quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

35ª Quinta-feira Depois de Pentecostes

28 de Janeiro de 2016 (CC) - 15 de Janeiro (CE)
S. Paulo de Tebas, eremita (c. séc. IV)
Modo 1




São Paulo nasceu no Egito, na baixa Tebaida, e perdeu seus pais quando tinha 14 anos. Distinguia-se por conhecer a língua grega e a cultura egípcia. Era bondoso, modesto e temente a Deus. A cruel perseguição do imperador Décio perturbou a Igreja no ano de 250. O demônio tratava de matar, com seus sutis artifícios, tanto os corpos quanto as almas. Durante estes dias, Paulo permaneceu escondido na casa de um amigo. Mas, ao saber que fora denunciado por um cunhado que cuidava de suas propriedades, fugiu para o deserto. Lá encontrou algumas cavernas que, segundo a tradição, serviram para cunhar moedas na época de Cleópatra, rainha do Egito. Escolheu para sua morada uma destas cavernas, próximo de uma fonte e de uma palmeira. Vestia-se com as folhas das palmeiras, seus frutos o alimentava e a água da fonte o saciava. 
Paulo tinha 22 anos quando chegou ao deserto. Seu primeiro propósito era gozar a liberdade para servir a Deus, durante as perseguições. Tendo gostado da doçura da contemplação, na solidão, resolveu não mais voltar a cidade e se esquecer totalmente do mundo. Paulo se alimentava do fruto da palmeira até seus 43 anos. Depois disso, até sua morte, assim como Elias, ele também era alimentado por um corvo que trazia pão no bico. Não se sabe de que forma viveu e com que se ocupava até morrer aos 90 anos quando Deus se deu a conhecer a seu servo.


Hebreus 10:35-11:7

Não rejeiteis, pois, a vossa confiança, que tem grande e avultado galardão. Porque necessitais de paciência, para que, depois de haverdes feito a vontade de Deus, possais alcançar a promessa. Porque ainda um pouquinho de tempo, E o que há de vir virá, e não tardará. Mas o justo viverá pela fé; E, se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele. Nós, porém, não somos daqueles que se retiram para a perdição, mas daqueles que crêem para a conservação da alma. Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem. Porque por ela os antigos alcançaram testemunho. Pela fé entendemos que os mundos pela palavra de Deus foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente. Pela fé Abel ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que era justo, dando Deus testemunho dos seus dons, e por ela, depois de morto, ainda fala. Pela fé Enoque foi trasladado para não ver a morte, e não foi achado, porque Deus o trasladara; visto como antes da sua trasladação alcançou testemunho de que agradara a Deus. Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam. Pela fé Noé, divinamente avisado das coisas que ainda não se viam, temeu e, para salvação da sua família, preparou a arca, pela qual condenou o mundo, e foi feito herdeiro da justiça que é segundo a fé.

Marcos 9:10-16

E eles retiveram o caso entre si, perguntando uns aos outros que seria aquilo, ressuscitar dentre os mortos. E interrogaram-no, dizendo: Por que dizem os escribas que é necessário que Elias venha primeiro? E, respondendo ele, disse-lhes: Em verdade Elias virá primeiro, e todas as coisas restaurará; e, como está escrito do Filho do homem, que ele deva padecer muito e ser aviltado. Digo-vos, porém, que Elias já veio, e fizeram-lhe tudo o que quiseram, como dele está escrito. E, quando se aproximou dos discípulos, viu ao redor deles grande multidão, e alguns escribas que disputavam com eles. E logo toda a multidão, vendo-o, ficou espantada e, correndo para ele, o saudaram. E perguntou aos escribas: Que é que discutis com eles?



REFLEXÃO

Os textos de hoje se revelam de difícil compreensão para o leitor que não está familiarizado com a teologia e a cultura oriental, que, principalmente à época dos Profetas e de Cristo, exerce uma maneira de raciocinar, muito distinta da cultura ocidental hodierna. O pensamento oriental, ao contrário do nosso, é simbólico e não analítico; cíclico e não-linear; místico e não-científico; contemplativo e litúrgico, e não pragmático.

Desconhecendo o caráter e a tradição do pensamento hebreu, surgiu no Brasil, por meio do Espiritismo Kardecista, a ideia de que João Batista seria a reencarnação do profeta Elias.

Ora, fora profetizado pelo Arcanjo Gabriel a Zacarias, que o menino João, seria "cheio do Espírito Santo desde o ventre materno e que iria adiante dele no espírito e virtude de Elias"; ou seja, o Espírito Santo iria atuar em João, da mesma forma como atuou em Elias; por isto o Senhor disse que Elias viria primeiro.

O fato do “espírito de Elias estar” em alguém já se deu em tempos anteriores a João Batista. Diz a Escritura acerca de Eliseu:
“Vendo-o, pois, os filhos dos profetas que estavam defronte em Jericó, disseram: O ESPÍRITO DE ELIAS REPOUSA SOBRE ELISEU. E vieram-lhe ao encontro, e se prostraram diante dele em terra” (2 Reis 2:15).
Ora se a fala do Arcanjo de que o espírito de Elias estaria em João sugere uma “reencarnação”, a expressão  “o espírito de Elias repousa sobre Eliseu” também deve ser entendida neste sentido, o que se mostra um absurdo, porque, como poderia Eliseu ser a reencarnação de Elias, se ambos foram contemporâneos e amigos?

Portanto, a expressão “espírito de Elias” não dever ser entendida como se referindo à pessoa de Elias, mas, sim ao Espírito Santo que estava em Elias.

Elias prefigurava João Batista, assim como o Rei Davi, prefigurava o Cristo. Este tipo de raciocínio é peculiar aos Apóstolos, e disto temos o exemplo de São Pedro, no Pentecostes, quando interpreta para o povo a profecia de que Davi ressuscitaria, mostrando que não se tratava propriamente de Davi, mas, do Cristo, seu descendente e do qual Davi era ícone (Atos 2:29-31).


Pe. Mateus (Antonio Eça)

ORAÇÃO

"Desvenda os meus olhos, para que eu contemple as maravilhas da Tua Lei".

Salmo 118(119):18




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