terça-feira, 15 de abril de 2014

Semana da Paixão – Grande Terça-Feira Santa


15 de Abril de 2013(CC) / 02 de Abril (CE) – Modo 8
 S. Tito, taumaturgo (séc. IX).

TERÇA-FEIRA DA PAIXÃO 
O NOIVO 
A segunda, terça e quarta feira santas são estabelecidas pela Igreja na perspectiva do Fim dos Tempos, de modo a nos lembrar do significado escatológico da Páscoa. A ''normalidade'' do mundo cotidiano será colocada em questão pela Paixão e Morte do Senhor, pelo fim próximo de seu ministério terreno. É o mundo da ''normalidade'', ''costumeiro'', que preferiu a morte à vida. 
Pela morte de Jesus, este mundo e vida ''normais'' são condenados, ou antes, é revelada a incapacidade deles para receberem a Luz. ''Agora vem o julgamento deste mundo'' (João 12:31): A Páscoa significa o fim ''deste mundo'' e tem sido, desde então, seu ponto final. 


Cristo, realização final da Páscoa realiza a última passagem: a da morte para a vida, a do ''velho mundo'' para o novo século do Reino. E abre também esta possibilidade de passagem para cada um de nós. Podemos viver ''neste mundo'' sem, no entanto, ''pertencer ao mundo'', isto é, sendo livres da morte e do pecado e partícipes do ''século que há de vir''. Mas para isso devemos, primeiro, condenar o velho Adão, nos revestirmos de Cristo na morte batismal e levar nossa verdadeira vida escondida em Deus, com Cristo, ''no século que há de vir''. 


A Páscoa não é uma comemoração anual, solene e bela, de um evento passado. É este próprio Evento, revelado, dado a nós, sempre eficiente, sempre revelando o fim de todas as coisas deste mundo, e anunciando o Início da Nova Vida. A função dos três primeiros dias da Semana Santa é nos desafiar com o significado último da Páscoa e nos preparar para entendê-lo e aceitá-lo. 


Nesta Grande Segunda Feira Santa, a Igreja observa o Ofício do Noivo. O nome faz referência à figura do Noivo na Parábola das Dez virgens que pode ser lida no Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo o Bem-Aventurado Apóstolo São Mateus 25:1-13. O termo ''Noivo'' sugere um amor íntimo. 


O Reino de Deus é comparado a um banquete e câmara nupcial, e o Cristo da Paixão é o Noivo Divino da Igreja. A imagem implica na união final entre o Amante e o Amado. O termo também se refere à Parusia e à necessidade de vigilância espiritual, por meio da qual nos tornamos capazes de manter os mandamentos divinos e receber as bençãos do mundo futuro. 


O Tropário, que avisa que o ''Noivo vem no meio da noite...'', relata à comunidade esta expectativa essencial: vigiar e esperar o Senhor, que retornará para julgar os vivos e os mortos. 


Na Grande Segunda Feira a Igreja também comemora o Patriarca José, amado filho de Jacó. Uma das maiores figuras do Velho Testamento, a história de José e contada no final do livro do Gênesis. A Santa Tradição o vê como protótipo e prefiguração do Cristo. A vida de José ilustra a Providência, a promessa e a redenção divinas. Também neste dia a Igreja comemora o acontecimento da maldição da figueira. O episódio é de grande relevância e, junto ao episódio da Purificação do Templo, é outra demonstração do Poder e Autoridade Divinas de Jesus Cristo. 


A figueira simboliza a condenação de Israel por seu fracasso em reconhecer e receber Cristo e Seus ensinamentos. A maldição da figueira é uma parábola em ação, um ato simbólico. 


Ele demonstra que um cristianismo apenas nominal é não apenas inadequado mas desprezível e imerecedor do Reino de Deus. A fé cristã genuína é dinâmica e frutífera, e torna o fiel consciente de que ele já é um súdito do Rei e um cidadão do Paraíso. 


Portanto, ele deve pensar, sentir e agir de acordo com esta realidade.


