quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

27ª Quinta-feira Depois de Pentecostes

 
10 de Dezembro de 2020 (CC) / 27 de Novembro (CE)
Santo Ícone da Mãe de Deus do Sinal
São Tiago, o Persa, mártir († 764); Tiago Bispo de Rostov, Seachnall; 
Monge Romanos; Justo Natanael de Nitria e Pinúfrios do Egito; 
Gregório do Sinai e seu Discípulo Gerásimo; Arsênio Rhaxos; 
Jejum da Natividade
Tom 1



O Ícone da Mãe de Deus, chamado de "Sinal" (Znamenie), ilustra a Mãe de Deus sentada e com mãos erguidas em oração. Em seu seio, ao fundo está um escudo circular (ou esfera) contendo o Infante Divino - o Salvador-Emmanuel - abençoando. Tal descrição da Mãe de Deus é considerada como uma das primeiras imagens iconográficas. No mausoléu de Santa Inês, em Roma, está uma representação da Mãe de Deus com as mãos estendidas em oração, com o Menino-Cristo sentado sobre os joelhos dela. Esta descrição é atribuída ao século IV. Além disso, é conhecida uma antiga imagem bizantina denominada “Mãe de Deus Nikopea" do Século VI, onde a Santíssima Mãe de Deus é representada sentada sobre um trono e segurando com as duas mãos diante dela um escudo oval com a imagem do Salvador -Emmanuel. Ícones da Mãe de Deus, conhecidos sob o nome de "Sinal (Znamenie)", apareceram na Rússia durante os séculos XI-XII, e foram chamados assim após um milagroso Sinal do Ícone de Novgorod, ocorrido no ano de 1170.

Naquele ano, uma aliança de príncipes russos, chefiada por um filho do príncipe de Suzdal, Andrei Bogoliubsky, marchou contra as próprias muralhas da Grande Novgorod. Para o povo de Novgorod, a única esperança que restava era a ajuda de Deus. Dia e noite oraram, suplicando ao Senhor que não os abandonasse. Na terceira noite, o bispo de Novgorod, Ilia, ouviu uma voz maravilhosa, ordenando que fosse tirado da igreja da Transfiguração do Salvador, na rua Il'ina, o Ícone da Mãe de Deus e levá-lo sobre as muralhas da cidade. Enquanto carregavam o ícone - o inimigo atirava na procissão da Igreja uma saraivada de flechas, e uma delas perfurou o semblante iconográfico da Mãe de Deus. De seus olhos escorreram lágrimas, e o ícone virou o rosto para a cidade. Depois de tal Sinal Divino, de repente caiu sobre o inimigo um terror inexprimível, eles começaram a golpear uns aos outros, e encorajados por este sinal do Senhor, os Novgorodianos destemidamente se puseram em batalha e venceram o inimigo.

Em memória da milagrosa intercessão da Rainha do Céu, o Arcebispo Ilia estabeleceu uma festa em honra da “Mãe de Deus do Sinal (Znamenie)”, o qual, até hoje, é comemorado por toda Igreja Russa. O athonita Hieromonge Pakhomios (o Logothete), compôs dois cânones para celebrar esta festa. 

Em alguns dos Ícones de Novgorod, além do da Mãe de Deus com o Divino-Infante Pré-eternal, foram descritas as ocorrências milagrosas do ano de 1170. Numerosas cópias do “Ícone do Sinal (Znamenie)” são conhecidas em toda a Rússia. Muitos deles subsequentemente também foram glorificados por milagres em suas igrejas locais, e foram nomeados então com o nome do lugar do aparecimento do milagre. Cópias do “Ícone do Sinal (Znamenie)” são os ícones de Dionysievo-Glushitsk, Abalatsk, Kursk, Seraphimo-Ponetaevsk e outros. 
São Tiago, o Persa, mártir († 764) 
A segunda perseguição persa teve início por volta do ano 420, devido ao excessivo zelo do bispo Abdias. A principal vítima desta perseguição foi São Tiago que, nesta época, era bastante próximo do Rei Yezdigerdo I. Quando o tal príncipe empreendeu um movimento de perseguição aos cristãos, São Tiago não tendo sido suficientemente forte para romper sua amizade, acabou por dissimular ou abandonar sua fé no Deus Único e verdadeiro que até então professava abertamente, o que causou a aflição de sua mãe e de sua esposa. Quando o Rei Yezdigerdo veio a falecer, mãe e esposa acolheram São Tiago, não sem antes, por carta, condenar a covardia de sua conduta. Muito impressionado com esta carta, São Tiago começou a compreender melhor a sua falta, deixando de frequentar a corte e renunciou a todas as honras que havia antes procurado, manifestando publicamente o seu arrependimento e sua fé cristã. Bahram reprovou sua ingratidão, lembrando-lhe de todas as honras que seu pai lhe havia conferido. São Tiago respondeu serenamente:

«E onde está agora? O que é feito dele?» 

