16 de Outubro de 2022 (CC) / 03 de Outubro (CE)
Santo Hieromártir Dionisio, o Areopagita, Bispo de Atenas
e com ele os mártires Rústicus e Eleuthérius;
São João Kosebita, Bispo de Cesarea
Tom 1
O Hieromártir Dionísio (Denis), Bispo de Atenas, o Presbítero Rústicus e o Diácono Eleutherius foram mortos em Lutetium (antigo nome de Paris) na Gália (atual França, onde São Dionísio é homenageado como o santo padroeiro da França, sob o nome francês "Dênis" ou "Denys". Isto ocorreu no ano 96 (outra fonte sugere o ano 110), durante o tempo da perseguição sob o Imperador romano Domiciano (81-96).
São Dionísio viveu inicialmente na cidade de Atenas. Ele foi criado lá e recebeu uma fina educação do grego clássico. Depois, Dionísio partiu para o Egito, onde estudou astronomia na cidade de Heliópolis. Juntamente com seu amigo Apollophonos, testemunhou o eclipse solar ocorrido durante a crucificação do Senhor Jesus Cristo. Naquele momento, Dioníso disse:
«Ou o Criador de todo o mundo está padecendo agora, ou nosso mundo visível está chegando ao fim.»
Após o seu regresso a Atenas, foi escolhido para ser um membro do Conselho do Areópago (alta corte ateniense). «Areo-pagus» significa, literalmente, «Monte de Marte», localizado na Atenas antiga.
Quando o Santo Apóstolo Paulo pregou aos atenienses no Areópago (Atos 17: 16-34), Dionísio aceitou seu anúncio salvífico e tornou-se um cristão. Dionísio e sua esposa Damaris foram um dos poucos conversos de São Paulo em Atenas. É muito significativo e altamente simbólico que os gregos pagãos tenham situado no Areópago o «altar ao Deus Desconhecido», o Deus do Qual, na verdade, São Paulo pregou o conhecimento. A subsequente «via negativa» ou «apofatismo"» de São Dionísio é, especialmente, uma importante contribuição tanto para a teologia como para a filosofia.
Ao longo de três anos São Dionísio permaneceu como um companheiro do Apóstolo São Paulo na pregação da Palavra de Deus. Mais tarde, o Apóstolo Paulo o estabeleceu como bispo da cidade de Atenas. E no ano 57, São Dionísio estava presente na dormição da Santíssima Mãe de Deus.
Já durante o tempo de vida da Mãe de Deus, São Dionísio tinha especialmente viajado de Atenas para Jerusalém, a fim de conhecê-la. Ele escreveu para seu mestre, o Apóstolo Paulo, dizendo:
"Eu testemunho por Deus, que nada, além do próprio Deus, tinha me preenchido com tamanha medida de poder e graça divina. Ninguém dentre a humanidade pode compreender plenamente o que eu vi. Confesso diante de Deus, que quando eu fui ter com João (o qual estando entre os Apóstolos, resplandeceu como o sol no céu), fui levado a estar ante o semblante da Santíssima Virgem, e experimentei uma sensação indescritível: Diante de mim resplandeceu uma espécie de brilho Divino, que me deixou o espírito paralisado. Percebi a presença de aromas de fragrâncias inefáveis; e tanto prazer dava respirá-los, que já não sentia mais o meu próprio corpo, e, então, desfaleci, pois, não pude suportar tamanhos sinais e sensações da bem-aventurança eterna e do poder celestial. A graça que Dela vinha, comprimia o meu coração e o meu espírito, que se eu não tivesse em mente a tua instrução, eu a teria confundido com o próprio Deus. É impossível permanecer em pé diante de tamanha bem-aventurança, tal qual esta que eu contemplei".
Após a morte do Apóstolo Paulo, querendo dar continuidade ao trabalho do Apóstolo, São Dionísio partiu para pregar em terras ocidentais, acompanhado do Presbítero Rústicus e do Diácono Eleutérius. Eles converteram muitas pessoas para Cristo em Roma, na Alemanha, e depois na Espanha. Estando na Gália, durante o tempo de uma perseguição deflagrada contra os cristãos pelas autoridades pagãs, todas os três confessores foram presos e lançados na prisão. À noite São Dionísio celebrou a Divina Liturgia, co-servido pelos anjos de Deus. No outro dia, pela manhã, os mártires foram decapitados. De acordo com uma antiga tradição, São Dionísio tomou a sua cabeça, caminhou com ela até à igreja e somente ao chegar lá, caiu morto. Uma mulher piedosa, chamada Catulla, enterrou os restos mortais do santo.
Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!
MATINAS (7)
João 20:1-10
E no primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao sepulcro de madrugada, sendo ainda escuro, e viu a pedra tirada do sepulcro. Correu, pois, e foi a Simão Pedro, e ao outro discípulo, a quem Jesus amava, e disse-lhes: Levaram o Senhor do sepulcro, e não sabemos onde o puseram. Então Pedro saiu com o outro discípulo, e foram ao sepulcro. E os dois corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais apressadamente do que Pedro, e chegou primeiro ao sepulcro. E, abaixando-se, viu no chão os lençóis; todavia não entrou. Chegou, pois, Simão Pedro, que o seguia, e entrou no sepulcro, e viu no chão os lençóis, E que o lenço, que tinha estado sobre a sua cabeça, não estava com os lençóis, mas enrolado num lugar à parte. Então entrou também o outro discípulo, que chegara primeiro ao sepulcro, e viu, e creu. Porque ainda não sabiam a Escritura, que era necessário que ressuscitasse dentre os mortos. Tornaram, pois, os discípulos para casa.
† † †
LITURGIA
Tropárion da Ressurreição
Apesar da pedra do túmulo ter sido selada pelos judeus, / e o Teu puríssimo Corpo guardado pelos soldados, / Tu ressuscitaste ao terceiro dia, ó Salvador nosso, / dando a vida ao mundo. / Por isso, Ó Autor da Vida, / os Poderes Celestes Te aclamaram, dizendo: / “Glória à Tua Ressurreição, ó Cristo! / Glória à Tua Realeza! // Glória à Tua Providência, ó Amigo do homem.
Tropárion de São Mateus, Tom 3 (Santo Patrono)
Com zelo seguiste a Cristo, o Mestre, / Que em Sua bondade apareceu aos homens na Terra, / E da alfândega te chamou para Apóstolo / e Pregador do Evangelho ao universo, /por isto honramos tua preciosa memória. / Ó divinamente eloquente, Mateus. /Roga ao Deus misericordioso // que nos conceda a remissão das transgressões e a salvação das nossas almas!
Kondákion da Ressurreição
Como Deus, Tu ressuscitaste gloriosamente do túmulo, / ressuscitando o mundo Contigo; / a natureza humana Te canta como Deus,/ pois a morte foi dissipada./ Adão rejubila, Mestre;/ e Eva, doravante liberta das suas cadeias, proclama na alegria:// Ó Cristo, Tu És Aquele que concede a todos os homens a ressurreição!
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo...
Kondákion de São Mateus, Tom 4 (Santo Patrono)
Deixando os laços da alfândega para adquirir o jugo da Justiça, / tu te revelaste um sábio comerciante, rico da sabedoria do Alto. / Proclamaste a Palavra da Verdade, /e pela narrativa da hora do Juízo // despertaste as almas indolentes.
Agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém
Prokímenon
R. Seja a Tua misericórdia, Senhor, sobre nós,
pois, em Ti esperamos. (Sl. 32:22)
V. Exultai no Senhor, vós, justos,
pois aos retos convém o louvor. (Sl. 32:1)
2 Coríntios 9:6-11
E digo isto: Que o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundância, em abundância ceifará. Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria. E Deus é poderoso para fazer abundar em vós toda a graça, a fim de que tendo sempre, em tudo, toda a suficiência, abundeis em toda a boa obra; Conforme está escrito: , deu aos pobres; a sua justiça permanece para sempre. Ora, aquele que dá a semente ao que semeia, também vos dê pão para comer, e multiplique a vossa sementeira, e aumente os frutos da vossa justiça; Para que em tudo enriqueçais para toda a beneficência, a qual faz que por nós se deem graças a Deus.
Aleluia
Aleluia, aleluia, aleluia! (3x)
Hino à Virgem
Ó Admirável Protetora dos Cristãos e nossa Medianeira ante o Criador / não desprezes as súplicas de nenhum de nós pecadores; / mas, apressa-te a auxiliar-nos como Mãe bondosa que és, / pois, te invocamos com fé. / Roga por nós junto de Deus, // tu que defendes sempre àqueles que te veneram.
