sábado, 15 de abril de 2017

Grande Sábado Santo

15 de Abril de 2017 (CC) / 02 de Abril (CE)
São Tito, o Taumaturgo (séc. IX)
Modo 1



Cristo dorme no sepulcro, desce aos infernos, onde lhe esperam os justos do Antigo Testamento, e lhes anuncia a salvação próxima e a ascensão com ele ao céu.

Na manhã deste Sábado a Santa Tradição nos recorda a recompensa da fidelidade. A crucifixão terminou, Cristo foi sepultado e os doze apóstolos e discípulos estão dispersos e derrotados. Porém, três portadoras de aromas aproximam-se por fidelidade para executar um derradeiro ato de amor – ungir o corpo de Jesus com Mirra, seguindo os costumes funerários judaicos. Sua devoção inabalável é recompensada – elas são as primeiras a compartilhar do triunfo de Cristo sobre a morte e o mal; são as primeiras a testemunhar sua Ressurreição. Celebramos essa alegria quando o sacerdote espalha folhas de louro e pétalas de rosa pela igreja.

Na madrugada de domingo são repetidas as lamentações da noite anterior e todas as luzes da igreja se apagam, simbolizando o desespero e a derrota sentidos às vésperas da vitória de Cristo sobre o inimigo de nossa salvação. Precisamente à meia-noite uma única chama é acesa no altar representando a vitória de Jesus sobre a morte e a derrota do príncipe das trevas ante a majestade de Cristo, a Luz do Mundo. Essa luz é passada de pessoa para pessoa, iluminando a igreja até afastar por completo a escuridão. A Ressurreição é proclamada por meio de canções e de uma procissão, e após a liturgia a chama é levada para as nossas casas, para que elas também se encham com a sua luz, calor e o triunfo da Ressurreição. 
São Tito, o Taumaturgo

Pouco se sabe sobre a vida de São Tito, exceto que, desde a sua juventude, ele mostrava-se muito zeloso pela vida monástica. Buscou sempre viver uma vida de ascese, tendo vivido durante século IX no Monastério Studion, próximo de Constantinopla. Por sua vida virtuosa, exercitado no jejum, na pureza de alma e nas boas disposições para com os demais, Tito conquistou o amor dos irmãos e, a seu pedido, foi ordenado sacerdote. Homem de fé fervorosa ele lutou em favor da veneração dos santos ícones durante a perseguição iconoclasta. Por sua vida virtuosa Deus lhe concedeu o dom de curas. O Santo adormeceu em Cristo já em sua velhice.


Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém! 
MATINAS

Ezequiel 37:1-14

1 Veio sobre mim a mão do Senhor; e ele me levou no Espírito do Senhor, e me pôs no meio do vale que estava cheio de ossos; 2 e me fez andar ao redor deles. E eis que eram muito numerosos sobre a face do vale; e eis que estavam sequíssimos 3 Ele me perguntou: Filho do homem, poderão viver estes ossos? Respondi: Senhor Deus, tu o sabes. 4 Então me disse: Profetiza sobre estes ossos, e dize-lhes: Ossos secos, ouvi a palavra do Senhor. 5 Assim diz o Senhor Deus a estes ossos: Eis que vou fazer entrar em vós o fôlego da vida, e vivereis. 6 E porei nervos sobre vós, e farei crescer carne sobre vós, e sobre vos estenderei pele, e porei em vós o fôlego da vida, e vivereis. Então sabereis que eu sou o Senhor. 7 Profetizei, pois, como se me deu ordem. Ora enquanto eu profetizava, houve um ruído; e eis que se fez um rebuliço, e os ossos se achegaram, osso ao seu osso. 8 E olhei, e eis que vieram nervos sobre eles, e cresceu a carne, e estendeu-se a pele sobre eles por cima; mas não havia neles fôlego. 9 Então ele me disse: Profetiza ao fôlego da vida, profetiza, ó filho do homem, e dize ao fôlego da vida: Assim diz o Senhor Deus: Vem dos quatro ventos, ó fôlego da vida, e assopra sobre estes mortos, para que vivam. 10 Profetizei, pois, como ele me ordenara; então o fôlego da vida entrou neles e viveram, e se puseram em pé, um exército grande em extremo. 11 Então me disse: Filho do homem, estes ossos são toda a casa de Israel. Eis que eles dizem: Os nossos ossos secaram-se, e pereceu a nossa esperança; estamos de todo cortados. 12 Portanto profetiza, e dize-lhes: Assim diz o Senhor Deus: Eis que eu vos abrirei as vossas sepulturas, sim, das vossas sepulturas vos farei sair, ó povo meu, e vos trarei à terra de Israel. 13 E quando eu vos abrir as sepulturas, e delas vos fizer sair, ó povo meu, sabereis que eu sou o Senhor. 14 E porei em vós o meu Espírito, e vivereis, e vos porei na vossa terra; e sabereis que eu, o Senhor, o falei e o cumpri, diz o Senhor.

1 Coríntios 5:6-8

6 Não é boa a vossa jactância. Não sabeis que um pouco de fermento leveda a massa toda? 7 Expurgai o fermento velho, para que sejais massa nova, assim como sois sem fermento. Porque Cristo, nossa páscoa, já foi sacrificado. 8 Pelo que celebremos a festa, não com o fermento velho, nem com o fermento da malícia e da corrupção, mas com os ázimos da sinceridade e da verdade.

Gálatas 3:13-14

13 Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro; 14 para que aos gentios viesse a bênção de Abraão em Jesus Cristo, a fim de que nós recebêssemos pela fé a promessa do Espírito.

Mateus 27:62-66

62 No dia seguinte, isto é, o dia depois da preparação, reuniram-se os principais sacerdotes e os fariseus perante Pilatos, 63 e disseram: Senhor, lembramo-nos de que aquele embusteiro, quando ainda vivo, afirmou: Depois de três dias ressurgirei. 64 Manda, pois, que o sepulcro seja guardado com segurança até o terceiro dia; para não suceder que, vindo os discípulos, o furtem e digam ao povo: Ressurgiu dos mortos; e assim o último embuste será pior do que o primeiro. 65 Disse-lhes Pilatos: Tendes uma guarda; ide, tornai-o seguro, como entendeis. 66 Foram, pois, e tornaram seguro o sepulcro, selando a pedra, e deixando ali a guarda.


† † †


VÉSPERAS

Gênesis 1:1-13
É o relato dos três primeiros dias, isto é, a criação do universo. Assim é evidenciada a implicação cósmica da Ressurreição que, segundo os Padres, foi uma verdadeira recriação. 
"Toda a vida do universo, toda a vida da humanidade já é diferente desde a vinda do Cristo, esta constitui uma nova Criação. . . se nós não o vemos com nossos olhos terrestres, isto provém da limitação das nossas faculdades" 
(N. Berdiaeff, Esprit et Liberté, Paris, 1932, p. 195).
1 No princípio, Deus fez o céu e a terra. 2 A terra, porém, não era visível e estava vazia; havia trevas sobre o abismo, e o Espírito de Deus era movido sobre as águas. 3 Disse Deus: "Haja luz." E houve luz.4 Deus viu que a luz era boa, e então Deus fez separação entre a luz e as trevas. 5 Chamou Deus a luz Dia, e as trevas chamou Noite. Houve tarde e houve manhã. Um dia.6 Disse Deus: "Haja firmamento no meio das águas, e que sirva como uma divisão entre águas e águas." E assim foi. 7 Deus fez o firmamento, e fez separação entre as águas que estavam debaixo do firmamento e as águas que estavam acima do firmamento. 8 Chamou Deus ao firmamento Céus; e viu Deus que era bom. Houve tarde e houve manhã. O segundo dia. 9 Disse Deus: "A água que está debaixo do céu seja recolhida em um só ajuntamento, e a terra seca apareça." E assim foi. A água que estava sob o céu foi recolhida em seus ajuntamentos e a terra seca apareceu. 10 Chamou Deus ao elemento seco Terra; e ao ajuntamento das águas chamou Mares; e Deus viu que isso era bom. 11 Disse Deus: "Produza a terra a erva de grama carregando semente de acordo com a sua espécie e de acordo com a sua semelhança, e árvores de fruto produzindo fruto cuja semente está nele conforme a sua espécie sobre a terra." E assim foi. 12 A terra produziu a erva de grama produzindo sementes de acordo com a sua espécie e de acordo com a sua semelhança, e as árvores de fruto produzindo fruto cuja semente está nele conforme a sua espécie sobre a terra; e Deus viu que isso era bom. 13 Houve tarde e houve manhã. O terceiro dia.

