segunda-feira, 15 de outubro de 2018

21ª Segunda-feira Depois de Pentecostes

15 de Outubro de 2018 (CC) / 02 de Outubro (CE)
São Cipriano († 257); Mártires Justina, Virgem e Theoctis de Nicomedia (†304);
André, Louco por Cristo; Repouso da Princesa Ana de Kashinsk; 
Monge Cassiano, o Grego de Uglich; Mártires Davi e Constantino, Príncipes de Gruzia; Teófilo, o Confessor.
Modo 3


São Cipriano era um pagão, nativo de Antioquia. Ainda em primeira infância foi entregue por seus equivocados pais para o serviço aos deuses pagãos. A partir dos sete anos até os trinta anos, Cipriano estudou nos centros mais destacados do paganismo - no Monte Olimpo, nas cidades de Argos e Taurópolis, na cidade egípcia de Memphis e na Babilônia. Tendo alcançado sabedoria eminente na filosofia pagã e no ofício de feiticeiro, foi consagrado no Olimpo ao sacerdócio pagão. Tendo descoberto grande poder pela invocação de espíritos imundos, viu o próprio príncipe das trevas e conversou com ele e recebeu dele uma série de demônios presentes.

Ao retornar a Antioquia, Cipriano tornou-se reverenciado pelos pagãos como um eminente sacerdote. As pessoas se maravilhavam com sua habilidade em realizar feitiços, convocar pestilência e pragas e invocar os mortos. O poderoso padre pagão trouxe muitas almas humanas para se arruinar, ensinando magias e serviço aos demônios.

Mas nessa cidade vivia uma cristã - a Virgem Justina. Tendo desviado o próprio pai e a mãe do erro pagão e os levando à verdadeira fé em Cristo, ela se dedicou ao Noivo Celestial e passou seu tempo em jejum e oração, permanecendo virgem.

Quando o jovem Agalides lhe propôs casamento, a Santa respondeu com uma recusa. Agalides virou-se para Cipriano e buscou sua ajuda para fazer um feitiço que fizeste Justina aceitar o casamento. Mas, não importava o que Cipriano tentasse, nada conseguia realizar, uma vez que a Santa, por suas orações e jejum, destruía todas as ciladas do diabo. Cipriano lançou demônios sobre a santa virgem, tentando despertar nela as paixões carnais, mas Justina as dissipava pelo poder do Sinal da Cruz e pela fervorosa oração ao Senhor. Mesmo um dos príncipes demoníacos e do próprio Cipriano, os quais assumindo várias formas pelo poder da feitiçaria, não conseguiram influenciar Santa Justina, protegida por sua firme fé em Cristo. Todos os feitiços se dissipavam e os demônios fugiam do mero olhar ou mesmo da menção do nome da Santa.

Cipriano, enfurecido, enviou pestilência e praga sobre a família de Justina e sobre toda a cidade, mas isso foi estancado por sua oração. A alma de Cipriano, corrompida por seu poder sobre as pessoas e por seus encantamentos, desceu até às profundezas do abismo, onde estava Satanás, aquele a quem ele servia, e disse-lhe:

«Se você cai ante a mera sombra da Cruz e o Nome de Cristo, de fato, faz você tremer, então, o que você fará, quando o Próprio Cristo estiver na sua frente?» 

O diabo então se atirou sobre o sacerdote pagão que estava no processo de repudiá-lo, e começou a vencê-lo e estrangulá-lo. São Cipriano primeiro provou em si mesmo o poder do Sinal da Cruz e do Nome de Cristo, protegendo-se da fúria do inimigo. Depois, com profundo arrependimento, foi ao Bispo local, Anthymos, e consignou todos os seus livros para as chamas.

