segunda-feira, 28 de novembro de 2016

24ª Segunda-feira Depois de Pentecostes

INÍCIO DA QUARESMA DE NATAL
28 de Novembro de 2016 (CC) / 15 de Novembro (CE)
Ss. Gorias (Esl.: Gurij), Samonas e Habib, mártires (início do séc. IV)
Modo 6


Diretrizes Para a Quaresma de Natal (Jejum da Natividade)
 15 de novembro (28/11)* a 24 de dezembro (06/01)

O jejum da Natividade (Quaresma de Natal) é um dos quatro períodos canônicos de jejum do calendário eclesiástico Ortodoxo. Este é um jejum jubiloso em preparação para o Natal de Cristo. Esta é a razão pela qual é menos rigoroso do que outros períodos de jejum.

O jejum da Natividade é dividido em dois períodos:

O 1º período é de 15 de novembro (28/11) a 19 de dezembro (01/01), quando a disciplina do jejum tradicional (abstinência total de carne, laticínios, peixe, vinho e óleo) é observada. É permitido o consumo de vinho e óleo às terças e quintas-feiras. Da mesma forma, peixe, vinho e óleo são permitidos aos sábados e domingos. 

O 2º período é o de 20 a 24 de dezembro, quando a disciplina do jejum tradicional (abstinência total de carne, laticínios, peixe, vinho e óleo) é observada. O consumo de vinho e óleo é permitido apenas aos sábados e domingos durante este período. 

Estas são as diretrizes:

Carnes
Abstenção total de:
Carne de vaca, frango, carne de porco, peru, alce, vitela, cordeiro, cervo, coelho, búfalo e assim por diante


Laticínios
Abstenção Total de:
Leite, ovos, queijo, manteiga, iogurte, creme, e assim por diante

Peixe
É Permitida a Ingestão de peixe com espinha dorsal apenas aos sábados e domingos antes de 20 de dezembro (02/01). Em algumas terças e quintas-feiras, o peixe também é permitido.
Não é permitido em tempo algum:

Camarão, polvo, marisco, lula, ou outros frutos do mar.
Vinho
(Alguns incluem todos os tipos de álcool nesta categoria)
Permitido apenas às terças-feiras, quintas-feiras, sábados e domingos antes de 20 de dezembro (02/01).

Óleo
(Alguns incluem todos os tipos de óleo nesta categoria)
Permitido apenas às terças-feiras, quintas-feiras, sábados, domingos e antes de 20 de dezembro (02/01).

* As datas em parêntesis correspondem ao calendário civil do Ocidente.


No Jejum da Natividade, além das abstinências dos alimentos e bebidas acima mencionados, como de fumar. No jejum eucarístico pratica-se uma abstinência total, a partir da meia-noite anterior para comungar na Liturgia da manhã.

O Propósito do Jejum

O propósito do jejum é focar nas coisas do Alto, ou seja, o Reino de Deus. É um meio para se praticar as verdadeiras virtudes, aqui e agora. Pelo jejum, nos libertamos da dependência das coisas mundanas. Devemos jejuar fielmente e em segredo, não julgando os outros, e não nos pondo como exemplo.

Jejuar em si não é um meio de agradar a Deus. O jejum não é um castigo pelos nossos pecados, e nem tão pouco um uso do sofrimento e da dor como uma espécie de expiação. Cristo já nos redimiu em Sua Cruz. A salvação é um dom de Deus que não é comprado pela nossa fome ou sede.

Nós jejuamos para sermos libertados das paixões carnais, para que o dom de salvação de Deus possa dar fruto em nós.

Nós jejuamos e voltamos nossos olhos para Deus em Sua Santa Igreja. Jejum e oração vão juntos. 

O jejum não é irrelevante. O jejum não é obsoleto, e não é usado em benefício de outrem. O jejum é de Deus, para nós, aqui e agora.  
Acima de tudo, não devemos nos devorar uns aos outros. Pedimos a Deus que "ponha uma sentinela que guarde a porta de nossos lábios".


Não se Deve Jejuar

·       Entre 25 de dezembro e 5 de janeiro (mesmo às quartas e sextas-feiras); 
·       Se estiver grávida ou a amamentando um recém-nascido; 
·       Durante grave doença; 
·       Sem oração; 
·       Sem esmola; 
·       De acordo com sua própria vontade sem a orientação de seu pai espiritual.

Fonte: 
Patriarcado de  Antioquia 
Arquidiocese da América do Norte 

† † †

Comemoração dos Santos Gorias, Samonas e Habib

Os santos Gorias e Samonas foram presos durante a perseguição de Diocleciano. Como eles se recusaram a render sacrifícios aos deuses pagãos, foram pendurados pelas mãos com pesos amarrados aos pés. Depois, passaram três dias no interior de um horrível calabouço, sem comer ou beber. Quando foram retirados de lá, Gorias estava agonizante. Samonas foi cruelmente torturado mais uma vez, mas permaneceu firme na fé. Ambos morreram decapitados. 
Mais tarde, um diácono de Edessa de nome Habib, escondeu-se durante a perseguição de Licínio, mas finalmente se entregou para também ganhar a coroa do martírio. O magistrado perante o qual compareceu, fez a tentativa de convencê-lo a abjurar a fé e, em troca, escapar com vida, mas Habib se recusou a isso, sendo por isso condenado à fogueira. Sua mãe e outros parentes acompanharam até o local da execução. Os carrascos deram permissão para que se desse o beijo da paz entre eles, antes de serem atirados às chamas. Os cristãos recolheram depois o corpo do mártir, que o fogo não havia consumido, e sepultaram-no num local próximo de seus companheiros e amigos Gorias e Samonas.  As relíquias desses mártires estão conservadas num dos dois principais santuários de Edessa, na Síria


