segunda-feira, 7 de abril de 2014

6ª Segunda-feira da Grande Quaresma

07 de Abril de 2013(CC) / 25 de Março (CE) – Modo 8
Anunciação da SS. Mãe de Deus, nossa Senhora e sempre Virgem Maria




FESTA DA ANUNCIAÇÃO


Hebreus 2:11-18

11 Porque, assim o que santifica, como os que são santificados, são todos de um; por cuja causa não se envergonha de lhes chamar irmãos, 12 Dizendo:Anunciarei o teu nome a meus irmãos,Cantar-te-ei louvores no meio da congregação. 13 E outra vez: Porei nele a minha confiança. E outra vez: Eis-me aqui a mim, e aos filhos que Deus me deu. 14 E, visto como os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo; 15 E livrasse todos os que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à servidão. 16 Porque, na verdade, ele não tomou os anjos, mas tomou a descendência de Abraão. 17 Por isso convinha que em tudo fosse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote naquilo que é de Deus, para expiar os pecados do povo. 18 Porque naquilo que ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados.

Lucas 1:39-49, 56

     39 Naqueles dias levantou-se Maria, foi apressadamente à região montanhosa, a uma cidade de Judá,    40 entrou em casa de Zacarias e saudou a Isabel.    41 Ao ouvir Isabel a saudação de Maria, saltou a criancinha no seu ventre, e Isabel ficou cheia do Espírito Santo,    42 e exclamou em alta voz: Bendita és tu entre as mulheres, e bendito é o fruto do teu ventre!    43 E donde me provém isto, que venha visitar-me a mãe do meu Senhor?    44 Pois logo que me soou aos ouvidos a voz da tua saudação, a criancinha saltou de alegria dentro de mim.    45 Bem-aventurada aquela que creu que se hão de cumprir as coisas que da parte do Senhor lhe foram ditas.    46 Disse então Maria: A minha alma engrandece ao Senhor,    47 e o meu espírito exulta em Deus meu Salvador;    48 porque atentou na condição humilde de sua serva. Desde agora, pois, todas as gerações me chamarão bem-aventurada,    49 porque o Poderoso me fez grandes coisas; e santo é o seu nome.    56 E Maria ficou com ela cerca de três meses; e depois voltou para sua casa. 


TROPARION DA ANUNCIAÇÃO (4º TOM)

Hoje é o prelúdio de nossa Salvação 
e a manifestação do Mistério 
preparado desde a eternidade: 
o Filho de Deus torna-se Filho da Virgem 
e o Arcanjo Gabriel anuncia a graça. 
Por isso, com ele clamamos à Mãe de Deus: 
«Rejubila-te, ó Cheia de Graça, o Senhor é contigo!»


KONDAKION DA FESTA

Nós, teus servos, ó Mãe de Deus, 
te conferimos os lauréis da vitória, 
penhor de nossa gratidão, 
como a um general que combateu por nós 
e nos salvou de terríveis calamidades. 
E, como tens um poder invencível, 
livra-nos dos perigos de toda espécie 
para que te aclamemos: Rejubila-te, Virgem e Esposa!


COMENTÁRIO

Isabel e João Batista, movidos pelo Espírito Santo, são os primeiros seres humanos a prestar veneração à Santa Mãe de Deus. Eles representam todos os santos da Antiga Aliança que saúdam a chegada da Nova Eva, cumprindo-se a antiga promessa ao gênero humano decaído. A narrativa fala que a voz da Virgem provocou grande júbilo espiritual em Isabel e no Precursor ainda fetal. À maneira dos profetas do Velho Testamento, o Espírito Santo leva Isabel a profetizar acerca da Virgem: 
1. Primeiramente usa - em relação à Virgem - a fórmula introdutória dos louvores em Israel: “Bendita és tu...”, igualmente também se dirige à Criança: “Bendito é o Fruto do teu ventre”; 
2. Enche de humildade o profeta diante do que lhe é inefável, assim, Isabel diz: “Quem sou eu para que me visite a Mãe do meu Senhor?”; 
3. Faz com que profetize acerca do que não entende. Isabel não poderia entender como o mortal poderia gerar o Eterno; 
4. Louva Àquela que Deus santificou: “Bem aventurada aquela que creu...”.Em contrapartida, à semelhança dos coros que se alternavam nos ofícios levíticos, o Espírito Santo toma a boca de Maria, que também profetiza: 
a. Louvando o Soberano Deus pela Graça e Salvação que lhe concedeu, sendo ela uma humilde serva e; 
b. Anunciando a veneração que doravante todas as gerações lhe prestariam.
A maioria dos Protestantes não consegue enxergar este sentido do texto, porque são despossuídos de uma mente litúrgica. Como sua experiência se centraliza e se apoia unicamente na razão discursiva, reduz a expressão -“Bem Aventurada” - aplicada à Virgem a uma simples declaração sobre o estado de sua alma, ignorando completamente toda a cultura litúrgica que permeava a sociedade judaica e, em particular, desconsiderando o ambiente doméstico de Isabel: o Templo de Deus, pois era esposa do Sumo Sacerdote Zacarias. 
Tal abordagem assemelhasse às visões que um lenhador e um botânico exaurem de uma floresta: ambos, conforme a peculiaridade de cada um, só́ enxergam as suas utilidades, mas não conseguem exaurir sua alma, como faz um artista. 
Este reducionismo não atinge somente à Santa Virgem, mas, também, ao próprio Cristo, o Senhor; pois se a fórmula “Bendita, Bem Aventurada” for despida do seu sentido cúltico e reduzida a uma mera afirmação, isto significa que Isabel e o fetal João Batista, também não cultuaram e nem prestaram reverência ao Menino-Deus quando afirmaram: “Bendito o Fruto do Teu ventre”. 
A partir da visita de Maria a Isabel, a Igreja entende que foi o próprio Espírito Santo que inaugurou e instituiu os louvores e a veneração da Igreja à Santa Mãe de Deus. 
Pe. Mateus (Antonio Eça) 

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