sexta-feira, 17 de maio de 2019

3ª Sexta-feira da Páscoa

17 de Maio de 2019 (CC) / 04 de Maio (CE)
Santa Pelágia de Tarso, virgem e mártir (c. † 287) 
Tom 2




«Cristo ressuscitou dos mortos, 
Pisoteando a morte com Sua morte, 
E outorgando a vida 
Aos que jaziam nos sepulcros!»


Santa Pelágia nasceu em Tarso (Ásia Menor). Seus pais eram pagãos e muito conhecidos. Destacava-se por sua rara beleza e por sua brilhante educação. 
O Imperador Diocleciano (284-305) tinha intenção de casar Pelágia com seu futuro herdeiro, um filho adotivo. No entanto, Pelágia pretendia entregar sua vida totalmente a Deus e, por isso,  se negou-se  a casar com herdeiro do Imperador. Decidiu então se batizar e tinha a intenção de converter sua mãe que, não concordando com a filha, decidiu entregá-la ao noivo rejeitado. O noivo sabendo que sua noiva não abandonaria sua fé em Cristo e que por causa disso, inevitavelmente, seria torturada como os demais cristãos, caiu em uma profunda tristeza e se suicidou. 
Tal fato enfureceu ainda mais sua mãe que decidiu então entregar sua filha ao Imperador Diocleciano para ser julgada. O Imperador, ao ver Pelágia, encantou-se com sua beleza e quis casar-se com ela. Pelágia, no entanto, recusou mais uma vez, justificando que seu único noivo era Jesus Cristo e por Ele estava disposta a morrer. Diocleciano ordenou que ela fosse então torturada e, depois de sofrer grandes tormentos, entregou seu espírito ao Senhor no ano de 287.


Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém! 

Atos 8:40-9:19

40 Mas Filipe achou-se em Azoto e, indo passando, evangelizava todas as cidades, até que chegou a Cesaréia. 1 Saulo, porém, respirando ainda ameaças e mortes contra os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo sacerdote, 2 e pediu-lhe cartas para Damasco, para as sinagogas, a fim de que, caso encontrasse alguns do Caminho, quer homens quer mulheres, os conduzisse presos a Jerusalém. 3 Mas, seguindo ele viagem e aproximando-se de Damasco, subitamente o cercou um resplendor de luz do céu; 4 e, caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? 5 Ele perguntou: Quem és tu, Senhor? Respondeu o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu persegues; 6 mas levanta-te e entra na cidade, e lá te será dito o que te cumpre fazer. 7 Os homens que viajavam com ele quedaram-se emudecidos, ouvindo, na verdade, a voz, mas não vendo ninguém. 8 Saulo levantou-se da terra e, abrindo os olhos, não via coisa alguma; e, guiando-o pela mão, conduziram-no a Damasco. 9 E esteve três dias sem ver, e não comeu nem bebeu. 10 Ora, havia em Damasco certo discípulo chamado Ananias; e disse-lhe o Senhor em visão: Ananias! Respondeu ele: Eis-me aqui, Senhor. 11 Ordenou-lhe o Senhor: Levanta-te, vai à rua chamada Direita e procura em casa de Judas um homem de Tarso chamado Saulo; pois eis que ele está orando; 12 e viu um homem chamado Ananias entrar e impor-lhe as mãos, para que recuperasse a vista. 13 Respondeu Ananias: Senhor, a muitos ouvi acerca desse homem, quantos males tem feito aos teus santos em Jerusalém; 14 e aqui tem poder dos principais sacerdotes para prender a todos os que invocam o teu nome. 15 Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai, porque este é para mim um vaso escolhido, para levar o meu nome perante os gentios, e os reis, e os filhos de Israel;  16 pois eu lhe mostrarei quanto lhe cumpre padecer pelo meu nome. 17 Partiu Ananias e entrou na casa e, impondo-lhe as mãos, disse: Irmão Saulo, o Senhor Jesus, que te apareceu no caminho por onde vinhas, enviou-me para que tornes a ver e sejas cheio do Espírito Santo. 18 Logo lhe caíram dos olhos como que umas escamas, e recuperou a vista: então, levantando-se, foi batizado. 19 E, tendo tomado alimento, ficou fortalecido. Depois demorou- se alguns dias com os discípulos que estavam em Damasco;  

João 6:48-54

48 Eu sou o pão da vida. 49 Vossos pais comeram o maná no deserto e morreram. 50 Este é o pão que desce do céu, para que o que dele comer não morra. 51 Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre; e o pão que eu darei pela vida do mundo é a minha carne. 52 Disputavam, pois, os judeus entre si, dizendo: Como pode este dar-nos a sua carne a comer? 53 Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: Se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos. 54 Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia. 