R. Seja a Tua misericórdia, Senhor, sobre nós,
pois, em Ti esperamos. (Sl. 32:22)
V. Exultai no Senhor, vós, justos,
pois aos retos convém o louvor. (Sl. 32:1)
2 Coríntios 9:6-11
Aleluia
É Deus Quem me reveste de fortaleza,
E Quem atrai os povos para Mim.
Ele fortalece a Davi, Seu ungido,
E à sua descendência para sempre.
E como vós quereis que os homens vos façam, da mesma maneira lhes fazei vós, também. E se amardes aos que vos amam, que recompensa tereis? Também os pecadores amam aos que os amam. E se fizerdes bem aos que vos fazem bem, que recompensa tereis? Também os pecadores fazem o mesmo. E se emprestardes àqueles de quem esperais tornar a receber, que recompensa tereis? Também os pecadores emprestam aos pecadores, para tornarem a receber outro tanto. Amai, pois, a vossos inimigos, e fazei bem, e emprestai, sem nada esperardes, e será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo; porque ele é benigno até para com os ingratos e maus. Sede, pois, misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso.
E Quem atrai os povos para Mim.
Ele fortalece a Davi, Seu ungido,
E à sua descendência para sempre.
Lucas 6:31-36
E como vós quereis que os homens vos façam, da mesma maneira lhes fazei vós, também. E se amardes aos que vos amam, que recompensa tereis? Também os pecadores amam aos que os amam. E se fizerdes bem aos que vos fazem bem, que recompensa tereis? Também os pecadores fazem o mesmo. E se emprestardes àqueles de quem esperais tornar a receber, que recompensa tereis? Também os pecadores emprestam aos pecadores, para tornarem a receber outro tanto. Amai, pois, a vossos inimigos, e fazei bem, e emprestai, sem nada esperardes, e será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo; porque ele é benigno até para com os ingratos e maus. Sede, pois, misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso.
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HOMILIA
“Nossos lábios oram pelos que nos odeiam,
e queira Deus que nosso coração os amasse!”
Pedimos-lhe que tire a vida de nossos inimigos. Todo aquele que ora desta maneira, com suas próprias orações está resistindo ao Criador. Daí que se diga destes o que disse o real profeta: Converta-se a sua oração em pecado. Converter-se a oração em pecado é pedir aquelas coisas que proíbe a pessoa à qual se pede... Por isso diz a Verdade: Quando vos colocares em pé para orar, se tendes algo contra alguém, perdoai-o primeiro...
Para conseguir aquilo que pedimos retamente, é necessário que o nosso espírito não esteja ofuscado na oração pelo ódio ao nosso inimigo... Nossos lábios oram pelos que nos odeiam, e queira Deus que nosso coração os amasse! Muitas vezes oramos por eles, porém mais para dar cumprimento ao preceito de Deus do que por caridade. Porque pedimos pela vida de nossos inimigos e tememos ser escutados. Mas, como o nosso juiz interior atende mais a nossa intenção que as palavras, nada pede em favor do inimigo o que não “ora em seu favor por caridade...
“Mas é que o nosso inimigo faltou conosco gravemente, nos prejudicou. Auxiliamos-lhe e ele nos feriu, e pelo amor que lhe manifestamos nos perseguiu.” Tudo isto estaria em seu lugar se não tivéssemos pecado algum, pelo qual devemos constantemente pedir perdão. Nosso advogado compôs para nós a súplica que devemos alegar em nossa causa. Ele é ao mesmo tempo juiz e advogado dela. Indicou-nos a condição que deveria ter nossa oração com estas palavras: perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido.
Como será nosso juiz o mesmo que é nosso advogado, escuta a nossa oração o mesmo que a fez. Deste modo, o dizemos sem praticá-lo: Perdoai as nossas ofensas assim como perdoamos a quem nos tem ofendido, e então vinculamo-nos mais dizendo estas palavras; ou talvez omitimos esta condição em nossas orações, e nosso advogado não reconhece a oração que compôs para o nosso uso, e nos diz: “Sei o que aconselhei, porém não é esta a oração que compus”.
O que devemos fazer, caríssimos irmãos, a não ser conceder o afeto da verdadeira caridade aos nossos irmãos? Que o Deus todo-poderoso veja a nossa caridade para com o próximo e tenha piedade e misericórdia de nós por nossos pecados. Recordai as palavras que nos foram ditas: "Perdoai e sereis perdoados". Devem-nos e também nós devemos; perdoemos, portanto, aquilo que nos é devido, para que nos perdoe o que nós devemos.”
São Gregório, Grande, Patriarca de Roma (séc. VI)
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