Isaías 60:1-16

1 Levanta-te, resplandece, porque é chegada a tua luz, e é nascida sobre ti a glória do Senhor. 2 Pois eis que as trevas cobrirão a terra, e a escuridão os povos; mas sobre ti o Senhor virá surgindo, e a sua glória se verá sobre ti. 3 E nações caminharão para a tua luz, e reis para o resplendor da tua aurora. 4 Levanta em redor os teus olhos, e vê; todos estes se ajuntam, e vêm ter contigo; teus filhos vêm de longe, e tuas filhas se criarão a teu lado. 5 Então o verás, e estarás radiante, e o teu coração estremecerá e se alegrará; porque a abundância do mar se tornará a ti, e as riquezas das nações a ti virão. 6 A multidão de camelos te cobrirá, os dromedários de Midiã e Efá; todos os de Sabá, virão; trarão ouro e incenso, e publicarão os louvores do Senhor. 7 Todos os rebanhos de Quedar se congregarão em ti, os carneiros de Nebaoite te servirão; com aceitação subirão ao meu altar, e eu glorificarei a casa da minha glória. 8 Quem são estes que vêm voando como nuvens e como pombas para as suas janelas? 9 Certamente as ilhas me aguardarão, e vêm primeiro os navios de Társis, para trazerem teus filhos de longe, e com eles a sua prata e o seu ouro, para o nome do Senhor teu Deus, e para o Santo de Israel, porquanto ele te glorificou. 10 E estrangeiros edificarão os teus muros, e os seus reis te servirão; porque na minha ira te feri, mas na minha benignidade tive misericórdia de ti. 11 As tuas portas estarão abertas de contínuo; nem de dia nem de noite se fecharão; para que te sejam trazidas as riquezas das nações, e conduzidos com elas os seus reis. 12 Porque a nação e o reino que não te servirem perecerão; sim, essas nações serão de todo assoladas. 13 A glória do Líbano virá a ti; a faia, o olmeiro, e o buxo conjuntamente, para ornarem o lugar do meu santuário; e farei glorioso o lugar em que assentam os meus pés. 14 Também virão a ti, inclinando-se, os filhos dos que te oprimiram; e prostrar-se-ão junto às plantas dos teus pés todos os que te desprezaram; e chamar-te-ão a cidade do Senhor, a Sião do Santo de Israel. 15 Ao invés de seres abandonada e odiada como eras, de sorte que ninguém por ti passava, far-te-ei uma excelência perpétua, uma alegria de geração em geração. 16 E mamarás o leite das nações, e te alimentarás ao peito dos reis; assim saberás que eu sou o Senhor, o teu Salvador, e o teu Redentor, o Poderoso de Jacó.

Êxodo 12:1-11
O emprego "tipológico" do Êxodo aparece no Antigo Testamento mesmo, onde os Profetas anunciam um Êxodo escatológico. Além do mais, ele constitui uma das estruturas do Novo Testamento, depois, do pensamento patrístico. São Mateus multiplica as alusões ao Êxodo. Mais precisamente, o Evangelho de João, que é uma espécie de catequese pascal, quer mostrar aos batizados que os mistérios recebidos na noite de Páscoa atualizam os prodígios do Êxodo definitivo. O Cristo é o cordeiro pascal cujo sangue apaga os pecados do mundo (João l:29) e os soldados, depois da crucifixão, não lhe quebraram as pernas como se cumprissem sem saber a prescrição ritual concernente ao cordeiro pascal (João 19:36). Pedro evoca nossa liberação "por um sangue precioso, aquele do cordeiro sem defeito e sem mácula, o Cristo, que foi designado desde antes da criação do mundo... " (I Pd. 1:19-20), o que evoca "o Cordeiro de Deus imolado antes da fundação do mundo" de que nos fala o Apocalipse (5:12). Pois a própria Criação implica como que uma "retração" e um risco de Deus, ela está à sombra da Cruz e a Páscoa é o centro onde se recapitula e se cumpre toda a história.
1 E o Senhor falou a Moisés e Arão, na terra do Egito, dizendo: 2 "Este mês será para vós o princípio dos meses: é o primeiro para vós entre os meses do ano. 3 Falai a toda a congregação dos filhos de Israel, dizendo: "Aos dez deste mês tome cada homem um cordeiro, de acordo com as casas das suas famílias; cada homem um cordeiro para sua casa. 4 E se forem poucos em uma casa, de modo que não haja pessoas o suficiente para um cordeiro, tomará com ele o seu vizinho, que mora próximo. Quanto ao número de almas, cada um, segundo o que for suficiente, deverá fazer a conta para o cordeiro. 5 Deverá ser um cordeiro sem defeito, macho, de um ano de idade; haveis de tomá-lo dos cordeiros e das crias. 6 E ele deverá ser mantido convosco até o décimo quarto dia deste mês; e então, toda a multidão da congregação dos filhos de Israel o imolará, ao entardecer. 7 Tomarão do sangue e pô-lo-ão sobre as duas ombreiras e na verga da porta nas casas em que estiver seja quem for que deva comê-lo. 8 Comerão a carne assada com o fogo, nesta noite; e comerão pão sem fermento, com ervas amargas. 9 Vós não comereis dele cru nem cozido em água, mas apenas assado no fogo; a cabeça com os pés e a fressura. 10 Nada deverá ser deixado dele até a manhã, e nem um osso dele quebrareis; mas, o que restar até pela manhã queimareis com o fogo.

