São Procópio Decapolita (séc. VIII)
Modo 5
São Procópio viveu no século VIII, na época do imperador Leão III (717-741). Notabilizou-se pela sua nobreza e coragem na defesa da fé cristã. Procópio não se isolou na solidão de sua cela, ao contrário, foi à combate naqueles tempos críticos de perseguição aos cristãos, tornando-se, com muito valor, um guia da fé ortodoxa, sempre animado pela Palavra de Deus que diz: «Então prosperarás, se tiveres cuidado de cumprir os estatutos e os juízos, que o SENHOR mandou a Moisés acerca de Israel; esforça-te, e tem bom ânimo; não temas, nem tenhas pavor» (1Cr 22:13). Estas palavras o motivavam a avançar sempre, com muita coragem e determinação. Procópio destacou-se, em particular, por sua posição contra os hereges monofisitas e também apoiou a veneração aos ícones. O imperador Leão era um selvagem iconoclasta que perseguiu e torturou muitos que defendiam a posição de São Procópio, o mesmo acontecendo ao santo. Procopio, com a ajuda de Deus e ainda com mais coragem e determinação, seguiu proclamando a verdadeira fé ortodoxa até o final de seus dias.
MATINAS
Marcos 16:9-20
9 Ora, havendo Jesus ressurgido cedo no primeiro dia da semana, apareceu primeiramente a Maria Madalena, da qual tinha expulsado sete demônios. 10 Foi ela anunciá-lo aos que haviam andado com ele, os quais estavam tristes e chorando; 11 e ouvindo eles que vivia, e que tinha sido visto por ela, não o creram. 12 Depois disso manifestou-se sob outra forma a dois deles que iam de caminho para o campo, 13 os quais foram anunciá-lo aos outros; mas nem a estes deram crédito. 14 Por último, então, apareceu aos onze, estando eles reclinados à mesa, e lançou-lhes em rosto a sua incredulidade e dureza de coração, por não haverem dado crédito aos que o tinham visto já ressurgido. 15 E disse-lhes: Ide por todo o mundo, e pregai o evangelho a toda criatura. 16 Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado. 17 E estes sinais acompanharão aos que crerem: em meu nome expulsarão demônios; falarão novas línguas; 18 pegarão em serpentes; e se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e estes serão curados. 19 Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu, e assentou-se à direita de Deus. 20 Eles, pois, saindo, pregaram por toda parte, cooperando com eles o Senhor, e confirmando a palavra com os sinais que os acompanhavam.
LITURGIA
Primeira Antífona.
Leitor
Povos todos batei palmas, aclamai a Deus com hinos de louvor.
Coro
Pelas orações da Mãe de Deus, Salva-nos, Senhor!
Leitor
Pois, o Senhor, o Deus Altíssimo É temível em toda a terra
Coro
Pelas orações da Mãe de Deus...
Leitor
Ele submeteu os povos sob o nosso jugo, e as nações por debaixo dos nossos pés.
Coro
Pelas orações da Mãe de Deus...
Leitor
Por entre aclamações o Senhor ascendeu, o Senhor se elevou ao toque da trombeta.
Coro
Pelas orações da Mãe de Deus...
Leitor
Glória ao Pai † e ao Filho e ao Espírito Santo, eternamente agora e sempre, pelos séculos dos séculos.
Coro
Amém.
Segunda Antífona
Leitor
Grande É o Senhor e mui Digno de louvor na cidade do nosso Deus.
Coro
Sálva-nos, ó Filho de Deus, Tu que em glórias ascendeste aos céus: nós que a Ti cantamos: Aleluia!
Leitor
O Monte de Sião está ao norte, a cidade do Grande Rei.
Coro
Salva-nos ó Filho de Deus...
Leitor
Deus É reconhecido em Sua fortaleza.
Coro
Salva-nos ó Filho de Deus...
Leitor
Perante Ele vem a congregação dos reis.
