quarta-feira, 21 de agosto de 2019

10ª Quarta-feira Depois de Pentecostes

PÓS-FESTA DA TRANSFIGURAÇÃO
21 de Agosto de 2019 (CC) / 08 de Agosto (CE)
Santo Emiliano, o Confessor – bispo de Cízico († C. 815-820)
Jejum da Dormição da Santíssima Mãe de Deus
Tom 8



Santo Emiliano foi perseguido e torturado por causa de sua fé. O apóstolo São Paulo, pretendendo pôr em destaque a importância da confissão de nossa fé em Cristo, afirmou: 
«Temos, portanto, um grande Sumo Sacerdote que penetrou nos céus, Jesus, Filho de Deus. Conservemos firme a nossa fé» (Hb 4,14). 
Sim, temos um grande Αρχιερέα (Sumo Sacerdote), que já passou pelos céus e adentrou o eterno fim aonde nos espera, Ele que não é um simples homem, mas o Filho de Deus. Assim, estejamos firmes nesta fé n’Ele, nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. 
Um exemplo disto foi Santo Emiliano, que viveu durante o reinado do imperador iconoclasta Leão, o Armênio (813-820). Emiliano foi bispo de Cízico, sucedendo Nicolau, nos anos 787-815. Ele lutou com todas as forças que Deus lhe concedeu em defesa da veneração dos santos ícones. Convocado, juntamente com outros bispos, ao tribunal do imperador que insistia com veemência para que os bispos se abstivessem da veneração dos santos ícones, Santo Emiliano foi o primeiro a responder com toda firmeza ao  imperador, esclarecendo que a questão sobre a veneração dos santos ícones era uma questão a ser tratada e decidida no âmbito interno da Igreja, e por aqueles que se ocupam das coisas espirituais, e não por um tribunal imperial. No ano 815, Emiliano foi enviado para a prisão onde entregou sua vida como um mártir da fé ortodoxa.


1 Coríntios 16:4-12

E, se valer a pena que eu também vá, irão comigo. Irei, porém, ter convosco depois de ter passado pela Macedônia (porque tenho de passar pela Macedônia). E bem pode ser que fique convosco, e passe também o inverno, para que me acompanheis aonde quer que eu for. Porque não vos quero agora ver de passagem, mas espero ficar convosco algum tempo, se o Senhor o permitir. Ficarei, porém, em Éfeso até o Pentecostes; porque uma porta grande e eficaz se me abriu; e há muitos adversários. E, se Timóteo for, vede que esteja sem temor convosco; porque trabalha na obra do Senhor, como eu também. Portanto, ninguém o despreze, mas acompanhai-o em paz, para que venha ter comigo; pois o espero com os irmãos. E, acerca do irmão Apolo, roguei-lhe muito que fosse com os irmãos ter convosco, mas, na verdade, não teve vontade de ir agora; irá, porém, quando se lhe oferecer boa ocasião.

Mateus 21:28-32

Mas, que vos parece? Um homem tinha dois filhos, e, dirigindo-se ao primeiro, disse: Filho, vai trabalhar hoje na minha vinha. Ele, porém, respondendo, disse: Não quero. Mas depois, arrependendo-se, foi. E, dirigindo-se ao segundo, falou-lhe de igual modo; e, respondendo ele, disse: Eu vou, senhor; e não foi. Qual dos dois fez a vontade do pai? Disseram-lhe eles: O primeiro. Disse-lhes Jesus: Em verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes entram adiante de vós no reino de Deus. Porque João veio a vós no caminho da justiça, e não o crestes, mas os publicanos e as meretrizes o creram; vós, porém, vendo isto, nem depois vos arrependestes para o crer. 

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COMENTÁRIO

Novamente o Senhor disputa com eles por meio de parábolas, para dar-lhes a entender, por um lado, a ingratidão deles e, por outro, a docilidade daqueles mesmos que condenavam categoricamente.

Porque estes dois filhos manifestam o que aconteceu com os judeus e com os gentios. Porque foi assim que os gentios, que não tinham prometido obedecer e nunca ouviram a lei, em suas obras mostraram sua obediência; e os judeus, que disseram: Tudo quanto o Senhor disser o faremos e obedeceremos, mas em suas obras lhe desobedeceram. Justamente porque não pensaram que a lei lhes serviria para alguma coisa, ele lhes faz ver que ela seria motivo de maior condenação. O que vem a ser o mesmo que Paulo afirma quando diz: Nem os que ouvem a lei são justos diante de Deus, mas os que cumprem a lei serão justificados. E notemos que, para que sejam eles que se condenem a si mesmos, o Senhor lhes obriga a responder a sua pergunta, que era como pronunciar sua própria sentença. O mesmo faz em seguida na parábola da vinha.

Para consegui-lo põe a culpa em outra pessoa. Como diretamente não o queriam confessar, vai conduzindo-os para onde quer através da parábola. Mas já que eles mesmos, sem entender o que diziam, pronunciavam sua sentença, o Senhor passa a revelar-lhes aquilo que estava como que na sombra e lhes diz: Em verdade vos digo que os cobradores de impostos e as prostitutas vos precedem no Reino de Deus. Porque João veio até vós, num caminho de justiça, e vós não acreditastes nele. Ao contrário, os cobradores de impostos e as prostitutas creram nele. Vós, porém, mesmo vendo isso, não vos arrependestes para crer nele.

Se lhes houvesse dito simplesmente: “As prostitutas vos precedem”, sua palavra teria parecido dura; agora, porém, quando foram eles mesmos que deram a sua sentença, aquela dureza desaparece. Daí que acrescenta também a causa: E que causa é essa? Veio João, diz, a vós, e não a eles. Ainda mais: Veio num caminho de justiça. Por que não acusais a João de ter sido um homem negligente e inútil? Não, sua vida foi irreprovável, e seu zelo extraordinário; e, contudo, não lhe destes atenção. E juntamente com esta, outra culpa: que os publicanos lhe deram atenção. E outra ainda: que mesmo depois deles vós não crestes. Porque o seu dever era ter crido antes; mas o não ter crido, mesmo depois, já é pecado que não tem perdão possível.

Grande louvor dos publicanos e maior condenação dos fariseus: “Veio a vós, e não o recebestes; não veio aos publicanos e o receberam. E nem mesmo a estes quereis por mestres”. Olhem por quantos modos louva alguns e condena a outros: “Veio a vós, não a eles. Vós não crestes, e isto não lhes escandalizou. Eles creram, e isto não foi de vosso proveito”. De outra forma, diz: Vos precedem, não quer dizer que eles sigam, mas sim que, se querem, têm esperança de segui-los. Realmente, nada como a rivalidade desperta as pessoas rudes. Eis por que o Senhor repita a cada passo: Os últimos serão os primeiros e os primeiros os últimos.

São João Crisóstomo, Patriarca de Constantinopla (séc. V)
Sermão sobre o Evangelho de São Mateus 

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