domingo, 11 de agosto de 2013

7º Domingo de São Mateus

7º Domingo Depois de Pentecostes
11 de Agosto de 2013 (CC) / 29 de Julho (CE)
Ss. Calinico e Teódota, mártires (início do séc. IV).



MATINAS (VII)

João 20:1-10

     1 No primeiro dia da semana Maria Madalena foi ao sepulcro de madrugada, sendo ainda escuro, e viu que a pedra fora removida do sepulcro.    2 Correu, pois, e foi ter com Simão Pedro, e o outro discípulo, a quem Jesus amava, e disse-lhes: Tiraram do sepulcro o Senhor, e não sabemos onde o puseram.    3 Saíram então Pedro e o outro discípulo e foram ao sepulcro.    4 Corriam os dois juntos, mas o outro discípulo correu mais ligeiro do que Pedro, e chegou primeiro ao sepulcro;    5 e, abaixando-se viu os panos de linho ali deixados, todavia não entrou.    6 Chegou, pois, Simão Pedro, que o seguia, e entrou no sepulcro e viu os panos de linho ali deixados,    7 e que o lenço, que estivera sobre a cabeça de Jesus, não estava com os panos, mas enrolado num lugar à parte.    8 Então entrou também o outro discípulo, que chegara primeiro ao sepulcro, e viu e creu.    9 Porque ainda não entendiam a escritura, que era necessário que ele ressurgisse dentre os mortos.    10 Tornaram, pois, os discípulos para casa.  


LITURGIA

Romanos 15:1-7

     1 Ora nós, que somos fortes, devemos suportar as fraquezas dos fracos, e nào agradar a nós mesmos.    2 Portanto cada um de nós agrade ao seu próximo, visando o que é bom para edificação.    3 Porque também Cristo não se agradou a si mesmo, mas como está escrito: Sobre mim caíram as injúrias dos que te injuriavam.    4 Porquanto, tudo que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que, pela constância e pela consolação provenientes das Escrituras, tenhamos esperança.    5 Ora, o Deus de constância e de consolação vos dê o mesmo sentimento uns para com os outros, segundo Cristo Jesus.    6 Para que unânimes, e a uma boca, glorifiqueis ao Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo.    7 Portanto recebei-vos uns aos outros, como também Cristo nos recebeu, para glória de Deus.  

Mateus 9:27-35

     27 Partindo Jesus dali, seguiram-no dois cegos, que clamavam, dizendo: Tem compaixão de nós, Filho de Davi.    28 E, tendo ele entrado em casa, os cegos se aproximaram dele; e Jesus perguntou-lhes: Credes que eu posso fazer isto? Responderam- lhe eles: Sim, Senhor.    29 Então lhes tocou os olhos, dizendo: Seja-vos feito segundo a vossa fé.    30 E os olhos se lhes abriram. Jesus ordenou-lhes terminantemente, dizendo: Vede que ninguém o saiba.    31 Eles, porém, saíram, e divulgaram a sua fama por toda aquela terra.    32 Enquanto esses se retiravam, eis que lhe trouxeram um homem mudo e endemoninhado.    33 E, expulso o demônio, falou o mudo e as multidões se admiraram, dizendo: Nunca tal se viu em Israel.    34 Os fariseus, porém, diziam: É pelo príncipe dos demônios que ele expulsa os demônios.    35 E percorria Jesus todas as cidades e aldeias, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino, e curando toda sorte de doenças e enfermidades.



COMENTÁRIO

Mateus é o único Evangelista que narra este milagre como sendo dois cegos curados e não um, conforme as narrativas de Marcos e Lucas.

Deixarei de lado as considerações que trabalham as razões desta divergência textual, pois isto exige muitos arrazoados, o que tornaria este comentário longo e enfadonho para muitos. Detenhamo-nos em considerar as dimensões místicas desta peculiaridade de Mateus.

Conforme o ensino dos Santos Pais da Igreja, a alma humana possui duas dimensões: a racional (lógica) e a intuitiva (mística). Pela primeira o homem entende e domina as coisas visíveis e sensíveis; pela segunda o homem adentra o mundo invisível e se eleva para Deus. São os dois olhos da alma, os quais ficaram cegos pelo pecado.

Por isto a ciência e a sabedoria deste mundo estão entenebrecidas, e tornam-se ridículos perante Deus os seres humanos que se gloriam de seus entendimentos e com isto sentem-se mais elevados e nobres que os demais. São cegos que enxergam vultos e deduzem que a realidade é tal qual suas visões turvas. Quando alguém se converte ao Senhor o véu dos seus olhos lhes é paulatinamente retirado, passando a enxergar a glória de Deus manifestada em Sua criação visível e invisível (2 Cor. 3:16-18).

Para livrar os sábios segundo a carne do seu torpor, Deus confere primeiramente a restauração da visão aos que por esses são tidos como desprezíveis e inferiores. E é esta graça que se manifesta aos dois homens cegos que jaziam nas proximidades de Jericó. São cegos dos olhos, mas não da alma, pois embora não enxergassem a forma física de Jesus, enxergavam sua identidade e à esta Identidade se dirigem clamando a plenos pulmões: Senhor, Filho de Davi, tem compaixão de nós!

Aquilo que os olhos “sadios” dos Escribas e Doutores da Lei (sábios segundo este mundo), não puderam enxergar, dois “insignificantes” cegos o puderam. Então, Cristo em Seu amor e compaixão pelos homens, fez com que a luz presente nas almas daqueles homens se estendesse aos seus olhos debilitados, curando totalmente suas cegueiras.

A cura dos dois cegos simboliza o poder de Cristo para sanar as almas dos homens em todas as suas dimensões: a racional e a intuitiva, fazendo com que as duas, fragmentadas pelo pecado, voltem a se unir, elevando o homem à glória que lhe foi preparada.

Padre Mateus (Antonio Eça)

ORAÇÃO

Tendo os olhos espirituais cegos, eu me aproximo de Ti, ó Cristo, e com arrependimento clamo: Tem piedade de mim, Tu que iluminas com luz resplandecente aos que estão nas trevas.


Ver vida de São Kalinico

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