quarta-feira, 30 de agosto de 2017

13ª Quarta-feira Depois de Pentecostes

PÓS-FESTA DA DORMIÇÃO DA MÃE DE DEUS
30 de Agosto de 2017 (CC) / 17 de Agosto (CE)
Santo Mártir Miron, de Cyzicuz († 250)
Modo 3


Miron era um padre na cidade de Achaia. Era de origem rica e proeminente, porém, muito gentil e humilde por natureza - um amante de Deus e do homem.

Durante o reinado do Imperador Décio, na Festa da Natividade de Cristo, pagãos invadiram a igreja durante a liturgia, e arrastando Miron para fora, o torturaram pelo fogo. Durante esta tortura, um anjo lhe apareceu e o encorajou. Os pagãos, então, começaram a descascar sua pele em tiras, da cabeça aos pés. O mártir agarrou uma tira de sua pele, e com esta bateu na face do seu algoz e juiz. Como que possesso, Antipater, o juiz, pegou uma espada e matou-se. 

Finalmente, os pagãos levaram Miron para a cidade de Cyzicus, e ali o mataram à espada, no ano de 250 d.C.



Oração Antes de Ler as Escrituras

Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém! 

2 Coríntios 9:12-10:7

12 Porque a ministração deste serviço não só supre as necessidades dos santos, mas também transborda em muitas ações de graças a Deus; 13 visto como, na prova desta ministração, eles glorificam a Deus pela submissão que confessais quanto ao evangelho de Cristo, e pela liberalidade da vossa contribuição para eles, e para todos; 14 enquanto eles, pela oração por vós, demonstram o ardente afeto que vos têm, por causa da superabundante graça de Deus que há em vós. 15 Graças a Deus pelo seu dom inefável. 1 Ora eu mesmo, Paulo, vos rogo pela mansidão e benignidade de Cristo, eu que, na verdade, quando presente entre vós, sou humilde, mas quando ausente, ousado para convosco; 2 sim, eu vos rogo que, quando estiver presente, não me veja obrigado a usar, com confiança, da ousadia que espero ter para com alguns que nos julgam como se andássemos segundo a carne. 3 Porque, embora andando na carne, não militamos segundo a carne, 4 pois as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus, para demolição de fortalezas; 5 derribando raciocínios e todo baluarte que se ergue contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência a Cristo; 6 e estando prontos para vingar toda desobediência, quando for cumprida a vossa obediência. 7 Olhais para as coisas segundo a aparência. Se alguém confia de si mesmo que é de Cristo, pense outra vez isto consigo, que, assim como ele é de Cristo, também nós o somos.

Marcos 3:20-27


20 Depois entrou numa casa. E afluiu outra vez a multidão, de tal modo que nem podiam comer. 21 Quando os seus ouviram isso, saíram para o prender; porque diziam: Ele está fora de si. 22 E os escribas que tinham descido de Jerusalém diziam: Ele está possesso de Belzebu; e: É pelo príncipe dos demônios que expulsa os demônios. 23 Então Jesus os chamou e lhes disse por parábolas: Como pode Satanás expulsar Satanás? 24 Pois, se um reino se dividir contra si mesmo, tal reino não pode subsistir; 25 ou, se uma casa se dividir contra si mesma, tal casa não poderá subsistir; 26 e se Satanás se tem levantado contra si mesmo, e está dividido, tampouco pode ele subsistir; antes tem fim. 27 Pois ninguém pode entrar na casa do valente e roubar-lhe os bens, se primeiro não amarrar o valente; e então lhe saqueará a casa.

