19 de Dezembro de
2013 (CC) 06 de Dezembro (CE)
S. Nicolau, arcebispo de Mira († séc. IV).
MATINAS
João 10:9-16
9 Eu sou a porta; se alguém entrar a casa;
o filho fica entrará e sairá, e achará pastagens. 10 O ladrão não
vem senão para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham
em abundância. 11 Eu sou o bom pastor; o bom pastor dá a sua vida
pelas ovelhas. 12 Mas o que é mercenário, e não pastor, de quem
não são as ovelhas, vendo vir o lobo, deixa as ovelhas e foge; e o lobo as
arrebata e dispersa. 13 Ora, o mercenário foge porque é
mercenário, e não se importa com as ovelhas. 14 Eu sou o bom
pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem, 15 assim
como o Pai me conhece e eu conheço o Pai; e dou a minha vida pelas
ovelhas. 16 Tenho ainda outras ovelhas que não são deste aprisco;
a essas também me importa conduzir, e elas ouvirão a minha voz; e haverá um
rebanho e um pastor.
LITURGIA
Hebreus 13:17-21
17 Obedecei a vossos guias, sendo-lhes
submissos; porque velam por vossas almas como quem há de prestar contas delas;
para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria
útil. 18 Orai por nós, porque estamos persuadidos de que temos boa
consciência, sendo desejosos de, em tudo, portar-nos corretamente.
19 E com instância vos exorto a que o façais, para que eu mais depressa vos
seja restituído. 20 Ora, o Deus de paz, que pelo sangue do pacto
eterno tornou a trazer dentre os mortos a nosso Senhor Jesus, grande pastor das
ovelhas, 21 vos aperfeiçoe em toda boa obra, para fazerdes a sua
vontade, operando em nós o que perante ele é agradável, por meio de Jesus
Cristo, ao qual seja glória para todo o sempre. Amém.
Lucas 6:17-23
17 E Jesus, descendo com eles, parou num
lugar plano, onde havia não só grande número de seus discípulos, mas também
grande multidão do povo, de toda a Judéia e Jerusalém, e do litoral de Tiro e
de Sidom, que tinham vindo para ouví-lo e serem curados das suas doenças;
18 e os que eram atormentados por espíritos imundos ficavam curados.
19 E toda a multidão procurava tocar-lhe; porque saía dele poder que
curava a todos. 20 Então, levantando ele os olhos para os seus
discípulos, dizia: Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o reino de
Deus. 21 Bem-aventurados vós, que agora tendes fome, porque sereis
fartos. Bem-aventurados vós, que agora chorais, porque haveis de rir.
22 Bem-aventurados sereis quando os homens vos odiarem, e quando vos
expulsarem da sua companhia, e vos injuriarem, e rejeitarem o vosso nome como indigno,
por causa do Filho do homem. 23 Regozijai-vos nesse dia e exultai,
porque eis que é grande o vosso galardão no céu; pois assim faziam os seus pais
aos profetas.
COMEMORAÇÃO
DE SÃO NICOLAU DE MYRA
São Nicolau
Taumaturgo da cidade de Mira, da província de Lícia, é um santo especialmente
querido pelos ortodoxos, e em particular, pelos russos. Ele ajuda ràpidamente
em diversas calamidades da vida e perigos das viagens. Nasceu na Ásia Menor no
final do séc. III, e desde a sua infância, demonstrou a sua profunda
religiosidade e aproximou-se do seu tio, bispo da cidade de Patara sendo, ainda
jovem, ordenado sacerdote.
Após a morte
dos seus pais, Nicolau herdou uma grande fortuna a que começou a distribuir
entre os pobres. Ele se empenhou em ajudar secretamente, para que ninguém
pudesse agradecer-lhe.
O seguinte
caso mostra, como ele ajudava aos infelizes:
Havia na
cidade de Patara um rico comerciante com 3 filhas. Quando as suas filhas
chegaram à maturidade, as transações comerciais de seu pai fracassaram e ele
chegou a completa falência. Teve então ele a ideia criminosa de usar a beleza
das filhas para conseguir meios de sobrevivência. São Nicolau ficou a par do
seu plano e decidiu salvar, a ele e as filhas de tal pecado e vergonha.
