quarta-feira, 4 de outubro de 2017

18ª Quarta-feira Depois de Pentecostes

04 de Outubro de 2017 (CC) / 21 de Setembro (CE)
Conclusão (Apodósis) da Festa da Exaltação da Cruz
São Kodratos de Magnésia, Apóstolo [dos 70] († séc. 1)
Modo 8


Kodratos era um homem modesto e sábio, portador de grandes conhecimentos e uma extraordinária capacidade dialética. Foi eleito e ordenado bispo de Atenas, uma cidade onde existiam muitas faculdades de filosofia, sendo por isso necessário, um bispo com grande capacidade apologética. E esta era uma de suas notáveis características. 
Seu trabalho foi marcado pelo zelo, oração, e sempre muito gentil e atencioso com todos. Desta maneira conseguiu iluminar muitos ao caminho da verdade. Por não dar lugar a que o vencessem em seu raciocínio e discurso, foi expulso com violência da cidade de Atenas. Isto, porém não enfraqueceu a paciência de Kodratos que, posteriormente, estabeleceu-se em Magnésia, cidade da Ásia Menor, onde pregou o Evangelho. De lá escreveu ao Imperador Adriano, pedindo-lhe que os cristãos não fossem perseguidos por causa de sua fé. A resposta do Imperador foi a prisão e morte de Kodratos que, assim, chamou para si a coroa do martírio.


Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém! 

Efésios 5:25-33

25 Vós, maridos, amai a vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela, 26 a fim de a santificar, tendo-a purificado com a lavagem da água, pela palavra, 27 para apresentá-la a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem qualquer coisa semelhante, mas santa e irrepreensível. 28 Assim devem os maridos amar a suas próprias mulheres, como a seus próprios corpos. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo. 29 Pois nunca ninguém aborreceu a sua própria carne, antes a nutre e preza, como também Cristo à igreja; 30 porque somos membros do seu corpo. 31 Por isso deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e se unirá à sua mulher, e serão os dois uma só carne. 32 Grande é este mistério, mas eu falo em referência a Cristo e à igreja. 33 Todavia também vós, cada um de per si, assim ame a sua própria mulher como a si mesmo, e a mulher reverencie a seu marido.   

Lucas 4:1-15

E Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi levado pelo Espírito ao deserto; E quarenta dias foi tentado pelo diabo, e naqueles dias não comeu coisa alguma; e, terminados eles, teve fome. E disse-lhe o diabo: Se tu és o Filho de Deus, dize a esta pedra que se transforme em pão. E Jesus lhe respondeu, dizendo: Está escrito que nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra de Deus. E o diabo, levando-o a um alto monte, mostrou-lhe num momento de tempo todos os reinos do mundo. E disse-lhe o diabo: Dar-te-ei a ti todo este poder e a sua glória; porque a mim me foi entregue, e dou-o a quem quero. Portanto, se tu me adorares, tudo será teu. E Jesus, respondendo, disse-lhe: Vai-te para trás de mim, Satanás; porque está escrito: Adorarás o Senhor teu Deus, e só a ele servirás. Levou-o também a Jerusalém, e pô-lo sobre o pináculo do templo, e disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, lança-te daqui abaixo; Porque está escrito: Mandará aos seus anjos, acerca de ti, que te guardem, E que te sustenham nas mãos, Para que nunca tropeces com o teu pé em alguma pedra. E Jesus, respondendo, disse-lhe: Dito está: Não tentarás ao Senhor teu Deus. E, acabando o diabo toda a tentação, ausentou-se dele por algum tempo. Então, pela virtude do Espírito, voltou Jesus para a Galiléia, e a sua fama correu por todas as terras em derredor. E ensinava nas suas sinagogas, e por todos era louvado.

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MEDITAÇÃO
Este êxodo de Jesus para o deserto depois do seu batismo tem um simbolismo duplo: (1) Significa o tempo em que Israel peregrinou no deserto por quarenta anos após o seu «batismo» no Mar Vermelho; e (2) e prefigura a nossa própria jornada no mundo caído e as lutas que travamos pelo Reino após o nosso batismo. O Espírito impele Jesus ao deserto para ser tentado, isto é, para ser testado em áreas fundamentais da fé. Nós que somos batizados em Cristo não precisamos ser derrotados por tentações, porque nós também somos socorridos pelo Espírito Santo. O deserto é um campo de batalha, uma imagem do mundo: Tanto é a morada de demônios, como também é uma fonte de tranquilidade e  o local onde experimentamos o Divino triunfo. 
Ao contrário do povo de Israel, Jesus no deserto, não cai em tentação. Os israelitas foram testados por quarenta anos no deserto, e se mostraram desobedientes e desleais. Deus os humilhou, deixando-os, primeiramente, experimentar a fome, mas, logo em seguida, os alimentou com o maná para ajudá-los a aprenderem a ser dependentes de Deus (Dt 8: 2-5). Aqui, Jesus é testado com fome de quarenta dias, mas Ele não peca. Suas respostas a Satanás são as que estão no Deuteronômio, e todas elas exortam à lealdade para com Deus. 
Jesus jejuou para vencer a tentação, dando-nos um exemplo de nosso próprio poder e limitações em face à tentação. A fome de Sua carne não controla a sua vontade; em vez disso, Ele controla a Sua carne. O jejum de quarenta dias do nosso Senhor é o fundamento dos quarenta dias de jejum quaresmal da Igreja antes de Semana Santa, e do jejum antes do Natal. 
O diabo desafia o relacionamento de Cristo com o Pai. «Se Tu És o Filho de Deus» põe em questão a declaração do Pai no Batismo de Cristo (3:17). O diabo quer levar Jesus a agir de forma independente e a desligar-Se da vontade do Pai. Em Sua natureza divina, Cristo compartilha uma vontade com o Pai e o Espírito Santo; Ele não pode fazer nada de Si mesmo (Jo 5:30), além do Pai. Mas, em Sua humanidade, Ele possui o livre arbítrio, e em todos os momentos deve optar por permanecer obediente à vontade divina do Pai. 
Ao rejeitar a primeira tentação, Jesus rejeita um reino terreno, e nos mostra a não viver buscando o conforto terreno, na «comida que perece» (Jo 6:27). Enquanto Adão ignorou a palavra divina, a fim de satisfazer as paixões do corpo (Gn 3), o Novo Adão –Cristo – vence toda a tentação pela palavra divina, conferindo à natureza humana o poder de vencer Satanás.Visto que Cristo lhe havia derrotado pelo poder das Escrituras, Satanás tenta em vão usar as Escrituras para colocar o poder protetor de Deus à prova. (Veja também 2 Pd 1: 19-21.) 
Provações e tentações vêm por conta própria; nunca devemos nos expor intencionalmente ao perigo, a fim de testar ou provar a proteção de Deus; pois, fazer isso é tentar o Senhor. 
O Reino de Deus não é um poder terreno e posses. No teste do diabo, Jesus estava sendo solicitado a escolher o poder mundano em lugar do  Reino de Deus. O diabo é o «príncipe deste mundo» (Jo 12:31), «o deus deste mundo» (2Co 4: 4), porque o mundo inteiro está em seu poder (1Jo 5:19). Jesus recusa o caminho da glória terrena, o que o levaria para longe de seu sofrimento e morte para a redenção do mundo. 
Comentário da «Orthodox Bible Study »

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