quarta-feira, 10 de outubro de 2018

20ª Quarta-feira Depois de Pentecostes

10 de Outubro de 2018 (CC) / 27 de Setembro (CE)
S. Calístrato e seus 49 companheiros, Mártires (início séc. IV)
Modo 2


Seus pais, assim como os seus antepassados, eram cristãos. Ainda jovem, o santo se alistou no exército como recruta. A «névoa» da vontade de morte que prevalecia nas tropas não influenciou de forma alguma Calístrato que, pelo contrário, aprofundava-se no amor a Deus e exercitava-se na adoração constante. Um de seus bons hábitos era o de rezar todas as noites. 
Quando os seus companheiros de turma perceberam sua fé em Cristo, denunciaram Calístrato ao general Persetino (287), o qual imediatamente mandou que o trouxessem a Ele. Tendo ouvido de sua própria boca que era cristão, ordenou que fosse torturado. Depois de muito sofrimento, Calístrato foi amarrado, posto dentro de um saco e jogado no mar. Milagrosamente, porém, o saco se rompeu e alguns golfinhos o levaram até a costa. Presenciando esta miraculosa cena, os seus 49 companheiros de turma correram ao seu encontro, dizendo: 
«Realmente, agora vimos que Deus existe e que É grandioso, tão grandioso que te tirou do fundo do mar e te libertou.» 
E perguntaram, então, ao Santo se poderiam ser aceitos na fé, eles que haviam sido idólatras. E o santo respondeu: 
«Meu Senhor Jesus Cristo disse: ‘Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei’» (Mt 11,28). 
Depois, Calístrato os instruiu na fé, enquanto na prisão e, mais tarde, ele e os seus 49 companheiros foram mortos por decapitação, entregando assim seus espíritos a Deus.


Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém! 


Filipenses 2:16-23

16 Retendo a palavra da vida, para que no dia de Cristo possa gloriar-me de não ter corrido nem trabalhado em vão. 17 Contudo, ainda que a minha vida esteja sendo derramada como oferta juntamente com o sacrifício e o serviço provenientes da vossa fé, alegro-me e me congratulo com todos vós. 18 E, pelo mesmo motivo, alegrai-vos e acompanhai-me neste júbilo! 19 Tenho esperança no Senhor Jesus de que, em breve, vos poderei enviar Timóteo, para que eu também me anime, recebendo notícias vossas. 20 Pois não tenho ninguém que tenha esse mesmo sentimento, que sinceramente zele por vosso bem-estar. 21 Porquanto, todos procuram cuidar apenas de seus próprios interesses, e não se dedicam ao que é de Cristo Jesus. 22 Entretanto, sabeis vós que Timóteo foi aprovado porque serviu comigo na ministração do Evangelho, como um filho cooperando com seu pai. 23 Portanto, é ele quem espero vos enviar, tão logo tenha certeza sobre minha situação...

Lucas 5:12-16

12 E aconteceu que, quando estava numa daquelas cidades, eis que um homem cheio de lepra, vendo a Jesus, prostrou-se sobre o rosto, e rogou-lhe, dizendo: Senhor, se quiseres, bem podes limpar-me. 13 E ele, estendendo a mão, tocou-lhe, dizendo: Quero, sê limpo. E logo a lepra desapareceu dele. 14 E ordenou-lhe que a ninguém o dissesse. Mas vai, disse, mostra-te ao sacerdote, e oferece pela tua purificação, o que Moisés determinou para que lhes sirva de testemunho. 15 A sua fama, porém, se propagava ainda mais, e ajuntava-se muita gente para o ouvir e para ser por ele curada das suas enfermidades. 16Ele, porém, retirava-se para os desertos, e ali orava.

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COMENTÁRIOS

Jesus não disse simplesmente: «Quero, fica purificado.» Fez mais e melhor: «Estendeu a mão e tocou-lhe.» 

Este é um fato digno de atenção. Dado que podia curá-lo por um ato da sua vontade e pela palavra; por que lhe tocou com a mão? Pela única razão de mostrar, quero crer, que não era inferior, mas, superior à Lei; e também para mostrar que, dali em diante, nada é impuro para quem é puro [...]. A mão de Jesus não ficou impura no contato com o leproso; ao invés, o corpo do leproso ficou purificado pela santidade dEssa mão. 

Cristo veio não apenas para curar os corpos, mas para elevar as almas à santidade. Ele ensina-nos aqui a cuidarmos da nossa alma, a purificá-la, sem nos preocuparmos com abluções exteriores. A única lepra a temer é a da alma, isto é, o pecado [...] 

Quanto a nós, devemos dar continuamente a Deus ações de graças. Agradeçamos-Lhe não apenas pelos bens que nos concedeu, mas ainda pelos que concedeu aos outros: poderemos assim destruir a inveja, manter e fazer crescer o nosso amor ao próximo [...]." 

São João Crisóstomo, Patriarca de Constantinopla


Tendo vindo até junto de nós, Cristo encontrou o que nós temos em abundância: penas, dores e a morte. Eis o que tu tens, eis o que entre nós existe em abundância. Ele comeu contigo o que se encontrava em abundância na pobre casa da tua infelicidade. Ele bebeu vinagre, ele provou fel (Jo 19, 29) – tudo quanto encontrou na tua pobre casa.  

Mas convidou-te para a Sua mesa magnífica, para a Sua mesa do céu, para a Sua mesa dos anjos, onde Ele mesmo é o pão (Jo 6, 34). Descendo até ti, e encontrando a infelicidade na tua pobre casa, não desdenhou de Se sentar à tua mesa, tal como era, e prometeu-te a Sua. [...] Assumiu a tua infelicidade, para te dar a Sua felicidade. Sim, te dará: Ele prometeu-nos a Sua vida. E aquilo que realizou é ainda mais incrível: deu-nos em penhor a sua própria morte. 

É como se nos tivesse dito: 

«Convido-vos para a Minha vida, onde ninguém morre, onde se encontra a verdadeira felicidade, onde o alimento não se corrompe, mas restaura, onde nunca falta e tudo preenche. Vede para onde vos convido. Para o país dos anjos, para a amizade do Pai e do Espírito Santo, para uma refeição eterna, para a Minha amizade fraterna. Enfim, convido-vos para Mim mesmo, convido-vos para a Minha própria vida. Não quereis acreditar que vos darei a Minha vida? Tendes a Minha morte como testemunho.»

S. Serafim de Sarov (1759-1833; Conversação com Motovilov

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