Tal resposta aborreceu Bahram que ameaçou São Tiago de submetê-lo a uma morte lenta. Ao que o santo respondeu:

«Qualquer que seja o tipo de morte, não passará de um sonho. Queira Deus que eu possa morrer como os justos».

Bahram contestou:

«A morte não é um sonho, é o terror dos reis».

Disse São Tiago:

«A morte assombra aos reis e a todos quanto não conhecem a Deus, pois a esperança dos maus é efêmera». 

Replicou o rei: 

«Tu, que não adoras o sol, nem a lua, nem o fogo, nem a água, que são todos emanações de Deus, nos chamas a nós de malvados?» 

E São Tiago respondeu:

«Eu não te acuso, mas afirmo que dás o nome de Deus às criaturas».

O conselho real decidiu então que, se São Tiago não renunciasse sua fé em Cristo, seria enforcado e os membros de seu corpo dilacerados. E a cidade inteira acorreu para presenciar esta nova forma de tortura. Os cristãos começaram então a rezar pedindo a Deus que Tiago perseverasse em sua fé. Os carrascos tomaram bruscamente o santo pelos braços como se quisessem desconjuntá-los. Neste gesto já sinalizavam o tipo de morte que esperava por Tiago. Exortaram-no, então, mais uma vez a abjurar a sua fé e renovar sua obediência ao rei, evitando assim o castigo. Chegaram a lhe propor que fingisse ao menos momentaneamente tal postura e, depois, teria liberdade para praticar a sua religião. São Tiago respondeu:

«Esta morte que vos parece tão terrível, é um preço muito baixo para comprar a vida eterna».

Em seguida, voltando-se para os carrascos, lhes disse:

«O que estão esperando? Comecem logo a tarefa de vocês!»

E, quando os carrascos lhe cortaram um dos dedos de seu pé direito, o mártir disse em voz alta:

«Salvador dos cristãos, recebe o primeiro ramo desta árvore. A árvore irá apodrecer, mas novamente surgirão os brotos e ela se cobrirá de glória. A videira morre durante o inverno, porém, surge renovada na primavera. Assim também, o corpo reflorescerá depois de ser podado.»

E quando lhe cortaram o primeiro dedo de uma de suas mãos disse:

«Meu coração se rejubila no Senhor, e minha alma se enche de alegria em Deus meu Salvador».

E assim seguiu louvando a Deus conforme iam lhe cortando os dedos. E quando já não lhe restava nenhum dos dedos das mãos e dos pés, disse aos carrascos:

«Já cortaste os pequenos galhos, corte agora os ramos».

E passaram a cortar-lhes os membros, parte por parte. Quando já não lhe restava senão o tronco, Santiago ainda louvava a Deus, até que um dos soldados lhe decapitou.


Oração Antes de Ler as Escrituras 
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

1 Timóteo 6:17-21

Manda aos ricos deste mundo que não sejam altivos, nem ponham a esperança na incerteza das riquezas, mas em Deus, que abundantemente nos dá todas as coisas para delas gozarmos; que façam bem, enriqueçam em boas obras, repartam de boa mente, e sejam comunicáveis; que entesourem para si mesmos um bom fundamento para o futuro, para que possam se apoderar da vida eterna. Ó Timóteo, guarda o depósito que te foi confiado, tendo horror aos clamores vãos e profanos e às oposições da falsamente chamada ciência, A qual professando-a alguns, se desviaram da fé. A graça seja contigo. Amém.

 Lucas 18:31-34

E, tomando consigo os doze, disse-lhes: Eis que subimos a Jerusalém, e se cumprirá no Filho do homem tudo o que pelos profetas foi escrito; Pois há de ser entregue aos gentios, e escarnecido, injuriado e cuspido; E, havendo-o açoitado, o matarão; e ao terceiro dia ressuscitará. E eles nada disto entendiam, e esta palavra lhes era encoberta, não percebendo o que se lhes dizia.

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