Jonas 1:1-4:11
É a representação - explicitada também na vigília atual - da morte, da descida aos infernos e da Ressurreição do Cristo: 
"Ó Cristo... ao terceiro dia, como Jonas na baleia, Tu te levantaste do túmulo."  
Para os Padres e, primeiro, para Santo Irineu, o "monstro" que engole Jonas simboliza nossa condição decaída, infernal. Além do que, o próprio Jesus, recusando-se a convencer os Fariseus com um milagre, exclamou: 
"Geração perversa e adúltera! Ela reclama um sinal e, como sinal, só lhe será dado aquele do profeta Jonas. Com efeito, do mesmo modo que Jonas ficou no ventre do monstro marinho durante três dias e três noites, de igual modo o Filho do Homem ficará sob a terra durante três dias e três noites. .." (Mat. 12:39-40).
1 Ora veio a palavra do Senhor a Jonas, filho de Amitai, dizendo: 2 Levanta-te, vai à grande cidade de Nínive, e clama contra ela, porque a sua malícia subiu até mim. 3 Jonas, porém, levantou-se para fugir da presença do Senhor para Társis. E, descendo a Jope, achou um navio que ia para Társis; pagou, pois, a sua passagem, e desceu para dentro dele, para ir com eles para Társis, da presença do Senhor. 4 Mas o Senhor lançou sobre o mar um grande vento, e fez-se no mar uma grande tempestade, de modo que o navio estava a ponto de se despedaçar. 5 Então os marinheiros tiveram medo, e clamavam cada um ao seu deus, e alijaram ao mar a carga que estava no navio, para o aliviarem; Jonas, porém, descera ao porão do navio; e, tendo-se deitado, dormia um profundo sono. 6 O mestre do navio, pois, chegou-se a ele, e disse-lhe: Que estás fazendo, ó tu que dormes? Levanta-te, clama ao teu deus; talvez assim ele se lembre de nós, para que não pereçamos. 7 E dizia cada um ao seu companheiro: Vinde, e lancemos sortes, para sabermos por causa de quem nos sobreveio este mal. E lançaram sortes, e a sorte caiu sobre Jonas. 8 Então lhe disseram: Declara-nos tu agora, por causa de quem nos sobreveio este mal. Que ocupação é a tua? Donde vens? Qual é a tua terra? E de que povo és tu? 9 Respondeu-lhes ele: Eu sou hebreu, e temo ao Senhor, o Deus do céu, que fez o mar e a terra seca. 10 Então estes homens se encheram de grande temor, e lhe disseram: Que é isso que fizeste? pois sabiam os homens que fugia da presença do Senhor, porque ele lho tinha declarado. 11 Ainda lhe perguntaram: Que te faremos nós, para que o mar se nos acalme? Pois o mar se ia tornando cada vez mais tempestuoso. 12 Respondeu-lhes ele: Levantai-me, e lançai-me ao mar, e o mar se vos aquietará; porque eu sei que por minha causa vos sobreveio esta grande tempestade. 13 Entretanto os homens se esforçavam com os remos para tornar a alcançar a terra; mas não podiam, porquanto o mar se ia embravecendo cada vez mais contra eles. 14 Por isso clamaram ao Senhor, e disseram: Nós te rogamos, ó Senhor, que não pereçamos por causa da vida deste homem, e que não ponhas sobre nós o sangue inocente; porque tu, Senhor, fizeste como te aprouve. 15 Então levantaram a Jonas, e o lançaram ao mar; e cessou o mar da sua fúria. 16 Temeram, pois, os homens ao Senhor com grande temor; e ofereceram sacrifícios ao Senhor, e fizeram votos. 17 Então o Senhor deparou um grande peixe, para que tragasse a Jonas; e esteve Jonas três dias e três noites nas entranhas do peixe. 1 E orou Jonas ao Senhor, seu Deus, lá das entranhas do peixe; 2 e disse: Na minha angústia clamei ao senhor, e ele me respondeu; do ventre do Seol gritei, e tu ouviste a minha voz. 3 Pois me lançaste no profundo, no coração dos mares, e a corrente das águas me cercou; todas as tuas ondas e as tuas vagas passaram por cima de mim. 4 E eu disse: Lançado estou de diante dos teus olhos; como tornarei a olhar para o teu santo templo? 5 As águas me cercaram até a alma, o abismo me rodeou, e as algas se enrolaram na minha cabeça. 6 Eu desci até os fundamentos dos montes; a terra encerrou-me para sempre com os seus ferrolhos; mas tu, Senhor meu Deus, fizeste subir da cova a minha vida. 7 Quando dentro de mim desfalecia a minha alma, eu me lembrei do Senhor; e entrou a ti a minha oração, no teu santo templo. 8 Os que se apegam aos vãos ídolos afastam de si a misericórdia. 9 Mas eu te oferecerei sacrifício com a voz de ação de graças; o que votei pagarei. Ao Senhor pertence a salvação. 10 Falou, pois, o Senhor ao peixe, e o peixe vomitou a Jonas na terra. 1 Pela segunda vez veio a palavra do Senhor a Jonas, dizendo: 2 Levanta-te, e vai à grande cidade de Nínive, e lhe proclama a mensagem que eu te ordeno. 3 Levantou-se, pois, Jonas, e foi a Nínive, segundo a palavra do Senhor. Ora, Nínive era uma grande cidade, de três dias de jornada. 4 E começou Jonas a entrar pela cidade, fazendo a jornada dum dia, e clamava, dizendo: Ainda quarenta dias, e Nínive será subvertida. 5 E os homens de Nínive creram em Deus; e proclamaram um jejum, e vestiram-se de saco, desde o maior deles até o menor. 6 A notícia chegou também ao rei de Nínive; e ele se levantou do seu trono e, despindo-se do seu manto e cobrindo-se de saco, sentou-se sobre cinzas. 7 E fez uma proclamação, e a publicou em Nínive, por decreto do rei e dos seus nobres, dizendo: Não provem coisa alguma nem homens, nem animais, nem bois, nem ovelhas; não comam, nem bebam água; 8 mas sejam cobertos de saco, tanto os homens como os animais, e clamem fortemente a Deus; e convertam-se, cada um do seu mau caminho, e da violência que há nas suas mãos. 9 Quem sabe se se voltará Deus, e se arrependerá, e se apartará do furor da sua ira, de sorte que não pereçamos? 10 Viu Deus o que fizeram, como se converteram do seu mau caminho, e Deus se arrependeu do mal que tinha dito lhes faria, e não o fez. 1 Mas isso desagradou extremamente a Jonas, e ele ficou irado. 2 E orou ao Senhor, e disse: Ah! Senhor! não foi isso o que eu disse, estando ainda na minha terra? Por isso é que me apressei a fugir para Társis, pois eu sabia que és Deus compassivo e misericordioso, longânimo e grande em benignidade, e que te arrependes do mal. 3 Agora, ó Senhor, tira-me a vida, pois melhor me é morrer do que viver. 4 Respondeu o senhor: É razoável essa tua ira? 5 Então Jonas saiu da cidade, e sentou-se ao oriente dela; e ali fez para si uma barraca, e se sentou debaixo dela, à sombra, até ver o que aconteceria à cidade. 6 E fez o Senhor Deus nascer uma aboboreira, e fê-la crescer por cima de Jonas, para que lhe fizesse sombra sobre a cabeça, a fim de o livrar do seu enfado; de modo que Jonas se alegrou em extremo por causa da aboboreira. 7 Mas Deus enviou um bicho, no dia seguinte ao subir da alva, o qual feriu a aboboreira, de sorte que esta se secou. 8 E aconteceu que, aparecendo o sol, Deus mandou um vento calmoso oriental; e o sol bateu na cabeça de Jonas, de maneira que ele desmaiou, e desejou com toda a sua alma morrer, dizendo: Melhor me é morrer do que viver. 9 Então perguntou Deus a Jonas: É razoável essa tua ira por causa da aboboreira? Respondeu ele: É justo que eu me enfade a ponto de desejar a morte. 10 Disse, pois, o Senhor: Tens compaixão da aboboreira, na qual não trabalhaste, nem a fizeste crescer; que numa noite nasceu, e numa noite pereceu. 11 E não hei de eu ter compaixão da grande cidade de Nínive em que há mais de cento e vinte mil pessoas que não sabem discernir entre a sua mão direita e a esquerda, e também muito gado?

Josué 5:10-15
A tipologia de Josué, enunciada pela Epístola aos Hebreus (4:8-9), se desenvolve através de todo período patrístico. A passagem lida aqui, mostra Josué celebrando pela primeira vez a Páscoa na terra prometida onde ele acaba de introduzir os hebreus. Depois é a Teofania "do chefe dos exércitos do Senhor" que aparece a Josué e lhe revela: "O lugar onde tu pisas é santo." Josué é Jesus (o nome é o mesmo). A terra prometida é o Reino, ou antes, a terra transfigurada, o paraíso. A Páscoa é a Eucaristia. A Teofania, a figura da Ressurreição, presença secreta da Parusia. É assim que os Padres liam a Bíblia, no mistério do Nome de IHVH - que significa "Deus salva."
10 Estando, pois, os filhos de Israel acampados em Gilgal, celebraram a páscoa no dia catorze do mês, à tarde, nas planícies de Jericó. 11 E, ao outro dia depois da páscoa, nesse mesmo dia, comeram, do produto da terra, pães ázimos e espigas tostadas. 12 E no dia depois de terem comido do produto da terra, cessou o maná, e os filhos de Israel não o tiveram mais; porém nesse ano comeram dos produtos da terra de Canaã. 13 Ora, estando Josué perto de Jericó, levantou os olhos, e olhou; e eis que estava em pé diante dele um homem que tinha na mão uma espada nua. Chegou-se Josué a ele, e perguntou-lhe: És tu por nós, ou pelos nossos adversários? 14 Respondeu ele: Não; mas venho agora como príncipe do exército do Senhor. Então Josué, prostrando-se com o rosto em terra, o adorou e perguntou-lhe: Que diz meu Senhor ao seu servo? 15 Então respondeu o príncipe do exército do Senhor a Josué: Tira os sapatos dos pés, porque o lugar em que estás é santo. E Josué assim fez:

Êxodo 13:20-15:19
Nós encontramos aqui a tipologia do Êxodo, com a travessia do Mar Vermelho. No simbolismo patrístico, essa travessia representa a passagem vitoriosa do Deus-Homem e de seu povo através das águas da morte e a derrota das forças da servidão simbolizadas pelos Egípcios. Também por aí, como já o assinala a Primeira Epístola aos Coríntios (10:1-13), a travessia do Mar Vermelho é uma representação do batismo que nos faz participar na Morte e na Ressurreição do Cristo. Essas duas leituras, com efeito, constituem a preparação última dos catecúmenos que, no Oriente e em todo mundo cristão, recebiam o batismo na vigília pascal. 
No final dessa leitura ecoa, cantado pelo Coro, o cântico entoado por Moisés e todas as crianças de Israel depois da travessia do Mar Vermelho. Esse cântico passa um tom de júbilo escatológico, captado muito bem pelo Apocalipse, que profetiza a história do novo Israel por meio de imagens e episódios emprestados à história do antigo Israel. 
"E eu vi também como que um mar de vidro mesclado de fogo e aqueles que triunfaram da besta, de sua imagem e do número de seu nome, em pé junto a este mar de vidro. Acompanhando-se de harpas de Deus, eles cantam o cântico de Moisés, o servo de Deus, e o cântico do Cordeiro" (Apo. 15:-8).
20 Os filhos de Israel partiram de Sucote e acamparam-se em Edom, no deserto. 21 E Deus os conduziu durante o dia por um pilar de nuvem, para lhes mostrar o caminho; e, durante a noite,  por uma coluna de fogo. 22 E a coluna de nuvem não faltou por um só dia, nem a coluna de fogo à noite, diante de todas as pessoas. 1 Falou o Senhor a Moisés, dizendo: 2 "Fala aos filhos de Israel; e que eles se voltem e acampem diante da aldeia, entre Migdol e o mar, em frente à Baal Zefon; diante delas tu deverás acampar, à beira-mar. 3 E Faraó irá dizer a seu povo: "Quanto aos filhos de Israel, eles estão vagando na terra, pois o deserto encerrou-os em si." 4 Eu endurecerei o coração de Faraó e ele irá persegui-los, e serei glorificado em Faraó e em todo o seu exército; e todos os egípcios saberão que Eu sou o Senhor." E eles assim fizeram. 5 Então foi relatado ao rei do Egito que o povo tinha saido, e o coração de Faraó e os dos seus servos foi mudado contra o povo, e eles disseram: "Que é isto que temos feito, deixando os filhos de Israel partir, de modo que eles não mais irão nos servir?" 6 Assim, Faraó atrelou os seus carros, e conduziu para fora todo o seu povo consigo, 7 havendo também tomado seiscentos carros escolhidos e toda a cavalaria dos egípcios, e colocado comandantes sobre todos. 8 O Senhor endureceu o coração de Faraó, rei do Egito, e o de seus servos, para que perseguissem os filhos de Israel; e os filhos de Israel saíram, com mão poderosa. 9 Os egípcios perseguiram-nos e encontraram-nos acampados junto ao mar; e toda a cavalaria e os carros de Faraó, e os cavaleiros e seu exército, estavam diante da aldeia, defronte Baal Zefon. 10 Faraó aproximou-se; então os filhos de Israel, tendo olhado para cima, viram que os egípcios estavam acampados por trás deles, e ficaram muito atemorizados. E os filhos de Israel clamaram ao Senhor, 11 e disseram a Moisés: "É porque não havia túmulos no Egito que nos tiraste, para nos matar no deserto? O que é isso que fizeste para nós, tendo nos tirado do Egito? 12 Não é esta a palavra que te falamos no Egito, dizendo: "Deixa-nos, para que sirvamos aos egípcios?" Pois é melhor para nós servir aos egípcios do que morrer neste deserto." 13 Mas Moisés disse ao povo: "Tende bom ânimo. Levantai-vos, e vede a salvação que vem do Senhor, a qual ele irá operar para nós neste dia; pois assim como vistes os egípcios hoje, outra vez não os vereis mais, para sempre. 14 O Senhor pelejará por vós e ficareis em paz." 15 E o Senhor disse a Moisés: "Por que clamas a mim? Fala com os filhos de Israel e ordena-os a prosseguirem. 16 E tu, levanta a tua vara e estende a tua mão sobre o mar para dividi-lo; e que os filhos de Israel entrem no meio do mar, sobre a terra seca. 17 E, eis! Irei endurecer o coração de Faraó e de todos os egípcios e estes entrarão atrás deles; e Eu serei glorificado em Faraó e em todo o seu exército, e sobre os seus carros e seus cavalos. 18 Os egípcios saberão que Eu sou o Senhor, quando eu for glorificado em Faraó e sobre os seus carros e seus cavalos." 19 E o anjo de Deus, que fora adiante do acampamento dos filhos de Israel, retirou-se e foi para trás; e a coluna de nuvem também se retirou de diante deles, e se pôs por trás deles. 20 Postou-se entre o acampamento dos egípcios e o acampamento de Israel, parando; houve trevas e negritude e, durante a noite, atravessaram. E eles não se aproximaram um do outro, durante toda a noite. 21 Moisés estendeu a sua mão sobre o mar, e o Senhor levou de volta o mar com um forte vento sul, por toda a noite, fazendo o mar secar; e a água foi dividida. 22 Os filhos de Israel entraram pelo meio do mar, sobre a terra seca, e as águas formavam uma muralha do lado direito e uma muralha do lado esquerdo. 23 Então os egípcios os perseguiram e entraram atrás deles, e todos os cavalos de Faraó, e os seus carros e seus cavaleiros, no meio do mar. 24 E sucedeu que, na vigília da manhã, o Senhor olhou para o acampamento dos Egípcios através da coluna de fogo e nuvem, e alvoroçou o acampamento dos egípcios, 25 trancando o eixo de seus carros, e os fez andar com dificuldade; e os egípcios disseram: "Fujamos da face de Israel, porque o Senhor luta por eles contra os egípcios." 26 Então o Senhor disse a Moisés: "Estende a tua mão sobre o mar, e que a água retorne para seu lugar e que ela cubra os egípcios, vindo tanto sobre os carros como sobre os cavaleiros." 27 Moisés estendeu a sua mão sobre o mar e a água voltou ao seu lugar, na direção do dia; e os egípcios fugiram das águas. Mas o Senhor derrubou os egípcios no meio do mar. 28 As águas voltaram e cobriram os carros e os cavaleiros, e todas as hostes do Faraó que entraram depois deles no mar; e não foi deixado dentre eles nem um sequer. 29 Mas os filhos de Israel passaram ao longo de terra seca no meio do mar; e a água era para eles uma muralha do lado direito, e uma muralha do lado esquerdo. 30 Então o Senhor libertou Israel, naquele dia, da mão dos Egípcios; e Israel viu os egípcios mortos na praia do mar. 31 Israel viu a mão poderosa, as coisas que o Senhor fez para os egípcios, e o povo temeu ao Senhor; e eles creram em Deus e em Moisés, seu servo. 1 Então Moisés e os filhos de Israel cantaram este cântico a Deus; e começaram, dizendo: "Cantemos ao Senhor, porque Ele é grandemente glorificado; cavalo e cavaleiro Ele lançou no mar. 2 Ele foi para mim um que socorre, e protetor para a salvação; este é o meu Deus, e irei glorificá-lo; é o Deus de meu pai, e o exaltarei. 3 O Senhor, que torna as guerras em nada; O Senhor é o seu nome. 4 Ele lançou os carros de Faraó e seu exército no mar, os capitães escolhidos, montados; foram engolidos pelo Mar Vermelho. 5 Ele os cobriu com o mar; foram-se ao fundo como uma pedra. 6 A tua destra, ó Deus, tem sido glorificada em força; a tua destra, ó Deus, quebrou os inimigos. 7 Na abundância da tua glória quebraste os adversários em pedaços; enviaste o teu furor, que os devorou como palha. 8 Pelo sopro de tua ira as águas se separaram; as águas ficaram congeladas como uma muralha; as ondas foram congeladas no meio do mar. 9 O inimigo dizia: "Perseguirei, alcançarei, repartirei os despojos, irei satisfazer a minha alma; destruirei com a minha espada, minha mão terá domínio." 10 Enviaste o teu vento, o mar os encobriu; afundaram-se como chumbo na água poderosa. 11 Quem é como Tu entre os deuses, Senhor? Quem é semelhante a ti? Glorificado em santidade, maravilhoso em glórias, operando maravilhas. 12 Estendeste a tua mão direita e a terra os tragou. 13 Tens guiado, em Tua justiça, este Teu povo que resgataste; pelo Teu poder os tens chamado para o teu santo lugar de descanso. 14 As nações ouviram e ficaram iradas; dores se apossaram dos moradores, entre os Filisteus. 15 Então os príncipes de Edom e os chefes dos Moabitas se apressaram, tremor apoderou-se deles; todos os habitantes de Canaã derreteram-se. 16 Que tremor e medo caiam sobre eles, pela grandeza do Teu braço! que tornem-se como pedra, até que o teu povo passe, ó Senhor; até que este teu povo passe, a quem tu compraste. 17 Introduzindo-os, planta-os na montanha da sua herança, em tua habitação preparada, a qual Tu, ó Senhor, tens preparado. O santuário, oh Senhor, que tuas mãos prepararam. 18 O Senhor reina para sempre e sempre e sempre." 19 Porque os cavalos de Faraó entraram com as carruagens e cavaleiros no mar, e o Senhor trouxe sobre eles a água do mar; mas os filhos de Israel atravessaram pela terra seca, no meio do mar.

