terça-feira, 9 de setembro de 2025

14ª Terça-feira Depois de Pentecostes

09 de Setembro de 2025 (CC) / 27 de Agosto (CE)
São Pímen (450 dC); São Fanúrio, Mártir
Tom 4



O Monge Pímen, o Grande, nasceu por volta do ano 340 no Egito. Com seus dois irmãos, Anubias e Paisias, ele foi para um dos mosteiros egípcios, e os três aceitaram a tonsura monástica. Os irmãos eram ascetas tão rígidos que, quando sua mãe foi ao mosteiro para ver seus filhos, eles não saíam de suas celas para vê-la. A mãe ficou ali por muito tempo e chorou. Então o Monge Pímen disse-lhe sem abrir a porta da cela: "Se você suportar a separação temporal de nós agora, então na vida futura nos verá, visto que esperamos em Deus, o Amante da Humanidade!" A mãe sentiu-se humilhada e voltou para casa. 
A fama sobre os feitos e virtudes do Monge Pimen espalhou-se por todo o país. Uma vez, o governador do distrito quis vê-lo. O Monge Pimen, evitando a fama, raciocinou assim: "Se dignitários começarem a vir a mim com respeito, então também muitas pessoas começarão a vir a mim e perturbar minha quietude, e eu serei privado da graça da humildade, que tenho encontrado somente com a ajuda de Deus ”. E então ele transmitiu uma recusa ao mensageiro. 
Para muitos dos monges, o Monge Pimen era um guia espiritual e instrutor. E eles escreveram suas respostas para servir à edificação de outros além de si mesmos. Entre tantos outros ensinamentos, o Santo disse: 
“Para um homem é necessário observar três regras básicas: temer a Deus, orar com frequência e fazer o bem às pessoas”. "A maldade, por sua vez, nunca elimina a maldade. Se alguém te faz mal, faça-lhe o bem, e o teu bem vencerá o mal".
Uma vez veio ao santo um monge de longe, para obter sua orientação. Ele começou a falar sobre assuntos sublimes e difíceis de entender. O santo se afastou dele e ficou em silêncio. Para o monge perplexo, eles explicaram que o santo não gostava de falar sobre assuntos elevados. Então o monge começou a perguntar-lhe sobre a luta contra as paixões da alma. O santo voltou-se para ele com uma face alegre: "Aqui agora tu falaste bem, e eu devo responder", - e por um longo tempo deu instruções sobre como se deve lutar contra as paixões e vencê-las.
O Monge Pímen morreu aos 110 anos, por volta do ano 450. Logo após sua morte, foi reconhecido como um santo agradável a Deus e recebeu o título de "o Grande" - como um sinal de sua grande humildade, modéstia, retidão e renúncia de si mesmo no serviço a Deus.
Leituras Comemorativas
Gálatas 5:22-6:2
Mateus 4:25-5:12
Comemoração de São Fanúrio.
A biografia do glorioso Santo e Grande Mártir Fanúrio é relativamente recente. Nada pode ser dito sobre a sua origem, seus pais, o período em que viveu, onde pregou a palavra de Deus e, por último, em que reinado, ou sob que Imperador ele testemunhou sua fé, entregando-se ao martírio. Nenhum testemunho de sua vida foi conservado, escrito ou oral, e nada saberíamos sobre sua existência, seu nome, não fosse este acontecimento: 
Quando a linda ilha de Rodes (Grécia) foi conquistada pelos turcos, um de seus governadores quis reconstruir as muralhas da cidade destruídas pela guerra. Para isso, algumas cabanas em ruínas que se encontravam do lado de fora das muralhas precisavam ser demolidas. Assim, quando aconteceu a demolição e a área em torno foi escavada, descobriu-se soterrada entre os escombros uma linda igreja que tinha apenas uma de suas laterais destruída. Nas ruínas desta igreja, esquecida até então, foram encontrados muitos ícones de santos, todos já muito estragados pelo tempo, a ponto de não ser possível distinguir nem as letras nem as figuras humanas que representavam. Entretanto, entre todas estas imagens destruídas, uma estava ainda em tão bom estado de conservação que parecia ter sido pintada naquele dia em que havia sido descoberta no interior da igreja soterrada. Esta maravilhosa imagem que não havia sofrido os efeitos corrosivos do tempo e das condições em que se encontrava sob o solo, era a imagem de São Fanúrio. 
As Doze Representações da Imagem   
