segunda-feira, 7 de maio de 2012

4º Domingo de Páscoa


Domingo do Paralítico
06 de Maio de 2012 (CC) / 23 de Abril (CE)
S. Jorge Megalomártir (c. 303).


MATINAS (IV)

Lucas 24:1-12

     1 Mas já no primeiro dia da semana, bem de madrugada, foram elas ao sepulcro, levando as especiarias que tinham preparado.    2 E acharam a pedra revolvida do sepulcro.    3 Entrando, porém, não acharam o corpo do Senhor Jesus.    4 E, estando elas perplexas a esse respeito, eis que lhes apareceram dois varões em vestes resplandecentes;    5 e ficando elas atemorizadas e abaixando o rosto para o chão, eles lhes disseram: Por que buscais entre os mortos aquele que vive?    6 Ele não está aqui, mas ressurgiu. Lembrai-vos de como vos falou, estando ainda na Galileia.    7 dizendo: Importa que o Filho do homem seja entregue nas mãos de homens pecadores, e seja crucificado, e ao terceiro dia ressurja.    8 Lembraram-se, então, das suas palavras;    9 e, voltando do sepulcro, anunciaram todas estas coisas aos onze e a todos os demais.    10 E eram Maria Madalena, e Joana, e Maria, mãe de Tiago; também as outras que estavam com elas relataram estas coisas aos apóstolos.    11 E pareceram-lhes como um delírio as palavras das mulheres e não lhes deram crédito.    12 Mas Pedro, levantando-se, correu ao sepulcro; e, abaixando-se, viu somente os panos de linho; e retirou-se, admirando consigo o que havia acontecido.   


LITURGIA

Atos 9:32-42

     32 E aconteceu que, passando Pedro por toda parte, veio também aos santos que habitavam em Lida.    33 Achou ali certo homem, chamado Enéias, que havia oito anos jazia numa cama, porque era paralítico.    34 Disse-lhe Pedro: Enéias, Jesus Cristo te cura; levanta e faze a tua cama. E logo se levantou.    35 E viram-no todos os que habitavam em Lida e Sarona, os quais se converteram ao Senhor.    36 Havia em Jope uma discípula por nome Tabita, que traduzido quer dizer Dorcas, a qual estava cheia de boas obras e esmolas que fazia.    37 Ora, aconteceu naqueles dias que ela, adoecendo, morreu; e, tendo-a lavado, a colocaram no cenáculo.    38 Como Lida era perto de Jope, ouvindo os discípulos que Pedro estava ali, enviaram-lhe dois homens, rogando-lhe: Não te demores em vir ter conosco.    39 Pedro levantou-se e foi com eles; quando chegou, levaram-no ao cenáculo; e todas as viúvas o cercaram, chorando e mostrando-lhe as túnicas e vestidos que Dorcas fizera enquanto estava com elas.    40 Mas Pedro, tendo feito sair a todos, pôs-se de joelhos e orou; e voltando-se para o corpo, disse: Tabita, levanta-te. Ela abriu os olhos e, vendo a Pedro, sentou-se.    41 Ele, dando-lhe a mão, levantou-a e, chamando os santos e as viúvas, apresentou-lha viva.    42 Tornou-se isto notório por toda a Jope, e muitos creram no Senhor.   

João 5:1-15

     1 Depois disso havia uma festa dos judeus; e Jesus subiu a Jerusalém.    2 Ora, em Jerusalém, próximo à porta das ovelhas, há um tanque, chamado em hebraico Betesda, o qual tem cinco alpendres.    3 Nestes jazia grande multidão de enfermos, cegos, mancos e ressicados [esperando o movimento da água.]    4 [Porquanto um anjo descia em certo tempo ao tanque, e agitava a água; então o primeiro que ali descia, depois do movimento da água, sarava de qualquer enfermidade que tivesse.]    5 Achava-se ali um homem que, havia trinta e oito anos, estava enfermo.    6 Jesus, vendo-o deitado e sabendo que estava assim havia muito tempo, perguntou-lhe: Queres ficar são?    7 Respondeu-lhe o enfermo: Senhor, não tenho ninguém que, ao ser agitada a água, me ponha no tanque; assim, enquanto eu vou, desce outro antes de mim.    8 Disse-lhe Jesus: Levanta-te, toma o teu leito e anda.    9 Imediatamente o homem ficou são; e, tomando o seu leito, começou a andar. Ora, aquele dia era sábado.    10 Pelo que disseram os judeus ao que fora curado: Hoje é sábado, e não te é lícito carregar o leito.    11 Ele, porém, lhes respondeu: Aquele que me curou, esse mesmo me disse: Toma o teu leito e anda.    12 Perguntaram-lhe, pois: Quem é o homem que te disse: Toma o teu leito e anda?    13 Mas o que fora curado não sabia quem era; porque Jesus se retirara, por haver muita gente naquele lugar.    14 Depois Jesus o encontrou no templo, e disse-lhe: Olha, já estás curado; não peques mais, para que não te suceda coisa pior.    15 Retirou-se, então, o homem, e contou aos judeus que era Jesus quem o curara.   