MATINAS

Mateus 22:15-23:39

     15 Então os fariseus se retiraram e consultaram entre si como o apanhariam em alguma palavra;    16 e enviaram-lhe os seus discípulos, juntamente com os herodianos, a dizer; Mestre, sabemos que és verdadeiro, e que ensinas segundo a verdade o caminho de Deus, e de ninguém se te dá, porque não olhas a aparência dos homens.    17 Dize-nos, pois, que te parece? É lícito pagar tributo a César, ou não?    18 Jesus, porém, percebendo a sua malícia, respondeu: Por que me experimentais, hipócritas?    19 Mostrai-me a moeda do tributo. E eles lhe apresentaram um denário.    20 Perguntou-lhes ele: De quem é esta imagem e inscrição?    21 Responderam: De César. Então lhes disse: Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.    22 Ao ouvirem isso, ficaram admirados; e, deixando-o, se retiraram.    23 No mesmo dia vieram alguns saduceus, que dizem não haver ressurreição, e o interrogaram, dizendo:    24 Mestre, Moisés disse: Se morrer alguém, não tendo filhos, seu irmão casará com a mulher dele, e suscitará descendência a seu irmão.    25 Ora, havia entre nós sete irmãos: o primeiro, tendo casado, morreu: e, não tendo descendência, deixou sua mulher a seu irmão;    26 da mesma sorte também o segundo, o terceiro, até o sétimo.    27 depois de todos, morreu também a mulher.    28 Portanto, na ressurreição, de qual dos sete será ela esposa, pois todos a tiveram?    29 Jesus, porém, lhes respondeu: Errais, não compreendendo as Escrituras nem o poder de Deus;    30 pois na ressurreição nem se casam nem se dão em casamento; mas serão como os anjos no céu.    31 E, quanto à ressurreição dos mortos, não lestes o que foi dito por Deus:    32 Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó? Ora, ele não é Deus de mortos, mas de vivos.    33 E as multidões, ouvindo isso, se maravilhavam da sua doutrina.    34 Os fariseus, quando souberam, que ele fizera emudecer os saduceus, reuniram-se todos;    35 e um deles, doutor da lei, para o experimentar, interrogou- o, dizendo:    36 Mestre, qual é o grande mandamento na lei?    37 Respondeu-lhe Jesus: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento.    38 Este é o grande e primeiro mandamento.    39 E o segundo, semelhante a este, é: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.    40 Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.    41 Ora, enquanto os fariseus estavam reunidos, interrogou-os Jesus, dizendo:    42 Que pensais vós do Cristo? De quem é filho? Responderam-lhe: De Davi.    43 Replicou-lhes ele: Como é então que Davi, no Espírito, lhe chama Senhor, dizendo:    44 Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos de baixo dos teus pés?    45 Se Davi, pois, lhe chama Senhor, como é ele seu filho?    46 E ninguém podia responder-lhe palavra; nem desde aquele dia jamais ousou alguém interrogá-lo.    1 Então falou Jesus às multidões e aos seus discípulos, dizendo:    2 Na cadeira de Moisés se assentam os escribas e fariseus.    3 Portanto, tudo o que vos disserem, isso fazei e observai; mas não façais conforme as suas obras; porque dizem e não praticam.    4 Pois atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem aos ombros dos homens; mas eles mesmos nem com o dedo querem movê-los.    5 Todas as suas obras eles fazem a fim de serem vistos pelos homens; pois alargam os seus filactérios, e aumentam as franjas dos seus mantos;    6 gostam do primeiro lugar nos banquetes, das primeiras cadeiras nas sinagogas,    7 das saudações nas praças, e de serem chamados pelos homens: Rabi.    8 Vós, porém, não queirais ser chamados Rabi; porque um só é o vosso Mestre, e todos vós sois irmãos.    9 E a ninguém sobre a terra chameis vosso pai; porque um só é o vosso Pai, aquele que está nos céus.    10 Nem queirais ser chamados guias; porque um só é o vosso Guia, que é o Cristo.    11 Mas o maior dentre vós há de ser vosso servo.    12 Qualquer, pois, que a si mesmo se exaltar, será humilhado; e qualquer que a si mesmo se humilhar, será exaltado.    13 Mas ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque fechais aos homens o reino dos céus; pois nem vós entrais, nem aos que entrariam permitis entrar.    14 [Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque devorais as casas das viúvas e sob pretexto fazeis longas orações; por isso recebereis maior condenação.]    15 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito; e, depois de o terdes feito, o tornais duas vezes mais filho do inferno do que vós.    16 Ai de vós, guias cegos! que dizeis: Quem jurar pelo ouro do santuário, esse fica obrigado ao que jurou.    17 Insensatos e cegos! Pois qual é o maior; o ouro, ou o santuário que santifica o ouro?    18 E: Quem jurar pelo altar, isso nada é; mas quem jurar pela oferta que está sobre o altar, esse fica obrigado ao que jurou.    19 Cegos! Pois qual é maior: a oferta, ou o altar que santifica a oferta?    20 Portanto, quem jurar pelo altar jura por ele e por tudo quanto sobre ele está;    21 e quem jurar pelo santuário jura por ele e por aquele que nele habita;    22 e quem jurar pelo céu jura pelo trono de Deus e por aquele que nele está assentado.    23 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, e tendes omitido o que há de mais importante na lei, a saber, a justiça, a misericórdia e a fé; estas coisas, porém, devíeis fazer, sem omitir aquelas.    24 Guias cegos! que coais um mosquito, e engulis um camelo.    25 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque limpais o exterior do copo e do prato, mas por dentro estão cheios de rapina e de intemperança.    26 Fariseu cego! limpa primeiro o interior do copo, para que também o exterior se torne limpo.    27 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas por dentro estão cheios de ossos e de toda imundícia.    28 Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e de iniquidade.    29 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque edificais os sepulcros dos profetas e adornais os monumentos dos justos,    30 e dizeis: Se tivéssemos vivido nos dias de nossos pais, não teríamos sido cúmplices no derramar o sangue dos profetas.    31 Assim, vós testemunhais contra vós mesmos que sois filhos daqueles que mataram os profetas.    32 Enchei vós, pois, a medida de vossos pais.    33 Serpentes, raça de víboras! como escapareis da condenação do inferno?    34 Portanto, eis que eu vos envio profetas, sábios e escribas: e a uns deles matareis e crucificareis; e a outros os perseguireis de cidade em cidade;    35 para que sobre vós caia todo o sangue justo, que foi derramado sobre a terra, desde o sangue de Abel, o justo, até o sangue de Zacarias, filho de Baraquias, que mataste entre o santuário e o altar.    36 Em verdade vos digo que todas essas coisas hão de vir sobre esta geração.    37 Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, apedrejas os que a ti são enviados! quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e não o quiseste!    38 Eis aí abandonada vos é a vossa casa.    39 Pois eu vos declaro que desde agora de modo nenhum me vereis, até que digais: Bendito aquele que vem em nome do Senhor.  



