terça-feira, 2 de janeiro de 2024

31ª Terça-feira Depois de Pentecostes

PRÉ-FESTA DA NATIVIDADE
02 de Janeiro de 2024 (CC) 20 de Dezembro de 2023 (CE)
Santo Inácio, o Teóforo, bispo de Antioquia, hieromártir († 107);
Repouso dos Justos João de Kronstadt (1908); 
Intercessão de Inácio, o Arquimandrita das Cavernas de Kiev (1435); 
Santo Antônio, arcebispo de Voronezh (1846);  
São Philogonius, bispo de Antioquia (323); 
São Daniel II, arcebispo de Sérvia (1338); 
Novo Mártir João da ilha de Thasos (1652) (grego);
Santo Ícone da Mãe de Deus Socorro dos Afadigados
Jejum da Natividade (Azeite é permitido)
Tom 5


Discípulo dos Apóstolos, Pai dos bispos, vigoroso guerreiro na vanguarda dos vitoriosos mártires, Santo Inácio foi três vezes coroado e brilha reluzente no firmamento dos amigos de Deus. O significado de seu nome é “fogo” (ignis em latim). O amor por Cristo ardeu tão fortemente depois de seu Batismo que foi codinominado “Cristóforos” (portador de Cristo). Codinome que, sem vanglória, não titubeou  em aplicar a si mesmo, já que todos os cristãos, após o batismo, se tornam “portadores de Cristo” e revestidos do Espírito Santo. 
Inácio conheceu os apóstolos em sua juventude e, juntamente com Policarpo, foi iniciado nos mais profundos mistérios da fé por São João, o Apóstolo e Evangelista. Mais tarde, foi Inácio quem sucedeu Evdus, como segundo bispo de Antioquia, capital da Síria, e a maior cidade do Oriente, cuja sede episcopal foi fundada pelo apóstolo Pedro. Durante as perseguições aos cristãos, no governo de Domiciano (81-96), Santo Inácio alentou muitos cristãos confessos a  suportar suas tormentosas tribulações, na esperança de ganhar a vida eterna; consolou os prisioneiros, compartilhou desejo de  unir-se a Cristo para sempre, em sua morte. Porém, Santo Inácio, bispo temerário, não fora aprisionado nesse tempo, a tal ponto  de se sentir desiludido pelo fato de as perseguições terem acabado sem que Deus o tivesse chamado a confessar sua fé como verdadeiro discípulo de Cristo. Nos anos de paz que se seguiram, Santo Inácio ocupou-se em organizar a Igreja, mostrando que a graça que veio sobre os apóstolos no dia de Pentecostes, continuava no ministério episcopal, ainda que os doze primeiros já tivessem sido chamados para a eternidade. Exortou que todas as Igrejas permaneçam na unidade e que seus membros amem o bispo de sua Igreja que é a imagem terrena do único e verdadeiro Bispo e Sumo Sacerdote, Jesus Cristo.  
Unidos pela fé no Salvador Crucificado e Ressuscitado, unidos em um mesmo coração que brota do amor e esperança comum, os fiéis devem reunir-se freqüentemente, especialmente no dia do Senhor, para celebrar em assembléia a Eucaristia com o seu bispo, sacerdotes e diáconos. Assim, todos repartem o mesmo pão que é o remédio contra a morte que dá a imortalidade, a vida eterna em Cristo. Disse ele:  "Onde está o bispo, aí está o Cristo; onde está o bispo aí está a Igreja, a segurança da vida eterna e a promessa da comunhão com Deus".  
Na época das perseguições em Antioquia, no governo de Trajano (98-117), Santo Inácio se apresentou voluntariamente diante dele e confessou sua fé em um só Deus, criador e filantropo, em Jesus Cristo, seu Filho Unigênito. Com desprezo, Trajano lhe perguntou:  
«Eras discípulo do Crucificado, na época de Pôncio Pilatos?»  
Santo Inácio respondeu:  
«Sim, sou discípulo daquele que apagou meus pecados na Cruz, que derrotou o demônio e seus símbolos sob seus pés.»  
O Imperador ainda perguntou:  
«Por que te chamas portador de Deus?»  
Respondeu-lhe:  
«Porque trago Cristo vivente dentro de mim».  
Trajano então ordenou:  
«Que seja então o portador do Crucificado nas prisões de Roma, e que lá sejas jogado aos leões para diversão do povo».  
Como São Paulo e muitos outros mártires, o servo de Deus Inácio se encheu de alegria e fervorosamente beijou as pesadas correntes que carregava, chamando-as de «minhas preciosas pérolas espirituais».  
Durante o longo caminho até Roma, soube que os fiéis daquela cidade pretendiam evitar seu martírio. Enviou então uma mensagem, rogando-lhes que se contivessem, e que não interviessem, pois, «suplico ser um discípulo… Meu desejo terreno foi crucificado; não há mais fogo em mim por amar as coisas materiais. Porém há em mim uma água vivente que murmura e diz em meu interior ‘venha ao Pai’». 
Nele o amor de Cristo operou tão fortemente que, inspirado, disse com palavras de fogo:  
«Perdoem-me irmãos, não me peçam para viver, não desejem que eu não morra. Permitam-me que eu seja um imitador da Paixão de meu Deus. Deixem-me ser alimento para as feras, pois assim me será possível encontrar-me com meu Deus. Sou trigo de Deus, e devo ser triturado pelos dentes das feras, convertendo-me em puro pão do Senhor, à semelhança de Cristo, verdadeiro Pão Eucarístico que se oferece a Si mesmo na perfeita Liturgia». 
Este era o desejo de Santo Inácio. Quando o momento de sua prova final chegou, Santo Inácio entrou na arena como se adentrasse no Santo Altar para oficiar a liturgia na presença do fiéis. Assim, bispo e discípulo do Sumo Sacerdote de nossa Salvação, Jesus Cristo, sacerdote e vítima ao mesmo tempo, ofereceu-se a si mesmo complacentemente aos ferozes leões que se jogaram sobre ele e o devoraram lentamente, sem nada deixar, exceto os ossos maiores, como havia desejado. Estas preciosas relíquia foram devotamente reunidas pelos fiéis e levadas solenemente de volta a Antioquia. Os cristãos, venerando aquelas relíquias ao longo do caminho, seguiam rumo ao seu rebanho como se seguissem o seu pastor. 
Tropárion De Santo Inácio de Antioquia, o Portador de Deus, Tom IV:
Como participaste dos caminhos dos Apóstolos
E ocupaste o trono deles,
Compreendendo que teus esforços eram um portal para a visão Divina,
Ó Divinamente Inspirado.
Portanto, ordenando a palavra da verdade,
Padeceste pela Fé ao ponto de ofertares o teu sangue.
Ó Hieromártir Inácio, roga a Cristo Deus, que salve as nossas almas.

