3º DOMINGO DA GRANDE QUARESMA
11 de Março de 2018 (CC) / 26 de Fevereiro (CE)
Santa Mégalo Mártir Photini, a Samaritana suas cinco irmãs: Anatole, Phota, Photis, Paraskeva e kyriake († 66); Porfírios, Bispo de Gaza, (†420)
Santa Mégalo Mártir Photini, a Samaritana suas cinco irmãs: Anatole, Phota, Photis, Paraskeva e kyriake († 66); Porfírios, Bispo de Gaza, (†420)
Modo 7
Nascido por volta do ano de 353, em Tessalônica, Grécia, São Porfírio foi para o Egito aos vinte e cinco anos. Em seguida, foi à Palestina onde viveu por cinco anos numa gruta perto do rio Jordão, o que lhe gerou uma grave enfermidade. Foi lá também que conheceu Marcos, que se tornou seu fiel discípulo. O santo distribuiu tudo o que possuía aos pobres e, para manter-se, trabalhava arduamente em um curtume na Cidade Santa. Neste trabalho permaneceu por mais de quarenta anos, foi ordenado sacerdote e mais tarde bispo de Gaza pelo patriarca de Jerusalém. São Porfírio exerceu grande influência na política e na religião de seu tempo. Chegou a conseguir da Imperatriz Eudóxia um memorial que abolia os templos pagãos de Gaza e da redondeza. Morreu por volta do ano 420.
A família de Porfírio era de Tessalônica. Aos 25 anos de idade Porfírio deixou o mundo, abandonou seus amigos e seu país indo para o Egito, onde se consagrou a Deus em um monastério do deserto de Esquela. Cinco anos mais tarde, foi para Palestina passando a habitar uma cela monástica, próximo ao Jordão, onde permaneceu durante cinco anos, voltando à Jerusalém após ter adoecido. Em Jerusalém visitava constantemente os lugares santos. A debilidade de sua saúde fazia com que tivesse de caminhar apoiado por um bastão. Por mais debilitado que estivesse, Porfírio não deixava de visitar diariamente os lugares santos de Jerusalém e de de receber a santa comunhão.
São Porfírio prosseguiu com sua vida de trabalho e penitências até seus 40 anos de idade. No ano 393, o bispo de Jerusalém o ordenou sacerdote e confiou aos seus cuidados a relíquia da santa cruz. Continuava a viver de forma austera, até sua morte, alimentando-se exclusivamente de raízes e de pão. Comia somente após o cair da noite. No mesmo ano, Porfírio foi eleito bispo de Gaza. O bispo de Cesárea escreveu ao bispo de Jerusalém pedindo que enviasse Porfírio para lhe consultar a respeito de uma passagem da Sagrada Escritura. O bispo de Jerusalém o enviou com a condição de que retornasse em oito dias. Depois de visitar os lugares santos, Porfírio e Marcos partiram para Cesárea. No dia seguinte, o bispo João ordenou que alguns cidadãos elegessem Porfírio bispo que ali mesmo foi consagrado. O servo de Deus Porfírio sofreu muito por ver-se em tão elevada dignidade. Os cidadãos de Gaza o confortavam e o acompanharam até a cidade. A viagem tinha sido cansativa, pois alguns pagãos, ao saberem da chegada do novo bispo à cidade, destruíram algumas estradas. Naquele mesmo ano, houve uma grande seca e os pagãos atribuíram a seca à chegada do novo bispo cristão ao lugar, pois o deus Mamas havia profetizado que Porfírio atrairia muitas calamidades sobre a cidade. Havia na cidade um famoso templo dedicado ao deus Mamas. O imperador Teodósio tinha ordenado fechá-lo para não destruí-lo, pois era uma obra de grande beleza arquitetônica. O governador, no entanto, tinha dado permissão para reabri-lo. Como a seca se agravava depois da chegada de Porfírio, alguns pagãos se reuniram no templo para implorar proteção ao deus Mamas. Os cristãos depois de um dia de jejum e uma noite de oração, se dirigiram em procissão a igreja de São Timóteo (que ficava fora dos muros), cantando hinos. Ao retornarem, encontraram as portas da cidade fechadas. Porfirio, então, com seus fiéis, pediu fervorosamente que Deus enviasse chuva. As nuvens começaram a se formar rapidamente e a chuva caiu em abundância. Os pagãos, diante daquele fato, abriram as portas da cidade e juntaram-se aos cristãos gritando: «Cristo é o único Deus verdadeiro, o único capaz de acabar coma seca». Diante disso, alguns pagãos excluíam os cristãos do comércio e dos ofícios públicos e os molestavam de muitas maneiras. Para proteger seu povo, Porfírio enviou seu discípulo Marcos ao imperador, e mais tarde também foi a Constantinopla acompanhado pelo bispo João. Graças à intercessão de São João Crisóstomo e da imperatriz Eudóxia, o imperador Acádio permitiu que destruíssem o templo dos pagãos na cidade de Gaza.
