Ss. Davi de Tessalônica; João, bispo de Goths
Jejum dos Apóstolos (peixe, azeite e vinho permitidos)
Jejum dos Apóstolos (peixe, azeite e vinho permitidos)
Modo 1
Kondákion da Ressurreição
Tropárion de São Davi Modo 8
Tropárion de São Sansão Modo 8
Em tua paciência, ó venerável Pai, alcançaste a tua recompensa; / perseveraste incessantemente na oração, amaste os pobres e os acolheste.// Roga a Cristo, O misericordioso Deus, bendito Sansão, que salve as nossas almas s.
Prokímenon
O Senhor É a minha força e o meu cântico,
O Senhor, castigou-me muito,
ROMANOS 5:1-10
1 Justificados, pois, pela fé, tenhamos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo, 2 por quem obtivemos também nosso acesso pela fé a esta graça, na qual estamos firmes, e gloriemo-nos na esperança da glória de Deus. 3 E não somente isso, mas também gloriemo-nos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a perseverança, 4 e a perseverança a experiência, e a experiência a esperança; 5 e a esperança não desaponta, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado. 6 Pois, quando ainda éramos fracos, Cristo morreu a seu tempo pelos ímpios. 7 Porque dificilmente haverá quem morra por um justo; pois poderá ser que pelo homem bondoso alguém ouse morrer. 8 Mas Deus dá prova do seu amor para conosco, em que, quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós. 9 Logo muito mais, sendo agora justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira. 10 Porque se nós, quando éramos inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida.
ALELUIA
Aleluia, aleluia, aleluia!
Aleluia, aleluia, aleluia!
Aleluia, aleluia, aleluia!
MATEUS 6:22-33
22 A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo teu corpo terá luz; 23 se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes são tais trevas! 24 Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar a um e amar o outro, ou há de dedicar-se a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas. 25 Por isso vos digo: Não estejais ansiosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer, ou pelo que haveis de beber; nem, quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que o vestuário? 26 Olhai para as aves do céu, que não semeiam, nem ceifam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não valeis vós muito mais do que elas? 27 Ora, qual de vós, por mais ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado à sua estatura? 28 E pelo que haveis de vestir, por que andais ansiosos? Olhai para os lírios do campo, como crescem; não trabalham nem fiam; 29 contudo vos digo que nem mesmo Salomão em toda a sua glória se vestiu como um deles. 30 Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós, homens de pouca fé? 31 Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que havemos de comer? ou: Que havemos de beber? ou: Com que nos havemos de vestir? 32 (Pois a todas estas coisas os gentios procuram.) Porque vosso Pai celestial sabe que precisais de tudo isso. 33 Mas buscai primeiro o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.
Era extremamente útil e inclusive necessário que aqueles que são investidos da dignidade apostólica tivessem uma alma livre da ambição de riquezas e nada desprezassem tanto como a acumulação de ofertas, contentando-se mais com o que Deus lhes proporciona, pois, como está escrito: a cobiça é a raiz de todos os males. Convinha, portanto, que a todo custo se mantivessem à margem e plenamente libertados daquele vício que é a raiz e mãe de todos os males, esgotando, por assim dizer, todo o seu empenho em ocupações realmente necessárias: em não cair sob o jugo de satanás. Desta forma, caminhando à margem das preocupações mundanas, subestimarão os apetites carnais e desejarão unicamente o que Deus quer.
E assim como os mais valentes soldados, saindo ao combate, não levam consigo mais que as armas necessárias para a guerra, assim também aqueles a quem Cristo enviava em ajuda da terra e a assumir a luta, a favor dos que estavam em perigo, contra os poderes que dominam este mundo de trevas; ainda mais, a lutar contra o próprio satanás em pessoa, convinha que estivessem libertados das fadigas deste mundo e de toda preocupação mundana de maneira que, bem cingidos, e com as armas espirituais nas mãos, pudessem lutar intrepidamente contra os que obstruem a glória de Cristo e semearam de ruínas a terra inteira; é um fato que induziram aos seus habitantes a adorar a criatura em vez do Criador e a oferecer culto aos elementos do mundo.
Tenham embraçado o escudo da fé, estejais revestidos da couraça da justiça e da espada do Espírito Santo, isto é, toda a Palavra de Deus. Com estes instrumentos, era inevitável que fossem intoleráveis para seus inimigos, sem levar entre seus apetrechos nada merecedor de mancha ou de culpa, ou seja, o afã de possuir, ajuntar lucros ilícitos e andar preocupados em guardá-los, todas estas coisas que afastam a alma humana de uma vida grata a Deus nem a permitem elevar-se a ele, mas antes lhe cortam as asas e a afundam em aspirações materiais e terrenas.