COMEMORAÇÃO DE SÃO JORGE, MEGALOMÁRTIR

São Jorge, megalomártir, era filho de pais nobres e ricos, e foi educado dentro dos preceitos da fé cristã. Ele nasceu na cidade de Beirute (antiga Berit), perto das montanhas de Líbano.

Ele entrou para o exército e se destacava entre os outros militares por seus conhecimentos, sua coragem, sua força física, seu porte e sua beleza. Ele rapidamente avançou para o posto de comandante de mil soldados e se tornou favorito do imperador Diocleciano. Diocleciano foi um hábil governador, mas ele era um defensor fanático de paganismo romano. A sua meta era ressuscitar o paganismo no Império Romano que já estava ultrapassado e por isso entrou na história como um dos mais cruéis perseguidores do cristianismo.

Uma vez, são Jorge ouviu no tribunal uma sentença desumana sobre a perseguição dos cristãos e ficou tomado por compaixão por eles. Ele já estava prevendo que ele também seria martirizado e por isso distribuiu todos os seus bens entre os pobres, libertou todos os seus escravos, e chegando ao Diocleciano, lhe anunciou que ele também é um cristão e começou a culpá-lo pelas atrocidades e injustiça. O discurso de Jorge era repleto de argumentos fortes e persuasivos contra as perseguições dos cristãos.

Após muitas tentativas de convencer Jorge a renunciar a Cristo, o imperador mandou tortura-lo. São Jorge foi jogado na prisão, onde deitado, teve os pés acorrentados e no peito lhe foi colocada uma enorme pedra, muito pesada. Mas são Jorge aguentava tudo com grande coragem, louvando a Deus. Daí os torturadores começaram a aumentar as torturas, batendo-o, quebrando-o numa roda gigante, jogando-o na cal virgem, obrigando-o a correr usando botas com pregos aguçados por dentro. O mártir aguentava tudo com grande paciência. No final das contas, o imperador mandou decapita-lo. Assim, este santo mártir morreu na Nicomidia, no ano de 303.

Por sua coragem e por sua vitória espiritual sobre os torturadores, e também pela sua ajuda aos que se encontram em dificuldades, o grão mártir Jorge é ainda chamado de Vencedor. As relíquias de são Jorge foram trazidas para a cidade palestina Lidda e se encontram na igreja, que leva o seu nome — a Igreja de São Jorge. A sua cabeça se encontra em Roma, também numa igreja consagrada a ele.

Muitos ícones mostram o são Jorge sentado num cavalo branco e com uma lança na mão, vencendo um dragão. Esta imagem se deve a uma tradição, baseada nos milagres póstumos do santo. Dizem, que perto da cidade natal de são Jorge, Beirute, num lago vivia um dragão, que devorava as pessoas daquela localidade. Não sabemos hoje, que animal era este dragão — uma jiboia, um crocodilo, ou um enorme lagarto.

Os habitantes supersticiosos começaram a regularmente fornecer ao dragão um moço ou uma virgem, para aplacar a sua fúria. E chegou a vez da filha do governador daquela província. Os habitantes levaram a pobre moça até o lago amarrando-a lá, onde ela, apavorada, esperava pela aparição da fera.

Quando a fera começou a se aproximar à virgem, de repente apareceu um cavaleiro montado num cavalo branco, matou o dragão com uma laça e assim salvou a moça. Este cavaleiro era o são Jorge, megalomártir. Assim, com esta aparição milagrosa ele interrompeu a matança de todos os moços e moças nos arredores de Beirute e converteu ao cristianismo os moradores daquele país, que até então eram pagãos.

Podemos supor, que a aparição do são Jorge montado num cavalo para a salvação dos moradores do dragão, bem como o caso com o camponês, cujo único boi ele ressuscitou, casos estes narrados na hagiografia dele, contribuíram para que seja considerado protetor dos rebanhos e defensor dos que estão ameaçados por feras.

Na Rússia, antes da revolução, os camponeses levaram pela primeira vez, depois do inverno rigoroso, os seus rebanhos para o pasto no dia do são Jorge, mas não antes de rezar uma missa para o santo com aspersão com água benta das casas e dos rebanhos. Este dia também é chamado "Dia de Jorge," pois neste dia, antes do século XVI, os camponeses puderam passar de um fazendeiro para outro.

São Jorge é também protetor dos militares. A imagem do são Jorge encima de um cavalo simboliza a vitória sobre o diabo — "a antiga serpente" (Apocalipse 12:3, 20:2), e foi incluído no brasão da cidade de Moscou.

Tropário de São Jorge

Sendo o libertador dos prisioneiros e defensor dos pobres,
Médico dos doentes, vencedor dos reis,
São Jorge, megalomártir vitorioso,
Interceda por nós perante Cristo Deus
Para que se salvem as nossas almas.

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