O imperador publicou um edito e encarregou que Sinésio executasse a ordem. Quando os dois bispos desembarcaram na Palestina, próximo à Gaza, os cristãos foram ao seu encontro cantando hinos de louvor. Ao passarem pela praça de Tetramfodos, onde havia uma estatua de Vênus (venerada por diziam que ajudava as moças a se casarem) o ídolo caiu do pedestal e se partiu em pedaços. Dez dias depois, chegou Sinésio com vários soldados para executar a ordem, conforme o edito do imperador , Após a destruição dos templos, os soldados revistaram as casas e os pátios, destruindo os ídolos e queimando os livros de magias. Muitos pagãos pediram o batismo, mas outros furiosos decidiram lutar, e Porfírio escapou com vida milagrosamente. Onde antes estava o templo dedicado a Mamas, foi construída uma igreja em forma de cruz. A imperatriz Eudóxia enviou de Constantinopla as colunas e os mármores. A igreja ficou conhecida como «a igreja eudoxiana». Ao iniciar a construção da Igreja, o bispo Porfírio saiu em procissão da igreja de Erin cantando salmos e o povo respondia «Aleluia!». Todos ajudaram na construção, carregando pedras nas escavações dos fundamentos sob a orientação do famoso arquiteto Rufino. A construção iniciou em 403 e durou cinco anos. São Porfírio consagrou a nova Igreja no dia de Páscoa do ano 408. Neste dia foram distribuídas muitas esmolas aos pobres, demonstrando sua generosidade. O santo bispo Porfírio passou o resto de sua vida cumprindo zelosamente seus deveres pastorais. Até a sua morte, a idolatria havia desaparecido quase que completamente.
Tropárion de São Porfírio Modo 4
Adornado com a púrpura real de tuas virtudes, / tu foste glorioso Hierarca de resplandeceste fulgor, ó sábio Porfírio, / pois, sendo excelente em palavras e obras, / e a todos fortaleceste com a graça da piedade. / Assim como sempre serviste a Cristo, // não cesses de orar pelo mundo.
Kondákion de São Porfírio Modo 2
Vestido da sagrada virtude, foste adornado com a veste sacerdotal, / Ó bendito e piedoso Porfírio. / Tu resplandeceste por teus milagres e curas; / e, agora, incessantemente, // intercedes por todos nós.Comemoração de Santa Photini
Santa Photini viveu na Palestina do primeiro século. Ela é a mulher samaritana que Cristo encontrou e pediu água. Foi ela quem aceitou a "água viva" que lhe fora oferecida pelo próprio Cristo, arrependendo-se dos seus muitos pecados (João 4:5-42), e anunciou às pessoas de sua cidade que encontrara o Cristo. Por isso, é tida por muitos como a primeira a anunciar o Evangelho de Cristo. Seu testemunho convertera suas cinco irmãs: Santas Anatole, Phota, Photis, Paraskeva e kyriake, assim como seus dois filhos Victor e José. Todos estes se tornaram incansáveis evangelistas para Cristo.