Ezequiel 1:21-2:1

     21 Quando aqueles andavam, andavam estas; e quando aqueles paravam, paravam estas; e quando aqueles se elevavam da terra, elevavam-se também as rodas ao lado deles; porque o espírito do ser vivente estava nas rodas.    22 E por cima das cabeças dos seres viventes havia uma semelhança de firmamento, como o brilho de cristal terrível, estendido por cima, sobre a sua cabeça.    23 E debaixo do firmamento estavam as suas asas direitas, uma em direção à outra; cada um tinha duas que lhe cobriam o corpo dum lado, e cada um tinha outras duas que o cobriam doutro lado.    24 E quando eles andavam, eu ouvia o ruído das suas asas, como o ruído de muitas águas, como a voz do Onipotente, o ruído de tumulto como o ruído dum exército; e, parando eles, abaixavam as suas asas.    25 E ouvia-se uma voz por cima do firmamento, que estava por cima das suas cabeças; parando eles, abaixavam as suas asas.    26 E sobre o firmamento, que estava por cima das suas cabeças, havia uma semelhança de trono, como a aparência duma safira; e sobre a semelhança do trono havia como que a semelhança dum homem, no alto, sobre ele.    27 E vi como o brilho de âmbar, como o aspecto do fogo pelo interior dele ao redor desde a semelhança dos seus lombos, e daí para cima; e, desde a semelhança dos seus lombos, e daí para baixo, vi como a semelhança de fogo, e havia um resplendor ao redor dele.    28 Como o aspecto do arco que aparece na nuvem no dia da chuva, assim era o aspecto do resplendor em redor. Este era o aspecto da semelhança da glória do Senhor; e, vendo isso, caí com o rosto em terra, e ouvi uma voz de quem falava.    1 E disse-me: Filho do homem, põe-te em pé, e falarei contigo.  


