quarta-feira, 10 de junho de 2015

2ª Quarta-feira Depois de Pentecoste

10 de Junho de 2015 (CC) / 28 de Maio (CE)
Ss. Mártires Eutikios de Melitena; Inácio, Bispo de Rostov. 
S. Ícone Milagroso da Mãe de Deus de Humilde Ternura (Nicéia)
Jejum dos Apóstolos (estrito)
Modo 8




Santo Inácio era Arquimandrita do monastério da Santa Teofania, em Rostov, quando foi eleito, consagrado e nomeado bispo desta mesma cidade, no ano de 1262. Dedicou-se com muito empenho ao seu ofício pastoral, numa época particularmente difícil, em que teve de defender seus diocesanos da tirania dos tártaros e ser o mediador nas hostilidades dos nobres de Rostov. O Metropolita de Kiev, diante do qual havia sido caluniado, o provou com a suspensão do exercício de suas funções episcopais. Em 1274, Santo Inácio participou do Sínodo da Igreja da Rússia, em Vladimir. Uma citação tomada dos decretos deste Sínodo nos permitirá ter uma idéia das dificuldades impostas ao clero russo, contra as quais teve de lutar até muito recentemente: 
O povo pratica ainda os malditos costumes pagãos: celebram-se as festas pagãs com ritos diabólicos, com assobios e gritos. Os homens, embriagam-se, espancam-se com paus e roubam as vestes dos que morrem na luta. 
Santo Inácio adormeceu em Cristo no dia 28 de maio de 1288. Logo após a sua morte, começou a se espalhar entre o povo notícias dando conta dos mais fantásticos milagres. Dizia-se, por exemplo, que, quando o corpo do santo era conduzido para o sepultamento, o mesmo teria se levantado para abençoar os presentes. Até a época da Revolução Russa, as relíquias de Santo Inácio estavam guardadas na Igreja da Santa Dormição, em Rostov.





Tropárion
Tu desceste do alto dos Céus Ó Deus misericordioso,/ e aceitaste estar sepultado durante três dias,/ afim de nos libertares de nossas paixões.// Glória à Ti, Senhor, nossa vida e nossa Ressurreição!


Kondákion
Ressuscitando do túmulo, tu acordaste os mortos / e levantaste Adão, e Eva dançou de alegria na Tua Ressurreição,/ e os confins da terra mantiveram festas triunfais // na Tua Ressurreição dentre os mortos, ó Tu Que és misericordiosíssimo.

Romanos 4:13-25

13 Porque não foi pela lei que veio a Abraão, ou à sua descendência, a promessa de que havia de ser herdeiro do mundo, mas pela justiça da fé. 14 Pois, se os que são da lei são herdeiros, logo a fé é vã e a promessa é anulada. 15 Porque a lei opera a ira; mas onde não há lei também não há transgressão. 16 Porquanto procede da fé o ser herdeiro, para que seja segundo a graça, a fim de que a promessa seja firme a toda a descendência, não somente à que é da lei, mas também à que é da fé que teve Abraão, o qual é pai de todos nós. 17 (como está escrito: Por pai de muitas nações te constituí) perante aquele no qual creu, a saber, Deus, que vivifica os mortos, e chama as coisas que não são, como se já fossem. 18 O qual, em esperança, creu contra a esperança, para que se tornasse pai de muitas nações, conforme o que lhe fora dito: Assim será a tua descendência; 19 e sem se enfraquecer na fé, considerou o seu próprio corpo já amortecido (pois tinha quase cem anos), e o amortecimento do ventre de Sara; 20 contudo, à vista da promessa de Deus, não vacilou por incredulidade, antes foi fortalecido na fé, dando glória a Deus, 21 e estando certíssimo de que o que Deus tinha prometido, também era poderoso para o fazer. 22 Pelo que também isso lhe foi imputado como justiça. 23 Ora, não é só por causa dele que está escrito que lhe foi imputado; 24 mas também por causa de nós a quem há de ser imputado, a nós os que cremos naquele que dos mortos ressuscitou a Jesus nosso Senhor; 25 o qual foi entregue por causa das nossas transgressões, e ressuscitado para a nossa justificação.   

Mateus 7:21-23

21 Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. 22 Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitos milagres? 23 Então lhes direi claramente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade.  



MEDITACÃO



Busquemos a Deus, Único Bem Verdadeiro

Onde está o coração do homem está também o seu tesouro; pois Deus não costuma negar o bem aos que lhe pedem. Porque o Senhor é bom, e é bom sobretudo para os que nele esperam, unamo-nos a ele, permaneçamos com ele de toda a nossa alma, de todo o coração e de todas as forças, para vivermos na sua luz, vermos a sua glória e gozarmos da graça da felicidade eterna. Elevemos nossos corações para esse bem, permaneçamos e vivamos unidos a ele, que está acima de tudo quanto possamos pensar ou imaginar; e concede a paz e a tranquilidade perpétuas, uma paz que ultrapassa toda a nossa compreensão e sentimento.

É esse o bem que tudo penetra; todos vivemos nele e dele dependemos; nada lhe é superior, porque é divino. Só Deus é bom e, portanto, o que é bom é divino e o que é divino é bom; por isso se diz no salmo: Vós abris a mão e todos se fartam de bens (Sl 103,28). É, com efeito, da bondade de Deus que nos vêm todos os bens, sem nenhuma mistura de mal. Esses bens são os que a Escritura promete aos fiéis, dizendo: Comereis dos bens da terra (Is 1,19).

Nós morremos com Cristo e trazemos em nosso corpo a morte de Cristo, para que também a vida de Cristo se manifeste em nós. Portanto, já não é a nossa própria vida que vivemos, mas a vida de Cristo: vida de inocência, vida de castidade, vida de sinceridade e de todas as virtudes. Também ressuscitamos com Cristo; vivamos, pois, unidos a ele, subamos com ele, a fim de que a serpente não possa encontrar na terra o nosso calcanhar e feri-lo. Fujamos daqui. Podes fugir com o espírito, embora permaneças com o corpo; podes ficar aqui e estar ao mesmo tempo junto do Senhor, se teu coração estiver unido a ele, se teus pensamentos se fixarem nele, se percorreres seus caminhos, guiado pela fé e não pelas aparências, se te refugiares junto dele – que é nosso refúgio e nossa força, como disse Davi: Eu procuro meu refúgio em vós, Senhor, que eu não seja envergonhado para sempre (Sl 70,1).

Já que Deus é o nosso refúgio, e Deus está nos céus e no mais alto dos céus, é preciso fugir daqui para as alturas onde reina a paz, onde repousaremos de nossas fadigas, onde celebraremos o banquete do grande sábado, como disse Moisés: O repouso sabático da terra será para vós ocasião de festim (Lv 25,6). Descansar em Deus e contemplar as suas delícias é, na verdade, um banquete, cheio de alegria e felicidade. Fujamos, como os cervos, para as fontes das águas. Que a nossa alma sinta a mesma sede de Davi. Qual é esta fonte? Escuta o que ele diz: Em vós está a fonte da vida (Sl 35,10). Diga minha alma a esta fonte: Quando terei a alegria de ver a face de Deus? (Sl 41,3). Porque a fonte é o próprio Deus.


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