Os apóstolos de Cristo ao batizarem a Mulher Samaritana deram-lhe o nome de Photini, que significa "a iluminada". Photini é lembrada pela Igreja como uma Santa Mártir e Igual aos Apóstolos.
Depois dos martírios dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, Santa Photini e sua família deixaram sua terra natal (Sicar, em Samaria) e foram anunciar o Evangelho de Cristo em Cartago, uma rica e próspera cidade situada ao norte da África (atual Tunísia), na época a quarta maior cidade do Império Romano.
Durante o reinado do imperador Nero, no primeiro século, fora deflagrada uma cruel e terrível perseguição contra os cristãos. Santa Photini já estava morando em Cartago com seu filho mais novo, José. Seu filho mais velho, Victor, lutou bravamente no exército romano contra os bárbaros, e foi nomeado comandante militar na cidade de Atália (Ásia Menor). Mais tarde, Nero o chamou para a Itália para prender e punir os cristãos.
Sebastian, um oficial na Itália, disse a Victor: "Eu sei que você, sua mãe e seu irmão, são seguidores de Cristo. Como amigo eu lhe aconselho a se submeter à vontade do Imperador. Se você fornecer informações sobre qualquer cristão, receberá sua riqueza. Vou escrever para a sua mãe e seu irmão, pedindo-lhes para não pregar a Cristo em público e a praticar secretamente sua fé."
Victor respondeu: "Eu quero ser um pregador do cristianismo como a minha mãe e irmão." Sebastian lhe disse: "Ó Victor, todos nós sabemos as desgraças que esperam por você, sua mãe e seu irmão." Então Sebastian, repentinamente, sentiu uma dor aguda nos olhos, seu rosto ficou sombrio e tomado de espanto.
Durante três dias, Sebastian permaneceu cego, sem dizer uma palavra. No quarto dia, ele declarou: "O Deus dos cristãos é o único Deus verdadeiro." São Victor perguntou a Sebastian por que tão repentinamente mudara de ideia. Sebastian respondeu: "Porque Cristo está me chamando." Tendo sido batizado, imediatamente recuperou a visão e os seus servos, depois de testemunharem o milagre, também foram batizados.
Nero, ao saber do ocorrido, ordenou que os cristãos presos em Cartago fossem levados perante ele, em Roma. O próprio Senhor apareceu aos confessores e disse: "Não temais, porque eu sou convosco. Nero, e todos os que o servem, serão vencidos." O Senhor disse a Victor: "De hoje em diante, tu te chamarás Photinus, porque por teu intermédio, muitos serão iluminados e crerão em mim." O Senhor, então, também dissera aos cristãos para fortalecerem e incentivar Sebastian a perseverar até o fim.
Todas estas coisas, e até mesmo eventos futuros, foram revelados a Santa Photini, a qual deixando Cartago na companhia de vários cristãos, juntou-se aos confessores, em Roma.
Tendo eles chegado a Roma, o Imperador Nero ordenou que os santos fossem levados até ele, e perguntou-lhes se realmente acreditavam em Cristo. Todos os confessores se recusaram a renunciar ao Salvador. O Imperador, então, deu ordens para esmagar as articulações dos dedos dos mártires. Durante a tortura, os confessores não sentiram dor, e suas mãos permaneceram ilesas.
Nero, então, ordenou que cegassem os Santos Sebastian, Photinus e José, que encerrassem na prisão a Santa Photini e, que as suas cinco irmãs, Anatola, Phota, Photis, Paraskeva e Kyriake, fossem enviadas para a corte imperial, sob a supervisão da filha de Nero, Domnina. No entanto, Santa Photini converteu - tanto a Domnina assim como os seus servos a Cristo. Ela também converteu um feiticeiro, que lhe trouxera comida envenenada no intuito de matá-la.