Logo que foi descoberta aquela igreja, um muito respeitado bispo da região chamado Nilo, homem fervoroso na fé e de vida muita santa, foi até o local e, com facilidade, leu as inscrições sobre aquele ícone: «São Fanúrio». Esta imagem estava rodeada por doze outras pequenas imagens que revelavam diferentes circunstâncias da vida do santo. No centro, estava Fanúrio ainda jovem, vestido com uniforme militar. Em sua mão esquerda tinha uma cruz e na direita uma vela acesa. As doze pequenas imagens em torno da imagem principal do santo mostravam as seguintes situações de sua vida, destacando as torturas e suplícios sofridos por causa de sua fé em Cristo e seu martírio final:  
A primeira mostrava o santo diante de um juiz que o interrogava. Fanúrio é mostrado entre os guardas, em pé diante do juiz, e parece fazer sua apologia com coragem, defendendo sua fé cristã.  
A segunda representa o santo entre os soldados que o conduzem para as torturas, sendo atingido com pedras na boca e cabeça. 
A terceira mostra o santo já caído por terra e os soldados que o golpeiam com pedaços de pau.  
Na quarta cena, uma tortura ainda mais terrível: o santo se encontra desnudo na cela do cárcere enquanto seus torturadores rasgam seu corpo com instrumentos de ferro. Pela postura, São Fanúrio parece suportar com serenidade este terrível tormento. Tem suas mãos cruzadas, o olhar dirigido ao céu e, com semblante de devoção, parece rezar ao Senhor no qual depositou suas esperanças.  
A quinta imagem o mostra sozinho, trancado na cela e rezando com devoção a Deus, suplicando força para suportar as torturas a que logo seria submetido pelos brutais e impiedosos carrascos.  
Na sexta representação aparece novamente diante do tirano fazendo corajosamente sua apologia e, apesar das novas ameaças de torturas ainda piores, ele se recusa a negar a sua fé em Cristo. 
Na sétima imagem ele aparece novamente na prisão em outra cela fechada e seus torturadores queimam seu corpo com tochas acesas. 
A oitava imagem mostra o santo sofrendo uma tortura ainda mais terrível. Os carrascos, duros de coração, impiedosos e enfurecidos por sua persistente negação a oferecer culto aos seus ídolos, o colocam numa prensa e trituram seus ossos enquanto ele, tranquilo diante deste terrível tormento, sofre todas as dores com paciência e coragem, e seu lindo rosto mostra que foi derramado sobre ele uma alegria divina, porque o Senhor o fez digno de ser um dos seletos testemunhos da fé cristã.  
Na figura nona ele aparece jogado numa grande fossa entre animais selvagens para que o devorem enquanto, acima, seus carrascos o espreitam. Os animais, porém, não lhe fazem nenhum mal, ao contrário, com aspecto de mansidão o rodeiam enquanto o santo, com as mãos cruzadas sobre o peito, reza agradecido a Deus por ter livrado de mais este tormento.  
A décima imagem mostra um novo, mas não menos terrível, tormento. O santo está posto no chão com uma pesada laje de mármore posta sobre seu peito que lhe fratura o tórax impedindo a respiração.  
A figura décima – primeira mostra o santo diante dos ídolos dos infiéis. Segura nas mãos brasas acesas e está sendo vigiado por seus carrascos armados. No ar, acima do altar dos ídolos, sobrevoa um demônio com aspecto de dragão alado, que parece chorar e flagelar-se pelos exorcismos do santo.  
Finalmente, a décima segunda e última imagem mostra São Fanúrio em pé, dentro de um grande forno sobre troncos em chamas e, enquanto as chamas e a fumaça o envolvem, ora serenamente com as mãos elevadas para o céu, dirigindo ao Senhor os seus últimos pensamentos neste seu martírio final.
Um Milagre do Ícone Do Santo  
Observando as doze cenas tão descritivas da vida de São Fanúrio neste ícone, o piedoso bispo Nilo compreendeu imediatamente que São Fanúrio tinha sido um dos mártires mais importantes da fé cristã. Logo enviou pessoas de sua confiança ao Governador do lugar para pedir-lhe que cedesse aquele lugar para que aquela igreja pudesse ser reconstruída. Mas ele se recusou a conceder esse favor. Sem perder tempo, o piedoso bispo foi pessoalmente à capital e lá conseguiu a autorização. Voltou logo a Rodes e reconstruiu a igreja de São Fanúrio, fora da muralha da cidade, no mesmo local onde havia sido feita a descoberta. Esta nova igreja, que ainda existe atualmente, tornou-se um lugar de muitos milagres e uma multidão acorria de toda a parte para adorar a Deus e honrar a memória de São Fanúrio.

Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém! 

2 Coríntios 12:20-13:2

Fragmento 196 - Irmãos, receio que, quando chegar, não vos ache como eu quereria, e eu seja achado de vós como não quereríeis; que de alguma maneira haja pendências, invejas, iras, porfias, detrações, mexericos, orgulhos, tumultos; que, quando for outra vez, o meu Deus me humilhe para convosco, e chore por muitos daqueles que dantes pecaram, e não se arrependeram da imundícia, e fornicação, e desonestidade que cometeram. É esta a terceira vez que vou ter convosco. Por boca de duas ou três testemunhas será confirmada toda a palavra. Já anteriormente o disse, e segunda vez o digo como quando estava presente; mas agora, estando ausente, o escrevo aos que antes pecaram e a todos os mais, que, se outra vez for, não lhes perdoarei.

Marcos 4:24-34

Fragmento 17 - O Senhor disse aos Seus discípulos: 
“Atendei ao que ides ouvir. Com a medida com que medirdes vos medirão a vós, e ser-vos-á ainda acrescentada a vós que ouvis. Porque ao que tem, ser-lhe-á dado; e, ao que não tem, até o que tem lhe será tirado”. E dizia: “O Reino de Deus é assim como se um homem lançasse semente à terra. E dormisse, e se levantasse de noite ou de dia, e a semente brotasse e crescesse, não sabendo ele como. Porque a terra por si mesma frutifica, primeiro a erva, depois a espiga, por último o grão cheio na espiga. E, quando já o fruto se mostra, se lhe mete logo a foice, porque está chegada a ceifa”. E dizia: “A que assemelharemos o Reino de Deus? Ou com que parábola o representaremos? É como um grão de mostarda, que, quando se semeia na terra, é a menor de todas as sementes que há na terra; mas, tendo sido semeado, cresce; e faz-se a maior de todas as hortaliças, e cria grandes ramos, de tal maneira que as aves do céu podem aninhar-se debaixo da sua sombra”. E com muitas parábolas tais lhes dirigia a palavra, segundo o que podiam compreender. E sem parábolas nunca lhes falava; porém, tudo declarava em particular aos Seus discípulos.

COMENTÁRIO

A prudência e a vigilância dos lábios são sempre muito enfatizadas por Cristo. Devemos ter muito cuidado quando desqualificarmos alguém para que – uma vez submetidos às mesmas circunstâncias e realidades da pessoa que julgamos – não sejamos também reprovados. Assim, no Juízo, se a nossa palavra foi temperada pela misericórdia, também alcançaremos misericórdia, mas se nossa palavra foi dura e impiedosa, assim também seremos tratados.

As realidades da Graça de Deus nos corações humanos são impenetráveis e insondáveis pelos olhos humanos. Como uma semente que cresce por si só e como um grão de mostarda - que é a menor das sementes, mas gera a maior das hortaliças nas quais os passarinhos da terra se aninham – assim, também, não temos ideia do que pode acontecer a um coração obscurecido, se nas suas trevas resplandecer a Luz que vem dos Céus, por mais pálido e frágil que seja o raio a lhe penetrar a alma.

Lembremos que todo dom perfeito vem do Alto. Portanto, toda a virtude que em nós espontaneamente existe, só existe de forma natural porque recebemos de Deus tal graça. Se nos mostrarmos dignos da graça recebida, dela receberemos medida ainda mais abundante, caso contrário, até a que recebemos naturalmente, nos será tirada. Cultivemos, portanto, diligentemente, a caridade e a humildade, a fim de possamos ser achados perfeitos em Cristo.

Padre Mateus (Antonio Eça)


ORAÇÃO

Senhor e Mestre da minha vida, afasta de mim o espírito de preguiça, de ociosidade, de desejo de poder e de palavreado vão! Mas, concede a mim, Teu servo um espírito de pureza, de humildade, de paciência e de caridade. Sim, Senhor e Rei, concede-me que eu veja as minhas próprias faltas e que não julgue a meu irmão, pois Tu És bendito pelos séculos dos séculos. Amém.

Oração de São Éfrem, o Sírio.

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