VÉSPERAS

Êxodo 2:5-10

     5 A filha de Faraó desceu para banhar-se no rio, e as suas criadas passeavam à beira do rio. Vendo ela a arca no meio os juncos, mandou a sua criada buscá-la.    6 E abrindo-a, viu a criança, e eis que o menino chorava; então ela teve compaixão dele, e disse: Este é um dos filhos dos hebreus.    7 Então a irmã do menino perguntou à filha de Faraó: Queres que eu te vá chamar uma ama dentre as hebréias, para que crie este menino para ti?    8 Respondeu-lhe a filha de Faraó: Vai. Foi, pois, a moça e chamou a mãe do menino.    9 Disse-lhe a filha de Faraó: Leva este menino, e cria-mo; eu te darei o teu salário. E a mulher tomou o menino e o criou.    10 Quando, pois, o menino era já grande, ela o trouxe à filha de Faraó, a qual o adotou; e lhe chamou Moisés, dizendo: Porque das águas o tirei.  

Jó 1:13-22

     13 Certo dia, quando seus filhos e suas filhas comiam e bebiam vinho em casa do irmão mais velho,    14 veio um mensageiro a Jó e lhe disse: Os bois lavravam, e as jumentas pasciam junto a eles;    15 e deram sobre eles os sabeus, e os tomaram; mataram os moços ao fio da espada, e só eu escapei para trazer-te a nova.    16 Enquanto este ainda falava, veio outro e disse: Fogo de Deus caiu do céu e queimou as ovelhas e os moços, e os consumiu; e so eu escapei para trazer-te a nova.    17 Enquanto este ainda falava, veio outro e disse: Os caldeus, dividindo-se em três bandos, deram sobre os camelos e os tomaram; e mataram os moços ao fio da espada; e só eu escapei para trazer-te a nova.    18 Enquanto este ainda falava, veio outro e disse: Teus filhos e tuas filhas estavam comendo e bebendo vinho em casa do irmão mais velho;    19 e eis que sobrevindo um grande vento de além do deserto, deu nos quatro cantos da casa, e ela caiu sobre os mancebos, de sorte que morreram; e só eu escapei para trazer-te a nova.    20 Então Jó se levantou, rasgou o seu manto, rapou a sua cabeça e, lançando-se em terra, adorou;    21 e disse: Nu saí do ventre de minha mãe, e nu tornarei para lá. O Senhor deu, e o Senhor tirou; bendito seja o nome do Senhor.    22 Em tudo isso Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma.  