Kondákion do Hieromártir Inácio, Tom 3:
O fulgor dos teus reluzentes combates
A todos pré-anuncia Aquele que nasceu numa gruta.
E sedento por deleitar-se em Seu amor,
Te apressaste por ser devorado pelas feras;
Por isto, ó sábio Inácio, foste chamado de Teóforo. 
Hebreus 4:14-5:6 Hieromartir Inácio
Marcos 9:33-41 Hieromartir Inácio 
Comemoração de São João de Kronstadt
São João de Kronstadt era um sacerdote casado, que vivia com sua esposa na virgindade. Através do seu incansável trabalho em seu ministério sacerdotal e amor para com os pobres e pecadores, a ele foi concedido por nosso Senhor grandes dons de clarividência e de milagres, a um tal grau que, nos últimos anos de sua vida de milagres de curas, tanto de corpo e de alma — foram realizados inúmeras vezes, cada dia, através de suas orações, muitas vezes para pessoas que tão somente a ele escreveram pedindo sua ajuda. 
Durante sua vida era conhecido em toda a Rússia, bem como no mundo ocidental. João nos deixou seu diário "Minha Vida em Cristo" como um tesouro espiritual para os cristãos de todas as idades. Simples na linguagem, ele expõe os mistérios mais profundos de nossa fé com aquela sabedoria que é dada apenas a um coração purificado pela graça do Espírito Santo. 
Prevendo como um verdadeiro profeta a Revolução de 1917, ele repreendeu sem parar a crescente apostasia entre o povo*; e previu que o próprio nome da Rússia seria mudado. À medida que a escuridão da incredulidade crescia, e tornava-se mais espessa, João resplandeceu como um farol de piedade inigualável, confortando os fiéis através dos muitos milagres que ele operou e do amor paternal e simplicidade com que a todos recebia. São João repousou em paz em 1908." (Grande Horologion)
* São João de Kronstadt foi um grande crítico de Liev Tolstói, apontando sua negação a diversos dogmas do Cristianismo Ortodoxo e acusando‐o de satirizar a Bíblia e a Igreja e de corromper a juventude russa, preparando o país para uma catástrofe política. Em seu diário, referiu‐se ao filósofo como "herege dos hereges", orando por sua morte e a de seus seguidores na Igreja Ortodoxa Russa, nomeadamente o Metropolita Antônio de São Petersburgo e o Protopresbítero Ioann Yanyshev, reitor da Catedral da Anunciação.
Tropárion de São João de Kronstadt, no tom 4:
Ó Operador de Milagres, que vives em Cristo eternamente;
Em teu amor, tem piedade  dos que padecem infortúnios;
E ouve teus filhos que com fé te invocam,
Esperando auxílio compassivo de ti,
Ó João de Kronstadt, nosso amado pastor.