E ao ensinamento acrescenta este luminoso exemplo: considerem as aves, que nem semeiam nem ceifam, que não têm despensa nem celeiro, e Deus as sustenta. Vocês não valem mais do que as aves? Isto pelo que é pertinente a comida; porém, de forma análoga, a propósito do vestuário – que se classifica na terceira categoria, a dos bens exteriores –, faz esta recomendação: Considerem os lírios, como não tecem nem fiam, e eu lhes digo que nem Salomão em toda a sua glória se vestiu como um deles. Porque o Rei Salomão se vangloriava muito de suas riquezas.
O que há de mais gracioso e bonito que as flores? O que há de mais agradável que os lírios ou as rosas? E se Deus veste assim a erva que hoje está no campo e amanhã se joga ao fogo, quanto mais vocês, homens de pouca fé! Portanto, não andem preocupados com o que havereis de comer ou com o que haveis de beber.
Ele suprimiu todo luxo na comida, mediante a partícula “o que”, porque isso é o que vem a significar esta passagem da Escritura: Não vos preocupeis com o que havereis de comer ou com o que haveis de beber. Preocupar-se por estas bagatelas denota avidez e sensualidade; porém, simplesmente “comer”, responde a uma necessidade ou, como dissemos, a satisfação de uma necessidade. Por outro lado, o “o que” denuncia o supérfluo, e a Escritura afirma claramente que o supérfluo provém do diabo.
E a expressão que acrescenta a isto aclara a compreensão: não andem preocupados com o que havereis de comer ou com o que haveis de beber; e prossegue: Não estejam inquietos. Aquilo que inquieta e afasta da verdade é a ostentação e a sensualidade, visto que o prazer sensível, preocupado pelo supérfluo, nos separa da verdade.
Por isso disse muito bem o Senhor: Porque os pagãos é que procuram todas estas coisas. Os pagãos são os indisciplinados e os insensatos. Mas o que quer dizer com “todas estas coisas”? A sensualidade, o prazer, os condimentos de requinte, a glutonaria e a gula. Eis aqui “o que” (comerão).
No que diz respeito à necessidade da comida comum, sólida e líquida, diz: O vosso Pai sabe o que necessitam. Em uma palavra, o desejo de buscar é algo conatural em nós, não esbanjemos esse espírito de busca na sensualidade; o orientemos para a busca da verdade. Buscai, disse ele, o Reino de Deus, e o alimento vos será dado por acréscimo.
Ninguém pode servir a dois Senhores: pois, ou odiará um e amará o outro, ou será fiel a um e desprezará o outro... Considera que grande proveito nos declara novamente esta passagem; e como ao mesmo tempo afasta o que é prejudicial e prepara o que é conveniente para a salvação. Pois diz que as riquezas vos prejudicam não só porque fornecem aos ladrões armas contra vós, nem só porque cobrem de trevas as vossas mentes, mas também porque vos afastam do serviço de Deus e vos precipitam nas mãos do dinheiro, seres inanimados e que com dois fios vos ferem; que tornam escravos aqueles que deveriam mandar; e que vos separam do serviço de Deus a quem de forma incondicional deveis servir.
Da mesma maneira que anteriormente demonstrou haver um duplo prejuízo, como que as riquezas se acumulem onde a traça a corrói e que não se depositem no local onde é seguro o depósito; assim também nesta passagem declara um duplo prejuízo: que afastam do serviço de Deus e que escravizam ao dinheiro. Contudo, ele não declara isso imediatamente, porque o vai preparando mediante considerações do dia a dia, dizendo: Ninguém pode servir a dois senhores. Refere-se a dois senhores que ordenam coisas opostas, pois se isto não acontecesse já não seriam dois. Por isso diz a Escritura: A multidão dos que tinham crido eram um só coração e uma só alma, pois embora estivessem divididos em muitos corpos, contudo, a concórdia os tornava um só.
Insistindo, em seguida, diz não só que o apego às riquezas não lhe será de proveito, mas que o odiará e desprezará. Porque, ou odiará a um e amará o outro, ou será fiel a um e desprezará o outro. Parece que disse duas vezes a mesma coisa, mas não procedeu dessa maneira sem motivo, mas para demonstrar desta forma que a mudança para melhor é fácil. Para que não te desculpes alegando que já te encontras escravo das riquezas e oprimido por sua tirania, te demonstra que podes passar para o lado oposto; e assim como o podes fazer daqui para lá, também o pode de lá para cá.
