6º Sábado Depois de Pentecostes

14 de Julho de 2012 (CC) / 01 de Julho (CE)

Ss. Cosme e Damião, taumaturgos e anárgiros, mártires (início do séc. IV).

Romanos 9:1-5

     1 Digo a verdade em Cristo, não minto, dando testemunho comigo a minha consciência no Espírito Santo,    2 que tenho grande tristeza e incessante dor no meu coração.    3 Porque eu mesmo desejaria ser separado de Cristo, por amor de meus irmãos, que são meus parentes segundo a carne;    4 os quais são israelitas, de quem é a adoção, e a glória, e os pactos, e a promulgação da lei, e o culto, e as promessas;    5 de quem são os patriarcas; e de quem descende o Cristo segundo a carne, o qual é sobre todas as coisas, Deus bendito eternamente. Amém.   

Mateus 9:18-26

     18 Enquanto ainda lhes dizia essas coisas, eis que chegou um chefe da sinagoga e o adorou, dizendo: Minha filha acaba de falecer; mas vem, impõe-lhe a tua mão, e ela viverá.    19 Levantou-se, pois, Jesus, e o foi seguindo, ele e os seus discípulos.    20 E eis que certa mulher, que havia doze anos padecia de uma hemorragia, chegou por detrás dele e tocou-lhe a orla do manto;    21 porque dizia consigo: Se eu tão-somente tocar-lhe o manto, ficarei sã.    22 Mas Jesus, voltando-se e vendo-a, disse: Tem ânimo, filha, a tua fé te salvou. E desde aquela hora a mulher ficou sã.    23 Quando Jesus chegou à casa daquele chefe, e viu os tocadores de flauta e a multidão em alvoroço,    24 disse; Retirai-vos; porque a menina não está morta, mas dorme. E riam-se dele.    25 Tendo-se feito sair o povo, entrou Jesus, tomou a menina pela mão, e ela se levantou.    26 E espalhou-se a notícia disso por toda aquela terra.

Os Santos Mártires Cosme e Damião

Cosme e Damião eram médicos caridosos (não cobravam por seus serviços) e taumaturgos. Estes dois santos eram irmãos, nasceram em Roma e desde a infância foram batizados e educados no espírito cristão. Eles possuíam uma graça abundante de Deus para curar os homens e animais de todas as doenças e sofrimentos, geralmente pela imposição das mãos. Cosme e Damião não aceitavam nenhum pagamento por seus trabalhos. Apenas exigiam dos enfermos crer em Cristo, o Senhor.

Cosme e Damião herdaram uma grande fortuna, a qual caridosamente distribuiu entre os necessitados e todos aqueles que quisessem. Naquela época, reinava em Roma o Imperador Galério. Ele foi um grande perseguidor do Cristianismo.

Galério intimou os santos irmãos a comparecer perante ele. Depois de um interrogatório prolongado, o Imperador lhes ordenou que negassem a Cristo e oferecessem sacrifícios aos ídolos. Cosme e Damião não só não atendeu ao Imperador, mas também o aconselhou a abandonar os ídolos mortos e reconhecer o Deus Único e Verdadeiro:

"Nosso Deus não é criado, mas Ele é o Criador de tudo, enquanto os teus deuses são a imaginação do homem e do trabalho das mãos dos artistas. Se tu não tens artistas para se tornarem teus deuses, então não tens ninguém para adorar."

Os Santos Cosme e Damião operaram um milagre sobre o próprio imperador, curando-o de uma enfermidade grave, e assim o imperador proclamou a sua fé em Cristo e despediu os irmãos em paz.

Cosme e Damião continuaram a glorificar a Deus e a curar os enfermos, e em toda a parte eram louvado pelo povo.

Invejoso de sua glória, certo médico – que fora professor deles - e com o pretexto para reunir ervas curativas, levou-os para a montanha e lá os apedrejou até a morte.

Os dois gloriosos santos tomaram habitação nos céus em 284, onde vivem eternamente na glória e na alegria, e suas memórias são perpetuadas na Igreja que está sobre a terra.

REFLEXÃO

Por suas orações caridosas em favor dos falecidos, os cristãos mostram a relação que existe entre este mundo e o mundo vindouro. A Igreja neste mundo e a da Igreja no outro mundo são uma única e a mesma coisa tal como uma árvore – que tem suas raízes subterrâneas e o tronco e os galhos acima da terra formam um só organismo.
 Esta compreensão deixa claro o fato de que a Igreja na terra pode receber ajuda dos santos e dos justos que compõem a Igreja Celestial, assim como os pecadores mortos podem no outro mundo receber ajuda de nós, que estamos aqui na Terra.
 Santo Atanásio diz:
 "Tal como se dá com as vinhas do campo que florescem quando respiram o aroma exalado pelo vinho contido nos barris, assim se dá com as almas dos pecadores: Elas, e alguma forma, são refrigeradas pelas orações e sacrifícios incruentos (Eucaristia) que são oferecidas em favor delas”. São Éfrem, o Sírio, citando o mesmo exemplo do vinho com a vinha, conclui:
 "E assim, se existe tal sensibilidade mútua, mesmo entre as plantas, não são a oração e o sacrifício sentido ainda mais pelos falecidos?"