Sofonias 3:8-15

8 Portanto esperai-me a mim, diz o Senhor, no dia em que eu me levantar para o despojo; porque o meu intento é ajuntar nações e congregar reinos, para sobre eles derramar a minha indignação, e todo o ardor da minha ira; pois esta terra toda será consumida pelo fogo do meu zelo. 9 Pois então darei lábios puros aos povos, para que todos invoquem o nome do Senhor, e o sirvam com o mesmo espírito. 10 Dalém dos rios da Etiópia os meus adoradores, a saber, a filha dos meus dispersos, trarão a minha oferta. 11 Naquele dia não te envergonharás de nenhuma das tuas obras, com que te rebelaste contra mim; porque então tirarei do meio de ti, os que exultam arrogantemente, e tu nunca mais te ensoberbeceras no meu santo monte. 12 Mas deixarei no meio de ti um povo humilde e pobre; e eles confiarão no nome do Senhor. 13 O remanescente de Israel não cometerá iniquidade, nem proferirá mentira, e na sua boca não se achará língua enganosa; pois serão apascentados, e se deitarão, e não haverá quem os espante. 14 Canta alegremente, ó filha de Sião; rejubila, ó Israel; regozija-te, e exulta de todo o coração, ó filha de Jerusalém. 15 O Senhor afastou os juízos que havia contra ti, lançou fora o teu inimigo; o Rei de Israel, o Senhor, está no meio de ti; não temerás daqui em diante mal algum.

1 Reis 17:8-24

8 Veio-lhe então a palavra do Senhor, dizendo: 9 Levanta-te, vai para Sarepta, que pertence a Sidom, e habita ali; eis que eu ordenei a uma mulher viúva ali que te sustente. 10 Levantou-se, pois, e foi para Sarepta. Chegando ele à porta da cidade, eis que estava ali uma mulher viúva apanhando lenha; ele a chamou e lhe disse: Traze-me, peço-te, num vaso um pouco d`água, para eu beber. 11 Quando ela ia buscá-la, ele a chamou e lhe disse: Traze-me também um bocado de pão contigo. 12 Ela, porém, respondeu: Vive o Senhor teu Deus, que não tenho nem um bolo, senão somente um punhado de farinha na vasilha, e um pouco de azeite na botija; e eis que estou apanhando uns dois gravetos, para ir prepará-lo para mim e para meu filho, a fim de que o comamos, e morramos. 13 Ao que lhe disse Elias: Não temas; vai, faze como disseste; porém, faze disso primeiro para mim um bolo pequeno, e traze-mo aqui; depois o farás para ti e para teu filho. 14 Pois assim diz o Senhor Deus de Israel: A farinha da vasilha não se acabará, e o azeite da botija não faltará, até o dia em que o Senhor dê chuva sobre a terra. 15 Ela foi e fez conforme a palavra de Elias; e assim comeram, ele, e ela e a sua casa, durante muitos dias. 16 Da vasilha a farinha não se acabou, e da botija o azeite não faltou, conforme a palavra do Senhor, que ele falara por intermédio de Elias. 17 Depois destas coisas aconteceu adoecer o filho desta mulher, dona da casa; e a sua doença se agravou tanto, que nele não ficou mais fôlego. 18 Então disse ela a Elias: Que tenho eu contigo, ó homem de Deus? Vieste tu a mim para trazeres à memória a minha iniquidade, e matares meu filho? 19 Respondeu-lhe ele: Dá-me o teu filho. E ele o tomou do seu regaço, e o levou para cima, ao quarto onde ele mesmo habitava, e o deitou em sua cama. 20 E, clamando ao Senhor, disse: ç Senhor meu Deus, até sobre esta viúva, que me hospeda, trouxeste o mal, matando-lhe o filho? 21 Então se estendeu sobre o menino três vezes, e clamou ao Senhor, dizendo: ç Senhor meu Deus, faze que a vida deste menino torne a entrar nele. 22 O Senhor ouviu a voz de Elias, e a vida do menino tornou a entrar nele, e ele reviveu. 23 E Elias tomou o menino, trouxe-o do quarto à casa, e o entregou a sua mãe; e disse Elias: Vês aí, teu filho vive: 24 Então a mulher disse a Elias: Agora sei que tu és homem de Deus, e que a palavra do Senhor na tua boca é verdade.  

Isaías 61:10-62:5

10 Regozijar-me-ei muito no Senhor, a minha alma se alegrará no meu Deus, porque me vestiu de vestes de salvação, cobriu-me com o manto de justiça, como noivo que se adorna com uma grinalda, e como noiva que se enfeita com as suas jóias. 11 Porque, como a terra produz os seus renovos, e como o horto faz brotar o que nele se semeia, assim o Senhor Deus fará brotar a justiça e o louvor perante todas as nações. 1 Por amor de Sião não me calarei, e por amor de Jerusalém não descansarei, até que saia a sua justiça como um resplendor, e a sua salvação como uma tocha acesa. 2 E as nações verão a tua justiça, e todos os reis a tua glória; e chamar-te-ão por um nome novo, que a boca do Senhor designará. 3 Também serás uma coroa de adorno na mão do Senhor, e um diadema real na mão do teu Deus. 4 Nunca mais te chamarão: Desamparada, nem a tua terra se denominará Desolada; mas chamar-te-ão Hefzibá, e à tua terra Beulá; porque o Senhor se agrada de ti; e a tua terra se casará. 5 Pois como o mancebo se casa com a donzela, assim teus filhos se casarão contigo; e, como o noivo se alegra da noiva, assim se alegrará de ti o teu Deus  

Gênesis 22:1-18
Relato do sacrifício de Isaac, cujo sentido figurado é dado pela Epístola aos Hebreus (11:17-19): 
"É pela fé que Abraão, colocado à prova, ofereceu Isaac em sacrifício. Assim, aquele que recebeu as promessas e a quem foi dito: É de Isaac que nasce tua posteridade, ofereceu este filho único, considerando Deus poderoso o bastante para ressuscitar os mortos; também recobrou-o, figuradamente." 
O sacrifício que Abraão consuma e que abole as promessas, profetiza a Paixão do Cristo; e a criança recuperada representa a Ressurreição. A Epístola aos hebreus doura a tragédia atribuindo a Abraão uma esperança que o Gênesis não menciona. A tipologia é, aí, facilitada. Mas é válido se reportar ao próprio relato, tal como o faz ressoar esta leitura. Abraão diz a Isaac que lhe interroga enquanto eles sobem ao Moriá: "Deus proverá o cordeiro para o holocausto, meu filho." E quando Deus, no último instante, substitui a vítima humana por um carneiro, compreende-se que ele prepara o Cordeiro divino, o Cristo, cada vez que o homem avança na confiança e na obediência, acima de toda lógica. Como não daria Ele Seu próprio Filho, uma vez que o homem estava pronto a Lhe dar o seu? Para os Padres, o carneiro é o "tipo" do Cristo crucificado. O arbusto no qual se engancham os chifres do carneiro evoca a coroa de espinhos e, para Clemente de Alexandria, trata-se da sarça ardente. Se nós nos lembrarmos que, para São Cirilo de Jerusalém (PG 33, 796A), Jesus coroado dessa forma assume os espinhos em que se exprime a "maldição" da terra (Gên. 3:18), é todo o destino do cosmos que se encontra sugerido, transfigurado através mesmo da sua mais dolorosa exterioridade e toda a dor dos homens.
1 E aconteceu, depois destas coisas, que Deus postou  Abraão à prova, dizendo-lhe: "Abraão, Abraão;" e ele respondeu: "Eis! Eu estou aqui." 2 E Ele disse: "Toma o teu filho amado, a quem tens amado, Isaque, e vai para a terra montanhosa, e oferece-o ali como uma oferta de holocausto sobre um dos montes que Eu te mostrarei." 3 Abraão se levantou pela manhã e albardou o seu jumento, tomou consigo dois servos e Isaque, seu filho; e tendo cortado madeira para uma oferta de holocausto, levantou-se e partiu, e veio até o lugar do qual Deus lhe falara, 4 chegando ali ao terceiro dia. Abraão ergueu os olhos e avistou o lugar, de longe. 5 Então Abraão disse aos seus servos: "Assentai-vos aqui com o jumento, e eu e o moço prosseguiremos até lá e, tendo adorado, retornaremos para vós." 6 Abraão tomou a lenha da oferta de holocausto e a pôs sobre Isaque, seu filho, e tomou em suas mãos tanto o fogo como a faca; e os dois foram, juntos. 7 Isaque disse ao seu pai, Abraão: "Pai!" E ele respondeu: "Que é, filho?" Ele disse: "Eis o fogo e a lenha; onde está a ovelha para uma oferta de holocausto?" 8 Abraão respondeu: "Deus proverá para si um cordeiro para a oferta de holocausto, meu filho." E havendo ido juntos, 9 chegaram ao lugar do qual Deus falara com ele. Ali Abraão construiu o altar e pôs a lenha sobre ele e, depois de ter atado juntos os pés de seu filho Isaque, deitou-o sobre o altar em cima da madeira. 10 Abraão estendeu a mão a fim de pegar a faca para matar seu filho. 11 Mas um anjo do Senhor o chamou do céu, dizendo: "Abraão, Abraão." Ele respondeu: "Eis que estou aqui." 12 E ele disse: "Não estendas a mão sobre a criança nem faças nada a ele, pois agora sei que temes a Deus e, por minha causa, tu não poupaste teu filho amado." 13 Então Abraão levantou os olhos fixando-os e, eis! um carneiro estava preso pelos chifres em uma planta de Sabek; Abraão tomou o carneiro e ofereceu-o como uma oferta de holocausto no lugar do seu filho Isaque. 14 Abraão chamou o nome daquele lugar, "Vi o Senhor;" para que se possa dizer, nos dias de hoje, "no monte em que o Senhor foi visto." 15 E um anjo do Senhor chamou Abraão pela segunda vez do céu, dizendo: 16 "Eu jurei por mim mesmo, diz o Senhor: Porquanto fizeste isto, e por minha consideração não poupaste teu filho amado, 17 certamente eu te abençoarei muitíssimo e multiplicarei a tua descendência como as estrelas do céu e como a areia que está na beira do mar; e a tua descendência herdará as cidades dos seus inimigos. 18 Em tua semente todas as nações da terra serão abençoadas, porque ouviste a minha voz."

