«Cristo ressuscitou dos mortos,
Pisoteando a morte com Sua morte,
E outorgando a vida
Aos que jaziam nos sepulcros!»
13 de Maio de 2017 (CC) / 30 de Abril (CE)
São Tiago, o Justo – Apóstolo e irmão de São João, o Teólogo († 42)
Modo 3
São Tiago, o irmão do Senhor, o Apóstolo Divino, foi o primeiro bispo de Jerusalém. Sua origem era a Judéia, e era filho de José, o Desposado. Homem piedoso e de fé inquebrantável, além de outras virtudes, Tiago, o Justo, recebeu assim, merecidamente, o codinome de «irmão do Senhor». Como já foi dito, era um dos filhos de José com sua primeira mulher, Salomé. Sendo já de avançada idade e viúvo, José desposou a Maria, virgem antes e depois do nascimento de seu filho. Tiago recebeu primeiro o nome de Joblián, que em hebraico significa «justo», pois ainda criança mostrou ter autodomínio sobre todos os seus sentidos, o que era realmente extraordinário. Seu olhar era dirigido apenas para as coisas boas e lhe foi concedida a misericórdia divina. Seus ouvidos se abriam às santas leituras e sua boca se regozijava com a lei. Estava sempre pronto à caridade e sentia simpatia por todos. Tiago, o Justo, foi o primeiro escolhido por nosso Salvador e pelos apóstolos para o episcopado da Igreja de Jerusalém. Era adornado com todas as virtudes, em especial, porém, destacam-se duas: a capacidade de guiar os homens à perfeição, tanto na teoria como na prática; era tanto humilde como moderado. Corrigia os que afirmavam que o pecado é natural ao homem, pois estava a dizer, assim, que Deus é o autor do mal. Como um excelente médico, curou a estes insensatos com estas palavras: «Ninguém, quando for tentado, diga: É Deus quem me tenta. Deus é inacessível ao mal e não tenta a ninguém. Cada um é tentado pela sua própria concupiscência, que o atrai e alicia» [Tg 1,13-14].
Ensinava-lhes que Deus não era a causa das enfermidades humanas e lhes advertiu a reconhecerem a própria indolência e fraqueza, a serem humildes e pedirem perdão. Também afirmava que sem a graça divina, somos incapazes de fazer uma coisa boa, pois «toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, do Pai das luzes» [Tg 1,17] Ele Instava a todos a praticar a caridade para com os mais necessitados, a fim de encontrar a misericórdia do juiz na hora do Juízo, e assinalava: «Pois, haverá juízo sem misericórdia para aquele que não usou de misericórdia. A misericórdia triunfa sobre o julgamento» [Tg 2,13].
Afirmava ainda que somente a fé não beneficia aqueles que não guardam os mandamentos de Deus, porque sem obras, são considerados mortos, como se o corpo estivesse morto e sem vida. Sobre este ponto, diz: «Queres ver, ó homem vão, como a fé sem obras é estéril?» [Tg 2,20].
Também ensinava aos homens a refrear as palavras, a evitar proferir mentiras, palavras em vão, insultos ou julgamentos, mas principalmente, para afastar-se do falso testemunho que é muito prejudicial para a alma. O homem, dizia ele, não deve jurar nem pelo céu nem pela terra, nem por qualquer coisa criada. Estes e muitos outros doces ensinamentos nos vieram da boca do Apóstolo Tiago, bispo e irmão de nosso Senhor, através de sua epístola.
Todos os apóstolos veneravam Tiago e consideravam a sua palavra como lei. Sua opinião prevaleceu em diversas situações nos Atos dos Apóstolos, como na questão de saber se era ou não necessário circuncidar aos gentios. Quando os apóstolos e anciãos se reuniram para debater sobre este tema, Tiago disse-lhes, uma vez que já haviam falado Pedro, Paulo e Barnabé: Portanto, julgo que não se deve perturbar aqueles, dentre os gentios, que se convertem a Deus. Mas escrever-lhes que se abstenham das contaminações dos ídolos, da prostituição, do que é sufocado e do sangue». [At 15, 19-20]. Sua voz e seu voto teve grande valor, pois os Apóstolos veneravam este Apóstolo acima de todos. Para demonstrar ainda mais sua proeminência entre eles, São Paulo foi com os outros Apóstolos encontrar-se com Tiago, quando os anciãos estavam presentes, para declarar as coisas que Deus operara entre os gentios através de seu ministério; e logo, glorificaram a Deus.