Por seu esforço em seguir uma forma justa de vida, São Cipriano discerniu o grande poder da fé fervorosa em Cristo e se redimiu de seu serviço de mais de trinta anos para Satanás: sete dias depois do batismo ele foi ordenado leitor, no décimo segundo dia, sub- diácono, no trigésimo, diácono; e depois de um ano foi ordenado sacerdote. E em pouco tempo, São Cipriano foi elevado à dignidade do bispo. São Cipriano converteu a Cristo tantos pagãos, que em sua diocese não havia mais ninguém para oferecer sacrifício aos ídolos, e seus templos pagãos caíram em desuso. Santa Justina retirou-se para um mosteiro e lá foi eleita Higúmena (Abadessa).

Durante o tempo da perseguição contra os cristãos sob o Imperador Diocleciano, São Cipriano e a Higúmena Justina foram presos e levados a Nicomédia, onde, depois de torturas ferozes, foram decapitados com a espada. Theoctis, o soldado, olhando para os sofrimentos sem culpa dos santos, declarou-se cristão e foi executado junto com eles. O Hieromártir Cipriano e os Santos Mártires Justina e Theoctis morreram em Nicomédia, no ano 304.

Conhecendo a milagrosa conversão a Cristo do santo Hieromártir Cipriano, ex-servo do príncipe das trevas e que pela fé quebrou seu domínio, os cristãos frequentemente recorrem à oração intercessora do santo em sua luta com os espíritos imundos.
Abençoado André, Louco por Amor a Cristo

O abençoado André, Louco por Amor a Cristo, era um eslavo que morava em Constantinopla no século X. Desde os primeiros anos, amou a Igreja de Deus e as Sagradas Escrituras. Uma vez teve uma visão durante o sonho, na qual o Santo via dois exércitos. Em um estavam homens com roupas radiantes, no outro, demônios negros e ferozes. Um anjo de Deus, que guardava nas mãos coroas maravilhosas, disse a André que essas coroas não eram adereços do mundo terrenal, mas, sim, um tesouro celestial, com o qual o Senhor recompensa seus guerreiros, vitorioso sobre as hordas das trevas.

«Prossiga com essa boa ação», disse o anjo a André. «Seja um louco por amor a Mim e muito você receberá no dia do Meu Reino». 

O Santo percebeu que era o Próprio Senhor a convocá-lo para tal ação. E a partir desse momento, André começou a andar pelas ruas com trapos, como se sua mente se tornasse confusa. Por muitos anos, o Santo sofreu zombarias e insultos. Com indiferença, padeceu golpes, fome e sede, frio e calor, implorando esmolas e entregando-as a outros dos pobres. Por sua grande abstenção e humildade, o Santo recebeu do Senhor o dom da profecia e da perspicácia, salvando muitos dos perigos da alma e desmascarou muitas impiedades.

Durante uma época de oração na igreja de Blakhernae, Santo André obteve a graça de contemplar a Mãe de Deus com o seu Homofórion, velando por todos que ali oravam (episódio comemorado em 1 de outubro). O abençoado André faleceu no ano de 936.

Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém! 

Filipenses 4:10-23

10. Fiquei imensamente contente, no Senhor, porque, finalmente, vi reflorescer o vosso interesse por mim. É verdade que sempre pensáveis nisso, mas vos faltava oportunidade de mostrá-lo. 11. Não é minha penúria que me faz falar. Aprendi a contentar-me com o que tenho. 12. Sei viver na penúria, e sei também viver na abundância. Estou acostumado a todas as vicissitudes: a ter fartura e a passar fome, a ter abundância e a padecer necessidade. 13. Tudo posso naquele que me fortalece. 14. Contudo, fizestes bem em tomar parte na minha tribulação. 15. Vós que sois de Filipos, bem sabeis como, no início do meu ministério evangélico, quando parti da Macedônia, nenhuma comunidade abriu comigo contas de deve-haver, senão vós somente. 16. Já por duas vezes mandastes para Tessalônica o que me era necessário. 17. Não é o donativo em si que eu procuro, e sim os lucros que vão aumentando a vosso crédito. 18. Recebi tudo, e em abundância. Estou bem provido, depois que recebi de Epafrodito a vossa oferta: foi um suave perfume, um sacrifício que Deus aceita com agrado. 19. Em recompensa, o meu Deus há de prover magnificamente a todas as vossas necessidades, segundo a sua glória, em Jesus Cristo. 20. A Deus, nosso Pai, seja a glória, por toda a eternidade! Amém. 21. Saudai em Jesus Cristo todos os santos. Os irmãos que estão comigo vos saúdam. 22. Todos os santos vos saúdam, especialmente os da casa de César. 23. A graça do Senhor Jesus Cristo esteja com o vosso espírito!