COMENTÁRIO

“Para Dar-nos a Conhecer Estes Dons, Chamou-Se a Si Mesmo de Pão”

Porém, é notável que ao dar o pão ele não dissesse: “Isto é a figura de meu corpo”, mas: Este é o meu corpo; e da mesma maneira o cálice, não diz: “Isto é a figura do meu sangue”, mas: Este é o meu sangue; porque ele quis que tendo estes (o pão e o cálice) recebido a graça e a vinda do Espírito Santo, não apreciemos mais a sua natureza, mas o recebamos como o corpo e o sangue que são de nosso Senhor. Pois o corpo de nosso Senhor também não teve, por sua própria natureza, a imortalidade e o (poder de) dar a imortalidade, mas foi o Espírito Santo que a deu, e pela ressurreição dentre os mortos recebeu a conjunção com a natureza divina, veio a ser imortal e causa de imortalidade para os demais.

Portanto, tendo dito nosso Senhor: Aquele que come o meu corpo e bebe o meu sangue viverá eternamente, quando viu aos judeus murmurarem e duvidarem desta palavra – pensando que por meio de uma carne mortal não é possível receber a imortalidade –, acrescentou para prontamente resolver a dúvida: Se virdes ao Filho do homem subir para onde estava antes, como se dissesse: “Agora isto não vos parece certo porque disse isto de meu corpo; porém, quando me verdes ressuscitado dentre os mortos e subir ao céu, certamente não se poderá mais ter por dura e estranha esta palavra; porque pelos próprios fatos vos convencereis de que passei para uma natureza imortal; se eu não estivesse nela, eu não subiria ao céu”.

E para indicar de onde lhe virá isto, acrescenta em seguida: O Espírito vivifica, porém o corpo de nada serve. Isto, ele diz, lhe virá pela natureza do Espírito vivificante, pela qual ele será transformado para este (estado); que ele seja imortal e que ele concede a imortalidade aos demais – aquilo que ele não tinha e o que não podia dar aos demais como proveniente de sua natureza, porque a natureza da carne é impotente para um dom e um auxílio deste gênero.

Porém, se a natureza do Espírito vivificante fez o corpo de nosso Senhor desta natureza, da qual ele não era antes, é preciso que tampouco nós, que recebemos a graça do Espírito Santo pelas figuras sacramentais, ainda vejamos como pão e como cálice o que nos é apresentado, mas (consideremos) que é o corpo e o sangue de Cristo, nos quais são transformados pela descida da graça do Espírito Santo: ela, que obtém para os que dela participam o mesmo que por meio do corpo e sangue de nosso Senhor, nós pensamos que recebem os fiéis.

Por isto ele diz: Eu sou o pão da vida descido do céu; e eu sou o pão da vida. E para mostrar que ele é aquilo que ele chama de pão, diz: E o pão que vos darei é meu corpo para a vida do mundo. Já que, de fato, nós subsistimos nesta vida por meio do pão e do alimento, ele se chama a si mesmo pão da vida descido do céu, significando isto: “Verdadeiramente eu sou o pão da vida, que dá a imortalidade aos que creem em mim, mediante este (corpo) visível, pelo qual eu desci e ao qual conferi a imortalidade, e por meio do qual (a dou) aos que creem em mim”. Podendo dizer: “Eu sou aquele que dá a vida”, se abstém e no lugar diz: Eu sou o pão da vida.

De fato, já que a imortalidade esperada, cuja promessa nos foi dada aqui, a vamos receber nas figuras sacramentais por meio do pão e do cálice. Ele devia chamar-se pão a si mesmo e ao seu corpo, de modo que pela própria figura venerássemos aquele que reivindicou esta denominação; para dar-nos a conhecer estes dons, chamou-se a si mesmo de pão, mas quis também, por estas coisas daqui (terrenas), fazer-nos receber sem duvidar estes bens demasiado elevados para as palavras.


Teodoro de Mopsuéstia (séc. V)

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