Isaías 61:1-9

1 O Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu para pregar boas-novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos presos; 2 a apregoar o ano aceitável do Senhor e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar todos os tristes; 3 a ordenar acerca dos que choram em Sião que se lhes dê uma grinalda em vez de cinzas, óleo de gozo em vez de pranto, vestidos de louvor em vez de espírito angustiado; a fim de que se chamem árvores de justiça, plantação do Senhor, para que ele seja glorificado. 4 E eles edificarão as antigas ruínas, levantarão as desolações de outrora, e restaurarão as cidades assoladas, as desolações de muitas gerações. 5 E haverá estrangeiros, que apascentarão os vossos rebanhos; e estranhos serão os vossos lavradores e os vossos vinheiros. 6 Mas vós sereis chamados sacerdotes do Senhor, e vos chamarão ministros de nosso Deus; comereis as riquezas das nações, e na sua glória vos gloriareis. 7 Em lugar da vossa vergonha, haveis de ter dupla honra; e em lugar de opróbrio exultareis na vossa porção; por isso na sua terra possuirão o dobro, e terão perpétua alegria. 8 Pois eu, o Senhor, amo o juízo, aborreço o roubo e toda injustiça; fielmente lhes darei sua recompensa, e farei com eles um pacto eterno. 9 E a sua posteridade será conhecida entre as nações, e os seus descendentes no meio dos povos; todos quantos os virem os reconhecerão como descendência bendita do Senhor.

2 Reis 4:8-37

8 Sucedeu também certo dia que Eliseu foi a Suném, onde havia uma mulher rica que o reteve para comer; e todas as vezes que ele passava por ali, lá se dirigia para comer. 9 E ela disse a seu marido: Tenho observado que este que passa sempre por nós é um santo homem de Deus. 10 Façamos-lhe, pois, um pequeno quarto sobre o muro; e ponhamos-lhe ali uma cama, uma mesa, uma cadeira e um candeeiro; e há de ser que, quando ele vier a nós se recolherá ali. 11 Sucedeu que um dia ele chegou ali, recolheu-se àquele quarto e se deitou. 12 Então disse ao seu moço Geazi: Chama esta sunamita. Ele a chamou, e ela se apresentou perante ele. 13 Pois Eliseu havia dito a Geazi: Dize-lhe: Eis que tu nos tens tratado com todo o desvelo; que se há de fazer por ti? Haverá alguma coisa de que se fale por ti ao rei, ou ao chefe do exército? Ao que ela respondera: Eu habito no meio do meu povo. 14 Então dissera ele: Que se há de fazer, pois por ela? E Geazi dissera: Ora, ela não tem filho, e seu marido é velho. 15 Pelo que disse ele: Chama-a. E ele a chamou, e ela se pôs à porta. 16 E Eliseu disse: Por este tempo, no ano próximo, abraçarás um filho. Respondeu ela: Não, meu senhor, homem de Deus, não mintas à tua serva. 17 Mas a mulher concebeu, e deu à luz um filho, no tempo determinado, no ano seguinte como Eliseu lhe dissera. 18 Tendo o menino crescido, saiu um dia a ter com seu pai, que estava com os segadores. 19 Disse a seu pai: Minha cabeça! minha cabeça! Então ele disse a um moço: Leva-o a sua mãe. 20 Este o tomou, e o levou a sua mãe; e o menino esteve sobre os joelhos dela até o meio-dia, e então morreu. 21 Ela subiu, deitou-o sobre a cama do homem de Deus e, fechando sobre ele a porta, saiu. 22 Então chamou a seu marido, e disse: Manda-me, peço-te, um dos moços e uma das jumentas, para que eu corra ao homem de Deus e volte. 23 Disse ele: Por que queres ir ter com ele hoje? Não é lua nova nem sábado. E ela disse: Tudo vai bem. 24 Então ela fez albardar a jumenta, e disse ao seu moço: Guia e anda, e não me detenhas no caminhar, senão quando eu to disser. 25 Partiu pois, e foi ter com o homem de Deus, ao monte Carmelo; e sucedeu que, vendo-a de longe o homem de Deus, disse a Geazi, seu moço: Eis aí a sunamita; 26 corre-lhe ao encontro e pergunta-lhe: Vais bem? Vai bem teu marido? Vai bem teu filho? Ela respondeu: Vai bem. 27 Chegando ela ao monte, à presença do homem de Deus, apegou- se-lhe aos pés. Chegou-se Geazi para a retirar, porém, o homem de Deus lhe disse: Deixa-a, porque a sua alma está em amargura, e o Senhor mo encobriu, e não mo manifestou. 28 Então disse ela: Pedi eu a meu senhor algum filho? Não disse eu: Não me enganes? 29 Ao que ele disse a Geazi: Cinge os teus lombos, toma o meu bordão na mão, e vai. Se encontrares alguém, não o saúdes; e se alguém te saudar, não lhe respondas; e põe o meu bordão sobre o rosto do menino. 30 A mãe do menino, porém, disse: Vive o senhor, e vive a tua alma, que não te hei de deixar. Então ele se levantou, e a seguiu. 31 Geazi foi adiante deles, e pôs o bordão sobre o rosto do menino; porém não havia nele voz nem sentidos. Pelo que voltou a encontrar-se com Eliseu, e o informou, dizendo: O menino não despertou. 32 Quando Eliseu chegou à casa, eis que o menino jazia morto sobre a sua cama. 33 Então ele entrou, fechou a porta sobre eles ambos, e orou ao Senhor. 34 Em seguida subiu na cama e deitou-se sobre o menino, pondo a boca sobre a boca do menino, os olhos sobre os seus olhos, e as mãos sobre as suas mãos, e ficou encurvado sobre ele até que a carne do menino aqueceu. 35 Depois desceu, andou pela casa duma parte para outra, tornou a subir, e se encurvou sobre ele; então o menino espirrou sete vezes, e abriu os olhos. 36 Eliseu chamou a Geazi, e disse: Chama essa sunamita. E ele a chamou. Quando ela se lhe apresentou, disse ele :Toma o teu filho. 37 Então ela entrou, e prostrou-se a seus pés, inclinando-se à terra; e tomando seu filho, saiu.