LITURGIA DOS DONS PRÉ-SANTIFICADOS

Mateus 24:36-26:2

     36 Daquele dia e hora, porém, ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, senão só o Pai.    37 Pois como foi dito nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do homem.    38 Porquanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca,    39 e não o perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou a todos; assim será também a vinda do Filho do homem.    40 Então, estando dois homens no campo, será levado um e deixado outro;    41 estando duas mulheres a trabalhar no moinho, será levada uma e deixada a outra.    42 Vigiai, pois, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor;    43 sabei, porém, isto: se o dono da casa soubesse a que vigília da noite havia de vir o ladrão, vigiaria e não deixaria minar a sua casa.    44 Por isso ficai também vós apercebidos; porque numa hora em que não penseis, virá o Filho do homem.    45 Quem é, pois, o servo fiel e prudente, que o senhor pôs sobre os seus serviçais, para a tempo dar-lhes o sustento?    46 Bem-aventurado aquele servo a quem o seu senhor, quando vier, achar assim fazendo.    47 Em verdade vos digo que o porá sobre todos os seus bens.    48 Mas se aquele outro, o mau servo, disser no seu coração: Meu senhor tarda em vir,    49 e começar a espancar os seus conservos, e a comer e beber com os ébrios,    50 virá o senhor daquele servo, num dia em que não o espera, e numa hora de que não sabe,    51 e cortá-lo-á pelo meio, e lhe dará a sua parte com os hipócritas; ali haverá choro e ranger de dentes.    1 Então o reino dos céus será semelhante a dez virgens que, tomando as suas lâmpadas, saíram ao encontro do noivo.    2 Cinco delas eram insensatas, e cinco prudentes.    3 Ora, as insensatas, tomando as lâmpadas, não levaram azeite consigo.    4 As prudentes, porém, levaram azeite em suas vasilhas, juntamente com as lâmpadas.    5 E tardando o noivo, cochilaram todas, e dormiram.    6 Mas à meia-noite ouviu-se um grito: Eis o noivo! saí-lhe ao encontro!    7 Então todas aquelas virgens se levantaram, e prepararam as suas lâmpadas.    8 E as insensatas disseram às prudentes: Dai-nos do vosso azeite, porque as nossas lâmpadas estão se apagando.    9 Mas as prudentes responderam: não; pois de certo não chegaria para nós e para vós; ide antes aos que o vendem, e comprai-o para vós.    10 E, tendo elas ido comprá-lo, chegou o noivo; e as que estavam preparadas entraram com ele para as bodas, e fechou-se a porta.    11 Depois vieram também as outras virgens, e disseram: Senhor, Senhor, abre-nos a porta.    12 Ele, porém, respondeu: Em verdade vos digo, não vos conheço.    13 Vigiai pois, porque não sabeis nem o dia nem a hora.    14 Porque é assim como um homem que, ausentando-se do país, chamou os seus servos e lhes entregou os seus bens:    15 a um deu cinco talentos, a outro dois, e a outro um, a cada um segundo a sua capacidade; e seguiu viagem.    16 O que recebera cinco talentos foi imediatamente negociar com eles, e ganhou outros cinco;    17 da mesma sorte, o que recebera dois ganhou outros dois;    18 mas o que recebera um foi e cavou na terra e escondeu o dinheiro do seu senhor.    19 Ora, depois de muito tempo veio o senhor daqueles servos, e fez contas com eles.    20 Então chegando o que recebera cinco talentos, apresentou-lhe outros cinco talentos, dizendo: Senhor, entregaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco que ganhei.    21 Disse-lhe o seu senhor: Muito bem, servo bom e fiel; sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.    22 Chegando também o que recebera dois talentos, disse: Senhor, entregaste-me dois talentos; eis aqui outros dois que ganhei.    23 Disse-lhe o seu senhor: Muito bem, servo bom e fiel; sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.    24 Chegando por fim o que recebera um talento, disse: Senhor, eu te conhecia, que és um homem duro, que ceifas onde não semeaste, e recolhes onde não joeiraste;    25 e, atemorizado, fui esconder na terra o teu talento; eis aqui tens o que é teu.    26 Ao que lhe respondeu o seu senhor: Servo mau e preguiçoso, sabias que ceifo onde não semeei, e recolho onde não joeirei?    27 Devias então entregar o meu dinheiro aos banqueiros e, vindo eu, tê-lo-ia recebido com juros.    28 Tirai-lhe, pois, o talento e dai ao que tem os dez talentos.    29 Porque a todo o que tem, dar-se-lhe-á, e terá em abundância; mas ao que não tem, até aquilo que tem ser-lhe-á tirado.    30 E lançai o servo inútil nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes.    31 Quando, pois vier o Filho do homem na sua glória, e todos os anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória;    32 e diante dele serão reunidas todas as nações; e ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos;    33 e porá as ovelhas à sua direita, mas os cabritos à esquerda.    34 Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai. Possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo;    35 porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me acolhestes;    36 estava nu, e me vestistes; adoeci, e me visitastes; estava na prisão e fostes ver-me.    37 Então os justos lhe perguntarão: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? ou com sede, e te demos de beber?    38 Quando te vimos forasteiro, e te acolhemos? ou nu, e te vestimos?    39 Quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos visitar-te?    40 E responder-lhes-á o Rei: Em verdade vos digo que, sempre que o fizestes a um destes meus irmãos, mesmo dos mais pequeninos, a mim o fizestes.    41 Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai- vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o Diabo e seus anjos;    42 porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber;    43 era forasteiro, e não me acolhestes; estava nu, e não me vestistes; enfermo, e na prisão, e não me visitastes.    44 Então também estes perguntarão: Senhor, quando te vimos com fome, ou com sede, ou forasteiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão, e não te servimos?    45 Ao que lhes responderá: Em verdade vos digo que, sempre que o deixaste de fazer a um destes mais pequeninos, deixastes de o fazer a mim.    46 E irão eles para o castigo eterno, mas os justos para a vida eterna.    1 E havendo Jesus concluído todas estas palavras, disse aos seus discípulos:    2 Sabeis que daqui a dois dias é a páscoa; e o Filho do homem será entregue para ser crucificado.

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