sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

Sexta-feira do Publicano e do Fariseu

18 de Fevereiro de 2022 (CC) - 05 de Fevereiro (CE)
Santa Ágata (Águeda), virgem, mártir, (†251)
Semana Sem Jejum
Tom 1



Santa Ágata nasceu em Palermo, na Sicilia, na época do imperador Décio (251). Nascida em família cristã, de boa situação econômica, a menina cresceu sendo educada nas virtudes cristãs. Desde criança demonstrou inteligência e era considerada uma das mulheres mais belas de sua época. Porém, era mais destacada ainda por sua vida virtuosa. Ainda era uma menina quando fez votos de virgindade e de não ter outro esposo senão nosso Senhor Jesus Cristo. Muitos cavalheiros nobres que admiravam sua beleza, pediam-na em casamento. 
Encontrando-se Ágata em Catânia, Quinciano, Governador da Cicília, ouviu falar de suas qualidades e de sua intenção de se tornar serva de Cristo; quis vê-la e tomá-la por esposa, a ponto de ir pessoalmente ao seu encontro. Vendo-se perseguida, Ágata orou fervorosamente e, terminando a oração, levantou-se animada, partindo para Catânia. O Governador Quinciano ordenou que fosse entregue a Afrodisia, mulher perversa que com suas seis filhas mantinha uma casa de má fama. Nesse lugar, Ágata sofreu varias tentativas contra sua honra, o que para ela foi mais terrível que os tormentos ou a morte, mas se manteve firme. Depois de um mês, Quinciano a assustava com ameaças, mas ela permanecia firme e declarava que “ser serva de Cristo, na verdade era ser livre”. 
O juiz descontente com suas respostas, ordenou que fosse presa e açoitada. No dia seguinte, Ágata novamente foi interrogada por Quinciano: “Como, tendo nascida livre e em uma casa tão ilustre, te conformas com a miserável condição de ser escrava?” Ágata respondeu: “Se ser serva de Deus é ser escrava, faço nobre esta escravidão porque não conheço nem maior e nem mais verdadeira nobreza que a de servir a este Senhor”. 
O Governador então insistiu que ela oferecesse sacrifícios aos deuses do Império, dizendo que se não o fizesse espontaneamente, faria pela força e rigor dos tormentos. Como mantivesse a firmeza da fé, foi submetida a cruéis torturas: desconjuntamento dos ossos, dilaceramento dos seios. Foi arrastada por sobre cacos de vidros e carvões em brasa. Porém, nem as ameaças, nem as promessas a fizeram sucumbir, já que, para ela, aqueles ídolos nada significavam. Ao ver que tudo sofria com serenidade, o governador ficou ainda mais enfurecido e ordenou que fosse levada à prisão sem alimento nem cuidados médicos. Deus, porém, a confortava; apareceu-lhe São Pedro em uma visão que iluminou com uma luz celestial todo o calabouço, consolando-a e sarando seus ferimentos. 
Na prisão, Ágata dirigiu ao Senhor a seguinte oração: “Deus poderoso e eterno, que por puro afeto e misericórdia quiseste tomar sob Tua proteção esta humilde serva, e que desde cedo preservaste do amor do mundo para que meu coração ardesse unicamente em Teu amor: Meu Salvador Jesus Cristo, que quiseste conservar em meio a tantos tormentos, para maior gloria de Teu Nome e para a confusão do poder das trevas, digna-Te receber minha alma em Tua eterna morada, a dos bem-aventurados; esta é a última graça que Te peço e que espero de Tua infinita bondade. 
Sua morte aconteceu dia 05 de fevereiro de 251 sendo sepultada em Catânia com toda veneração, à altura de tão ilustre martírio.



Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!


1 João 2:7-17

Amados, não vos escrevo mandamento novo, mas um mandamento antigo, que tendes desde o princípio. Este mandamento antigo é a palavra que ouvistes. Contudo é um novo mandamento que vos escrevo, o qual é verdadeiro nele e em vós; porque as trevas vão passando, e já brilha a verdadeira luz. Aquele que diz estar na luz, e odeia a seu irmão, até agora está nas trevas. Aquele que ama a seu irmão permanece na luz, e nele não há tropeço. Mas aquele que odeia a seu irmão está nas trevas, e anda nas trevas, e não sabe para onde vai; porque as trevas lhe cegaram os olhos. Filhinhos, eu vos escrevo, porque os vossos pecados são perdoados por amor do seu nome. Pais, eu vos escrevo, porque conheceis aquele que é desde o princípio. Jovens, eu vos escrevo, porque vencestes o Maligno. Eu vos escrevi, meninos, porque conheceis o Pai. Eu vos escrevi, pais, porque conheceis aquele que é desde o princípio. Eu escrevi, jovens, porque sois fortes, e a palavra de Deus permanece em vós, e já vencestes o Maligno. Não ameis o mundo, nem o que há no mundo. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não vem do Pai, mas sim do mundo. Ora, o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus, permanece para sempre.

