sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023

Sexta-feira do Filho Pródigo

17 de Fevereiro de 2023 (CC) - 04 de Fevereiro (CE)
Santo Isidoro de Pelusium, monge (ca. 436-440). São Jorge, príncipe de Vladimir (1238). 
São Cirilo, fundador do Lago Novo Mosteiro (Novgorod) (1532); 
Mártires Jadorus e Isidoro, que sofreram sob Decius (3º c.). 
Hieromartyr Abramius, bispo de Arbela na Assíria (ca. 344-347). 
São Nicolau, o Confessor, abade de Studion (868).
Jejum (Peixe é permitido)
Tom 2

O Monge Isidoro Pelusiotes viveu durante os séculos IV-V. Ele era natural de Alexandria e foi criado entre cristãos piedosos. Ele era parente de Teófilo, Arcebispo de Alexandria, e de seu sucessor, São Cirilo.  
Ainda jovem, deixou o mundo e retirou-se para regiões interioranas do Egito, para o Monte Pelusiotes, que se tornou o local de seus esforços monásticos. A sabedoria espiritual e o ascetismo estrito do monge Isidoro, em combinação com sua ampla erudição e conhecimento inato da alma humana, permitiram-lhe em pouco tempo conquistar o respeito e o amor de seus companheiros monges. Eles o escolheram como sendo o chefe deles e o elevaram à dignidade do presbítero. Seguindo o exemplo de São João Crisóstomo, ao qual ele conseguira ver e ouvir durante o tempo de uma viagem a Constantinopla, o monge Isidoro dedicou-se, principalmente, à pregação cristã - aquela "sabedoria prática" que, em suas próprias palavras, é, ao mesmo tempo, tanto a "a fundação do edifício e do próprio edifício", a qual tem na lógica "o seu embelezamento" e na contemplação - "a sua coroa".  
Santo Isidoro também era um professor, e alguém que estava sempre disposto a aconselhar qualquer pessoa que o procurasse buscando encorajamento espiritual, não importando se quem o buscasse fosse um homem simples, um dignitário, um bispo, o Patriarca de Alexandria ou mesmo o próprio Imperador. Ele, também, deixou cerca de 10.000 escritos, dos quais 2.090 sobreviveram, e grande parte desses escritos são de grande profundidade teológica e contém moralmente. interpretações edificantes da Sagrada Escritura. É aqui que o Monge Isidoro se destaca como o melhor discípulo de São João Crisóstomo. O amor e devoção do Monge Isidoro por São João Crisóstomo resultou em uma eficaz intervenção sua em defesa de São João durante o tempo em que foi perseguido pela imperatriz Eudoxia e pelo Arcebispo Teófilo. Após a morte de São João, o monge Isidoro persuadiu o sucessor de Teófilo, São Cirilo, a inscrever o nome de São João Crisóstomo nos dípticos da Igreja como Confessor. E através da iniciativa do Monge Isidoro convocou-se o Terceiro Concílio Ecumênico em Éfeso (431), no qual foram condenados os falsos ensinamentos de Nestório a respeito da Pessoa de Jesus Cristo. 
Santo Isidoro faleceu bastante idoso, por volta do ano 436. O Historiador da Igreja, Evágrios (Séc. VI) escreve sobre o monge Isidoro, dizendo, que "sua vida parecia a todos a vida de um anjo sobre a terra". Outro historiador, Nicholas Kallistos (século IX), assim elogia o monge Isidoro:  
"Ele era um pilar vital e inspirado das regras monásticas e das divinas percepções, e das tais, revelou-se modelo excelso e exemplo de altíssimo fervor e ensinamento espiritual".

