sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

25ª Sexta-feira Depois de Pentecostes

13 de Dezembro de 2013 (CC) 30 de Novembro (CE)
S. André, Apóstolo “primeiro chamado” (séc. I).


2 Tessalonicenses 3:6-18

     6 mandamo-vos, irmãos, em nome do Senhor Jesus Cristo, que vos aparteis de todo irmão que anda desordenadamente, e não segundo a tradição que de nós recebestes.    7 Porque vós mesmos sabeis como deveis imitar-nos, pois que não nos portamos desordenadamente entre vós,    8 nem comemos de graça o pão de ninguém, antes com labor e fadiga trabalhávamos noite e dia para não sermos pesados a nenhum de vós.    9 Não porque não tivéssemos direito, mas para vos dar nós mesmos exemplo, para nos imitardes.    10 Porque, quando ainda estávamos convosco, isto vos mandamos: se alguém não quer trabalhar, também não coma.    11 Porquanto ouvimos que alguns entre vós andam desordenadamente, não trabalhando, antes intrometendo-se na vida alheia;    12 a esses tais, porém, ordenamos e exortamos por nosso Senhor Jesus Cristo que, trabalhando sossegadamente, comam o seu próprio pão.    13 Vós, porém, irmãos, não vos canseis de fazer o bem.    14 Mas, se alguém não obedecer à nossa palavra por esta carta, notai-o e não tenhais relações com ele, para que se envergonhe;    15 todavia não o considereis como inimigo, mas admoestai-o como irmão.    16 Ora, o próprio Senhor da paz vos dê paz sempre e de toda maneira. O Senhor seja com todos vós.    17 Esta saudação é de próprio punho, de Paulo, o que é o sinal em cada epístola; assim escrevo.    18 A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com todos vós.   

Lucas 20:19-26


     19 Ainda na mesma hora os escribas e os principais sacerdotes, percebendo que contra eles proferira essa parábola, procuraram deitar-lhe as mãos, mas temeram o povo.    20 E, aguardando oportunidade, mandaram espias, os quais se fingiam justos, para o apanharem em alguma palavra, e o entregarem à jurisdição e à autoridade do governador.    21 Estes, pois, o interrogaram, dizendo: Mestre, sabemos que falas e ensinas retamente, e que não consideras a aparência da pessoa, mas ensinas segundo a verdade o caminho de Deus;    22 é-nos lícito dar tributo a César, ou não?    23 Mas Jesus, percebendo a astúcia deles, disse-lhes:    24 Mostrai-me um denário. De quem é a imagem e a inscrição que ele tem? Responderam: De César.    25 Disse-lhes então: Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.    26 E não puderam apanhá-lo em palavra alguma diante do povo; e admirados da sua resposta, calaram-se.   



COMENTÁRIO

A pergunta foi uma armadilha em forma de dilema para desacreditar Jesus como um colaboracionista ou denunciá-lo como um revoltoso, na qual os discípulos dos fariseus perguntaram fingindo curiosidade inocente e fazendo um elogio hipócrita; existem pelo menos cinco passagens do Livro dos Provérbios, que alertam para o perigos dos falsos elogios:

6,24: "Eles protegerão você da mulher má e da língua suave da estrangeira",

26,23: "Verniz recobrindo argila são os lábios que elogiam com má intenção",

26,28: "A língua mentirosa odeia a quem ela mesma fere, e a boca que elogia provoca a ruína",

28,23: "Quem repreende alguém será mais estimado do que aquele que elogia" e,

29,5: "O homem que adula o próximo estende para ele uma rede debaixo dos pés".

Os herodianos eram dependentes de um poder estabelecido; os fariseus aceitavam resignados a dominação romana e seus tributos como um castigo divino que acabaria por meio da ação do Messias. Fariseus e herodianos não costumavam concordar entre si, mas se associavam para combater Jesus (ref. a Marcos 3:6).

A pergunta tentou conduzir Jesus para um terreno extremamente perigoso, no qual entrava em jogo a lealdade e a submissão ao Império Romano, pois o tributo a César significava no campo econômico a submissão política ao Imperador. A submissão temporária a um poder estrangeiro já havia antes sido aceita pelo Profeta Jeremias (Jr 27); a presença da imagem de César cunhada na moeda aumentava sua presença no cotidiano das pessoas, além disso naquela moeda estava inscrito: "Tiberius Caesar divi Augusti filis Augustus", o que era uma ostentação do culto imperial, que atribuía divindade ao Imperador.

Por outro lado, a representação da "Imagem de Deus" era fortemente proibida entre os judeus, a imagem dos reis judeus anteriores ao exílio na Babilônia nunca foi usada em moedas, paradigma que foi quebrado pelos asmoneus e por Herodes e seus descendentes. Segundo a Bíblia a única imagem de Deus seria o próprio homem (Gênesis 1:26).

Era provável a presença de soldados romanos na cena. Jesus deu uma resposta muito hábil, na qual revelou a hipocrisia dos fariseus, rompendo os fios da armadilha que lançaram contra ele, e deu um ensinamento lapidar com uma amplidão indiferenciada, de caráter proverbial e aplicável em múltiplas situações. Eles indagaram se era lícito pagar, Jesus mandou devolver. Aqueles que reconhecem o curso legal da moeda que exibem, é porque entraram no sistema econômico, e devem aceitar as suas consequências. Deus está acima de qualquer poder humano, e é no homem onde está cunhada a imagem de Deus, razão pela qual os homens deveriam ser devolvidos a Deus. A missão de Jesus não é a de promover a libertação política, ele veio para libertar o homem, restabelecendo sua relação com Deus. A segunda parte da resposta de Jesus, mostra que a pergunta foi mal colocada.

Fonte: Bíblia do Peregrino

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