sexta-feira, 12 de outubro de 2018

20ª Sexta-feira Depois de Pentecostes

12 de Outubro de 2018 (CC) / 29 de Setembro (CE)
São Ciriaco, anacoreta († 556)
Modo 2


São Ciriaco nasceu na cidade grega de Corinto no ano 448. Seu pai, João, era um sacerdote, e sua mãe se chamava Eudoxia. Pedro, irmão de Ciriaco, era arcebispo de Corinto. Ainda pequeno, Ciriaco foi para a Lavra do Grande Euthymios, em Jerusalém, onde, mais tarde, recebeu a consagração monástica. Logo depois, foi enviado ao asceta Gerasimo. 
Após a morte de São Gerasimo, Ciriaco retornou à Lavra de Santo Euthymios onde, aos quarenta anos, foi ordenado sacerdote. Desde então, no monastério Zuca, sua vida foi marcada por um rigoroso ascetismo. Tal era a austeridade que se impunha que se alimentava apenas de algumas ervas selvagens, excessivamente amargas. No entanto, através de suas orações, o amargor do alimento convertia-se em doçura espiritual, para ele e seu discípulo. Ciriaco viveu até a idade de 107 anos e seu adormecimento em Cristo ocorreu no ano 555.


Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém! 

Filipenses 3:8-19

8 sim, na verdade, tenho também como perda todas as coisas pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como refugo, para que possa ganhar a Cristo, 9 e seja achado nele, não tendo como minha justiça a que vem da lei, mas a que vem pela fé em Cristo, a saber, a justiça que vem de Deus pela fé; 10 para conhecê-lo, e o poder da sua ressurreição e a  participação dos seus sofrimentos, conformando-me a ele na sua morte, 11 para ver se de algum modo posso chegar à ressurreição dentre os mortos. 12 Não que já a tenha alcançado, ou que seja perfeito; mas vou prosseguindo, para ver se poderei alcançar aquilo para o que fui também alcançado por Cristo Jesus. 13 Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão adiante, 14 prossigo para o alvo pelo prêmio da vocação celestial de Deus em Cristo Jesus. 15 Pelo que todos quantos somos perfeitos tenhamos este sentimento; e, se sentis alguma coisa de modo diverso, Deus também vo-lo revelará. 16 Mas, naquela medida de perfeição a que já chegamos, nela prossigamos. 17 Irmãos, sede meus imitadores, e atentai para aqueles que andam conforme o exemplo que tendes em nós; 18 porque muitos há, dos quais repetidas vezes vos disse, e agora vos digo até chorando, que são inimigos da cruz de Cristo; 19 cujo fim é a perdição; cujo deus é o ventre; e cuja glória assenta no que é vergonhoso; os quais só cuidam das coisas terrenas.

Lucas 6:17-23

E, descendo com eles, parou num lugar plano, e também um grande número de seus discípulos, e grande multidão de povo de toda a Judéia, e de Jerusalém, e da costa marítima de Tiro e de Sidom; os quais tinham vindo para o ouvir, e serem curados das suas enfermidades, como também os atormentados dos espíritos imundos; e eram curados. E toda a multidão procurava tocar-lhe, porque saía dele virtude, e curava a todos. E, levantando ele os olhos para os seus discípulos, dizia: Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o reino de Deus. Bem-aventurados vós, que agora tendes fome, porque sereis fartos. Bem-aventurados vós, que agora chorais, porque haveis de rir. Bem-aventurados sereis quando os homens vos odiarem e quando vos separarem, e vos injuriarem, e rejeitarem o vosso nome como mau, por causa do Filho do homem. Folgai nesse dia, exultai; porque eis que é grande o vosso galardão no céu, pois assim faziam os seus pais aos profetas.

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HOMILIA


“O Olmo e a Vide”

Enquanto andava pelo campo notei um olmo* e uma vide, e distinguindo os dois e os seus frutos, o pastor me apareceu e me disse: 

“O que está pensando?” 

“Estou refletindo”, lhe respondi, “sobre o olmo e a vide, que são extremamente apropriados um ao outro”. 

Ele disse: 

“Estas duas árvores servem como exemplo para os servos de Deus”. 

Eu lhe pedi: 

“Quisera saber o exemplo contido nestas árvores das quais estás falando”. 

Ele me disse: 

“Observa o olmo e a vide”. 

“Os vejo, Senhor”. 

Ele continuou: 

“Esta vide dá fruto, porém o olmo é de um tronco que não produz fruto. Contudo, esta vide, a menos que suba pelo olmo, não pode levar muito fruto quando se arrasta pelo chão; e o fruto que então produz é de má qualidade, porque não está suspensa do olmo. Portanto, quando a vide se adere ao olmo, dá fruto a partir do olmo. Vês, portanto, que o olmo também dá muito fruto, não menos que a vide, e até mais”. 

“Quanto mais, Senhor?”, perguntei-lhe. 

Ele respondeu: 

“Porque a vide, quando pende do olmo, dá fruto em abundância e de boa qualidade; mas, quando se arrasta pelo chão, dá pouco fruto e apodrece. Portanto, esta parábola é aplicável aos servos de Deus, aos pobres e aos ricos igualmente”. 

“Como, Senhor?”, perguntei-lhe; “explica-me”. 

Ele respondeu: 

“Escuta, o rico tem muita riqueza, porém nas coisas do Senhor é pobre, pois as riquezas lhe distraem e é pouquíssima sua oração e confissão ao Senhor; e ainda quando faz, é breve, fraca, e não tem poder (de intercessão). Sendo assim, quando o rico procura o pobre e o auxilia em suas necessidades, crendo que receberá recompensa pelo que faz – porque o pobre é rico em intercessão (e confissão), e sua intercessão tem grande poder diante de Deus –, o rico, portanto, provê todas as coisas ao pobre sem hesitar. Mas o pobre, sendo auxiliado pelo rico, intercede e dá graças a Deus por ele tê-lo auxiliado. E o outro redobra o zelo para com o pobre, para que nada lhe falte na vida; porque sabe que a intercessão do pobre é agradável e preciosa diante de Deus. Assim sendo, os dois cumprem a sua missão; o pobre intercedendo, que é a sua riqueza recebida do Senhor; ele a devolve ao Senhor na intenção daquele que o auxilia. O rico, também, da mesma forma provê as necessidades do pobre com as riquezas recebidas do Senhor, sem hesitação. E grande é esta obra e agradável a Deus, porque o rico compreendeu perfeitamente o sentido da sua riqueza e partilhou com o pobre os tesouros do Senhor, cumprindo a missão do Senhor de forma apropriada. Aos olhares dos homens o olmo parece não levar fruto, e não sabem nem percebem que, vindo uma estiagem, o olmo, tendo água, nutrirá a vide, e a vide, tendo esta constante provisão, dobrará a quantidade de frutos, tanto para si como para o olmo. Da mesma forma o pobre, intercedendo diante do Senhor pelo rico, garante as suas riquezas, e o rico igualmente, suprindo as necessidades do pobre, garante sua alma. Então, os dois participam na boa obra. Logo, quem realiza tais coisas não será abandonado por Deus, mas será inscrito nos livros dos vivos. Bem-aventurados são os ricos que também entendem que são enriquecidos pelo Senhor. Porque os que assim pensam, poderão, então, realizar uma boa obra”.


Hermas (séc. II)
O Pastor, Parábolas, 2,5



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