Três anos se passaram, e Nero enviou uns de seus funcionários aos santos que foram aprisionados. Ao regressarem, os mensageiros relataram que os Santos Sebastian, Photinus e José, estavam completamente recuperados de suas cegueiras, e que as pessoas iam visitá-los a fim de ouvir suas pregações. Na verdade, toda a prisão havia sido transformada em um lugar luminoso e perfumado, onde Deus foi glorificado.
Nero deu ordens para crucificar os santos e que vestissem os seus corpos nus com alças. No quarto dia, o Imperador mandou funcionários para ver se os mártires ainda estavam vivos. Aproximando-se do local das torturas, os servos ficaram cegos. Um anjo do Senhor libertou os mártires de suas cruzes e os curou. Os santos, no entanto, sentiram compaixão dos servos que ficaram cegos, e oraram ao Senhor, pedindo que lhes fosse restaurada a visão, e assim se fez. Os que foram curados creram em Cristo e foram logo batizados.
Num acesso de fúria, Nero deu ordens para esfolar a pele de Santa Photini e jogá-la em um poço. Sebastian, Photinus e José tiveram suas pernas cortadas, e foram lançados aos cães e posteriormente tiveram as peles arrancadas. As irmãs de santa Photini também sofreram torturas terríveis. Nero ordenou que arrancassem os seus seios e esfolassem as suas peles. Sendo um especialista em crueldade, o Imperador preparou a execução mais feroz para Santa Photis: eles a amarraram pelos pés até o topo de duas árvores, deixando-a de cabeça para baixo. Quando as cordas foram cortadas, a mártir se arrebentou no chão. O Imperador ordenou que as outras fossem degoladas. Santa Photini foi retirada do poço e trancafiada na prisão por 20 dias.
Depois disso, Nero chamou Santa Photini e aproximando-se dela, perguntou se ela iria agora ceder e oferecer sacrifícios aos ídolos. Santa Photini cuspiu em seu rosto, e rindo dele, disse: "Ó mais ímpio dos cegos, homem perdulário e estúpido! Achas que me seduzes com tua promessa de liberdade a renunciar ao meu Senhor e Cristo e a oferecer sacrifício a ídolos tão cegos como tu? "Ao ouvir tais palavras, Nero mandou que novamente lançassem Santa Photini em um poço, onde ela entregou sua alma a Deus no ano 66.
Tropárion de Santa Photini, a Mulher Samaritana Modo 3Sendo iluminada pelo Espírito Santo / e refrescada pelas torrentes de Cristo Salvador, / tendo bebido a Água da Salvação, / tu as deste copiosamente aos sedentos. / Ó Santa e Grande Mártir Photini, / Igual aos Apóstolos, // Implora a Cristo nosso Deus que salve as nossas almas.
Kondákion de Santa Photini, a Mulher Samaritana Modo 3
Hoje, Photini, que é o ápice e a glória dos mártires, está subindo ao céu. / E convida a todos que com ela participam Graça, / a glorificarem a Deus. / Louvemos, todos, a Photini, // com as honrarias da Fé.
Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!
MATINAS (VII)
João 20:1-10
1 No primeiro dia da semana Maria Madalena foi ao sepulcro de madrugada, sendo ainda escuro, e viu que a pedra fora removida do sepulcro. 2 Correu, pois, e foi ter com Simão Pedro, e o outro discípulo, a quem Jesus amava, e disse-lhes: Tiraram do sepulcro o Senhor, e não sabemos onde o puseram. 3 Saíram então Pedro e o outro discípulo e foram ao sepulcro. 4 Corriam os dois juntos, mas o outro discípulo correu mais ligeiro do que Pedro, e chegou primeiro ao sepulcro; 5 e, abaixando-se viu os panos de linho ali deixados, todavia não entrou. 6 Chegou, pois, Simão Pedro, que o seguia, e entrou no sepulcro e viu os panos de linho ali deixados, 7 e que o lenço, que estivera sobre a cabeça de Jesus, não estava com os panos, mas enrolado num lugar à parte. 8 Então entrou também o outro discípulo, que chegara primeiro ao sepulcro, e viu e creu. 9 Porque ainda não entendiam a escritura, que era necessário que ele ressurgisse dentre os mortos. 10 Tornaram, pois, os discípulos para casa.