Na verdade, alguns chegaram a crer graças à pregação de Tiago e aceitaram suas justas palavras da verdade. Alguns membros das várias seitas, no entanto, permaneciam contra ele e o consideravam equivocado, pois não acreditam na ressurreição, ou que todos seriam recompensados por suas boas ações. Houve então um grande murmúrio entre os fariseus e os escribas, convencidos de que estavam diante de um perigo de que todos acreditassem em Cristo. Foram então ao encontro de Tiago e disseram: «Nós te pedimos, oh Justo, que ensines as pessoas, pois se afastaram do caminho e crêem em Jesus, afirmando que ele é o Cristo. Então, na festa da Páscoa, quando todos estiverem reunidos, procure convencê-los para que não sejam enganados por um simples homem. Nós te imploramos que realizes esta boa ação, pois todos nós te reconhecemos que és um homem justo e imparcial. Por isso te pedimos, para que subas ao parapeito do templo, onde todos facilmente te verão e ouvirão tuas justas palavras de instrução».
Na festa da Páscoa, todas as tribos se reuniram, havendo ali, inclusive, cristãos. Foi então que os mentirosos e embusteiros, acreditando que Tiago compartilhasse de suas crenças, o fizeram parar sobre o parapeito do templo, e para que todos os presentes ouvissem, clamaram em alta voz: «Como todos nós te aceitamos, oh Justo, diga-nos: o que achas de Jesus, que foi crucificado por Pilatos, e que depois disso as pessoas se afastaram do caminho, acreditando que ele é o Cristo e, até mesmo, que ele é Deus? Explica-nos isto e proclama a verdade!» Quando chegou o momento de dizer a verdade contra os falsos, Tiago não retrocedeu por temer a morte nem aceitou negar a verdade, mas, contrariamente às expectativas daqueles, levantou a voz, e com espontâneo espírito e palavra, respondeu:
«Por que me perguntais sobre Jesus? Ele está sentado no céu à direita de seu Pai, com os poderes celestiais, e voltará nas nuvens do céu para julgar o mundo com justiça». Tendo testemunhado isto, muitos se convenceram e exclamaram: «Hosana ao Filho de Davi !» Mas os obcecados fariseus e escribas se queixaram de que haviam permitido a Tiago dirigir sua palavra ao público, pois que não tinha proclamado o que pretendiam. Cheios de cólera, se dirigiram à multidão, dizendo: «Até mesmo o Justo se afastou do caminho». Em seguida, foram para o parapeito e o agarraram como bestas selvagens, atirando-o ao chão, mas o bem-aventurado sobreviveu. Começaram então a apedrejá-lo. Mas o Santo recebeu as pedras em silêncio e, como se fosse um precioso tesouro, se ajoelhou e orou: «Senhor Deus e Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem».
Então, um dos agressores tomou um bastão usado para bater na lona, e golpeou fortemente a cabeça de Tiago que, não resistindo, o Justo entregou seu espírito a Deus. Seu corpo foi sepultado próximo do santuário. Após sua morte, foi nomeado bispo Simeão, o filho de seu tio Cléofas, porque era primo do Senhor e por um desejo unânime de que ele deveria ser o próximo bispo.
Após a morte de Tiago, muitos judeus consideravam que as calamidades que se abateram sobre eles foram consequência da violenta morte deste justo homem; pois, no ano 67 dC., Vespasiano tomou Jerusalém de assalto. Assim conclui esta narração, porque Flavius Josephus registrou os acontecimentos subsequentes em seus escritos.
Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!
João 8:31-42
31 Dizia, pois, Jesus aos judeus que nele creram: Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sois meus discípulos; 32 e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. 33 Responderam-lhe: Somos descendentes de Abraão, e nunca fomos escravos de ninguém; como dizes tu: Sereis livres? 34 Replicou-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é escravo do pecado. 35 Ora, o escravo não fica para sempre na casa; o filho fica para sempre. 36 Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres. 37 Bem sei que sois descendência de Abraão; contudo, procurais matar-me, porque a minha palavra não encontra lugar em vós. 38 Eu falo do que vi junto de meu Pai; e vós fazeis o que também ouvistes de vosso pai. 39 Responderam-lhe: Nosso pai é Abraão. Disse-lhes Jesus: Se sois filhos de Abraão, fazei as obras de Abraão. 40 Mas agora procurais matar-me, a mim que vos falei a verdade que de Deus ouvi; isso Abraão não fez. 41 Vós fazeis as obras de vosso pai. Replicaram-lhe eles: Nós não somos nascidos de prostituição; temos um Pai, que é Deus. 42 Respondeu-lhes Jesus: Se Deus fosse o vosso Pai, vós me amaríeis, porque eu saí e vim de Deus; pois não vim de mim mesmo, mas ele me enviou.
† † †
Nenhum comentário:
Postar um comentário