Lucas 6:24-30

Mas ai de vós, ricos! porque já tendes a vossa consolação. Ai de vós, os que estais fartos, porque tereis fome. Ai de vós, os que agora rides, porque vos lamentareis e chorareis. Ai de vós quando todos os homens de vós disserem bem, porque assim faziam seus pais aos falsos profetas. Mas a vós, que isto ouvis, digo: Amai a vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam; Bendizei os que vos maldizem, e orai pelos que vos caluniam. Ao que te ferir numa face, oferece-lhe também a outra; e ao que te houver tirado a capa, nem a túnica recuses; E dá a qualquer que te pedir; e ao que tomar o que é teu, não lho tornes a pedir.
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COMENTÁRIO

Nossos Lábios Oram Pelos Que Nos Odeiam, 
e Queira Deus Que Nosso Coração Os Amasse!


Pedimos-lhe que tire a vida de nossos inimigos. Todo aquele que ora desta maneira, com suas próprias orações está resistindo ao Criador. Daí que se diga destes o que disse o real profeta:
  
“Converta-se a sua oração em pecado.” 

Converter-se a oração em pecado é pedir aquelas coisas que proíbe a pessoa à qual se pede... Por isso diz a Verdade: 

“Quando vos colocares em pé para orar, se tendes algo contra alguém, perdoai-o primeiro...” 

Para conseguir aquilo que pedimos retamente, é necessário que o nosso espírito não esteja ofuscado na oração pelo ódio ao nosso inimigo... Nossos lábios oram pelos que nos odeiam, e queira Deus que nosso coração os amasse! Muitas vezes oramos por eles, porém mais para dar cumprimento ao preceito de Deus do que por caridade. Porque pedimos pela vida de nossos inimigos e tememos ser escutados. Mas, como o nosso juiz interior atende mais a nossa intenção que as palavras, nada pede em favor do inimigo o que não ora em seu favor por caridade...

Mas é que o nosso inimigo faltou conosco gravemente, nos prejudicou. Auxiliamos-lhe e ele nos feriu, e pelo amor que lhe manifestamos nos perseguiu. Tudo isto estaria em seu lugar se não tivéssemos pecado algum, pelo qual devemos constantemente pedir perdão. Nosso advogado compôs para nós a súplica que devemos alegar em nossa causa. Ele é ao mesmo tempo juiz e advogado dela. Indicou-nos a condição que deveria ter nossa oração com estas palavras:

“Perdoai as nossas dívidas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido.” 

Como será nosso juiz o mesmo que é nosso advogado, escuta a nossa oração o mesmo que a fez. Deste modo, o dizemos sem praticá-lo: Perdoai as nossas dívidas assim como perdoamos a quem nos tem devido, e então vinculamo-nos mais dizendo estas palavras; ou talvez omitimos esta condição em nossas orações, e nosso advogado não reconhece a oração que compôs para o nosso uso, e nos diz: “Sei o que aconselhei, porém não é esta a oração que compus.”

O que devemos fazer, caríssimos irmãos, a não ser conceder o afeto da verdadeira caridade aos nossos irmãos? Que o Deus todo-poderoso veja a nossa caridade para com o próximo e tenha piedade e misericórdia de nós por nossos pecados. Recordai as palavras que nos foram ditas:

“Perdoai e sereis perdoados.” 

Devem-nos e também nós devemos; perdoemos, portanto, aquilo que nos é devido, para que nos perdoe o que nós devemos.
São Gregório Magno, Papa de Roma (séc. VI)

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