Marcos 14:3-9

Estando ele em Betânia, reclinado à mesa em casa de Simão, o leproso, veio uma mulher que trazia um vaso de alabastro cheio de bálsamo de nardo puro, de grande preço; e, quebrando o vaso, derramou-lhe sobre a cabeça o bálsamo. Mas alguns houve que em si mesmos se indignaram e disseram: Para que se fez este desperdício do bálsamo?  Pois podia ser vendido por mais de trezentos denários que se dariam aos pobres. E bramavam contra ela. Jesus, porém, disse: Deixai-a; por que a molestais? Ela praticou uma boa ação para comigo. Porquanto os pobres sempre os tendes convosco e, quando quiserdes, podeis fazer-lhes bem; a mim, porém, nem sempre me tendes. Ela fez o que pode; antecipou-se a ungir o meu corpo para a sepultura. Em verdade vos digo que, em todo o mundo, onde quer que for pregado o evangelho, também o que ela fez será contado para memória sua.

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REFLEXÕES



"Maria ungiu os pés de Jesus com uma libra de perfume de nardo puro, de alto preço, e enxugou-Lhos com os seus cabelos. A casa encheu-se com a fragrância do perfume."Eis o fato histórico; procuremos o simbólico. Sejas tu quem fores, se quiseres ser uma alma fiel, unge com Maria os pés do Senhor com perfume. Esse perfume é a retidão. […] Deita perfume sobre os pés do Senhor. Segue as pegadas do Senhor com uma vida santa. Enxuga os seus pés com os teus cabelos: se tens coisas supérfluas, dá-as aos pobres e assim terás enxugado os pés do Senhor. […] Talvez os pés do Senhor na terra sejam os necessitados. Pois não é dos seus membros (Ef 5,30) que Ele dirá no fim do mundo: «Sempre que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a Mim mesmo o fizestes» (Mt 25,40)?

"A casa encheu-se com a fragrância do perfume." Quer dizer, o mundo encheu-se da boa reputação desta mulher, porque o bom odor é como a boa reputação. Aqueles que associam o nome de cristãos a uma vida desonesta injuriam a Cristo […]; se o nome de Deus é blasfemado por esses maus cristãos, ele é, pelo contrário, louvado e glorificado pelos bons: "somos em toda a parte o bom odor de Cristo" (2Cor 2,14-15). E diz também o Cântico dos Cânticos: "A tua fama é odor que se difunde" (1,3).

Bem-aventurado Agostinho, Bispo de Hypona (Séc, IV-V)



A esposa do Cântico dos Cânticos diz: "o meu nardo dá o seu perfume" (1,12) [...]; mas podemos ler também "o Seu perfume". [...] A esposa aproximou-se do Esposo, ungiu-O com os seus unguentos e, surpreendentemente, foi como se o nardo não tivesse dado perfume enquanto estava nas mãos da esposa, mas o desse ao entrar em contacto com o corpo do Esposo — de sorte que, segundo parece, não foi tanto Ele que recebeu o perfume do nardo mas foi antes o nardo que o recebeu, como se viesse d'Ele. [...]

Apresentamos aqui a esposa Igreja, na pessoa de Maria: diz-se que ela trazia uma libra de nardo de alto preço e que ungiu os pés de Jesus, enxugando-os depois com os cabelos e que, de certo modo, também ela recebeu, através dos cabelos, um perfume impregnado da qualidade e do poder do corpo de Jesus. [...] Ela impregnou a cabeça com um perfume requintado que vinha mais de Cristo que do nardo e disse [com a esposa]: «O meu nardo, derramado no corpo de Cristo, deu-me em troca o Seu aroma». [...]

"A casa encheu-se com a fragrância do perfume." Isso indica, seguramente, que a fragrância da doutrina que vem de Cristo e o agradável perfume do Espírito Santo encheram toda a casa deste mundo, ou a casa de toda a Igreja. Ou, pelo menos, encheram toda a casa através desta alma que recebeu a fragrância de Cristo, tendo-Lhe oferecido inicialmente o dom da sua fé como nardo puro, e recebendo, em retribuição, a graça do Espírito Santo e o agradável perfume da doutrina espiritual [...], para que também ela pudesse dizer: "Somos para Deus o bom odor de Cristo"(2Co 2,15). Ora, porque esse nardo foi cheio de fé e dum amor de grande valor, Jesus presta-lhe esta homenagem: "Praticou em Mim uma boa ação!" (Mc 14,6).

Orígenes, Presbítero de Alexandria (Séc II-III)

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