13 de Dezembro de 2013 (CC) 30 de Novembro (CE)
S. André,
Apóstolo “primeiro chamado” (séc. I).
2
Tessalonicenses 3:6-18
6 mandamo-vos, irmãos, em nome do Senhor
Jesus Cristo, que vos aparteis de todo irmão que anda desordenadamente, e não
segundo a tradição que de nós recebestes. 7 Porque vós mesmos
sabeis como deveis imitar-nos, pois que não nos portamos desordenadamente entre
vós, 8 nem comemos de graça o pão de ninguém, antes com labor e
fadiga trabalhávamos noite e dia para não sermos pesados a nenhum de vós.
9 Não porque não tivéssemos direito, mas para vos dar nós mesmos
exemplo, para nos imitardes. 10 Porque, quando ainda estávamos
convosco, isto vos mandamos: se alguém não quer trabalhar, também não
coma. 11 Porquanto ouvimos que alguns entre vós andam
desordenadamente, não trabalhando, antes intrometendo-se na vida alheia;
12 a esses tais, porém, ordenamos e exortamos por nosso Senhor Jesus
Cristo que, trabalhando sossegadamente, comam o seu próprio pão.
13 Vós, porém, irmãos, não vos canseis de fazer o bem. 14 Mas, se
alguém não obedecer à nossa palavra por esta carta, notai-o e não tenhais
relações com ele, para que se envergonhe; 15 todavia não o
considereis como inimigo, mas admoestai-o como irmão. 16 Ora, o
próprio Senhor da paz vos dê paz sempre e de toda maneira. O Senhor seja com
todos vós. 17 Esta saudação é de próprio punho, de Paulo, o que é
o sinal em cada epístola; assim escrevo. 18 A graça de nosso
Senhor Jesus Cristo seja com todos vós.
Lucas
20:19-26
19 Ainda na mesma hora os escribas e os
principais sacerdotes, percebendo que contra eles proferira essa parábola,
procuraram deitar-lhe as mãos, mas temeram o povo. 20 E,
aguardando oportunidade, mandaram espias, os quais se fingiam justos, para o
apanharem em alguma palavra, e o entregarem à jurisdição e à autoridade do
governador. 21 Estes, pois, o interrogaram, dizendo: Mestre,
sabemos que falas e ensinas retamente, e que não consideras a aparência da
pessoa, mas ensinas segundo a verdade o caminho de Deus; 22 é-nos
lícito dar tributo a César, ou não? 23 Mas Jesus, percebendo a
astúcia deles, disse-lhes: 24 Mostrai-me um denário. De quem é a
imagem e a inscrição que ele tem? Responderam: De César. 25
Disse-lhes então: Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de
Deus. 26 E não puderam apanhá-lo em palavra alguma diante do povo;
e admirados da sua resposta, calaram-se.
COMENTÁRIO
A pergunta foi uma
armadilha em forma de dilema para desacreditar Jesus como um colaboracionista
ou denunciá-lo como um revoltoso, na qual os discípulos dos fariseus perguntaram
fingindo curiosidade inocente e fazendo um elogio hipócrita; existem pelo menos
cinco passagens do Livro dos Provérbios, que alertam para o perigos dos falsos
elogios:
6,24: "Eles protegerão você da mulher má e da
língua suave da estrangeira",
26,23: "Verniz recobrindo argila são os lábios que elogiam com má
intenção",
26,28: "A língua mentirosa odeia a quem ela mesma fere, e a boca que
elogia provoca a ruína",
28,23: "Quem repreende alguém será mais estimado do que aquele que
elogia" e,
29,5: "O homem que adula o próximo estende para ele uma rede debaixo dos
pés".
Os herodianos eram
dependentes de um poder estabelecido; os fariseus aceitavam resignados a
dominação romana e seus tributos como um castigo divino que acabaria por meio
da ação do Messias. Fariseus e herodianos não costumavam concordar entre si,
mas se associavam para combater Jesus (ref. a Marcos 3:6).
A pergunta tentou conduzir
Jesus para um terreno extremamente perigoso, no qual entrava em jogo a lealdade
e a submissão ao Império Romano, pois o tributo a César significava no campo
econômico a submissão política ao Imperador. A submissão temporária a um poder
estrangeiro já havia antes sido aceita pelo Profeta Jeremias (Jr 27); a
presença da imagem de César cunhada na moeda aumentava sua presença no
cotidiano das pessoas, além disso naquela moeda estava inscrito: "Tiberius Caesar divi Augusti filis
Augustus", o que era uma ostentação do culto imperial, que atribuía
divindade ao Imperador.
Por outro lado, a
representação da "Imagem de
Deus" era fortemente proibida entre os judeus, a imagem dos reis
judeus anteriores ao exílio na Babilônia nunca foi usada em moedas, paradigma
que foi quebrado pelos asmoneus e por Herodes e seus descendentes. Segundo a
Bíblia a única imagem de Deus seria o próprio homem (Gênesis 1:26).
Era provável a presença de
soldados romanos na cena. Jesus deu uma resposta muito hábil, na qual revelou a
hipocrisia dos fariseus, rompendo os fios da armadilha que lançaram contra ele,
e deu um ensinamento lapidar com uma amplidão indiferenciada, de caráter
proverbial e aplicável em múltiplas situações. Eles indagaram se era lícito
pagar, Jesus mandou devolver. Aqueles que reconhecem o curso legal da moeda que
exibem, é porque entraram no sistema econômico, e devem aceitar as suas
consequências. Deus está acima de qualquer poder humano, e é no homem onde está
cunhada a imagem de Deus, razão pela qual os homens deveriam ser devolvidos a
Deus. A missão de Jesus não é a de promover a libertação política, ele veio
para libertar o homem, restabelecendo sua relação com Deus. A segunda parte da
resposta de Jesus, mostra que a pergunta foi mal colocada.
Fonte: Bíblia do
Peregrino
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