LITURGIA
Primeira Antífona
1. Manifesta sobre nós a luz do Teu Rosto, ó Senhor! (Salmo 4:7b)
Deste um sinal aos que Te temem, para que pudessem escapar do arco. (Salmo 59:6)
Pelas orações da Mãe de Deus, salva-nos Senhor!
2. Subiste às alturas, levando cativo o cativeiro (Salmo 67: 19a)
Tú me outorgaste a herança dos que temem o Teu Nome. (Salmo 60:6b)
Pelas orações da Mãe de Deus, salva-nos Senhor!
Glória ao Pai e ao †Filho e ao Espírito Santo.
Agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém
Pelas orações da Mãe de Deus, salva-nos Senhor!
Segunda Antífona
1. Todos os confins da terra viram a salvação do nosso Deus. (Salmo 97:3b)
Prostremo-nos ante o estrado dos Seus pés. (Salmo 98: 5b)
Salva-nos, ó Filho de Deus, que em Tua Carne suportaste a Cruz, a nós que a Ti
cantamos: Aleluia!
2. Deus É o nosso Rei desde o princípio, Autor da salvação em meio à terra. (Salmo 73: 12)
Excelso sobre nações, Excelso sobre a terra! (Salmo 45: 11b)
Salva-nos, ó Filho de Deus, que em Tua Carne suportaste a Cruz, a nós que a Ti
cantamos: Aleluia!
Glória ao Pai e ao †Filho e ao Espírito Santo.
Agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém
Ó Filho Unigênito e Verbo de Deus...
Terceira Antífona
1. Exaltai o Senhor nosso Deus, prostrai-vos ante o estrado de Seus pés. (Salmo 98:5)
Salva, Senhor, o Teu povo / e abençoa a Tua herança! / Concede à Tua Igreja a vitória sobre o mau // e guarda oTeu povo pela Tua Cruz.
2. Salva, Senhor, o Teu povo e abençoa a Tua herança! (Salmo 27:9a)
Salva, Senhor, o Teu povo / e abençoa a Tua herança! / Concede à Tua Igreja a vitória sobre o mau // e guarda oTeu povo pela Tua Cruz.
3. Pastoreia-os e os conduzi para sempre. (Salmo 27:9b)
Salva, Senhor, o Teu povo / e abençoa a Tua herança! / Concede à Tua Igreja a vitória sobre o mau // e guarda oTeu povo pela Tua Cruz.
Tropárion da Ressurreição
Enquanto Maria estava diante do sepulcro / à procura de Teu Imaculado Corpo, / os anjos apareceram em Teu túmulo / e as sentinelas desfaleceram. / Sem ser vencido pela morte, submeteste ao Teu domínio o reino dos mortos, / e vieste ao encontro da Virgem revelando a vida. // Senhor que ressurgistes dos mortos, glória a Ti!
Kondákion da Ressurreição
Levantando com Sua vivificante mão a todos os mortos dos vales tenebrosos, / Cristo Deus, Doador da vida, / quis conceder a ressurreição ao gênero humano; / pois Ele É o Salvador, a Ressurreição, a Vida // e o Deus de todos.
Theotókion
Clamando com a Tua bendita Mãe, / voluntariamente, vieste padecer, irradiando na cruz, / desejaste encontrar Adão, dizendo aos anjos: / Alegrem-se Comigo, porque foi encontrado o dracma perdido. / Ó Deus nosso, que com sabedoria tudo consolidaste, // glória a Ti!
Tropárion Próprio Modo 4
Salva, Senhor, o Teu povo
e abençoa a Tua herança!
Concede à Tua Igreja a vitória sobre o mau
e guarda oTeu povo pela Tua Cruz.