Isaías 63:11-64:5

11 Todavia se lembrou dos dias da antiguidade, de Moisés, e do seu povo, dizendo: Onde está aquele que os fez subir do mar com os pastores do seu rebanho? Onde está o que pôs no meio deles o seu santo Espírito? 12 Aquele que fez o seu braço glorioso andar à mão direita de Moisés? que fendeu as águas diante deles, para fazer para si um nome eterno? 13 Aquele que os guiou pelos abismos, como a um cavalo no deserto, de modo que nunca tropeçaram? 14 Como ao gado que desce ao vale, o Espírito do Senhor lhes deu descanso; assim guiaste o teu povo, para te fazeres um nome glorioso. 15 Atenta lá dos céus e vê, lá da tua santa e gloriosa habitação; onde estão o teu zelo e as tuas obras poderosas? A ternura do teu coração e as tuas misericórdias para comigo estancaram. 16 Mas tu és nosso Pai, ainda que Abraão não nos conhece, e Israel não nos reconhece; tu, ó Senhor, és nosso Pai; nosso Redentor desde a antiguidade é o teu nome. 17 Por que, ó Senhor, nos fazes errar dos teus caminhos? Por que endureces o nosso coração, para te não temermos? Faze voltar, por amor dos teus servos, as tribos da tua herança. 18 Só por um pouco de tempo o teu santo povo a possuiu; os nossos adversários pisaram o teu santuário. 19 Somos feitos como aqueles sobre quem tu nunca dominaste, e como os que nunca se chamaram pelo teu nome. 1 Oh! se fendesses os céus, e descesses, e os montes tremessem à tua presença, 2 como quando o fogo pega em acendalhas, e o fogo faz ferver a água, para fazeres notório o teu nome aos teus adversários, de sorte que à tua presença tremam as nações! 3 Quando fazias coisas terríveis, que não esperávamos, descias, e os montes tremiam à tua presença. 4 Porque desde a antiguidade não se ouviu, nem com ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu um Deus além de ti, que opera a favor daquele que por ele espera. 5 Tu sais ao encontro daquele que, com alegria, pratica a justiça, daqueles que se lembram de ti nos teus caminhos. Eis que te iraste, porque pecamos; há muito tempo temos estado em pecados; acaso seremos salvos?

Jeremias 31:31-34

31 Eis que os dias vêm, diz o Senhor, em que farei um pacto novo com a casa de Israel e com a casa de Judá, 32 não conforme o pacto que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito, esse meu pacto que eles invalidaram, apesar de eu os haver desposado, diz o Senhor. 33 Mas este é o pacto que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. 34 E não ensinarão mais cada um a seu próximo, nem cada um a seu irmão, dizendo: Conhecei ao Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor deles até o maior, diz o Senhor; pois lhes perdoarei a sua iniquidade, e não me lembrarei mais dos seus pecados.

Daniel 3:1-23

1 O rei Nabucodonosor fez uma estátua de ouro, a altura da qual era de sessenta côvados, e a sua largura de seis côvados; levantou-a no campo de Dura, na província de Babilônia. 2 Então o rei Nabucodonosor mandou ajuntar os sátrapas, os prefeitos, os governadores, os conselheiros, os tesoureiros, os juízes, os magistrados, e todos os oficiais das províncias, para que viessem à dedicação da estátua que ele fizera levantar. 3 Então se ajuntaram os sátrapas, os prefeitos, os governadores, os conselheiros, os tesoureiros, os juízes, os magistrados, e todos os oficiais das províncias, para a dedicação da estátua que o rei Nabucodonosor fizera levantar; e estavam todos em pé diante da imagem. 4 E o pregoeiro clamou em alta voz: Ordena-se a vós, ó povos, nações e gentes de todas as línguas: 5 Logo que ouvirdes o som da trombeta, da flauta, da harpa, da cítara, do saltério, da gaita de foles, e de toda a sorte de música, prostrar-vos-eis, e adorareis a imagem de ouro que o rei Nabucodonosor tem levantado. 6 E qualquer que não se prostrar e não a adorar, será na mesma hora lançado dentro duma fornalha de fogo ardente. 7 Portanto, no mesmo instante em que todos os povos ouviram o som da trombeta, da flauta, da harpa, da cítara, do saltério, e de toda a sorte de música, se prostraram todos os povos, nações e línguas, e adoraram a estátua de ouro que o rei Nabucodonosor tinha levantado. 8 Ora, nesse tempo se chegaram alguns homens caldeus, e acusaram os judeus. 9 E disseram ao rei Nabucodonosor: ç rei, vive eternamente. 10 Tu, ó rei, fizeste um decreto, pelo qual todo homem que ouvisse o som da trombeta, da flauta, da harpa, da cítara, do saltério, da gaita de foles, e de toda a sorte de música, se prostraria e adoraria a estátua de ouro; 11 e qualquer que não se prostrasse e adorasse seria lançado numa fornalha de fogo ardente. 12 Há uns homens judeus, que tu constituíste sobre os negócios da província de Babilônia: Sadraque, Mesaque e Abednego; estes homens, ó rei, não fizeram caso de ti; a teus deuses não servem, nem adoram a estátua de ouro que levantaste. 13 Então Nabucodonosor, na sua ira e fúria, mandou chamar Sadraque, Mesaque e Abednego. Logo estes homens foram trazidos perante o rei. 14 Falou Nabucodonosor, e lhes disse: E verdade, ó Sadraque, Mesaque e Abednego, que vós não servis a meus deuses nem adorais a estátua de ouro que levantei? 15 Agora, pois, se estais prontos, quando ouvirdes o som da trombeta, da flauta, da harpa, da cítara, do saltério, da gaita de foles, e de toda a sorte de música, para vos prostrardes e adorardes a estátua que fiz, bom é; mas, se não a adorardes, sereis lançados, na mesma hora, dentro duma fornalha de fogo ardente; e quem é esse deus que vos poderá livrar das minhas mãos? 16 Responderam Sadraque, Mesaque e Abednego, e disseram ao rei: Nabucodonosor, não necessitamos de te responder sobre este negócio. 17 Eis que o nosso Deus a quem nós servimos pode nos livrar da fornalha de fogo ardente; e ele nos livrará da tua mão, ó rei. 18 Mas se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses nem adoraremos a estátua de ouro que levantaste. 19 Então Nabucodonosor se encheu de raiva, e se lhe mudou o aspecto do semblante contra Sadraque, Mesaque e Abednego; e deu ordem para que a fornalha se aquecesse sete vezes mais do que se costumava aquecer; 20 e ordenou a uns homens valentes do seu exército, que atassem a Sadraque, Mesaque e Abednego, e os lançassem na fornalha de fogo ardente. 21 Então estes homens foram atados, vestidos de seus mantos, suas túnicas, seus turbantes e demais roupas, e foram lançados na fornalha de fogo ardente. 22 Ora, tão urgente era a ordem do rei e a fornalha estava tão quente, que a chama do fogo matou os homens que carregaram a Sadraque, Mesaque e Abednego. 23 E estes três, Sadraque, Mesaque e Abednego, caíram atados dentro da fornalha de fogo ardente.


† † †



Canto dos Três Santos Jovens (Daniel 3:24-90)


Azarias, pondo-se em pé bem no meio do fogo, fez a seguinte oração:

Sede bendito e louvado, Senhor, Deus de nossos pais! Que vosso nome seja glorioso pelos séculos! Vós sois justo em todo o vosso proceder; vossas obras são justas, vossos caminhos são retos, vossos julgamentos são equitativos. Exercestes um julgamento equitativo em tudo aquilo que nos infligistes e em tudo aquilo que infligistes à cidade santa de nossos pais, Jerusalém; foi em consequência de um julgamento equitativo que vós nos infligistes tudo isso por causa de nossos pecados. Pecamos, erramos afastando-nos de vós; em tudo agimos mal. Não obedecemos a vossos preceitos, não os pusemos em prática, não observamos as leis que nos destes para nossa felicidade. Em todos os males que enviastes sobre nós, em tudo que nos infligistes, foi um justo julgamento que exercestes,(mesmo) entregando-nos nas mãos de inimigos injustos, de ímpios enfurecidos, às mãos de um rei, o mais iníquo e o mais perverso de toda a terra. Agora não ousamos nem mesmo abrir a boca: vergonha e ignomínia para vossos servos e a nós que vos adoramos. Pelo amor de vosso nome, não nos abandoneis para sempre; não destruais de modo algum vossa aliança. Não nos retireis vossa misericórdia em consideração a Abraão, vosso amigo, Isaac, vosso servo, Israel, vosso santo, aos quais prometestes multiplicar sua descendência como as estrelas do céu e a areia que se encontra à beira do mar. Senhor, fomos reduzidos a nada diante das nações, fomos humilhados diante de toda a terra: tudo, devido a nossos pecados! Hoje, já não há príncipe, nem profeta, nem chefe, nem holocausto, nem sacrifício, nem oblação, nem incenso, nem mesmo um lugar para vos oferecer nossas primícias e encontrar misericórdia. Entretanto, que a contrição de nosso coração e a humilhação de nosso espírito nos permita achar bom acolhimento junto a vós, Senhor, como (se nós nos apresentássemos) com um holocausto de carneiros, de touros e milhares de gordos cordeiros! Que assim possa ser hoje o nosso sacrifício em vossa presença! Que possa (reconciliar-nos) convosco, porque nenhuma confusão existe para aqueles que põem em vós sua confiança. É de todo nosso coração que nós vos seguimos agora, que nós vos reverenciamos, que buscamos vossa face. Não nos confundais; tratai-nos com vossa habitual doçura e com todas as riquezas de vossa misericórdia. Ponde em execução vossos prodígios para nos salvar, Senhor, e cobri vosso nome de glória. Que sejam então confundidos aqueles que maltratam vossos servos, que eles sofram a vergonha de ver a ruína de seu poderio e o aniquilamento de sua força. Assim saberão que sois o Senhor, o Deus único e glorioso sobre toda a superfície da terra.