Disse isto de forma genérica para persuadir ao ouvinte a que se constituísse juiz imparcial daquilo que lhe dizia, e assim desse a sua sentença considerando a própria natureza das coisas; tão logo o viu dar o parecer afirmativo, finalmente se referiu a si mesmo e disse: Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro. Fiquemos horrorizados de ver que coisas obrigamos Cristo a dizer, até fazê-lo comparar e colocar frente a frente Deus e o ouro. Mas se isto é terrível, muito mais terrível é que nós realmente o façamos, e prefiramos a tirania do ouro ao temor de Deus.
São Davi de Tessalônica iniciou sua vida ascética no mosteiro dos Santos Mártires Theodoro e Mercurius. Inspirado pelo exemplo do Estilita, vivia em uma amendoeira em oração constante, mantendo rigoroso jejum mesmo sob intenso calor ou frio. E assim permaneceu por três anos, até que um anjo lhe disse para vir para baixo.
São Davi recebeu de Deus o dom de operar prodígios, e, assim, curou a muitos enfermos.
Um dia, durante a celebração da Divina Liturgia, o Imperador percebeu que Davi não usava o turíbulo, mas que trazia as brasas acessas em suas mãos e que as brasas não lhe causavam dano algum. Espantado, o Imperador deixou seu lugar e se prostrou perante Davi.
Este santo asceta também dava conselhos espirituais a todos os que vinham ter com ele. Tendo atingido a “apathéia” (a vida sem passionalidade), dormiu pacificamente no Senhor, no ano 540.
São Sansão, o hospitaleiro
São Sansão, o Hospitaleiro foi filho de pais romanos ricos e ilustres que lhe deram uma educação excelente que o fizeram médico. Depois da morte do pais ele distribuiu os bens herdados entre os pobres e liberou os escravos. Logo depois se dirigiu para Constantinopla onde se estabeleceu numa pequena casa onde alojava viajantes, pobres e doentes. Pela sua vida ascética e de entrega ao próximo, Deus lhe deu o poder da cura, não só pelo conhecimento médico mas por suas virtudes. Sua fama se espalhou e o Patriarca resolveu ordená-lo presbítero.
Quando o imperador Justiniano (527-565) ficou doente, pediu que São Sansão o curasse. O santo impôs suas mãos sobre a área afetada e imediatamente ele se curou. Em gratidão o imperador ofereceu ouro e prata, mas o santo recusou e pediu a Justiniano que construísse uma casa para pobres. O imperador cumpriu o pedido prontamente.
São Sansão dedicou o resto de sua vida a servir o próximo. Ele sobreviveu até idade avançada e partiu pacificamente para Deus.
MATINAS (III)
Marcos 16:9-20
9 Ora, havendo Jesus ressurgido cedo no primeiro dia da semana, apareceu primeiramente a Maria Madalena, da qual tinha expulsado sete demônios. 10 Foi ela anunciá-lo aos que haviam andado com ele, os quais estavam tristes e chorando; 11 e ouvindo eles que vivia, e que tinha sido visto por ela, não o creram. 12 Depois disso manifestou-se sob outra forma a dois deles que iam de caminho para o campo, 13 os quais foram anunciá-lo aos outros; mas nem a estes deram crédito. 14 Por último, então, apareceu aos onze, estando eles reclinados à mesa, e lançou-lhes em rosto a sua incredulidade e dureza de coração, por não haverem dado crédito aos que o tinham visto já ressurgido. 15 E disse-lhes: Ide por todo o mundo, e pregai o evangelho a toda criatura. 16 Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado. 17 E estes sinais acompanharão aos que crerem: em meu nome expulsarão demônios; falarão novas línguas; 18 pegarão em serpentes; e se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e estes serão curados. 19 Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu, e assentou-se à direita de Deus. 20 Eles, pois, saindo, pregaram por toda parte, cooperando com eles o Senhor, e confirmando a palavra com os sinais que os acompanhavam.