Kondákion, no tom 4:
Ó pai João, homônimo da graça,
Que fostes escolhido por Deus desde a infância,
E que ainda jovem, miraculosamente, Dele recebeste o dom do entendimento,
E que num glorioso sonho foste chamado ao sacerdócio:
Roga a Cristo Deus, para que todos possamos estar contigo no reino dos céus. 

Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém! 

Hebreus 12:25-26; 13:22-25

25 Vede que não rejeiteis ao que fala; porque, se não escaparam aqueles quando rejeitaram o que sobre a terra os advertia, muito menos escaparemos nós, se nos desviarmos daquele que nos adverte lá dos céus; 26 a voz do qual abalou então a terra; mas agora tem ele prometido, dizendo: Ainda uma vez hei de abalar não só a terra, mas também o céu. 22 Rogo-vos, porém, irmãos, que suporteis estas palavras de exortação, pois vos escrevi em poucas palavras. 23 Sabei que o irmão Timóteo já está solto, com o qual, se ele vier brevemente, vos verei. 24 Saudai a todos os vossos guias e a todos os santos. Os de Itália vos saúdam. 25 A graça seja com todos vós. 

Marcos 10:2-12

Fragmento 43 - Naquela hora, os fariseus aproximaram-se e, testando-O perguntaram-Lhe: “É lícito ao homem divorciar-se da sua mulher?” E Ele lhes respondeu: “O que Moisés vos ordenou?” Eles disseram: “Moisés permitiu que um homem escrevesse uma certidão de divórcio e a despedisse.” E Jesus respondeu e disse-lhes: “Por causa da dureza do vosso coração, ele vos escreveu este preceito. Mas desde o início da criação, Deus ‘os fez homem e mulher’.  

“Por esta razão o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher, e os dois se tornarão uma só carne”; 

Então já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu não o separe o homem”. Em casa, Seus discípulos também Lhe perguntaram novamente sobre o mesmo assunto. Então, Ele lhes disse: “Quem repudiar sua mulher e se casar com outra comete adultério contra ela. E se uma mulher se divorciar de seu marido e se casar com outro, comete adultério”.

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