Nestor e ordenou que Nestor fosse decapitado pela espada e que Demétrio fosse atravessado com lanças. Assim que Nestor, este glorioso herói cristão, deixando para trás sua jovem vida sobre esta Terra, entrou para o Reino de seu Senhor em 306 d C. 

Troparion de São Nestor de Tessalônica Modo IV 
Em seus sofrimentos, ó Senhor, / Teu mártir Nestor recebeu de Ti, ó nosso Deus, coroa imperecível,/ pois, tomado de Teu poder, / aviltou os torturadores e esmagou a débil ousadia dos demônios./ Por suas súplicas, salva, Senhor, as nossas almas. 
Kontakion Modo II 

Havendo combatido o bom combate, / agora herdaste a glória imortal, / pois que pelas orações do mártir Demétrio /foste do Mestre um grande guerreiro;/ por tanto, junto com São Demétrio,/  não deixará de rezar por nós, ó sábio Nestor.



Colossenses 1:18-23

E ele é a cabeça do corpo, da igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência. Porque foi do agrado do Pai que toda a plenitude nele habitasse, e que, havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra, como as que estão nos céus. A vós também, que noutro tempo éreis estranhos, e inimigos no entendimento pelas vossas obras más, agora contudo vos reconciliou no corpo da sua carne, pela morte, para perante ele vos apresentar santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis, se, na verdade, permanecerdes fundados e firmes na fé, e não vos moverdes da esperança do evangelho que tendes ouvido, o qual foi pregado a toda criatura que há debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, estou feito ministro.

Lucas 11:9-13

E eu vos digo a vós: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á; porque qualquer que pede recebe; e quem busca acha; e a quem bate abrir-se-lhe-á. E qual o pai de entre vós que, se o filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou, também, se lhe pedir peixe, lhe dará por peixe uma serpente? Ou, também, se lhe pedir um ovo, lhe dará um escorpião? Pois se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará o Pai celestial o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?


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HOMILIA

“Sobre o Fundamento da Oração”

Aqueles que se aproximam de Deus devem orar em grande quietude, paz e tranquilidade, sem utilizar-se de gritos absurdos ou confusos, mas dirigindo-se ao Senhor com a intenção do coração e a sobriedade do pensamento.

Porque não é conveniente que o servo de Deus viva em semelhante estado de agitação, mas na mais completa tranquilidade e sabedoria, como diz o profeta: Nesse colocarei os meus olhos, no humilde e abatido que estremece diante de minhas palavras.

Lemos que nos dias de Moisés e Elias, enquanto que nas aparições com que foram favorecidos, a majestade do Senhor se fazia preceder de grande aparato de trombetas e de diversos prodígios, contudo, a oportuna vinda do Senhor se dava a conhecer e se manifestava na paz, na tranquilidade e na quietude. Depois – diz – se ouviu uma brisa suave, e nela estava o Senhor. Disto é lícito concluir que o repouso do Senhor está na paz e na tranquilidade.

O fundamento que o homem colocar e o princípio com o qual iniciar permanecerão nele até o fim. Se começar a rezar com voz muito alta e queixosa, manterá idêntico costume até o final. Contudo, uma vez que o Senhor está cheio de humanidade, acontecerá que até mesmo a este ele lhe prestará seu auxílio. Ainda mais: será a própria graça a que o manterá até o final em sua maneira de proceder, embora seja fácil de compreender que este modo de rezar é próprio dos ignorantes, já que, além do aborrecimento que produz nos outros, eles mesmos mostram perturbação enquanto oram.

Entretanto, o verdadeiro fundamento da oração é este: vigiar os próprios pensamentos e rezar com muita tranquilidade e paz, de forma que os outros não sofram escândalo de nenhum tipo. Portanto, aquele que, tendo obtido a graça de Deus e a perfeição, continuar até o final orando na tranquilidade, será de grande edificação para muitos, porque Deus não quer desordem, mas paz. Porém, aqueles que rezam gritando se assemelham aos charlatões e não podem rezar em qualquer lugar, nem nas igrejas, nem nas praças; no máximo em lugares solitários, onde se apressam ao seu gosto. Pelo contrário, os que rezam na tranquilidade, edificam a todos onde quer que orem.

Deve o homem empregar todas as suas energias em controlar os seus pensamentos e cortar pela raiz toda ocasião de imaginações perigosas; deve concentrar-se em Deus, sem abandonar-se ao capricho dos pensamentos, mas recolher estes pensamentos dispersos um pouco por todas as partes, submetendo-os a um exercício de discernimento, distinguindo os bons e os maus. Portanto, é necessária uma grande dose de diligente atenção do espírito para saber distinguir as sugestões externas provocadas pelo poder do adversário.



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