terça-feira, 6 de novembro de 2018

24ª Segunda-feira Depois de Pentecostes

05 de Novembro de 2018 (CC) / 23 de Outubro (CE)
S. Tiago, «irmão» do Senhor, Bispo de Jerusalém, Apóstolo [dos 70], mártir († 62);
Jacó de Nóvgorod, Taumaturgo; Inácio, Patriarca de Constantinopla.
Modo 6



Antes de tudo, é necessário que se distinga São Tiago, irmão do Senhor, do apóstolo Tiago, filho de Alfeu, um dos Doze, cuja memória a Igreja celebra em 9 de outubro. São Tiago, cuja festa comemoramos no dia de hoje, é o que nos mencionado em (Mt 13,15) e (Mc 6,3) como um dos 4 irmãos do Senhor. Os outros três são: José, Simão e Judas.

Acerca da relação entre estes «irmãos» com o Senhor Jesus Cristo, eles eram filhos de José de um casamento anterior, já que José era viúvo quando ficou noivo de Maria. Ao que parece, nenhum dos «irmãos» creram n’Ele logo de início, conforme menciona claramente São João, o Teólgo (João 7:1-5). Mas, o que foi que transformou São Tiago a ponto de se apresentar, em sua carta como o «Servo de Deus e do Senhor Jesus Cristo» (cf. carta a ele atribuída, Tg 1:1). Não o sabemos com certeza, mas o Santo Apóstolo Paulo cita em sua primeira epístola aos Coríntios que Jesus se manifestou a São Tiago depois da sua ressurreição (1Cor 15:7). Dos textos bíblicos, sabemos que Tiago foi um dos representantes mais destacados da Igreja de Jerusalém. São Paulo, em sua carta aos Gálatas (Gl 1:19-2,9) faz menção a ele como um dos três«pilares» da Igreja nesta cidade. 
Também em Atos dos Apóstolos, quando os Apóstolos se reuniram com os anciãos para decidirem se os gentios convertidos deveriam aceitar a circuncisão ou não, São Tiago falou como «cabeça» da comunidade de Jerusalém, e foi ele quem proclamou o parecer do conselho. A São Tiago é atribuída a primeira das sete cartas pastorais (que não é dirigida a uma determinada cidade ou pessoa) que fazem parte do Novo Testamento. De acordo com os exegetas, a carta de Tiago foi escrita entre os anos 50 e 60 (d.C). 
Esta carta contém uma coleção de ensinamentos e instruções sobre a conduta cristã e a vida pastoral: A paciência na tribulação, a fé, o amor ao trabalho, o controle da língua, o perigo do dinheiro entre outras coisas. Isto é o que nos informa o Novo Testamento sobre Tiago. 
A tradição, porém, nos faz também menção a ele, entre estas, que Tiago era conhecido, em vida, como «o Justo»; que desde a sua infância havia sido separado para Deus; que nunca se alimentava de manteiga, nem provava vinho; que seu cabelo «não conhecia a tesoura» (em sinal de sua separação para Deus); que permaneceu casto durante toda a sua vida; que seus joelhos ficaram endurecidos como pedra pelas prostrações excessivas para a oração. Os Apóstolos o elegeram por unanimidade como o primeiro bispo de Jerusalém, e assim permaneceu durante 30 anos, atraindo durante este tempo, muitos judeus e gentios à fé em Jesus Cristo. Certa vez foi visto pregando do telhado de uma casa, ou mesmo no templo, e dizia: 
«O Filho do homem está sentado à direita do Todo-Poderoso, e virá sobre as nuvens para julgar o mundo com bondade». 
E, enquanto o povo aclamava: «Hosana ao Filho de Davi», os fariseus e os fanáticos dos judeus empurravam para baixo o Justo, apedrejando-o em seguida. Um deles bateu violentamente com um pau em sua cabeça, com o que se consumou o seu martírio, e se lhe abriram as portas da vida. Suas virtudes, conhecidas de todos, fez com que os judeus mais eminentes atribuíssem o cerco e destruição de Jerusalém em 70 dC. ao assassinato de São Tiago. 
Apóstolo, Bispo, Mártir e irmão do Senhor, interceda junto de Deus por todos nós. Amém! 
 

Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

1 Tessalonicenses 2:20-3:1-8

Na verdade vós sois nossa glória e gozo. Por isso, não podendo esperar mais, achamos por bem ficar sozinhos em Atenas; e enviamos Timóteo, nosso irmão, e ministro de Deus, e nosso cooperador no evangelho de Cristo, para vos confortar e vos exortar acerca da vossa fé; para que ninguém se comova por estas tribulações; porque vós mesmos sabeis que para isto fomos ordenados, pois, estando ainda convosco, vos predizíamos que havíamos de ser afligidos, como sucedeu, e vós o sabeis. Portanto, não podendo eu também esperar mais, mandei-o saber da vossa fé, temendo que o tentador vos tentasse, e o nosso trabalho viesse a ser inútil. Vindo, porém, agora Timóteo de vós para nós, e trazendo-nos boas novas da vossa fé e amor, e de como sempre tendes boa lembrança de nós, desejando muito ver-nos, como nós também a vós; por esta razão, irmãos, ficamos consolados acerca de vós, em toda a nossa aflição e necessidade, pela vossa fé, porque agora vivemos, se estais firmes no Senhor.

Lucas 10:22-24

Tudo por meu Pai foi entregue; e ninguém conhece quem é o Filho senão o Pai, nem quem é o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar. E, voltando-se para os discípulos, disse-lhes em particular: Bem-aventurados os olhos que vêem o que vós vedes. Pois vos digo que muitos profetas e reis desejaram ver o que vós vedes, e não o viram; e ouvir o que ouvis, e não o ouviram.

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COMENTÁRIO

“A Pregação Apostólica”

Cristo Jesus, nosso Senhor, durante a sua vida terrena, por si mesmo ensinava em toda parte quem ele era, o que tinha sido eternamente, qual era o desígnio do Pai que ele realizava no mundo, qual deve ser a conduta do homem para que seja conforme a este mesmo desígnio; e algumas vezes o ensinava abertamente ao povo, outras à parte aos seus discípulos, principalmente aos doze que tinha escolhido para que estivessem junto dele, e aqueles que tinha destinado como mestre das nações.

E assim, depois da apostasia de um deles, quando estava para voltar ao Pai, após a sua ressurreição, ordenou aos outros onze que fossem pelo mundo para ensinar aos homens e batizá-los em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Os apóstolos – palavra que significa “enviado” –, depois de terem escolhido Matias lançando as sortes, para substituir a Judas e assim completar o número de doze – apoiados para isto na autoridade de uma profecia contida em um salmo de Davi –, e depois de terem obtido a força do Espírito Santo para falar e realizar milagres, como o havia prometido o Senhor, primeiramente na Judeia deram testemunho da fé em Jesus Cristo e ali instituíram Igrejas, depois foram pelo mundo para proclamar às nações os mesmos ensinamentos e a mesma fé.

De maneira semelhante continuaram fundando Igrejas em cada povoação, de forma que as demais Igrejas fundadas posteriormente, para serem verdadeiras Igrejas, tomaram e seguem tomando daquelas primeiras Igrejas o rebento de sua fé e a semente de sua doutrina. Por isto também aquelas Igrejas são consideradas apostólicas, enquanto que são descendentes das Igrejas apostólicas.

É norma geral que todo objeto deve ser referido a sua origem. E, por isto, toda a multidão de Igrejas são uma com aquela primeira Igreja fundada pelos apóstolos, da qual procedem todas as outras. Neste sentido são todas primeiras e todas apostólicas, enquanto que todas juntas formam uma só. Desta unidade são prova a comunhão e a paz que reinam entre elas, assim como sua mútua fraternidade e hospitalidade. Tudo o qual não tem outra razão de ser que sua unidade em uma mesma tradição apostólica.

A única maneira segura de saber o que foi pregado pelos apóstolos, ou seja, o que Cristo lhes revelou, é o recurso às Igrejas fundadas pelos próprios apóstolos, aquelas que eles ensinaram de viva voz e, mais tarde, por carta.

O Senhor tinha dito em certa ocasião: Muitas coisas me restam por dizer-vos, porém não podeis suportá-las agora; mas acrescentou em seguida: quando “vier o Espírito da verdade, ele vos guiará até a verdade plena. Com estas palavras demonstrava que nada lhes era oculto, já que lhes prometia que o Espírito da verdade lhes daria o conhecimento da verdade plena. E cumpriu esta promessa, já que sabemos pelos Atos dos Apóstolos que o Espírito Santo realmente desceu sobre eles.

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Tertuliano (séc. III)

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