Kondakion Próprio
Doravante, a espada de fogo não guardará mais a porta do Éden,
porque o madeiro da Cruz apagou-a de modo maravilhoso;
a morte foi vencida e a vitória dos infernos anulada.
E Tu, ó meu Salvador, te dirigiste aos que nele estavam,
dizendo: "entrai de novo no paraíso!"
Glória ao Pai e ao †Filho e ao Espírito Santo...
Kondakion Final
Nós, teus servos, ó Mãe de Deus,
te conferimos os lauréis da vitória,
penhor de nossa gratidão,
como a um general que combateu por nós
e nos salvou de terríveis calamidades.
E, como tens um poder invencível,
livra-nos dos perigos de toda espécie
para que te aclamemos: salve, Virgem e Esposa!
Agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém
TRISAGION
Ante a Tua Cruz nos prostramos, ó Senhor;
E a Tua Ressurreição glorificamos! (3x)
Glória ao Pai...
E a Tua Ressurreição glorificamos!
Ante a Tua Cruz nos prostramos, ó Senhor;
E a Tua Ressurreição glorificamos!
Prokímenon
Salva, Senhor, o Teu povo e abençoa a Tua herança. (Sl 27:9)
Clamo a Ti, Senhor, meu Rochedo
Presta ouvido aos meus rogos. (Sl 27:1)
Hebreus 4:14-5:6
14 Tendo, portanto, um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou os céus, retenhamos firmemente a nossa confissão. 15 Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer- se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado. 16 Cheguemo-nos, pois, confiadamente ao trono da graça, para que recebamos misericórdia e achemos graça, a fim de sermos socorridos no momento oportuno. 1 Porque todo sumo sacerdote tomado dentre os homens é constituído a favor dos homens nas coisas concernentes a Deus, para que ofereça dons e sacrifícios pelos pecados, 2 podendo ele compadecer-se devidamente dos ignorantes e errados, porquanto também ele mesmo está rodeado de fraqueza. 3 E por esta razão deve ele, tanto pelo povo como também por si mesmo, oferecer sacrifício pelos pecados. 4 Ora, ninguém toma para si esta honra, senão quando é chamado por Deus, como o foi Arão. 5 assim também Cristo não se glorificou a si mesmo, para se fazer sumo sacerdote, mas o glorificou aquele que lhe disse: Tu és meu Filho, hoje te gerei; 6 como também em outro lugar diz: Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque.
Aleluia
Aleluia, aleluia, aleluia!
Quem habita ao abrigo do Altíssimo
E vive à sombra do Senhor Onipotente. (Sl 90:1)
Aleluia, aleluia, aleluia!
Diz ao Senhor: sois meu refúgio e proteção,
Sois o meu Deus no qual confio inteiramente. (Sl 90:2)
Aleluia, aleluia, aleluia!
Marcos 8:34-9:1
34 E chamando a si a multidão com os discípulos, disse-lhes: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-me. 35 Pois quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas quem perder a sua vida por amor de mim e do evangelho, salvá-la-á. 36 Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua vida? 37 Ou que diria o homem em troca da sua vida? 38 Porquanto, qualquer que, entre esta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de mim e das minhas palavras, também dele se envergonhará o Filho do homem quando vier na glória de seu Pai com os santos anjos. 1 Disse-lhes mais: Em verdade vos digo que, dos que aqui estão, alguns há que de modo nenhum provarão a morte até que vejam o reino de Deus já chegando com poder.
Hirmos
Ó cheia de graça, em ti rejubila-se toda a Criação./ A assembleia dos anjos e o gênero humano te glorificam, / ó templo santificado, paraíso espiritual e glória das virgens,/ na qual Deus se encarnou e da qual tornou-se Filho/ Aquele que é nosso Deus antes dos séculos./ Porque fez de teu seio um trono/ e as tuas entranhas, mais vastas do que os céus. / Ó cheia de graça, em ti rejubila-se toda a Criação e te glorifica!