9 Ora, havendo Jesus ressurgido cedo no primeiro dia da semana, apareceu primeiramente a Maria Madalena, da qual tinha expulsado sete demônios. 10 Foi ela anunciá-lo aos que haviam andado com ele, os quais estavam tristes e chorando; 11 e ouvindo eles que vivia, e que tinha sido visto por ela, não o creram. 12 Depois disso manifestou-se sob outra forma a dois deles que iam de caminho para o campo, 13 os quais foram anunciá-lo aos outros; mas nem a estes deram crédito. 14 Por último, então, apareceu aos onze, estando eles reclinados à mesa, e lançou-lhes em rosto a sua incredulidade e dureza de coração, por não haverem dado crédito aos que o tinham visto já ressurgido. 15 E disse-lhes: Ide por todo o mundo, e pregai o evangelho a toda criatura. 16 Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado. 17 E estes sinais acompanharão aos que crerem: em meu nome expulsarão demônios; falarão novas línguas; 18 pegarão em serpentes; e se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e estes serão curados. 19 Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu, e assentou-se à direita de Deus. 20 Eles, pois, saindo, pregaram por toda parte, cooperando com eles o Senhor, e confirmando a palavra com os sinais que os acompanhavam.
LITURGIA
Tropárion da Ressurreição
Ó vida Imortal, sofrendo a morte, / esmagaste o Inferno com o fulgor de Tua Divindade. / E quando fizeste erguer os mortos das profundezas da terra, / todos os Poderes Celestes Te aclamaram, dizendo: // “Glória a Ti, ó Cristo nosso Deus e Autor da Vida!”
Kondákion da Ressurreição
Tu ressuscitaste do túmulo, ó poderosíssimo Salvador, /e com esse poderoso sinal, o Inferno ficou chocado de medo, / e os mortos ressuscitaram. /A criação também rejubila em Ti / e Adão fica inexcedivelmente alegre // e o mundo, ó meu Salvador, canta louvações para Ti, para sempre.
Tropárion de São Davi Modo 8
A imagem de Deus foi de fato preservada em ti, ó Pai, pois, tomaste a cruz e seguiste Cristo; assim, nos ensinaste a desprezar a carne e a cuidar da alma, pois é imortal. Por isto o teu espírito, ó venerável Davi, regozija-se com os anjos.
Em tua paciência, ó venerável Pai, alcançaste a tua recompensa; / perseveraste incessantemente na oração, amaste os pobres e os acolheste.// Roga a Cristo, O misericordioso Deus, bendito Sansão, que salve as nossas almas s.
Kondákion Modo 2
Nós te bendizemos, ó servo de Deus, Davi. Tu és como os anjos, vivendo sem paixões terrenas. Agora te rejubilas com a dádiva Divina. Concede-nos que dela também partilhemos, ó Pai santo e justo!
Prokímenon
O Senhor É a minha força e o meu cântico,
Porque Ele me salvou. (Sl. 117:14)
O Senhor, castigou-me muito,
Mas não me entregou à morte. (Sl. 117:18)
ROMANOS 5:1-10
1 Justificados, pois, pela fé, tenhamos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo, 2 por quem obtivemos também nosso acesso pela fé a esta graça, na qual estamos firmes, e gloriemo-nos na esperança da glória de Deus. 3 E não somente isso, mas também gloriemo-nos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a perseverança, 4 e a perseverança a experiência, e a experiência a esperança; 5 e a esperança não desaponta, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado. 6 Pois, quando ainda éramos fracos, Cristo morreu a seu tempo pelos ímpios. 7 Porque dificilmente haverá quem morra por um justo; pois poderá ser que pelo homem bondoso alguém ouse morrer. 8 Mas Deus dá prova do seu amor para conosco, em que, quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós. 9 Logo muito mais, sendo agora justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira. 10 Porque se nós, quando éramos inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida.
ALELUIA
Aleluia, aleluia, aleluia!
O Senhor Te ouça no dia da tribulação;
Te proteja o Nome do Deus de Jacó!
Aleluia, aleluia, aleluia!
Salva, Senhor, o Teu povo
e abençoa a Tua herança!
Aleluia, aleluia, aleluia!
MATEUS 6:22-33
22 A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo teu corpo terá luz; 23 se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes são tais trevas! 24 Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar a um e amar o outro, ou há de dedicar-se a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas. 25 Por isso vos digo: Não estejais ansiosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer, ou pelo que haveis de beber; nem, quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que o vestuário? 26 Olhai para as aves do céu, que não semeiam, nem ceifam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não valeis vós muito mais do que elas? 27 Ora, qual de vós, por mais ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado à sua estatura? 28 E pelo que haveis de vestir, por que andais ansiosos? Olhai para os lírios do campo, como crescem; não trabalham nem fiam; 29 contudo vos digo que nem mesmo Salomão em toda a sua glória se vestiu como um deles. 30 Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós, homens de pouca fé? 31 Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que havemos de comer? ou: Que havemos de beber? ou: Com que nos havemos de vestir? 32 (Pois a todas estas coisas os gentios procuram.) Porque vosso Pai celestial sabe que precisais de tudo isso. 33 Mas buscai primeiro o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.