Coro
Salva-nos ó Filho de Deus...
Leitor
Glória ao Pai † e ao Filho e ao Espírito Santo, eternamente agora e sempre, pelos séculos dos séculos.
Coro
Amém.
Terceira Antífona
Leitor
Escutai, ó povos todos; dai ouvidos, ó habitantes do universo.
Coro
Subiste glorioso ao céu, ó Cristo nosso Deus,/ enchendo de júbilo os discípulos/ pela promessa do Espírito Santo,/ e confirmando-os por Tua bênção,/ porque És o Filho de Deus, o Redentor do mundo.
Leitor
Homens todos: ricos e pobres.
Coro
Subiste glorioso ao céu, ó Cristo nosso Deus...
Leitor
Minha boca falará sabedoria, a meditação do meu coração compreenderá.
Coro
Subiste glorioso ao céu, ó Cristo nosso Deus...
Leitor
Inclinarei os meus ouvidos às parábolas, decifrarei enigmas com a salmodia.
Coro
Subiste glorioso ao céu, ó Cristo nosso Deus...
Leitor
Glória ao Pai † e ao Filho e ao Espírito Santo, eternamente agora e sempre, pelos séculos dos séculos.
Coro
Amém.
Atos 1:1-12
1 Fiz o primeiro tratado, ó Teófilo, acerca de tudo quanto Jesus começou a fazer e ensinar, 2 até o dia em que foi levado para cima, depois de haver dado mandamento, pelo Espírito Santo, aos apóstolos que escolhera; 3 aos quais também, depois de haver padecido, se apresentou vivo, com muitas provas infalíveis, aparecendo-lhes por espaço de quarenta dias, e lhes falando das coisas concernentes ao reino de Deus. 4 Estando com eles, ordenou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, a qual (disse ele) de mim ouvistes. 5 Porque, na verdade, João batizou em água, mas vós sereis batizados no Espírito Santo, dentro de poucos dias. 6 Aqueles, pois, que se haviam reunido perguntavam-lhe, dizendo: Senhor, é nesse tempo que restauras o reino a Israel? 7 Respondeu-lhes: A vós não vos compete saber os tempos ou as épocas, que o Pai reservou à sua própria autoridade. 8 Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra. 9 Tendo ele dito estas coisas, foi levado para cima, enquanto eles olhavam, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o a seus olhos. 10 Estando eles com os olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto deles apareceram dois varões vestidos de branco, 11 os quais lhes disseram: Varões galileus, por que ficais aí olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi elevado para o céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir. 12 Então voltaram para Jerusalém, do monte chamado das Oliveiras, que está perto de Jerusalém, à distância da jornada de um sábado.
Lucas 24:36-53
Canto da Comunhão
Subiu Deus por entre aclamações,
o Senhor, ao som das trombetas.
Aleluia, aleluia, aleluia!
⧫⧫⧫
HOMILIA DA ASCENSÃO DE CRISTO
Por Protopresbítero George Dion Dragas*
A Ascensão como o auge das Festas do Senhor:
Como brilhante e maravilhosa é esta festa! É o auge de todas as festas do Senhor, porque com ela o sagrado propósito da Encarnação do Indizível Verbo de Deus se conclui, conforme a Divina economia. Para que o Filho e Verbo de Deus feito homem, foi submetido a paixão, a morte, a ressurreição e a ascensão ...? Todos estes eventos aconteceram de modo que a natureza humana não permanecesse prostrada, mas se elevasse para o céu, para que se tornasse divinizada e glorificada, de acordo com o projeto original do Criador. Esta, então, era a finalidade para a qual o Filho de Deus se dignou a assumir em Sua Santíssima pessoa (hipóstase) a nossa natureza humana, que havia caído de sua condição original, a fim de renová-la com a sua crucificação e ressurreição e erguê-la para as alturas celestiais com sua gloriosa ascensão, apresentando-a a Deus, o Pai, como o troféu radiante de Sua vitória.