1 Tessalonicenses 2:20-3:1-8

Na verdade vós sois nossa glória e gozo. Por isso, não podendo esperar mais, achamos por bem ficar sozinhos em Atenas; e enviamos Timóteo, nosso irmão, e ministro de Deus, e nosso cooperador no evangelho de Cristo, para vos confortar e vos exortar acerca da vossa fé; para que ninguém se comova por estas tribulações; porque vós mesmos sabeis que para isto fomos ordenados, pois, estando ainda convosco, vos predizíamos que havíamos de ser afligidos, como sucedeu, e vós o sabeis. Portanto, não podendo eu também esperar mais, mandei-o saber da vossa fé, temendo que o tentador vos tentasse, e o nosso trabalho viesse a ser inútil. Vindo, porém, agora Timóteo de vós para nós, e trazendo-nos boas novas da vossa fé e amor, e de como sempre tendes boa lembrança de nós, desejando muito ver-nos, como nós também a vós; por esta razão, irmãos, ficamos consolados acerca de vós, em toda a nossa aflição e necessidade, pela vossa fé, porque agora vivemos, se estais firmes no Senhor.

Lucas 14:12-15

E dizia também ao que o tinha convidado: Quando deres um jantar, ou uma ceia, não chames os teus amigos, nem os teus irmãos, nem os teus parentes, nem vizinhos ricos, para que não suceda que também eles te tornem a convidar, e te seja isso recompensado. Mas, quando fizeres convite, chama os pobres, aleijados, mancos e cegos, e serás bem-aventurado; porque eles não têm com que to recompensar; mas recompensado te será na ressurreição dos justos. E, ouvindo isto, um dos que estavam com ele à mesa, disse-lhe: Bem-aventurado o que comer pão no reino de Deus.


† † †


REFLEXÃO



Sê Benigno Com os Irmãos Miseráveis

Nunca faltam hóspedes e exilados; por todas as partes podem ver-se mãos estendidas implorando uma esmola. A estes, o ar livre sob um céu estrelado lhes serve de teto; os pórticos, as encruzilhadas dos caminhos e os rincões mais afastados das praças lhes oferecem abrigo. À imitação das corujas e bufos, ocultam-se nas cavernas. Cobrem-se com vestes esfarrapadas, desgastadas e maltrapilhas. Os produtos dos campos são para eles a bondade daqueles que se compadecem de sua miséria; seu alimento é o que conseguirem recolher das pessoas de quem se aproximam; sua bebida é a mesma dos seres irracionais, ou seja, as fontes; seu copo são as conchas das mãos; seu alforje é o próprio estômago, enquanto não esteja totalmente indisposto, incapaz de cobiçar as coisas que nele se lançam. Sua mesa são os joelhos juntos; seu leito, o chão; seu banho, o que Deus proporcionou a todos, construído sem intervenção do engenho humano: o rio ou o lago. Levam uma vida errante e campesina, e não porque inicialmente optaram por este estilo de vida, mas porque as calamidades e a necessidade lhes obrigaram a isso.

Tu que jejuas, proporciona a eles o necessário para o sustento. Sê benigno com os irmãos miseráveis. Aquilo que tu subtrais ao estômago, dai ao que tem fome. Que o justo temor de Deus gere igualdade. Mediante uma modesta temperança, combina e modera duas tendências contrárias entre si: tua saciedade e a fome do irmão. Que a razão abra aos pobres as portas dos ricos. Que a prudência deixe ao necessitado rápido acesso ao abastado. Que não seja o cálculo humano o que abasteça aos indigentes, mas sim a palavra eterna de Deus a que lhes proporcione casa, leito e mesa. Com palavras transbordantes de carinho e humanismo, forneça de teus bens o necessário para a vida. Que a multidão de pobres e de enfermos encontrem em ti um refúgio seguro. Que cada um se cuide com toda dedicação de seus vizinhos. Não consintas que ninguém se antecipe a ti na solicitude, digna de recompensa para com os próximos. Cuide para que não arranquem de ti o tesouro que te está reservado.

Abraça, como ao ouro, o homem flagelado pela calamidade. Cuida de tal forma da precária saúde do pobre, como se dela dependesse o teu bem-estar, a saúde de tua mulher, a de teus filhos, a de teus servos, em uma palavra: a saúde de toda a tua família. Pois se é verdade que todos os pobres hão de ser atendidos e auxiliados, temos de cercar com uma especialíssima atenção aos enfermos. Pois aquele que é ao mesmo tempo indigente e enfermo, está atribulado por uma dupla pobreza. De fato, os pobres que possuem um corpo vigoroso, indo de porta em porta, finalmente acabarão encontrando quem lhes dê alguma coisa. Ademais, colocam-se nos locais concorridos, dirigindo-se a todos os transeuntes implorando ajuda. Já os pobres que não desfrutam de boa saúde se encontram reclusos em uma mísera choupana, ou até mesmo em um apertado canto da choupana, como Daniel na cova dos leões, e te esperam, qual outro Habacuc, a ti cheio de bondade, de preocupação e de amor para com os pobres.

Portanto, mediante a esmola, amigo do profeta; socorre o indigente prontamente e sem nenhum tipo de preguiça. Não temas, não sofrerás diminuição em teus interesses. Porque da esmola se deriva um variado e substancioso proveito. Semeia o benefício, para que possas colher o fruto e encher a tua casa de bons feixes.


São Gregório de Nissa (séc. IV)

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