terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Circuncisão de Nosso Senhor Deus e Salvador Jesus Cristo

30ª Segunda-feira Depois de Pentecostes
14 de Janeiro de 2014 (CC) 01 de Janeiro de 2014 (CE)

São Basílio, o Grande Arcebispo de Cesárea da Capadócia



MATINAS

João 10:1-9

     1 Em verdade, em verdade vos digo: quem não entra pela porta no aprisco das ovelhas, mas sobe por outra parte, esse é ladrão e salteador.    2 Mas o que entra pela porta é o pastor das ovelhas.    3 A este o porteiro abre; e as ovelhas ouvem a sua voz; e ele chama pelo nome as suas ovelhas, e as conduz para fora.    4 Depois de conduzir para fora todas as que lhe pertencem, vai adiante delas, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz;    5 mas de modo algum seguirão o estranho, antes fugirão dele, porque não conhecem a voz dos estranhos.    6 Jesus propôs-lhes esta parábola, mas eles não entenderam o que era que lhes dizia.    7 Tornou, pois, Jesus a dizer-lhes: Em verdade, em verdade vos digo: eu sou a porta das ovelhas.    8 Todos quantos vieram antes de mim são ladrões e salteadores; mas as ovelhas não os ouviram.    9 Eu sou a porta; se alguém entrar a casa; o filho fica entrará e sairá, e achará pastagens.   


LITURGIA DE SÃO BASÍLIO

Colossenses 2:8-12

     8 Tendo cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo;    9 porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade,    10 e tendes a vossa plenitude nele, que é a cabeça de todo principado e potestade,    11 no qual também fostes circuncidados com a circuncisão não feita por mãos no despojar do corpo da carne, a saber, a circuncisão de Cristo;    12 tendo sido sepultados com ele no batismo, no qual também fostes ressuscitados pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dentre os mortos;   

Lucas 2:20-21, 40-52

     20 E voltaram os pastores, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, como lhes fora dito.    21 Quando se completaram os oito dias para ser circuncidado o menino, foi-lhe dado o nome de Jesus, que pelo anjo lhe fora posto antes de ser concebido.    40 E o menino ia crescendo e fortalecendo-se, ficando cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele.    41 Ora, seus pais iam todos os anos a Jerusalém, à festa da páscoa.    42 Quando Jesus completou doze anos, subiram eles segundo o costume da festa;    43 e, terminados aqueles dias, ao regressarem, ficou o menino Jesus em Jerusalém sem o saberem seus pais;    44 julgando, porém, que estivesse entre os companheiros de viagem, andaram caminho de um dia, e o procuravam entre os parentes e conhecidos;    45 e não o achando, voltaram a Jerusalém em busca dele.    46 E aconteceu que, passados três dias, o acharam no templo, sentado no meio dos doutores, ouvindo-os, e interrogando-os.    47 E todos os que o ouviam se admiravam da sua inteligência e das suas respostas.    48 Quando o viram, ficaram maravilhados, e disse-lhe sua mãe: Filho, por que procedeste assim para conosco? Eis que teu pai e eu ansiosos te procurávamos.    49 Respondeu-lhes ele: Por que me procuráveis? Não sabíeis que eu devia estar na casa de meu Pai?    50 Eles, porém, não entenderam as palavras que lhes dissera.    51 Então, descendo com eles, foi para Nazaré, e era-lhes sujeito. E sua mãe guardava todas estas coisas em seu coração.    52 E crescia Jesus em sabedoria, em estatura e em graça diante de Deus e dos homens.


COMENTÁRIO

Narra o Evangelho que após oito dias do nascimento de Jesus, Maria e José levaram o Menino até o Templo para oferecê-lo ao Senhor e cumprir o preceito da Circuncisão, conforme prescrevia as leis religiosas do povo judeu. Após a primeira parte da narrativa, observa-se um corte cronológico na harmonia dos acontecimentos, para destacar o encontro de Jesus com os Doutores da Lei, no Templo de Jerusalém. Essas duas narrativas unidas, a princípio tão distantes temporalmente, e tão próximas quanto ao objetivo de sublinhar a dupla natureza do Messias, se fundem numa leitura única.

O menino foi levado para circuncisão pois era plenamente humano e estava sujeito às leis sócio- religiosas; no entanto, com 12 anos revelava sua sabedoria extraordinária que tinha uma fonte não humana. Ele era o VERBO de Deus que inicia suas reflexões com aqueles mais ilustres e doutos. «O mundo foi feito por Ele, mas o mundo não O conheceu» (Jo 1,10-11). Primeiramente, Jesus tinha sido reconhecido como Senhor pelos pastores que vieram prestar-lhe adoração. Eles representavam os marginalizados, pobres, os esquecidos: os verdadeiros destinatários da Boa Nova. Depois foi reconhecido pelo profeta Simeão no templo, onde a profecia de Malaquias se cupria: «De repente, vai chegar ao Templo o Senhor que vós procurais, o mensageiro da Aliança que vós desejais» (Mq 3,1). Simeão revelou com a sua profecia que a Salvação não seria só para Israel, mas para todos os povos. Israel foi o lugar da espera e da realização das profecias, mas a Salvação trazida pelo Messias não se restringiria somente à sua área geográfica. O messias é a luz que iluminaria a todos os povos. Abre-se o horizonte universal do anúncio e da prática do Evangelho.

A Igreja também recorda hoje, no primeiro dia do ano, São Basílio, o Grande, pai da Igreja, santo da Patrística que deixou para a história eclesiástica ricos tesouros expressos em textos litúrgicos e maravilhosos sermões e meditações até hoje estudados. São Basílio na Igreja do Ocidente é lembrado no dia posterior ao do calendário litúrgico Bizantino. Ele é o Santo da Igreja Primitiva; é o Santo da Igreja indivisa.

As coleções litúrgicas bizantinas apresentam três anáforas, uma das quais é atribuída a São Basílio, usada em liturgias muito especiais, devido sua profundidade teológica e extensão dos textos. Existe também uma anáfora Alexandrina de S. Basílio mais breve em grego, em copta, árabe e etíope. As versões siríaca, Armênia, georgiana, eslava e uma outra versão árabe seguem a fórmula bizantina, anterior aos manuscritos gregos.

São Basílio faleceu em 1º de janeiro de 379, na Cesaréia de Capadócia.

São Gregório Nazianzeno e Gregório Nisseno proferiram brilhantes elogios em seu funeral que influenciaram a sua hagiografia.




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