† † †
COMENTÁRIOS
“Sobretudo Buscai o Reino de Deus e a Sua Justiça”
Ao ouvir estas palavras, que conclusões os discípulos tomarão e que decisões práticas adotarão? Certamente estas: abandonarão nas mãos de Deus a preocupação pelo alimento, e lembrar o que disse aquele santo varão: entrega a Deus teu cuidado, que ele te sustentará. Sim, ele dá abundantemente aos santos o necessário para a vida e certamente não mente ao dizer: Não estejais preocupados pela vida pensando o que vais comer, nem pelo corpo pensando com o que vais vestir... Vosso Pai já sabe que tendes necessidade de tudo isto. Sobretudo buscai o Reino de Deus e sua justiça; e tudo o mais vos será dado por acréscimo.
Era extremamente útil e inclusive necessário que aqueles que são investidos da dignidade apostólica tivessem uma alma livre da ambição de riquezas e nada desprezassem tanto como a acumulação de ofertas, contentando-se mais com o que Deus lhes proporciona, pois, como está escrito: a cobiça é a raiz de todos os males. Convinha, portanto, que a todo custo se mantivessem à margem e plenamente libertados daquele vício que é a raiz e mãe de todos os males, esgotando, por assim dizer, todo o seu empenho em ocupações realmente necessárias: em não cair sob o jugo de satanás. Desta forma, caminhando à margem das preocupações mundanas, subestimarão os apetites carnais e desejarão unicamente o que Deus quer.
E assim como os mais valentes soldados, saindo ao combate, não levam consigo mais que as armas necessárias para a guerra, assim também aqueles a quem Cristo enviava em ajuda da terra e a assumir a luta, a favor dos que estavam em perigo, contra os poderes que dominam este mundo de trevas; ainda mais, a lutar contra o próprio satanás em pessoa, convinha que estivessem libertados das fadigas deste mundo e de toda preocupação mundana de maneira que, bem cingidos, e com as armas espirituais nas mãos, pudessem lutar intrepidamente contra os que obstruem a glória de Cristo e semearam de ruínas a terra inteira; é um fato que induziram aos seus habitantes a adorar a criatura em vez do Criador e a oferecer culto aos elementos do mundo.
Tenham embraçado o escudo da fé, estejais revestidos da couraça da justiça e da espada do Espírito Santo, isto é, toda a Palavra de Deus. Com estes instrumentos, era inevitável que fossem intoleráveis para seus inimigos, sem levar entre seus apetrechos nada merecedor de mancha ou de culpa, ou seja, o afã de possuir, ajuntar lucros ilícitos e andar preocupados em guardá-los, todas estas coisas que afastam a alma humana de uma vida grata a Deus nem a permitem elevar-se a ele, mas antes lhe cortam as asas e a afundam em aspirações materiais e terrenas.
São Cirilo de Alexandria, Patriarca de Alexandria (séc. V)
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“O Cristão Deve Confiar Na Providência Divina”
O Senhor divide seus conselhos em três categorias: os relativos à alma, os relativos ao corpo e, em terceiro lugar, os que se referem aos bens exteriores; e nos aconselha a buscarmos os bens exteriores por causa do corpo, e que governemos o corpo através da alma, e à alma ele dá este ensinamento de sua pedagogia: Não se preocupem pela sua alma (vida), pensando o que comerão, nem pelo corpo, com o que se vestirão. Porque a alma é mais importante que o alimento, e o corpo é mais importante que as vestes.
E ao ensinamento acrescenta este luminoso exemplo: considerem as aves, que nem semeiam nem ceifam, que não têm despensa nem celeiro, e Deus as sustenta. Vocês não valem mais do que as aves? Isto pelo que é pertinente a comida; porém, de forma análoga, a propósito do vestuário – que se classifica na terceira categoria, a dos bens exteriores –, faz esta recomendação: Considerem os lírios, como não tecem nem fiam, e eu lhes digo que nem Salomão em toda a sua glória se vestiu como um deles. Porque o Rei Salomão se vangloriava muito de suas riquezas.