Aproximando-se durante a noite da casa do comerciante falido, jogou pela janela
aberta um saquinho com moedas de ouro. O comerciante, achando o ouro, com
grande alegria preparou o enxoval da filha mais velha e arranjou-lhe um bom
casamento. Passado um pouco de tempo, São Nicolau novamente jogou na janela um
saquinho com ouro, o suficiente para o enxoval e o casamento da segunda filha.
Quando o jogou o terceiro saquinho com ouro para a filha mais nova, o
comerciante já estava a sua espera . Prostrando-se diante do Santo,
agradeceu-lhe com lágrimas pela salvação da sua família de um horrível pecado e
vergonha. Após o casamento das três filhas, o comerciante conseguiu recuperar
os seus negócios e começou a ajudar aos próximos, imitando o seu benfeitor.
São Nicolau
desejou visitar os lugares santos e embarcou num barco de Patara para a
Palestina. O mar era calmo, mas ao Santo foi revelado que em breve haveria uma
tempestade e ele avisou aos outros viajantes. Veio uma tremenda tempestade e o
barco virou um brinquedo indefeso nas ondas violentas. Como todos sabiam que
São Nicolau era padre, pediram que rezasse pela salvação dos que ali estavam.
Após a oração do Santo, o vento se acalmou e veio uma grande calmaria. Depois
disto, um dos barqueiros foi derrubado pelo vento do mastro ao convés e morreu.
São Nicolau, com suas orações, fez voltar à vida.
Após a sua
peregrinação a lugares santos, São Nicolau queria se isolar num deserto e
passar sua vida inteira longe dos homens. Mas não era esta a vontade de Deus
que o escolheu para ser o pastor de almas. São Nicolau ouviu uma voz que
ordenava a ele voltar à sua pátria e servir àquele povo.
Não querendo
morar na cidade onde foi tão bem conhecido, São Nicolau dirigiu-se a uma cidade
vizinha, Mira, capital da província de Lícia e sede episcopal, estabelecendo lá
como um pobre. Com profundo amor pela Igreja, visitava-a diariamente, logo cedo
quando eram abertas suas portas.
Nesta época o
bispo de Mira faleceu e os bispos vizinhos se reuniram para eleger o seu
sucessor. Como não conseguissem chegar à unanimidade na escolha, um deles
aconselhou: "O Senhor deve Ele mesmo nos indicar a pessoa certa. Assim, irmãos,
vamos rezar, jejuar e esperar pelo escolhido de Deus." E, ao mais velho
dos bispos Deus revelou, que a primeira pessoa a entrar na igreja após a
abertura das portas devia ser o eleito para ser o bispo daquela sede. Ele
contou o seu sonho aos outros bispos e, antes da missa da manhã, ficou vigiando
a porta e esperando pelo escolhido de Deus. São Nicolau, como de costume,
chegou cedo para fazer suas orações. Vendo o Santo, o bispo lhe perguntou:
"Qual é seu nome?" E, com humildade, São Nicolau prontamente lhe
respondeu. "Siga-me, meu filho" - disse o bispo, e tomando-o pela
mão, conduziu-o até a igreja dizendo-lhe que seria ordenado bispo de Mira. São
Nicolau não se sentia a altura de tão elevado cargo, mas finalmente cedeu à
vontade dos bispos e do povo.
Após a sua
ordenação, São Nicolau resolveu: "Até agora pude viver para mim mesmo e
para a salvação de minha própria alma, mas daqui em diante, todo o tempo da
minha vida deve ser dedicado aos outros." E, esquecendo-se de si mesmo,
abriu a porta de sua casa a todos, tornando-se o verdadeiro pai dos órfãos e
pobres, defensor dos oprimidos e benfeitor de todos. Conforme testemunho de
seus contemporâneos, ele era humilde, pacífico, vestia-se com simplicidade,
alimentava-se com o estritamente necessário e uma única vez por dia, à noite.
Quando, no
reinado do imperador Diocleciano (284-305) teve a perseguição da Igreja, São
Nicolau foi encarcerado. Na prisão ele também esquecia-se de si mesmo, indo ao
encontro de dos mais fracos e necessitados, animando-os com suas palavras e seu
exemplo aos que com ele sofriam. Mas, certamente, não era desígnio e vontade de
Deus que ele sofresse o martírio. O novo imperador Constantino era benévolo aos
cristãos e deu à eles o direito de abertamente confessar a sua fé e suas convicções
religiosas. São Nicolau pode assim retornar ao seu povo.