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COMENTÁRIO

O Evangelho do Reino de Deus apesar de anunciar a paz provoca conflitos, pois seu conteúdo em muito excede a compreensão humana, e tudo que está para além da nossa compreensão, classificamos como “louco”, lhe damos a dimensão do absurdo. Este foi o olhar dos parentes e dos escribas para com Cristo. Dedicar-se de tal maneira para as pessoas como Cristo fazia, estava além do que os familiares de Cristo entendiam por doação, pois, em geral, para nós, a doação tem limites, ela não pode sacrificar necessidades pessoais: alimento, descanso...  Os Escribas, acostumados a ver o místico pelos olhos da razão e da lógica predominante, diziam que era Belzebu, o maioral dos demônios que Lhe possuía. Podemos, assim, neste raciocínio, também perceber como os sentimentos direcionam o olhar. Embora os dois grupos – familiares e Escribas – estranhassem o comportamento de Jesus, cada um os classifica de acordo com os seus sentimentos: para os parentes, era um distúrbio psicológico, com um pouco de descanso ele se recuperaria; já para os Escribas – que o invejavam – Ele só poderia ser um endemoninhado, o que lhe descredenciaria definitivamente. Aos primeiros, Cristo nada objeta, pois a incompreensão num coração puro não perdura por muito tempo; todavia, a perversão sempre construirá esquemas de raciocínio que visam destruir, e não compreender, muito mais ainda quando são impulsionados por sentimentos inconfessáveis. E quando a estes senhores do saber lhes falta a força do argumento, geralmente apelam para o argumento da força, e foi por isto que tramaram a morte de Jesus.

A Igreja em sua missão, assim como seu Senhor, enfrenta e sempre enfrentará incompreensões e o conflito com os dominadores deste mundo, que necessariamente não são os que detêm o poder político, mas, inexoravelmente, os que idealizam os esquemas mentais que moldam a sociedade de nós. Estes se voltam contra nós, como enxame de abelhas para defender a colmeia; rugem como leão, procurando nos aterrorizar com suas presas, escancarando suas goelas para nos devorar. Todavia, não os devemos temer, pois, como diz são Paulo: “as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus, para demolição de fortalezas; derribando raciocínios e todo baluarte que se ergue contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência a Cristo”.


Padre Mateus (Antonio Eça)

ORAÇÃO

A Ti, Senhor, elevo a minha alma. Em Ti confio, ó meu Deus. Não deixes que eu seja humilhado, nem que os meus inimigos triunfem sobre mim! Nenhum dos que esperam em Ti ficará decepcionado; decepcionados ficarão aqueles que, sem motivo, agem traiçoeiramente. Mostra-me, Senhor, os teus caminhos, ensina-me as tuas veredas; guia-me com a tua verdade e ensina-me, pois tu és Deus, meu Salvador, e a minha esperança está em Ti o tempo todo. Lembra-te, Senhor, da tua compaixão e da tua misericórdia, que tens mostrado desde a antiguidade. Não te lembres dos pecados e transgressões da minha juventude; conforme a tua misericórdia, lembra-te de mim, pois tu, Senhor, és bom. Bom e justo é o Senhor; por isso mostra o caminho aos pecadores. Conduz os humildes na justiça e lhes ensina o seu caminho. Todos os caminhos do Senhor são amor e fidelidade para com os que cumprem os preceitos da sua aliança. Por amor do teu nome, Senhor, perdoa o meu pecado, que é tão grande! Quem é o homem que teme o Senhor? Ele o instruirá no caminho que deve seguir. Viverá em prosperidade, e os seus descendentes herdarão a terra. O Senhor confia os seus segredos aos que o temem, e os leva a conhecer a sua aliança. Os meus olhos estão sempre voltados para o Senhor, pois só ele tira os meus pés da armadilha. Volta-te para mim e tem misericórdia de mim, pois estou só e aflito. As angústias do meu coração se multiplicaram; liberta-me da minha aflição. Olha para a minha tribulação e o meu sofrimento, e perdoa todos os meus pecados. Vê como aumentaram os meus inimigos e com que fúria me odeiam! Guarda a minha vida e livra-me! Não me deixes decepcionado, pois eu me refugio em Ti. Que a integridade e a retidão me protejam, porque a minha esperança está em Ti. Ó Deus, liberta Israel de todas as suas aflições!

Salmo 24(25)

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