A Ascensão como o triunfo da natureza humana:
Na Ascensão de Cristo, Deus o Pai aceitou as primícias de nossa humanidade, e se agradou não só por causa da dignidade d’Aquele que a ofereceu, mas também pela pureza da oferta . Esta, então, é a vitória perfeita contra o pecado. Este é o triunfo da natureza humana. A natureza humana não poderia ter descido para um ponto mais baixo do que a que chegou após a queda de Adão, mas também não poderia ascender a um ponto mais alto do que aquele em que o novo (ou último) Adão a ergueu com sua ascensão!
A Ascensão que o benefício final oferecido por Deus ao homem:
O que a mente poderia apreender das dimensões reais deste evento? A natureza desamparada e frágil ser humano, a natureza que fugiu de Deus e foi exilada do paraíso, a natureza rasteira, miserável condenada e escravizada dos seres humanos torna-se hoje mais gloriosa do que a dos anjos, projetada para sentar-se com Cristo no seio do Pai, agora é adorada por toda a criação visível e invisível! Que linguagem há que possa louvar a magnitude desta celebração ou descrever dignamente a maravilha da beneficência de Deus aos seres humanos? Hoje, a desejada entrada no paraíso, a Jerusalém celeste, é aberta aos descendentes do exilado Adão. Hoje, a restauração do novo Israel na Terra Prometida é realizada.
A Ascensão como a vitória final de Cristo para o homem:
Hoje, no Monte das Oliveiras o Céu e a Terra se beijam e anjos e seres humanos estão unidos. Aqui, o coro dos Apóstolos cumprimenta seu doce Mestre com alegria em sua partida, e as Ordens dos Anjos saúdam o Rei dos Céus com alegria inefável. Aqui, o cativeiro, é levado cativo pelo Vencedor da morte com a sua ascensão às alturas, ou seja, as almas dos justos que foram redimidos, têm seus olhos em seu Redentor com sentimentos de euforia e alegria. Aqui também, a Sua Mãe, a Virgem pura, se despede do seu Filho amado, o Qual sobe ao Céu, onde Deus, o Pai acolhe o seu Filho unigênito e O faz sentar sentar à Sua direita. Aqui, no prestigioso Monte das Oliveiras, também nós somos chamados a elevar nossas mentes e nos tornarmos testemunhas oculares dos eventos grandes e maravilhosos que ocorreram, tendo como nosso guia Lucas, o teólogo, o único entre os Evangelistas a narrar – de forma breve, mas no melhor estilo das narrativas sacerdotais - a solene e gloriosa ascensão de nosso Senhor e Deus e Salvador Jesus Cristo.
Por que a Ascensão ter lugar 40 dias após e não imediatamente após a Ressurreição?
O Senhor da vida, rompeu os laços da morte por sua ressurreição e se reuniu com seus discípulos durante 40 dias; ressurreição que se tornou para eles inconteste por meio de várias provas. Cristo não subiu ao céu no dia em que ressuscitou, porque um evento como esse teria levantado dúvidas e perguntas. Se ele tivesse feito isso, muitos dos incrédulos estariam em condições de projetar o argumento de que a ressurreição era mais um sonho de aspirações piedosas que facilmente surgem e desaparecem mais facilmente. Por este motivo, então, Cristo permaneceu por 40 dias sobre a terra, e apareceu aos seus discípulos várias vezes, mostrando-lhes as marcas de suas feridas, explicando-lhes as profecias que Ele cumpriu em sua vida e sofrimentos como homem, e até mesmo comeu com eles.
* O Protopresbítero George Dion Dragas é um proeminente mestre e escritor Ortodoxo da atualidade. Padre George ensina Patrística na Escola Ortodoxa Grega de Teologia Santa Cruz em Brookline, Massachusetts (EUA).
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