Kinonikon
Ergue, Senhor, sobre nós
a luz do Teu Rosto! (Salmo 4:7a)
Aleluia, Aleluia, Aleluia!
* Em vez de "Vimos a Luz Verdadeira...", entoa-se o Tropário da Cruz:
Salva, Senhor, o Teu povo / e abençoa a Tua herança! / Concede à Tua Igreja a vitória sobre o mau // e guarda oTeu povo pela Tua Cruz.
† † †
A COMEMORAÇÃO DA CRUZ
No calendário Litúrgico há duas datas nas quais veneramos a Santa Cruz, tamanha é a relevância e o simbolismo deste instrumento de morte que se transformou em instrumento de vida e salvação para os cristãos: 14 de setembro (festa principal) e no Terceiro Domingo da Quaresma.
A Santa Cruz transformou-se, no decorrer dos acontecimentos da vida da Igreja, no arquétipo da ação salvífica de Deus e no modelo de resposta do homem. Deus salva os homens pela Cruz, através de seu Filho que, obediente à vontade do Pai, a abraçou restaurando aos homens a dignidade filial perdida.
Os primeiros cristãos, conforme relata São Paulo em suas cartas, começavam a descobrir as riquezas do mistério da morte de Jesus na cruz, quando à luz da Ressurreição a vislumbravam como meio de salvação e não como instrumento de perdição. Já que o Senhor havia morrido numa cruz, em obediência à vontade do Pai, ela foi acolhida como sinal de humildade e sujeição aos desígnios de Deus. A resposta do homem ante a vontade divina passou a ser dada de maneira consistente: A fé no Ressuscitado movia os corações a uma plena compreensão do plano salvífico.
São Paulo não se limitou apenas a ensinar sobre o poder que tem a Cruz de libertar os homens do pecado, do egoísmo e da morte. Ele foi além dessas verdades estendendo o seu significado. Deu à Cruz a dimensão de Redenção, vendo nela o meio necessário para que fosse selada a Nova Aliança entre Deus e os homens.
Todo cristão, por participar do amor e da obediência de Cristo na Cruz, morre para o pecado que o impede de amar a Deus e aos homens de forma plena e livre. Santo Inácio de Antioquia (†117) e São Policarpo (†165) lembravam os sofrimentos de Cristo constantemente em suas pregações, para enfatizar a todos os cristãos que no escândalo da Cruz se ocultava o profundo amor de Deus pelos homens. Na cruz trilhava-se o caminho para se chegar à Ressurreição. Por isso, os cristãos do Oriente veneram a Cruz como símbolo da vitória sobre a morte.
Todo sofrimento, angústia, desespero e morte tornam-se secundários diante da magnitude da Ressurreição. O Cristão Ortodoxo contempla a Cruz resplandecente, mergulhado no espírito pascal: o Senhor não terminou sua missão na Cruz, mas fez dela um instrumento de passagem para se chegar à Vida.
A Cruz para um cristão que esteja imbuído deste espírito torna-se fonte de bênçãos. A loucura da Cruz de Cristo ganha a dimensão do amor infinito e totalmente oblativo. Hoje em dia são muitos os que tem dificuldade em compreender a teologia da Cruz. Parecem fugir dela por medo de sofrer. O sofrimento e a dor fazem parte da humanidade. Sofremos ao nascer, sofremos durante a vida e a morte virá com muito ou pouco sofrimento, mas virá com ele. Não podemos mudar esta realidade que nos é inerente por natureza. Como cristãos podemos mudar a compreensão que damos ao sofrimento.
A Cruz, antes vista como horror e escândalo, passou a ser compreendida como instrumento de salvação. Para que cheguemos a este amadurecimento espiritual é necessário o encontro com o Senhor Crucificado que padeceu os horrores da dor, para que Ele mesmo nos conduza às alegrias da Ressurreição.
Venerar a Cruz é venerar a história humana. Contemplar a Cruz é contemplar os seres humanos nos mais diversos continentes do mundo. Venerar a Cruz gloriosa e vivificante é restabelecer à história humana sua grandeza na História da Salvação. A Cruz sem Deus revela o abandono e a morte. A Cruz com Deus é sinal de esperança e vida nova.