Enquanto isso, os homens do rei, que os haviam lá jogado, não cessavam de alimentar a fornalha com nafta, estopa, resina e lenha seca. Então, as chamas, subindo a quarenta e nove côvados acima da fornalha, ultrapassaram a grade e queimaram os caldeus que se achavam perto. Mas o anjo do Senhor havia descido com Azarias e seus companheiros à fornalha e afastava o fogo. Fez do centro da fogueira como um lugar onde soprasse uma brisa matinal: o fogo nem mesmo os tocava, nem lhes fazia mal algum, nem lhes causava a menor dor. Então os três jovens elevaram suas vozes em uníssono para louvar, glorificar e bendizer a Deus dentro da fornalha, neste cântico:

Sede bendito, Senhor Deus de nossos pais,
Digno de louvor e de eterna glória!

Que seja bendito o Teu Santo Nome glorioso,
Digno do mais alto louvor e de eterna exaltação!

Sede bendito no templo de Tua glória santa,
Digno do mais alto louvor e de eterna glória!

Sede bendito por penetrardes com o olhar os abismos, 
E por estardes sentado sobre os querubins,
Digno do mais alto louvor e de eterna exaltação!

Sede bendito sobre Teu régio trono,
Digno do mais alto louvor e de eterna exaltação!

Sede bendito no firmamento dos céus,
Digno do mais alto louvor e de eterna glória!

Obras do Senhor, bendizei todas o Senhor, 
Louvai-O e exaltai-O eternamente!

Céus, bendizei o Senhor,
Louvai-O e exaltai-O eternamente! 

Anjos do Senhor, bendizei o Senhor,
Louvai-O e exaltai-O eternamente!

Águas e tudo o que está sobre os céus, bendizei o Senhor,
Louvai-O e exaltai-O eternamente!

Todos os poderes do Senhor, bendizei o Senhor,
Louvai-O e exaltai-O eternamente!

Sol e lua, bendizei o Senhor,
Louvai-O e exaltai-O eternamente!

Estrelas dos céus, bendizei o Senhor,
Louvai-O e exaltai-O eternamente!

Chuvas e orvalhos, bendizei o Senhor,
Louvai-O e exaltai-O eternamente!

Ó vós, todos os ventos, bendizei o Senhor,
Louvai-O e exaltai-O eternamente!

Fogo e calor, bendizei o Senhor,
Louvai-O e exaltai-O eternamente!

Frio e geada, bendizei o Senhor,
Louvai-O e exaltai-O eternamente!

Orvalhos e gelos, bendizei o Senhor,
Louvai-O e exaltai-O eternamente!

Frios e aragens, bendizei o Senhor,
Louvai-O e exaltai-O eternamente!

Gelos e neves, bendizei o Senhor,
Louvai-O e exaltai-O eternamente!

Noites e dias, bendizei o Senhor,
Louvai-O e exaltai-O eternamente!

Luz e trevas, bendizei o Senhor,
Louvai-O e exaltai-O eternamente!

Raios e nuvens, bendizei o Senhor,
Louvai-O e exaltai-O eternamente!

Que a terra bendiga o Senhor,
E O louve e O exalte eternamente!

Montes e colinas, bendizei o Senhor,
Louvai-O e exaltai-O eternamente!

Tudo o que germina na terra, bendizei o Senhor,
Louvai-O e exaltai-O eternamente!

Mares e rios, bendizei o Senhor,
Louvai-O e exaltai-O eternamente!

Fontes, bendizei o Senhor,
Louvai-O e exaltai-O eternamente!

Monstros e animais aquáticos, bendizei o Senhor, 
Louvai-O e exaltai-O eternamente!

Pássaros todos do céu, bendizei o Senhor,
Louvai-O e exaltai-O eternamente!

Animais e rebanhos, bendizei o Senhor,
Louvai-O e exaltai-O eternamente!

E vós, homens, bendizei o Senhor,
Louvai-O e exaltai-O eternamente!

Que Israel bendiga o Senhor,
E O louve e O exalte eternamente!

Sacerdotes, bendizei o Senhor,
Louvai-O e exaltai-O eternamente!

Vós que estais a serviço do templo, bendizei o Senhor,
Louvai-O e exaltai-O eternamente!

Espíritos e almas dos justos, bendizei o Senhor,
Louvai-O e exaltai-O eternamente!

Santos e humildes de coração, bendizei o Senhor,
Louvai-O e exaltai-O eternamente!

Ananias, Azarias e Misael, bendizei o Senhor,
Louvai-O e exaltai-O eternamente,
Porque Ele É nos livrou da permanência nas trevas,
Salvou-nos da mão da morte; tirou-nos da fornalha ardente,
E arrancou-nos do meio das chamas.

Glorificai o Senhor porque Ele É bom,
Porque eterna é a Sua misericórdia.

Homens piedosos, bendizei o Senhor, Deus dos deuses,
Louvai-O, glorificai-o, 
Porque é eterna a Sua misericórdia!


† † †



LITURGIA DE SÃO BASÍLIO

Romanos 6:3-11

3 Ou, porventura, ignorais que todos quantos fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na sua morte? 4 Fomos, pois, sepultados com ele pelo batismo na morte, para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida. 5 Porque, se temos sido unidos a ele na semelhança da sua morte, certamente também o seremos na semelhança da sua ressurreição; 6 sabendo isto, que o nosso homem velho foi crucificado com ele, para que o corpo do pecado fosse desfeito, a fim de não servirmos mais ao pecado. 7 Pois quem está morto está justificado do pecado. 8 Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos, 9 sabendo que, tendo Cristo ressurgido dentre os mortos, já não morre mais; a morte não mais tem domínio sobre ele. 10 Pois quanto a ter morrido, de uma vez por todas morreu para o pecado, mas quanto a viver, vive para Deus. 11 Assim também vós considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus.  

Mateus 28:1-20

1 No fim do sábado, quando já despontava o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro. 2 E eis que houvera um grande terremoto; pois um anjo do Senhor descera do céu e, chegando-se, removera a pedra e estava sentado sobre ela. 3 o seu aspecto era como um relâmpago, e as suas vestes brancas como a neve. 4 E de medo dele tremeram os guardas, e ficaram como mortos. 5 Mas o anjo disse às mulheres: Não temais vós; pois eu sei que buscais a Jesus, que foi crucificado. 6 Não está aqui, porque ressurgiu, como ele disse. Vinde, vede o lugar onde jazia; 7 e ide depressa, e dizei aos seus discípulos que ressurgiu dos mortos; e eis que vai adiante de vós para a Galileia; ali o vereis. Eis que vo-lo tenho dito. 8 E, partindo elas pressurosamente do sepulcro, com temor e grande alegria, correram a anunciá-lo aos discípulos. 9 E eis que Jesus lhes veio ao encontro, dizendo: Salve. E elas, aproximando-se, abraçaram-lhe os pés, e o adoraram. 10 Então lhes disse Jesus: Não temais; ide dizer a meus irmãos que vão para a Galileia; ali me verão. 11 Ora, enquanto elas iam, eis que alguns da guarda foram à cidade, e contaram aos principais sacerdotes tudo quanto havia acontecido. 12 E congregados eles com os anciãos e tendo consultado entre si, deram muito dinheiro aos soldados, 13 e ordenaram-lhes que dissessem: Vieram de noite os seus discípulos e, estando nós dormindo, furtaram-no. 14 E, se isto chegar aos ouvidos do governador, nós o persuadiremos, e vos livraremos de cuidado. 15 Então eles, tendo recebido o dinheiro, fizeram como foram instruídos. E essa história tem-se divulgado entre os judeus até o dia de hoje. 16 Partiram, pois, os onze discípulos para a Galileia, para o monte onde Jesus lhes designara. 17 Quando o viram, o adoraram; mas alguns duvidaram. 18 E, aproximando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra. 19 Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; 20 ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos.

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