O que há de mais gracioso e bonito que as flores? O que há de mais agradável que os lírios ou as rosas? E se Deus veste assim a erva que hoje está no campo e amanhã se joga ao fogo, quanto mais vocês, homens de pouca fé! Portanto, não andem preocupados com o que havereis de comer ou com o que haveis de beber.
Ele suprimiu todo luxo na comida, mediante a partícula “o que”, porque isso é o que vem a significar esta passagem da Escritura: Não vos preocupeis com o que havereis de comer ou com o que haveis de beber. Preocupar-se por estas bagatelas denota avidez e sensualidade; porém, simplesmente “comer”, responde a uma necessidade ou, como dissemos, a satisfação de uma necessidade. Por outro lado, o “o que” denuncia o supérfluo, e a Escritura afirma claramente que o supérfluo provém do diabo.
E a expressão que acrescenta a isto aclara a compreensão: não andem preocupados com o que havereis de comer ou com o que haveis de beber; e prossegue: Não estejam inquietos. Aquilo que inquieta e afasta da verdade é a ostentação e a sensualidade, visto que o prazer sensível, preocupado pelo supérfluo, nos separa da verdade.
Por isso disse muito bem o Senhor: Porque os pagãos é que procuram todas estas coisas. Os pagãos são os indisciplinados e os insensatos. Mas o que quer dizer com “todas estas coisas”? A sensualidade, o prazer, os condimentos de requinte, a glutonaria e a gula. Eis aqui “o que” (comerão).
No que diz respeito à necessidade da comida comum, sólida e líquida, diz: O vosso Pai sabe o que necessitam. Em uma palavra, o desejo de buscar é algo conatural em nós, não esbanjemos esse espírito de busca na sensualidade; o orientemos para a busca da verdade. Buscai, disse ele, o Reino de Deus, e o alimento vos será dado por acréscimo.
São Clemente de Alexandria (séc. III)
“Não Podeis Servir a Deus e Ao Dinheiro”
Ninguém pode servir a dois Senhores: pois, ou odiará um e amará o outro, ou será fiel a um e desprezará o outro... Considera que grande proveito nos declara novamente esta passagem; e como ao mesmo tempo afasta o que é prejudicial e prepara o que é conveniente para a salvação. Pois diz que as riquezas vos prejudicam não só porque fornecem aos ladrões armas contra vós, nem só porque cobrem de trevas as vossas mentes, mas também porque vos afastam do serviço de Deus e vos precipitam nas mãos do dinheiro, seres inanimados e que com dois fios vos ferem; que tornam escravos aqueles que deveriam mandar; e que vos separam do serviço de Deus a quem de forma incondicional deveis servir.
Da mesma maneira que anteriormente demonstrou haver um duplo prejuízo, como que as riquezas se acumulem onde a traça a corrói e que não se depositem no local onde é seguro o depósito; assim também nesta passagem declara um duplo prejuízo: que afastam do serviço de Deus e que escravizam ao dinheiro. Contudo, ele não declara isso imediatamente, porque o vai preparando mediante considerações do dia a dia, dizendo: Ninguém pode servir a dois senhores. Refere-se a dois senhores que ordenam coisas opostas, pois se isto não acontecesse já não seriam dois. Por isso diz a Escritura: A multidão dos que tinham crido eram um só coração e uma só alma, pois embora estivessem divididos em muitos corpos, contudo, a concórdia os tornava um só.
Insistindo, em seguida, diz não só que o apego às riquezas não lhe será de proveito, mas que o odiará e desprezará. Porque, ou odiará a um e amará o outro, ou será fiel a um e desprezará o outro. Parece que disse duas vezes a mesma coisa, mas não procedeu dessa maneira sem motivo, mas para demonstrar desta forma que a mudança para melhor é fácil. Para que não te desculpes alegando que já te encontras escravo das riquezas e oprimido por sua tirania, te demonstra que podes passar para o lado oposto; e assim como o podes fazer daqui para lá, também o pode de lá para cá.
Disse isto de forma genérica para persuadir ao ouvinte a que se constituísse juiz imparcial daquilo que lhe dizia, e assim desse a sua sentença considerando a própria natureza das coisas; tão logo o viu dar o parecer afirmativo, finalmente se referiu a si mesmo e disse: Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro. Fiquemos horrorizados de ver que coisas obrigamos Cristo a dizer, até fazê-lo comparar e colocar frente a frente Deus e o ouro. Mas se isto é terrível, muito mais terrível é que nós realmente o façamos, e prefiramos a tirania do ouro ao temor de Deus.
São João Crisóstomo, Patriarca de Constantinopla (séc. V)
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