Neste terceiro Domingo da Quaresma a Igreja nos convida a refletir sobre a dimensão que damos à Cruz e ao sofrimento em nossas vidas. Nossa postura frente à Cruz e ao sofrimento humano deve assemelhar-se à postura de Maria e a de João, o discípulo do amor. Estavam em pé diante do Crucificado, contemplando Aquele que era a Ressurreição e a Vida. Mesmo sem entender o que estava acontecendo conservavam tudo isso no coração. Não procuravam uma explicação racional e uma lógica que os fizessem compreender o sofrimento de Jesus. A lógica que os fazia silenciar e aceitar os desígnios de Deus era a obediência e a entrega à vontade do Pai.
Quando racionalmente procuramos explicações para o sofrimento e a cruz, fatalmente cairemos em subjetivismos perigosos que nos poderão levar a erros e a desvios da Fé Apostólica. O homem por si só não pode explicar os mistérios de Deus. A lógica Divina não obedece os parâmetros racionais humanos. A Cruz para a Igreja é sinal e instrumento de Salvação. Por isso, os Cristãos Ortodoxos a veneram gloriosa e vivificante, despida dos sentimentos mórbidos que poderiam ofuscar a sua magnitude. O sofrimento, as dores e a morte que o Senhor sofreu por meio dela, por mais terríveis que pudessem ser, fez dela veículo da nossa salvação.
Em recente entrevista à Revista 30 Dias, assim se expressou Sua Santidade o Patriarca Ecumênico Bartolomeu I, referindo-se a relação existente entre a Igreja e a Cruz:
«A Igreja deve apoiar a sua força na sua fraqueza humana, na loucura da Cruz (escândalo para os Judeus, loucura para os Gregos), e a sua esperança na ressurreição de Cristo. Privada de todo poder mundano, perseguida e entregue cotidianamente à morte, a Igreja faz com que surjam santos, que guardam a Graça de Deus em vasos de argila, que vivem dentro da luz da Transfiguração e são conduzidos por Deus ao martírio e ao sacrifício.»
Um cristão, à Luz da Ressurreição, carrega sua cruz subindo o Calvário para a Santidade. O madeiro que sustentou o corpo do Senhor Crucificado tornou-se Árvore da Vida, pois nele foi selado o Novo Testamento, a Nova Aliança. Deus pôs no santo Lenho da Cruz a salvação da humanidade, para que a vida ressurgisse de onde viera a morte.
Durante o Rito de veneração à Santa e Vivificante Cruz, entoa-se um canto que nos convida a contemplar o madeiro sagrado que nos deu a vitória sobre o mau:
«Vinde, fiéis! Adoremos o Madeiro que dá a vida,
no qual Cristo, o Rei da Glória,
estendeu voluntariamente, seus braços,
restaurando em nós a felicidade primitiva.
Vinde,adoremos a Cruz
que nos dá a vitória sobre o mal.»
Mais forte é o significado da segunda parte deste mesmo hino que nos faz compreender a dimensão e a grandeza da Cruz de Cristo:
«Hoje, a Cruz é exaltada
e o mundo se liberta do erro.
Hoje, renova-se a Ressurreição de Cristo,
regozijam-se os confins da terra..."
Na Cruz renova-se a Ressurreição. Pela Cruz a Vida nos é possível. Pela Cruz a Santidade é uma realidade presente. Basta o encontro com o Senhor e nossa entrega total a Vontade de Deus.
O silêncio e a meditação nos auxiliarão, nesta Quaresma, a ver na Cruz e no sofrimento riquezas espirituais nunca antes vislumbradas por nós, mas já vividas pelos santos. Meditando sobre a Cruz à luz da Ressurreição, "adoramos a tua Cruz, ó Mestre e glorificamos a tua Santa ressurreição.
† † †
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