Comemoração do Santo Nobre Príncipe Jorge (Georgii, diminutivo Yurii)

O Santo Nobre Príncipe Jorge (Georgii, diminutivo Yurii) era filho do Grande Príncipe Vsevolod, apelidado de "Grande Abrigo" ("Большое Гнездо"). Ele nasceu no ano de 1189, e assumiu o trono de Vladimir em 1212. George destacou-se por seu valor militar e sua piedade.  
No ano de 1237, a horda tártara (mongol) de Batu desceu sobre a terra russa. São Jorge foi obrigado a deixar a capital, deixando-a ao encargo de seus filhos, e partiu para o norte, para se unir aos outros príncipes. No dia 4 de março de 1238 ocorreu a Batalha no Rio Sita, na qual os tártaros destruíram a companhia, não muito grande, mas valente, do grande principado. O próprio santo tombou nessa luta. O bispo Kirill enterrou seu corpo na catedral de Rostov; dois anos depois, foi com grande solenidade transferida para a catedral de Vladimir Uspenie (Dormição). E em 1645 ocorreu a glorificação da Igreja do santo. 
Comemoração do Santo Mártir Abramius 
O Hieromartyr Abramius, Bispo de Arbela, padeceu durante uma perseguição contra os Cristãos na Pérsia, sob o imperador Sapor II. Quando quiseram obrigar o Santo a renunciar a Cristo e a adorar o sol, ele respondeu: 
"Que grande tolice, abandonar o Criador para adorar as criaturas. Não é o sol apenas uma criação do meu Deus?" 
O Hieromartyr Abramius, Bispo de Arbela, padeceu durante uma perseguição contra os Cristãos na Pérsia, sob o imperador Sapor II. Quando quiseram obrigar o Santo a renunciar a Cristo e a adorar o sol, ele respondeu:  
"Que grande tolice, abandonar o Criador para adorar as criaturas. Não é o sol apenas uma criação do meu Deus?" 
Ouvindo isto, eles o espancaram ferozmente e o torturaram. Santo Abramius orou durante a tortura, ecoando as palavras do Salvador:  
"Senhor, não lhes impute este pecado, eles não sabem o que fazem!" 
O hieromartir foi decapitado pela espada, na aldeia de Feldman.


Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

2 João 1:1-13

1 O ancião à senhora eleita, e a seus filhos, aos quais eu amo em verdade, e não somente eu, mas também todos os que conhecem a verdade, 2 por causa da verdade que permanece em nós, e para sempre estará conosco: 3 Graça, misericórdia, paz, da parte de Deus Pai e da parte de Jesus Cristo, o Filho do Pai, serão conosco em verdade e amor. 4 Muito me alegro por ter achado alguns de teus filhos andando na verdade, assim como recebemos mandamento do Pai. 5 E agora, senhora, rogo-te, não como te escrevendo um novo mandamento, mas aquele mesmo que desde o princípio tivemos: que nos amemos uns aos outros. 6 E o amor é este: que andemos segundo os seus mandamentos. Este é o mandamento, como já desde o princípio ouvistes, para que nele andeis. 7 Porque já muitos enganadores saíram pelo mundo, os quais não confessam que Jesus Cristo veio em carne. Tal é o enganador e o anticristo. 8 Olhai por vós mesmos, para que não percais o fruto do nosso trabalho, antes recebeis plena recompensa. 9 Todo aquele que vai além do ensino de Cristo e não permanece nele, não tem a Deus; quem permanece neste ensino, esse tem tanto ao Pai como ao Filho. 10 Se alguém vem ter convosco, e não traz este ensino, não o recebais em casa, nem tampouco o saudeis. 11 Porque quem o saúda participa de suas más obras. 12 Embora tenha eu muitas coisas para vos escrever, não o quis fazer com papel e tinta; mas espero visitar-vos e falar face a face, para que o nosso gozo seja completo. 13 Saúdam-te os filhos de tua irmã, a eleita. 

Marcos 15:22-25, 33-41

22 Levaram-no, pois, ao lugar do Gólgota, que quer dizer, lugar da Caveira. 23 E ofereciam-lhe vinho misturado com mirra; mas ele não o tomou. 24 Então o crucificaram, e repartiram entre si as vestes dele, lançando sortes sobre elas para ver o que cada um levaria. 25 E era a hora terceira quando o crucificaram. 33 E, chegada a hora sexta, houve trevas sobre a terra, até a hora nona. 34 E, à hora nona, bradou Jesus em alta voz: Eloí, Eloí, lamá, sabactani? que, traduzido, é: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? 35 Alguns dos que ali estavam, ouvindo isso, diziam: Eis que chama por Elias. 36 Correu um deles, ensopou uma esponja em vinagre e, pondo-a numa cana, dava-lhe de beber, dizendo: Deixai, vejamos se Elias virá tirá-lo. 37 Mas Jesus, dando um grande brado, expirou. 38 Então o véu do santuário se rasgou em dois, de alto a baixo. 39 Ora, o centurião, que estava defronte dele, vendo-o assim expirar, disse: Verdadeiramente este homem era filho de Deus. 40 Também ali estavam algumas mulheres olhando de longe, entre elas Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago o Menor e de José, e Salomé; 41 as quais o seguiam e o serviam quando ele estava na Galiléia; e muitas outras que tinham subido com ele a Jerusalém. 