Seria uma
tarefa quase impossível enumerar todos os seus feitos, de ajuda ao próximo e de
milagres que se fez por seu intermédio:
Aconteceu na
Lícia uma grande fome. São Nicolau apareceu em sonho a um comerciante que, na
Itália, carregava seus barcos com trigo, dando a ele moedas de ouro e
mandando-lhe navegar para a cidade de Mira na Lícia. Ao acordar, o comerciante
achou moedas de ouro em sua mão e, possuído de um grande temor, não ousou
desobedecer à ordem do Santo. Trouxe seu trigo para a Lícia e contou aos
habitantes o seu milagroso sonho, graças ao qual chegou lá.
Naquele
tempo, em muitas igrejas, teve início uma forte agitação sobre a heresia de do
arianismo que negava a Divindade do Senhor Jesus Cristo. Para apaziguar a
Igreja, o imperador Constantino, o Grande, convocou o Primeiro Concílio na
cidade de Nicéia, em 325. Entre os bispos deste Concílio estava também São
Nicolau. O Concílio condenou a heresia de Ário e estabeleceu o Credo onde, com
palavras bem claras expressa a fé ortodoxa em Nosso Senhor Jesus Cristo, como
Filho Unigênito, da mesma essência do Pai. Durante os debates, São Nicolau,
ouvindo a blasfêmia ariana ficou tão indignado que agrediu seu opositor diante
de todos. Pela indisciplina, o Concílio retirou a dignidade episcopal a São
Nicolau. Logo após este incidente, porém, alguns bispos tiveram uma visão em
que Senhor Jesus Cristo entregava à São Nicolau Evangelho e a Virgem Mãe de
Deus impunha-lhe Seu manto. Os bispos entenderam como contrária a vontade de
Deus a heresia ariana, reintegrando São Nicolau em seu múnus e sede episcopal.
Da
hagiografia de São Nicolau sabemos que uma vez o imperador condenou à morte 3
dos seus chefes. Estes se lembraram dos milagres de S. Nicolau e mandaram-lhe
um pedido de ajuda. O Santo rezou piedosamente e, no sonho, apareceu ao
imperador ordenando que libertasse seus fiéis servos, ameaçando, caso
contrário, de castigos divinos. Quem és tu - perguntou o imperador - que ousas
dar ordens aqui?" - "Eu sou Nicolau, arcebispo de Mira,"
respondeu o Santo. Não ousando desrespeitar a ordem, o imperador reviu com
atenção o caso dos seus chefes, libertando-os com as devidas honras.
Aconteceu,
que saiu do Egito para a Líbia um barco. Em alto mar começou uma horrível
tempestade e o barco estava já quase afundando. Algumas pessoas se lembraram de
São Nicolau e começaram a rezar a ele. Viram claramente como o Santo corria em
direção a eles por sobre as ondas enfurecidas e, entrando no barco, tomou o leme
com as suas mãos. A tempestade acalmou e o barco chegou a salvo no porto.
São Nicolau
morreu já muito idoso em meados do século IV, mas com a sua morte, não cessou
sua ajuda aos que a ele recorrem. Durante mais de 1500 anos, muitos são os que
atribuem a ele grande ajuda em atenção às suas orações e pedidos de
intercessão. Estes testemunhos constituem uma vasta literatura, e o amor dos
cristão ortodoxos por este Santo cresce a cada dia.
Quando, em
1087 a província de Lícia foi devastada, o Santo apareceu em sonho a um padre
em Bari, na Itália pedindo que suas relíquias fossem trasladadas para aquela
cidade. Esta ordem do Santo foi rapidamente atendida e, desde aquela época,
suas relíquias repousam na igreja de Bari. Delas vertem bálsamo que cura os doentes.
Este acontecimento é comemorado em 22 de maio de cada ano (9 de maio no antigo
calendário).
KONDAKION (4° TOM)
A verdade das tuas obras, ó pai e bispo Nicolau,
tornou-te regra de fé para o teu rebanho
modelo de doçura e mestre de temperança.
Pela tua humildade obtiveste ainda a exaltação
e, pela tua pobreza, a riqueza.
Roga, pois a Cristo nosso Deus,
pela salvação de nossas almas!
pela salvação de nossas almas!
Nenhum comentário:
Postar um comentário