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ENSINO DOS SANTOS PADRES


“Suas cicatrizes nos curaram”

Nos conta São João que Jesus tinha dito: Destruí este templo e em três dias o erguerei. Mas ele – observa o evangelista – falava do templo do seu corpo. E se é verdade que o Pai fez tudo por sua Palavra, por seu Filho, não é menos evidente que a ressurreição de sua carne a consumou por seu próprio Filho. Portanto, por meio dele o ressuscita e por meio dele lhe dá a vida. Enquanto homem é ressuscitado segundo a carne, e enquanto homem recebe a vida, quem agiu como um homem qualquer.

Mas ele é ainda quem, em sua qualidade de Deus, levanta o seu próprio templo e comunica a vida a sua própria carne. Enquanto por um lado nos diz: Por eles me consagro para que também eles se consagrem na verdade. E quando diz: Deus meu, Deus meu, por que me abandonastes?, fala como nosso representante, já que assumiu a condição de escravo, fazendo-se semelhante aos homens. E assim, encontrado com aspecto humano, se humilhou fazendo-se obediente até a morte, e morte de cruz. E como disse Isaías: Ele suportou nossos sofrimentos e padeceu nossas dores.

Sendo assim, não foi vexado de dores por sua causa, mas pela nossa; nem foi abandonado por Deus, mas nós; e por nós, os abandonados, ele veio ao mundo. E quando diz: Por isso, Deus o exaltou acima de tudo e lhe deu o nome que está acima de todo nome, fala do templo de seu corpo.

Realmente, não é o Altíssimo quem é exaltado, mas a carne do Altíssimo; e é para a carne do altíssimo que se concedeu o “nome que está acima de todo nome”. E quando disse: o Espírito ainda não tinha sido dado, porque Jesus não havia sido glorificado, fala da carne de Cristo que ainda não estava glorificada. Pois não é o Senhor da glória que é glorificado, mas a carne do Senhor da glória; esta recebeu a glória junto com ele quando subiu ao céu. Por isso, o espírito de adoção ainda não fora dado aos homens, porque as primícias que o Verbo tinha assumido da natureza humana ainda não haviam subido ao céu.

Portanto, quando a Escritura utiliza expressões tais como: “o Filho recebeu”, ou “o Filho foi glorificado”, referem-se a sua humanidade, não a sua divindade. Assim, enquanto alguns textos dizem: Aquele que não poupou ao seu próprio Filho, mas que o entregou à morte por nós, outros afirmam: Como Cristo amou a sua Igreja e se entregou por ela.

Deus, que é imortal, não veio para salvar-se a si mesmo, mas para libertar-nos, a nós que estávamos mortos; nem padeceu por si mesmo, mas por nós, e de tal forma ele assumiu nossa miséria e nossa pobreza, que foi com a finalidade de enriquecer-nos com a sua riqueza. Pois sua paixão é nossa alegria; sua sepultura, nossa ressurreição; e seu batismo, nossa santificação. De fato, ele afirma: Por eles me consagro, para que também eles se consagrem na verdade. E seus sofrimentos são nossa salvação, porque suas chagas nos curaram. O castigo suportado por ele é a nossa paz, já que nosso salutar “castigo recaiu sobre ele, isto é, foi castigado para merecermos a paz.

E quando na cruz exclama: Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito, encomenda ao Pai, nele mesmo, a todos os homens que nele são vivificados. Somos realmente seus membros, e ainda que sejam muitos os membros, formamos um só corpo, que é a Igreja. É o que diz São Paulo escrevendo aos gálatas: Porque todos vós sois um só em Cristo Jesus. Desta forma, nele, nos encomenda a todos.”

Santo Atanásio, Patriarca de Alexandria, (séc. IV)

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